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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Em Minha Terra

In My Country *
(2004) 103 min (14 anos)



África do Sul, 1996 - A imagem da costa africana, banhada pelas águas azuis, toma a tela, embalada por um belo hino local. Caminhando pela terra amarela, mulheres carregam os filhos às costas e feixes de lenha nas mãos. Imagens do exército, prendendo e espancando homens negros são substituídas pelo rosto sorridente do presidente Mandela, acenando para a multidão. “Nunca, nunca, nunca mais acontecerá desta bela terra experimentar a opressão de uma pessoa por outra.” (“Never, never, and never again shall it be that this beautiful land will again experience the oppression of one by another.” Nelson Mandela)

Inspirada por Mandela, pelo Bispo Desmond Tutu e outros líderes, surgiu no país a Comissão de Verdade e Reconciliação. A Comissão podia dar anistia aqueles que haviam cometido abusos contra os direitos humanos, desde que confessassem a verdade, se desculpassem e provassem estar seguindo ordens. As vítimas, ou seus parentes, tinham a oportunidade de contar suas histórias e confrontar seus torturadores. 21.800 pessoas testemunharam e alguns dos depoimentos foram fielmente retratados neste filme.

No que se refere à ficção, “Em Minha Terra” apresenta a poetisa africaaner Anna Malan, como repórter de uma rádio local, fazendo a cobertura do trabalho da Comissão, dirigida pelo Reverendo Mzondo. “Elas vêm com seus melhores vestidos, mães e esposas, buscando onde depositar seu sofrimento. A verdade tornou-se uma mulher. Todos a reconhecem e ninguém a conhece.” Essas palavras de Anna, após os primeiros testemunhos, comovem os ouvintes da rádio SABC (South African Broadcasting Company).



Como correspondente do jornal americano Washington Post, chega Langston Whitfield. Afro-americano, ele acha que a cor da pele faz toda a diferença. Em alguns dias de África, Langston descobre que os africanos rejeitaram a justiça ocidental da culpa e da vingança, em favor da justiça africana tradicional que busca a reconciliação. Whitfield descobre a palavra ubuntu, que significa estarmos todos ligados. O que afeta um, afeta a todos; não estamos sozinhos nessa vida. A verdadeira justiça fala de compaixão, compreender para perdoar e reconciliar. Essa a lição que a África do Sul tem para dar à América e ao mundo. E essa verdade já vale alugar o filme...

Diretor: John Boorman
Roteiro: Ann Peacock, baseado em livro de Antjie Krog
Música: Murray Anderson
Fotografia: Seamus Deasey
Elenco: Samuel L. Jackson, Juliette Binoche, Brendan Gleeson

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