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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Caramelo

Sukkar Banat *
(2007) 95 min (10 anos)

Líbano, Beirute - Panela quente, cobrir o fundo com açúcar, jogar um pouco de água e deixar ferver. Misturar, enquanto borbulha, acrescentar suco de limão, mexer mais, esfriar no mármore com uma colher. Pegar um pedaço com as mãos e esticar. Está pronto o caramelo, bom para comer e usar na depilação. Usando essa receita oriental, as 3 esteticistas do salão "si Belle" (tão bela) atendem as clientes e conversam sobre os problemas de suas vidas.

Layale tem um amante casado. Nisrine é muçulmana e teme contar ao noivo que já não é virgem. Rima sente-se atraída por mulheres. A assídua cliente Jamale usa vários recursos para esconder a idade. A costureira Rosa dedica-se ao trabalho e à esclerosada irmã mais velha, abrindo mão de uma vida própria. Outro personagem importante é o jovem guarda de trânsito do bairro. Apaixonado por Layale, ele é muito tímido para se declarar.

O simbolismo do caramelo sugere que a acidez das inevitáveis atribulações da vida pode ser adoçada pelos afetos, pela solidariedade dos amigos e parentes. O 1º filme da bela diretora Nadine Labaki, que também interpreta a manicure e depiladora Layale, fez bastante sucesso nos Festivais de Cannes e San Sebastian. O elenco se sai bem, há emoção e humor no trato dos dramas pessoais. A montagem é interessante. Por exemplo, alinhava as costuras de Rosa com a imagem de Nisrine na maca de uma clínica, aguardando o procedimento que atenuará seu problema.

Interessante observar a convivência pacífica de práticas religiosas católicas, como a procissão que percorre o bairro e entra no salão de beleza, e os costumes muçulmanos.

Diretora: Nadine Labaki
Roteiro: Rodney El Haddad, Jihad Hojeily, Nadine Labaki
Música: Khaled Mouzannar
Fotografia: Yves Sehnaoui
Elenco: Nadine Labaki, Yasmine Elmasri, Joanna Moucarzel, Gisèle Aouad, Sihame Haddad, Adel Karam

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