(2009) 100 min (14 anos)
"A única coisa que fez o todo valer a pena foram as poucas vezes em que fui capaz de me conectar de verdade com outro ser humano."
EUA, Los Angeles - Um corpo masculino flutua, enquanto a música romântica acompanha seus movimentos na água. Há o som de uma batida, os violinos se destacam na trilha sonora, surge a imagem de um carro acidentado numa paisagem branca. O corpo de um homem jovem jaz deitado sobre a neve. Outro homem se aproxima caminhando, lhe dá um beijo e ... acorda sobressaltado. George Falconer está com o coração partido há oito meses, desde a morte de Jim, seu companheiro durante 16 anos. O professor de literatura mantem as aparências, não falta uma aula, mas a vida perdeu o sentido, desde que não pode partilhá-la em sua casa envidraçada, junto ao arquiteto simpático e otimista.
Na sexta-feira, 30 de novembro de 1962, George decide encerrar a permanência na Terra, faz metódicos preparativos e compra balas para seu revólver. Algumas horas antes da decisão final, o professor deve dar aulas e encontrar Charley, ex-namorada e amiga dos tempos de Londres. Separada, com um filho adulto a quem nunca vê, Charley bebe demais e apóia-se sobretudo em George, como parceiro de gin e fonte de conforto.
"Direito de Amar" é sóbrio e muito belo, plasticamente, o que não surpreende, já que o diretor é um estilista de moda conhecido. Enquadramentos, cores, detalhes, tudo é perfeito. Os tons da fotografia são esmaecidos, ganhando intensidade, brilho e calor nos momentos mais significativos para George.
O encontro do professor inglês e da menina Jennifer, filha dos vizinhos, loura de trancinhas, impecável num rodado vestido azul, é minha cena favorita. Seja pela linda fotografia, seja pelo conteúdo do diálogo, bastante revelador do que se passa na casa ao lado.
Embora comovente pelo desempenho de Colin Firth, "Direito de Amar" passou-me a impressão de um comercial de perfume estrangeiro, lindo, elegante. Há também certa idealização do relacionamento homossexual. As duas mulheres mais importantes do filme fazem restrições aos respectivos esposos: Charley crê que o ex-marido jamais a amou e a vizinha de George, Mrs. Strunk, é feliz junto aos filhos, mas o pouco simpático marido se despede dela friamente, numa cena rápida. O filme não tem um fiapo fora de lugar e, contudo...
Em tempo: Meu jovem amigo Tomás, aluno da faculdade de cinema e criador de curtas muito divertidos, a quem tive o prazer de reencontrar ontem na locadora, contou-me que o designer de moda Tom Ford fez comerciais de perfume para Gucci. Na Wikipedia descobre-se que Tom Ford comanda as marcas Gucci, Saint-Laurent e Balenciaga. Tomás é um espanto, sabe muito sobre cinema. Levou o filme para conferir e prometeu me contar o que achou. Estou curiosa.
O encontro do professor inglês e da menina Jennifer, filha dos vizinhos, loura de trancinhas, impecável num rodado vestido azul, é minha cena favorita. Seja pela linda fotografia, seja pelo conteúdo do diálogo, bastante revelador do que se passa na casa ao lado.
Embora comovente pelo desempenho de Colin Firth, "Direito de Amar" passou-me a impressão de um comercial de perfume estrangeiro, lindo, elegante. Há também certa idealização do relacionamento homossexual. As duas mulheres mais importantes do filme fazem restrições aos respectivos esposos: Charley crê que o ex-marido jamais a amou e a vizinha de George, Mrs. Strunk, é feliz junto aos filhos, mas o pouco simpático marido se despede dela friamente, numa cena rápida. O filme não tem um fiapo fora de lugar e, contudo...
Em tempo: Meu jovem amigo Tomás, aluno da faculdade de cinema e criador de curtas muito divertidos, a quem tive o prazer de reencontrar ontem na locadora, contou-me que o designer de moda Tom Ford fez comerciais de perfume para Gucci. Na Wikipedia descobre-se que Tom Ford comanda as marcas Gucci, Saint-Laurent e Balenciaga. Tomás é um espanto, sabe muito sobre cinema. Levou o filme para conferir e prometeu me contar o que achou. Estou curiosa.
Diretor: Tom Ford
Roteiro: Tom Ford & David Scearce, baseado no livro de Christopher Isherwood
Música: Abel Korzeniowski, Shigeru Umebayashi
Fotografia: Eduard Grau
Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Matthew Goode, Nicholas Hoult, Jon Korta Jarena, Ginnifer Goodwin, Ryan Simpkins, Paul Butler, Keri Lynn Pratt, Tricia Munford, Paulette Lamori, Teddy Sears
Esse é um dos meus filmes preferidos que vi este ano.
ResponderExcluirEsse começo que você já descreveu já me fez ter certeza que seria uma obra diferenciada.
Tem vários momentos marcantes, mas o que eu mais gostei foi aquele envolvendo os cachorros, bem tocante.
Esse é um dos meus filmes preferidos que vi este ano.
ResponderExcluirEsse começo que você já descreveu já me fez ter certeza que seria uma obra diferenciada.
Tem vários momentos marcantes, mas o que eu mais gostei foi aquele envolvendo os cachorros, bem tocante.
Bruno, é impressionante como um bom filme se delineia a partir dos primeiros segundos da apresentação. Já nos créditos é possível avaliar a força do diretor.
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