(2011) 95 min (12 anos)
Argentina, Buenos Aires - Mariana e Martin moram na avenida Santa Fé. Ele ocupa um apartamento de 40 m² no número 1105, onde passa os dias nos computadores, construindo sites. Hipocondríaco e fóbico em recuperação, não sai de casa sem sua mochila equipada com lanterna, canivete, óculos escuros, capa impermeável, Rivotril, Amoxicilina, Ibuprofeno, iPod com 8000 músicas e 3 filmes de Jacques Tati. Mariana mudou-se há pouco para um duplex no oitavo andar do número 1183. Formada em arquitetura, ainda não construiu nada e trabalha na arrumação de vitrines de loja. A vitrinista tem medo de elevadores. O livro de sua vida é "Onde Está Wally", do ilustrador britânico Martin Handford.
Os dois prédios estão separados apenas por uma construção mais baixa; Martin e Mariana são quase vizinhos. Embora andem pela mesmas calçadas, nadem na mesma piscina, no mesmo horário, frequentem as mesmas lojas e cinema, jamais se notaram. Ambos terminaram relacionamentos recentemente e as tentativas de se aproximarem de outras pessoas resultam desapontadoras. Os dois solitários são como as medianeiras, o lado inútil dos prédios, por onde não se entra ou sai, às vezes descascados ou ocupados por anúncios, aquela fachada mais miserável de cada edifício. Como podem se destacar da multidão?
Medianeras é um conto sobre o isolamento construído pela vida moderna, tornado mais agudo na cidade grande. "A cidade que os coloca juntos é a mesma que os separa." "Todos os males da cidade são culpa dos arquitetos e incorporadores." Morando tão perto, gostando das mesmas músicas e filmes, Martin e Mariana correm o risco de jamais se encontrarem. E nossa aflição só cresce, à medida em que vislumbramos essa possibilidade. Contudo é um filme divertido, simpático, que fica voltando na memória. A espanhola Pilar López de Ayala (Mariana) tem espaço para mostrar seu talento.
Diretor: Gustavo Taretto
Roteiro: Gustavo Taretto
Musica: Gabriel Chwojnik
Fotografia: Leandro Martinez
Elenco: Javier Drolas, Pilar López de Ayala, Jorge Lanata, Inés Efron, Rafael Ferro, Carla Peterson
Distribuidora: Imovision
Assisti a esse filme no Festival de Gramado e fiquei muito satisfeito com o resultado. Acredito que, dos exemplares argentinos que chegaram ao nosso cinema em 2011, é o melhor. Consegue ser superior ao superestimado "Um Conto Chinês".
ResponderExcluirGostei dos dois, Matheus. Fico sempre satisfeita quando assisto algum filme acima da média. Um abraço, S.
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