Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

The 13th Day

O 13º Dia * *
(2009) 85 min (preto e branco/cores)

Meu irmão mais velho descobriu 'O 13º Dia' em suas pesquisas na internet e pediu o filme como presente de aniversário.  Como ainda não foi lançado no Brasil, só foi possível encontrá-lo na Amazon.  O DVD chegou alguns dias depois da comemoração, mas sua alegria foi a de quem recebe o melhor presente da sua vida.  Eu estava descrente.  Pelo trailer, achei a cenografia simples demais, nada do que vi me impressionou.  Nem mesmo os comentários entusiasmados do aniversariante depois de ter assistido o filme.

Pois hoje cedo foi minha vez. Fui tocada pela beleza da obra de Ian e Dominic Higgins. Compreendi que a simplicidade foi uma escolha dos diretores.  Limitaram-se ao essencial, deixando os acontecimentos falarem por si.  As imagens suaves em preto e branco recriam o visual dos filmes antigos, talvez inspiradas nas fotografias de arquivo da multidão que assiste ao 'Milagre do Sol' (13 de outubro de 1917).  As cores surgem apenas naqueles momentos em que Nossa Senhora de Fátima aparece.

Num extra do DVD, o franciscano Andrew Apostoli explica muitos detalhes da experiência de Lucia, Jacinta e Francisco, começando pelo significado da palavra 'fátima' (paz), levada à região por um príncipe árabe, apaixonado pela esposa Fátima.  Infelizmente essa parte é falada em inglês, sem legendas. Só existem 8 exemplares do filme à venda na Amazon.  Nem acabei de assistir aos comentários do monge, mas acho que vou logo encomendar um '13º Dia' para mim.  Hoje será minha vez de agradecer ao aniversariante; fortaleceu minha fé.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Midnight in Paris

Meia-Noite em Paris, direção de Woody Allen.


Graças a Deus tudo deu certo e consegui chegar à sala 4 do Cinemark Botafogo, bem a tempo de assistir à primeira sessão de 'Meia-Noite em Paris'!  Numa semana cheia de compromissos, o horário de 11:30 encaixou perfeitamente.  Foi uma experiência emocionante, que recomendo a todos os fãs de Woody Allen e apaixonados por Paris, quer já conheçam ou ainda não.  Meu exigente marido, que aprecia poucos filmes, gostou tanto quanto eu.  Deu até umas risadinhas!  Ficarei feliz em rever em casa quando os DVDs chegarem às locadoras.  Tendo um fiel controle remoto nas mãos, repetirei as frases favoritas ou esmiuçarei detalhes.  Para os que puderem, assistir 'Meia-Noite em Paris' na tela grande vale cada centavo do ingresso.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Matador em Perigo

Wild Target
(2010) 98 min (14 anos)

Inglaterra - Victor Maynard é um assassino de meia-idade, meticuloso, eficiente e implacável; até conhecer Rose, seu último alvo.  A vigarista cleptomaníaca encomendou a um amigo, restaurador da National Gallery, a cópia perfeita do auto-retrato de Rembrandt e depois vendeu para um colecionador inescrupuloso.  Descobrindo-se enganado, o gangster apaixonado por arte não hesita em contratar Victor Maynard para matar Rose.  Mas as coisas não saem como o planejado, havia uma testemunha, o assassino falha pela primeira vez e se transforma em guarda-costas daquela que devia eliminar. De quebra, carrega a testemunha na fuga e assim o jovem Tony se torna seu aprendiz. Nada disso agrada Louisa Maynard, a mãe zelosa que organiza um álbum com recortes das notícias de jornal sobre os crimes cometidos pelo filho.

'Matador em Perigo' reune um elenco nota dez. Bill Nighby está ótimo como o assassino que cultiva bonsai e um bigodinho impecável.  Emily Blunt dá vida à impulsiva Rose. Os ingleses continuam insuperáveis na arte da interpretação e uma comédia ágil é sempre bem-vinda.

Diretor: Jonathan Lynn
Roteiro: Lucinda Coxon, baseado no filme 'Cible Émouvante', de Pierre Salvadori
Musica: Michael Price
Fotografia: David Johnson
Elenco: Bill Nighy, Emily Blunt, Rupert Grint, Rupert Everett, Eileen Atkins, Martin Freeman
Distribuidora: Paramount

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lixo Extraordinário

Lixo Extraordinário * *
Waste Land
(2010) 99 min (Livre)
Ler é fundamental.  Há pessoas que são loucas.  Compram o livro, lêem e jogam fora.  Absurdo.
(Tião, presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho)

Tião como Marat
Vik Muniz é o artista plástico brasileiro mais conhecido no exterior.  Sua participação no programa de entrevistas de Jô Soares abre este documentário. Nascido de família pobre, publicitário formado em São Paulo, o artista aproveitou uma oportunidade extraordinária para ir para os EUA, em 1983.  Um de seus primeiros empregos foi num supermercado, onde recolhia os carrinhos deixados no estacionamento e limpava em volta das lixeiras.  Mais tarde emoldurou quadros, virou escultor, fotógrafo e criador de imagens elaboradas a partir de materiais inusitados, como açúcar, chocolate líquido, ketchup, lixo e poeira.  Desde 1988 integra o circuito internacional de arte.

Jardim Gramacho é um bairro de Duque de Caxias.  Neste município do estado do Rio de Janeiro encontra-se o maior aterro sanitário da América Latina, ocupando uma área de 1,3 milhões de m².  O local recebe 70% do lixo da capital e 100% do lixo dos municípios de Duque de Caxias, Nilópolis, São João de Meriti e Queimados.  

Mais de 3000 catadores aguardam a chegada dos caminhões para selecionar o material reciclável solicitado pelas indústrias.  Entre esses homens e mulheres, que tiram o sustento do que a sociedade rejeitou, Vik Muniz encontrou algumas personalidades cativantes, verdadeiros exemplos de vida. Valter, Isis, Tião, Suelem e Zumbi participaram da criação de obras que foram vendidas em benefício da ACAMJG (Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho). Suas realidades e sonhos comovem. Cabe-nos conhecê-los, valorizar seu trabalho e cobrar das autoridades a solução de seus problemas. O aterro está no limite de sua capacidade e tem previsão de ser fechado até o final de 2011.  
Suelem e filhos

'Lixo Extraordinário' foi indicado para o Oscar de Melhor Documentário.  Ganhou os premios da Anistia Internacional, em Berlim, e dos Festivais de Seattle, Sundance e São Paulo.

Diretora: Lucy Walker
Musica: Moby
Som: José Moreau Louzeiro, Aloisio Compasso
Montagem: Pedro Kos
Fotografia: Dudu Miranda
Participação: Vik Muniz, Fábio, Tião, Zumbi, Isis Rodrigues Barros, Valter dos Santos, Suelem
Distribuidora: Paris Filmes

Bravura Indômita

True Grit * *
(2010) 110 min (16 anos)

EUA - Mattie Ross procura um xerife que tenha verdadeira coragem.  A menina de 14 anos, que deseja vingar a morte do pai, é pura bravura, determinação, além de ser um celeiro de respostas rápidas e inteligentes.  Sua negociação com o dono do estábulo, de onde o cavalo de Frank Ross foi roubado pelo assassino Tom Chaney, é uma das melhores cenas do filme.  Se eu não tivesse uma amiga que parece ter sido uma adolescente ao feitio de Mattie, diria que a existência de tal personagem seria bastante improvável.

A decidida guria escolhe Rooster Cogburn para a missão porque o federal não faz questão de trazer qualquer suspeito vivo.  Por 100 dólares, o xerife meio bêbado aceita seguir a pista de Tom Chaney. O assassino também é procurado pelo Texas Ranger LaBoeuf, pois o renegado matou um senador no Texas.  Apesar de fazerem restrições uns aos outros, Mattie, Cogburn e LaBoeuf seguem juntos a trilha de Tom Chaney, por dentro da nação indígena.  Não falta coragem a esse grupo heterogêneo.

Joel & Ethan Coen foram sóbrios ao recontarem essa história, antes dirigida por Henry Hathaway (1969) e interpretada por John Wayne, Kim Darby e Robert Duvall.  As principais virtudes do atual 'Bravura Indômita' são a bela fotografia de Roger Deakins, um toque de humor nos diálogos e personagens, a interpretação da jovem Hailee Steinfeld como Mattie, além de figurinos e cenários absolutamente perfeitos na recriação do velho oeste.  Para ficar ainda melhor, só faltava incluir ao final uma espiada na fazenda de Frank Ross e no resto de sua família.  Os irmãos Coen ficaram me devendo essa.

Quanto à minha amiga - destemida e empreendedora, que criou o 'By Star' para mim, fez sozinha o inventário do pai em apenas 6 meses - é uma jovem senhora de quase 50 anos, sorridente, alegre e gentil. Não sei se posso dizer o mesmo de Mattie na sua idade.  Cada um julgue por si.


Diretor: Joel & Ethan Coen
Roteiro: Joel & Ethan Coen, baseado no livro de Charles Portis
Musica: Carter Burwell
Fotografia: Roger Deakins
Elenco: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin, Jarlath Conroy, Elizabeth Marvel, Barry Pepper, Ed Lee Corbin, Leon Russom, Bruce Green, Candyce Hinkle, Joe Stevens, David Lipman, Jake Walker
Distribuidora: Paramount

quarta-feira, 22 de junho de 2011

GARAPA

Garapa * *
(2009) 110 min (10 anos) Preto e Branco

Ceará - As estatísticas da ONU indicam que mais de 920 milhões sofrem de fome crônica no mundo.  Na África, as imagens de fotógrafos e cineastas mostraram a miséria esquálida, as pessoas-esqueleto.  No Brasil, a desnutrição crônica pode arredondar as formas e clarear os cabelos.  

Alimentadas com mamadeiras de água fervida com açúcar - a garapinha - as crianças desenvolvem grave desnutrição protêica.  O documentário de José Padilha acompanhou por um mês a rotina de 3 famílias que vivem abaixo da linha da pobreza. Uma na periferia de Fortaleza, outra na região rural e a terceira em Choró, interior do Ceará.  Rosa, Robertina e Lúcia encaram a fome diariamente, racionando o pouco alimento que obtiveram para a sobrevivência dos seus.  

Os maridos não conseguem trabalho na região.  As plantas até brotam, mas, na falta de água, não vingam.  Um deles, cachaceiro assumido, troca o cartão de transporte, o leite dos filhos e a vela do filtro de água, por álcool, um outro tipo de garapa.  Quando não choram de fome ou dor de dente, as crianças brincam, como todas as outras mais afortunadas.  Duas das mães recebem R$ 50,00 do Fome Zero, o que cobre uns 12 dias de almoço ou jantar.  O resto fica por conta da garapa.  A terceira mãe, Robertina, não conseguiu se inscrever no programa de assistência oficial porque não tem registro civil, ela mesma filha de mãe alcoólatra.  A família recebe uma sacola da Pastoral da Criança.  Seus 11 filhos têm certidão de nascimento.

O filme de José Padilha é forte, é lento, é imprescindível para tornar realidade o que os números das estatísticas esterilizam.  Não faz esforço algum para comover ou explicar a miséria.  A ausência de cor/emoção só realça a beleza das imagens, reveladoras de uma situação horrível.  Rara, atualmente, nos grandes centros urbanos do sul ou sudeste, a miséria cruel ainda se mostra em outros cantos do Brasil.  Os que vivem nesta grave situação de insegurança alimentar esperam a ajuda das mãos de Deus.  Deus conta que sejamos Seus braços.

Curiosidade:
Garapa é o caldo da cana-de-açucar, do qual, após a fermentação, se produz a cachaça, o açucar e o etanol (alcool).

* O corpo das crianças incha devido à retenção de líquidos. É a desnutrição do tipo húmido ou kwashiorkor, 'uma palavra africana que significa «primeira criança-segunda criança». Esta expressão tem a sua origem na observação do desenvolvimento desta doença no primeiro filho, quando nasce o segundo e substitui o primeiro no peito da mãe. (Manual Merck)  

Diretor: José Padilha
Fotografia: Marcela Bourseau
Som: Yan Saldanha
Montagem: Felipe Lacerda, José Padilha
Distribuidora: Vinny filmes

Desconhecido

Unknown
(2011) 113 min (14 anos)

EUA - O Dr. Martin Harris viaja de avião com a esposa Liz para um Encontro Global de Biotecnologia em Berlim. Percebendo que deixou uma pasta no aeroporto, Martin volta sozinho para buscar a valise.  Depois de um acidente lançar dentro do rio o táxi em que estava, ele acorda de um coma na enfermaria do hospital.  Preocupado por Elizabeth não conhecer a cidade, Harris força sua alta e vai procurá-la. Mas sua mulher não o reconhece e um outro homem ocupou seu lugar no hotel.  Ignorado pelas autoridades e caçado por assassinos, ele está cansado e começa a ficar confuso quanto à própria identidade.

Liam Neeson é o tipo do ator que dá credibilidade instantânea ao personagem e isso é agradável.  Logo se percebe que este é apenas mais um filme de suspense bem feito, com ótimo elenco e os ingredientes costumeiros.  Mas me chamou a atenção foi ter sido lançado no mesmo período em que Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, encaminhou um projeto bastante polêmico sobre transgênicos.  A proposta, que tramita em regime de prioridade, 'revoga o artigo atual da Lei de Biossegurança que proíbe a venda de tecnologias genéticas de restrição de uso (GURTS, em inglês).  Conhecida como 'Terminator', a técnica permite a criação de sementes que só podem germinar uma única vez.  Em Nagoya, no Japão, mais de cem países, entre eles o Brasil, assumiram o compromisso de não adotar essa prática.  O projeto também proíbe a rotulagem dos produtos com substâncias transgênicas.' (Agostinho Vieira, na coluna Eco Verde - Globo 9/6/11)  

Durante milênios, os agricultores separam parte da produção de grãos para o plantio da próxima safra.  A idéia de criar uma técnica, tornando a agricultura mundial dependente das multinacionais produtoras de semente, só poderia ter saído da cabeça do fictício Damien Thorn. O personagem é filho do capeta e poderoso proprietário de um conglomerado no ramo de alimentos, em A Profecia 3 (Omen III: The Final Conflict).  Na vida real, Monsanto e assemelhadas desempenham o papel de ousadas reformadoras da natureza.  O assunto é sério e merece aprofundamento, pois as consequências podem ser sinistras.

Diretor: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Oliver Butcher & Stephen Cornwell, baseado no livro 'Out of My Head', de Didier Van Cauwelaert
Musica: John Ottman, Alexander Rudd
Fotografia: Flavio Labiano
Elenco: Liam Neeson, Diane Kruger, Aidan Quinn, Frank Langella, January Jones, Bruno Ganz, Sebastian Koch
Distribuidora: Warner

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Discurso do Rei

The King's Speech * * *
(2010) 119 min (12 anos)
Nenhuma criança começa a falar gaguejando

Inglaterra, 1925 - O Rei George V reina sobre 58 colônias e domínios britânicos, o que compreende 1/4 da população do mundo.  Ele pede ao seu 2º filho, o Duque de York, que faça o discurso de encerramento na exibição Imperial no estádio Wembley, em Londres.  Seria uma tarefa simples para alguém treinado desde o berço para participar de cerimônias oficiais, mas o Príncipe Albert Frederick Arthur George é gago.  Cumprir esse dever torna-se doloroso para quem fala e até constrangedor para quem escuta.

Médicos renomados falharam nas tentativas de ajudar o Duque a superar o problema.  Nem o método das pedras de Demóstenes funcionou, que pareceu tão eficaz quando o professor Higgins ensinou  Eliza Doolittle (My Fair Lady).  Mas a Duquesa de York não desiste e encontra um terapeuta da fala em Harley Street.  

O australiano Lionel Logue não tem títulos nem usa métodos convencionais. Professor de oratória e ator shakespereano fracassado, aprendeu seu ofício na prática, ajudando soldados que voltavam traumatizados da frente de batalha, ou com as cordas vocais danificadas pelos efeitos do gás mostarda.  O terapeuta estava convencido que a gagueira tinha causas  psicológicas.  Com total discrição quanto à identidade do famoso cliente, Logue começa o treinamento baseado num relacionamento de amizade.  Lionel ajuda o futuro Rei a encontrar sua voz e reconstruir sua auto-estima.  As atitudes e transmissões dos discursos de George VI inspiraram os britânicos à resistência durante a 2ª Guerra Mundial.

Além de um elenco afiado, ótimos roteiro, cenografia e a trilha sonora de Alexandre Desplat, destaco a escolha da Sinfonia nº 7 em A + Op 22 Allegretto, do compositor alemão Beethoven, para o momento da leitura do primeiro discurso de guerra.  Empolgante.

Curiosidades:
Colin Firth e Helena Bonham Carter
* O roteirista David Seidler foi gago na infância.  Ainda era uma criança quando ouviu o discurso de guerra de George VI e pensou que também poderia vencer a própria gagueira.  Já crescido, escreveu à Rainha-Mãe, solicitando permissão para usar a história do Rei num filme.  A viúva de George VI pediu que não o fizesse enquanto ela vivesse, pois as memórias ainda eram dolorosas.  Seidler respeitou seu desejo.  A Rainha-Mãe viveu 101 anos, morrendo em 30 de março de 2002.  David Seidler tornou-se a pessoa mais velha a ganhar o Oscar de Melhor Roteiro Original por este filme, aos 73 anos de idade.

* 9 semanas antes de começarem as gravações, a produção encontrou os diários não publicados de Lionel Logue, relatando as sessões de terapia da fala com o Rei.  David Seidler reviu o roteiro, incluindo frases de diálogos verídicos entre Lionel e Bertie, como era chamado pelos íntimos.  Valeu a pena esperar e ser fiel à promessa feita à Rainha-Mãe!

Diretor: Tom Hooper
Roteirista: David Seidler
Musica: Alexandre Desplat
Fotografia: Danny Cohen
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi, Adrian Scarborough, Charles Armstrong, Claire Bloom, Michael Gambon, Jennifer Ehle, Guy Pearce, Eve Best, Timothy Spall, Roger Parrott, Anthony Andrews
Distribuidora: Paris Filmes

sábado, 18 de junho de 2011

Inverno da Alma

Winter's Bones * *
(2010) 99 min (16 anos)

EUA, Montanhas Ozark, Missouri - A vida parece feliz na cabana da família Dolly. Sonny e Ashley pulam na cama elástica do lado de fora, cuidam de filhotes de animais, andam de skate, ajudam a irmã mais velha a estender a roupa na corda e aprendem noções básicas de sobrevivência.  Não há muito o que comer, mas Ree Dolly, no momento a única responsável pela casa, supera esse problema com simplicidade e afeto.  A jovem de 17 anos faz o que pode para alimentar a família e os animais.  O pai foi preso por fabricar metanfetaminas e a mãe está mentalmente incapacitada.  Carinhosamente, Ree lava seus cabelos e espera que a vida melhore. 

A novidade chega junto com o xerife local.  Jessup Dolly deu a propriedade como garantia de fiança e depois desapareceu.  Se não comparecer no dia do julgamento, a família precisará deixar a casa.  Ree se compromete a encontrar o pai.  Sua busca será mais difícil do que imaginara. Amigos ou parentes, ninguém está disposto a dar respostas e querem que a adolescente deixe o assunto de lado, respeitando o código de silêncio da comunidade.  Arriscando a própria integridade física, a destemida jovem segue em frente; ela é uma Dolly de corpo e alma.

Eis um filme impressionante e delicado, apesar da rudeza de tantos personagens.  O amor de Ree pelos pais e irmãos, sua coragem, pureza e persistência, são inspiradores.  Provocam o respeito até de corações endurecidos, que parecem já ter visto tudo o que há de ruim neste mundo.  Serão os laços de sangue a força de uma família?  Mais provavelmente será o sentimento que inspira as palavras de Ree Dolly ao irmão Sonny: '- Estaria perdida sem o peso de vocês nas minhas costas.'  Parece que esse compromisso é o segredo.

Curiosidades:
* Para interpretar o papel de Ree Dolly, Jennifer Lawrence precisou aprender a esfolar esquilos, cortar lenha e lutar.  A vida de uma atriz pode ser difícil!

* As crianças que interpretam Sonny e Ashley, além da maioria dos extras do filme, são pessoas que vivem na área de Forsyth, Missouri, e nunca atuaram antes.

* O Sargento Russell Schalk, que interpreta o recrutador do exército, é um recrutador na vida real e veterano combatente da 1ª Divisão da Cavalaria.  Jennifer Lawrence lhe fez perguntas vestida a caráter, e ele respondeu como se estivesse falando com um verdadeiro recruta.

Diretor: Debra Granik
Roteiro: Debra Granik & Anne Rossellini, baseado no livro de Daniel Woodrell
Musica: Dickon Hinchliffe
Fotografia: Michael McDonough
Elenco: Jennifer Lawrence, Isaiah Stone, Ashlee Thompson, Valerie Richard's, John Hawkes, Ronnie Hall, Shelley Waggener, Garret Dillahunt, Lauren Sweetser, Sheryl Lee, Kevin Breznahan
Distribuidora: California Filmes

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Trabalho Interno

Inside Job * *
(2010) 109 min (10 anos)

Por que os engenheiros financeiros devem ganhar de 4 a 100 vezes mais do que os engenheiros convencionais? Engenheiros convencionais constroem poentes. Engenheiros financeiros constroem sonhos. E quando esses sonhos viram pesadelo, os outros é que pagam a conta.

EUA - A Grande Depressão de 1929 durou 10 anos e o desemprego atingiu 25%.  Durante os 45 anos que se seguiram, não houve crise financeira alguma nos Estados Unidos.  O principal motivo para isso foi a indústria de serviços financeiros ter sido regulamentada. Mas essas regulamentações começaram a ser removidas progressivamente nos anos 80. Aí começaram os problemas.

'Trabalho Interno' faz uma análise abrangente sobre a verdade dos fatos por trás da crise econômica de 2008 - o colapso financeiro global que custou mais de US$ 20 trilhões e levou milhões de pessoas a perderem seus empregos e casas. Através de uma pesquisa exaustiva e entrevistas com especialistas da área, políticos, jornalistas e acadêmicos, o filme traça a ascenção de uma indústria nociva que corrompeu figuras chaves para aumentar sua capacidade de enriquecimento.  Através de filmagens de arquivo e entrevistas, revelam-se os vínculos corrosivos entre o mercado financeiro, as instituições federais que deveriam regulamentá-lo, acadêmicos e membros do Congresso americano.  Num mundo globalizado, ninguém escapou das consequências, nem mesmo as economias estáveis de países desenvolvidos.

O documentário de Charles Ferguson é importante, lança alguma luz sobre o surto de ganância, irresponsabilidade e omissão que se apropriou do mercado financeiro nas últimas décadas.  Formatado numa edição agradável, embalado numa bela fotografia, procura tornar compreensível um assunto árido, que poucos de nós chega a entender.  Ainda vou pesquisar mais sobre os tais 'mercados de derivativos', pois não é conceito que pertença ao meu mundo.  Mas ficou bem claro que ninguém foi punido, que bilhões de dólares foram desviados para as contas dos executivos responsáveis pelo caos e que vários deles estão assessorando o atual governo americano.  Aprender com o erro alheio é sabedoria.

Diretor: Charles Ferguson
Roteiro: Charles Ferguson, Adam Bolt, Chad Beck
Musica: Alex Heffes
Fotogafia: Svetlana Cvetko & Kalyanee Mam
Pesquisa: Kalyanee Mam
Narrador: Matt Damon
Elenco (em entrevistas ou imagens de arquivo): Christine Lagarde, Alan Greenspan, Paul Volcker, Barack Obama, Bill Clinton, George W. Bush, Larry Summers, Ben Bernanke, Satyajit Das, Timothy Geithner, Frederic Mishkin, Paul Volcker, Dominique Strausse-Kahn, Charles Morris, Nouriel Roubini, Eliot Spitzer
Distribuidora: Sony Pictures Home Entertaiment
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