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domingo, 22 de novembro de 2009

A Era da Inocência

L'Âge des Ténèbres * *
(2007) 99 min (16 anos - nudez, relação sexual , insinuação de sexo oral, assassinato, mutilação)


Canadá - Jean Marc LeBlanc é um desalentado funcionário público de Quebec. De nada adiantam as palestras sobre terapia do riso ou feng shui, das quais é obrigado a participar com os colegas antes do expediente, ele não vê futuro em sua vida pessoal ou profissional. A cada dia Jean Marc se vê impotente diante das queixas dos cidadãos frente a leis absurdas que controlam o dia a dia dos canadenses. A sociedade politicamente correta transformou o vício do tabaco em crime, "negro" é uma não-palavra que não pode ser pronunciada. Em casa, ele é ignorado pela mulher e duas filhas, Mégane e Coralie. A esposa Sylvie é corretora de imóveis bem-sucedida, não tem tempo para ele e está sempre falando ao telefone. As meninas, de 13 e 15 anos, seguem pelo mesmo caminho: ou estão ouvindo seus ipods ou jogando frente a tv.

Jean Marc visita semanalmente a mãe esclerosada numa clínica e sofre ao observar o total desligamento da única pessoa que lhe permite demonstrações de afeto. O imaginoso funcionário elabora um mundo de sonhos onde se refugia para ser jovem, cantor, escritor ou político famoso e atrair belas mulheres, especialmente uma carinhosa, loura e compreensiva top-model. Quando a esposa Sylvie parte para Toronto ele tenta conhecer alguém real numa série de encontros relâmpago. Mas a pretendente Beatrice de Sabóia quer viver o período medieval no presente. Será essa a solução para trazer alguma cor ao mundo do funcionário sonhador?

Em contraste com o mundo cinzento da realidade, as fantasias de Jean Marc se expressam em tons mais vibrantes. São vermelhos e muito femininos os sapatos da jornalista imaginária que lhe concede favores sexuais ou as vestes da modelo Veronica Star.

"A Era da Inocência" é o último filme da trilogia do canadense Denys Arcand sobre a desintegração da sociedade ocidental contemporânea. Houve quem não gostasse do final ( que não desejo adiantar), mas não foi meu caso. Fiquei bem satisfeita com a solução do roteirista-diretor, sobretudo com as últimas imagens, acompanhadas de bela música. Assisti até o fim a lista de créditos para prolongar ainda alguns segundos o alento de viver numa era de inocência. Mas muito feliz voltei às comodidades da vida moderna, como o uso do Google para pesquisa de imagens, já antecipando nosso delicioso almoço em família, sem TV, é claro.


Diretor: Denys Arcand
Roteiro: Denys Arcand
Música: Philippe Miller
Fotografia: Guy Dufaux
Elenco: Marc Labrèche, Diane Kruger, Sylvie Léonard, Caroline Néron, Rufus Wainwright, Macha Grenon, Bernard Pivot, Michel Rivard, Camille Léonard Rioux

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Obrigada, Patrícia, desconfio que você seja muito generosa e bem-humorada! Seus comentários sempre me deixam feliz! Um beijo,
    stella

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  3. Também gosto do filme Stella, apesar de este não chegar aos pés dos anteriores da trilogia. O tom também é diferente e é uma boa oportunidade para arriscar mais.

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  4. Rafael, neste filme já comecei gostando da capa!

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