(2007) 99 min (16 anos - nudez, relação sexual , insinuação de sexo oral, assassinato, mutilação)
Canadá - Jean Marc LeBlanc é um desalentado funcionário público de Quebec. De nada adiantam as palestras sobre terapia do riso ou feng shui, das quais é obrigado a participar com os colegas antes do expediente, ele não vê futuro em sua vida pessoal ou profissional. A cada dia Jean Marc se vê impotente diante das queixas dos cidadãos frente a leis absurdas que controlam o dia a dia dos canadenses. A sociedade politicamente correta transformou o vício do tabaco em crime, "negro" é uma não-palavra que não pode ser pronunciada. Em casa, ele é ignorado pela mulher e duas filhas, Mégane e Coralie. A esposa Sylvie é corretora de imóveis bem-sucedida, não tem tempo para ele e está sempre falando ao telefone. As meninas, de 13 e 15 anos, seguem pelo mesmo caminho: ou estão ouvindo seus ipods ou jogando frente a tv.
Jean Marc visita semanalmente a mãe esclerosada numa clínica e sofre ao observar o total desligamento da única pessoa que lhe permite demonstrações de afeto. O imaginoso funcionário elabora um mundo de sonhos onde se refugia para ser jovem, cantor, escritor ou político famoso e atrair belas mulheres, especialmente uma carinhosa, loura e compreensiva top-model. Quando a esposa Sylvie parte para Toronto ele tenta conhecer alguém real numa série de encontros relâmpago. Mas a pretendente Beatrice de Sabóia quer viver o período medieval no presente. Será essa a solução para trazer alguma cor ao mundo do funcionário sonhador?
Em contraste com o mundo cinzento da realidade, as fantasias de Jean Marc se expressam em tons mais vibrantes. São vermelhos e muito femininos os sapatos da jornalista imaginária que lhe concede favores sexuais ou as vestes da modelo Veronica Star.
"A Era da Inocência" é o último filme da trilogia do canadense Denys Arcand sobre a desintegração da sociedade ocidental contemporânea. Houve quem não gostasse do final ( que não desejo adiantar), mas não foi meu caso. Fiquei bem satisfeita com a solução do roteirista-diretor, sobretudo com as últimas imagens, acompanhadas de bela música. Assisti até o fim a lista de créditos para prolongar ainda alguns segundos o alento de viver numa era de inocência. Mas muito feliz voltei às comodidades da vida moderna, como o uso do Google para pesquisa de imagens, já antecipando nosso delicioso almoço em família, sem TV, é claro.
Diretor: Denys Arcand
Roteiro: Denys Arcand
Música: Philippe Miller
Fotografia: Guy Dufaux
Elenco: Marc Labrèche, Diane Kruger, Sylvie Léonard, Caroline Néron, Rufus Wainwright, Macha Grenon, Bernard Pivot, Michel Rivard, Camille Léonard Rioux
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigada, Patrícia, desconfio que você seja muito generosa e bem-humorada! Seus comentários sempre me deixam feliz! Um beijo,
ResponderExcluirstella
Também gosto do filme Stella, apesar de este não chegar aos pés dos anteriores da trilogia. O tom também é diferente e é uma boa oportunidade para arriscar mais.
ResponderExcluirRafael, neste filme já comecei gostando da capa!
ResponderExcluir