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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Criação

Creation * *
(2009) 104 min (10 anos)



Inglaterra - Não estamos no centro do universo, descendemos de seres menos evoluídos do que nós, não somos tão racionais quanto julgávamos. Copérnico, Charles Darwin e Freud destruíram três antigas ilusões humanas, mas aperfeiçoaram nossa auto-imagem. Menos soberbos e mais realistas nos tornanos, graças aos três brilhantes cientistas.

"Criação" retrata uma fase crucial na vida do naturalista Charles Robert Darwin (1809-1882), o período em que elaborou sua obra mais importante, "A Origem das Espécies". O inglês convenceu a comunidade científica da evidência da evolução, a partir da seleção natural. O roteiro do filme se baseou no livro de Randal Keynes, descendente direto de Darwin. Talvez por isso tenha um tom mais pessoal, familiar, do que científico. A ênfase da narrativa é no relacionamento com a esposa Emma e os filhos. O cientista era um pai dedicado que gostava de contar histórias e passear com suas crianças pelo campo. Casado com uma prima em primeiro grau, temia que a consanguinidade gerasse uma descendência frágil. Devastado pela morte de Annie, sua afetuosa primogênita, o cientista se afasta da mulher e dos filhos, refugiando-se no trabalho. Emma procura conforto na religião, sua fé lhe dá forças para manter a família unida. Sete dos seus dez filhos sobreviveram.

Casados na vida real, Paul Bettany e Jennifer Connelly interpretam com intensidade os Darwin. "Criação" é bem-feito, agradável, emocionante. Especialmente bonita é a abertura, enfatizando a semelhança nas formas e movimento entre diferentes espécies. A cena abaixo, despedida entre Darwin e a orangotango Jenny, evoca o instante da criação do homem por Deus, pintura de Michelangelo Buonarroti para a abóbada da Capela Sistina.



A maioria da humanidade acredita num Ser Superior, cerca de 90%. Muitos vêem evidência de Sua presença na beleza e harmonia do universo. Outros aderem à fé na existência de Deus pela convicção de que é um valor que dá sentido à vida, tornando-a uma experiência melhor. Entre os 10% que crêem que a matéria é eterna, ou que surgiu do nada, por acaso, há muitos que não entendem como um Ser Todo-Poderoso permite o sofrimento de inocentes. É mesmo difícil de compreender. Mas acreditar, ou não, em Deus não decorre de um exercício de inteligência ou razão. Ela parece ter pouco a acrescentar ao tema. Há intelectuais brilhantes dos dois lados da questão. Permanece uma adesão da vontade, uma questão de Fé.

Charles Darwin foi enterrado na Abadia de Westminster, próximo a Isaac Newton. Ele é uma das cinco pessoas não ligadas à família real inglesa a ter um funeral de Estado no século XIX. (Wikipedia) Foi um funeral cristão, ao qual compareceram cientistas, filósofos e autoridades de todo tipo. Além destes, estiveram presentes Joseph Parslow, assistente e amigo de toda vida, e Mrs. Evens, cozinheira da família.


Charles Robert Darwin e sua prima, e esposa, Emma Darwin

Diretor:
Jon Amiel
Roteiro: John Collee, baseado no livro "Annie's Box", de Randal Keynes
Música: Christopher Young
Fotografia: Jess Hall
Elenco: Paul Bettany, Jennifer Connelly, Jeremy Northam, Toby Jones, Benedict Cumberbatch, Jim Carter, Bill Paterson, Martha West, Pauline Stone, Freya Parks

2 comentários:

  1. Justamente esse exagero no lado mais pessoal de Darwin que não fez que eu gostasse tanto do filme.

    Mas ele tem várias qualidades e a atuação do Paul Betanny é a principal!

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  2. Pois é Bruno, esse lado pesoal talvez agrade mais às mulheres, quem sabe? Que bom que você viu qualidades no filme.

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