Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sábado, 28 de novembro de 2009

Amantes

Two Lovers *
(2008) 110 min (14 anos)



EUA, Nova Iorque - Um jovem caminha pela ponte Brighton, no Brooklyn, carregando roupas num cabide, onde se lê mensagem da tinturaria: "Amamos nossos clientes". Um som forte, ritmado, que lembra o ruído de máquinas numa fábrica, o acompanha. O rapaz sobe na divisória e se deixa cair, de pé, na água fria. Com os braços levantados, seu corpo vai lentamente afundando, enquanto recorda a imagem e as palavras de uma mulher: "Leonard, te amo, mas vou embora." Voltando à superfície, grita por socorro e é auxiliado pelos transeuntes. Confuso e embaraçado, só quer se afastar das pessoas e ir embora.

Vendo-o chegar encharcado, murmurando explicações insuficientes, seus pais deduzem que Leonard se entregou ao desespero mais uma vez. Numa tentativa de ajudá-lo, apresentam-lhe Sandra, filha de um casal amigo, possível comprador da tinturaria da família. Há um interesse mútuo imediato entre os jovens, para satisfação de todos. A intenção dos pais amorosos é que Leonard continue a trabalhar na tinturaria e se case com Sandra. Enfim, tudo estaria resolvido se, no caminho de Leonard, não aparecesse a loura e esguia Michelle. Fascinado pelo seu jeito desprotegido e sofisticado, ele se sente compelido a conquistar a nova vizinha. Não esmorece nem ao descobrir que ela usa drogas e tem um amante casado.

Nesse triângulo, Sandra quer cuidar de Leonard, que deseja salvar Michelle. A morena é calma, gentil, carinhosa e incentiva o gosto do namorado pela fotografia. Seus encontros com Leonard se dão em ambientes fechados e acolhedores. Contrastando, é no topo do edifício em que moram, onde um vento gelado despenteia os cabelos lisos de Michelle, que os vizinhos se procuram. A diferença de clima representa o que esperar do convívio com cada uma das moças. Leonard deve decidir se prefere o carinho tranquilo ou uma vida provável de paixão e turbulência. O que você escolheria?

"Amantes" tem ótimas performances do elenco e um roteiro bem desenvolvido. O personagem de Leonard Kraditor foi escrito tendo Joaquin Phoenix em mente: "uma alma atormentada, solitária, perdida, comovente" (palavras do diretor). Se ele não tivesse aceito o papel, o filme não teria sido realizado. A trilha sonora é um envolvente caso à parte.

Diretor: James Gray
Roteiro: James Gray & Ric Menello
Fotografia: Joaquín Baca-Asay
Elenco: Joaquín Phoenix, Gwyneth Paltrow, Vinessa Shaw, Isabella Rossellini, Elias Koteas, Moni Moshonov, Bob Ari

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Intriga Internacional

North by Northwest * *
(1959) 136 min (14 anos)

EUA - Saindo do escritório, em Nova Iorque, o ocupado publicitário Roger O. Thornhill passa na frente de um casal e entra correndo no táxi amarelo, acompanhado pela secretária. Entre as últimas instruções do dia, Roger recomenda que telefone para sua mãe, marcando um compromisso. Chegando ao Oak Room bar, no Hotel Plaza, onde já é aguardado, o executivo se dá conta de que sua assistente não tem o telefone do lugar em que sua mãe se encontra.

Nesse instante, passa um mensageiro pelo saguão do hotel chamando: "Mr. Kaplan, Mr. George Kaplan". Roger se volta para o rapaz, pensando enviar um telegrama. Isso chama a atenção de dois homens, pois, do seu ponto de vista, Thornhill parece estar respondendo ao mensageiro. Assim começam as desventuras do publicitário que parecia tão aquinhoado pela sorte. Confundido com um agente secreto, ele é raptado pelos dois capangas, e se envolverá de tal forma numa série de acidentes, que nem a própria mãe acreditará em sua inocência.

"Intriga Internacional" me magnetizou pela elegante composição da imagem, direção segura, ritmo ágil, locações incríveis e pela simpatia de Cary Grant, que adiciona leveza e humor num filme de suspense, junto a Jessie Royce Landis, impagável no papel de sua mãe Clara. Mas meu Hitchcock favorito ainda é "O Terceiro Tiro" (The Trouble with Harry).
Jessie Royce Landis

Desta vez, meu bom amigo Tomás venceu minha relutância em rever os clássicos, acenando com os Extras do DVD. Aliás, isso nunca falha, bons extras me fascinam. As novas edições dos filmes de Hitchcock costumam ter Bônus de alta qualidade. No caso de "Intriga Internacional", além do making of, há um documentário sobre o estilo único de Alfred Hitchcock e outro sobre Cary Grant, enriquecido com entrevistas de amigos, ex-esposas, comentários de uma historiadora de cinema, mais filmagens de arquivo, fotos e trechos dos filmes em que atuou. No conjunto, um trabalho esplêndido de pesquisa, incluindo depoimentos de Martin Scorcese, William Friedkin, Guillermo del Toro, sobre a obra do mestre do suspense, católico e inglês de nascimento. Dava para perder?

Hitchcock está fácil de identificar, aparece logo no começo do filme

Diretor:
Alfred Hitchcock
Roteiro: Ernest Lehman
Música: Bernard Herrmann
Fotografia: Robert Burks
Elenco: Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason, Jessie Royce Landis, Martin Landau

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Adoração

Adoration
(2008) 101 min (14 anos)



Canada - No final do ano, as famílias se preparam para o Natal em Toronto, enfeitando casas e jardins. Simon é um adolescente órfão criado pelo impulsivo, mas dedicado, tio materno. Tom nunca descobriu sua vocação, diz o avô Morris ao neto que vai visitá-lo no hospital. Por isso Tom ganha a vida como rebocador de carros estacionados irregularmente. Em compensação, o ancião só tem palavras de elogio para Rachel, a mãe de Simon, que vai registrando no celular todas as informações sobre a morte dos pais.

Na escola, a professora de francês pede aos alunos que traduzam uma antiga notícia de jornal. O artigo fala de um frustrado atentado a bomba em avião cujo destino era Israel. Um homem colocou explosivos na bagagem da mulher grávida. Simon tem a idéia de escrever o trabalho da perspectiva do bebê, ainda na barriga da mãe. Sabine que, além de ensinar francês, também é responsável pelas aulas de teatro, sugere a Simon que desenvolva a história e a apresente como exercício dramático, levando os colegas a pensarem que era ele realmente aquela criança. Envolvido pelo projeto, o adolescente passa a discuti-lo na internet com pessoas de diferentes opiniões: entre elas uma sobrevivente de campo de concentração e um neo-nazista que afirma que o holocausto não existiu.

O diretor canadense Atom Egoyan baseou-se no "Hindawi Affair". Na manhã de 17 de abril de 1986, os agentes de segurança israelense do Aeroporto de Heathrow descobriram explosivos semtex na bagagem de Anne Mary Murphy. A irlandesa grávida ia embarcar num vôo da El Al para Tel Aviv com 375 passageiros. Aparentemente ela desconhecia o conteúdo da valise, que foi preparada pelo noivo jordaniano Nezar Hindawi. Anne Mary pensava estar indo ao encontro da familia dele. O terrorista foi condenado a 45 anos de prisão (Wikipedia).
A câmera sossegada de "Adoração" alinhava melodiosamente as visões de cada personagem em sua busca pela verdade, conciliação e alívio da dor.

Diretor: Atom Egoyan
Roteiro: Atom Egoyan
Música: Mychael Danna
Fotografia: Paul Sarossy
Elenco: Devon Bostick, Arsinée Khanjian, Scott Speedman, Rachel Blanchard, Noam Jenkins

domingo, 22 de novembro de 2009

A Culpa é do Fidel!

La Faute à Fidel! * *
Blame it on Fidel!
(2006) 95 min (Livre)



França, 1970 - Anna de la Mesa tem 9 anos, mora em Paris com os pais e irmão caçula, leva uma vida regrada e tranquila, dividida entre a escola católica e a família. A menina quer ser uma dama como a vovó. Ensina aos primos umas regras de etiqueta à mesa, treina a maneira elegante de beber champanhe e não gosta de correrias infantis. Depois da morte do tio espanhol, um comunista atuante, as coisas começam a mudar.

Os pais se engajam na política, alugam um apartamento menor, onde são visitados por pessoas desconhecidas, entre as quais homens barbudos. Babás de diferentes nacionalidades se sucedem, solidariedade é a palavra de ordem, mas Anna não pode assistir às lições de catecismo. Anna se assusta com essas novidades e desconfia que os pais se tornaram seguidores de Fidel, o líder terrível que confiscou tudo de Filomena, sua babá cubana. Quem está certo, quem está errado? Com o passar do tempo a menina vai amadurecendo sua visão do mundo.

Nina Kervel-Bey, a atriz, pequena só no tamanho, que interpreta Anna de la Mesa, exprime no rostinho sério as nuances de sentimento que agitam sua personagem. O filme é bonito, agradável, humano e ajuda a quem não viveu esse período da história recente a entender melhor o que se passou. O site Omelete tem uma análise muito bem feita e interessante sobre "A Culpa é do Fidel", com comentários pessoais de Camila Guimarães. Na película argentina "Kamchatka", ambientada no mesmo período, os pais são mais bem sucedidos em manter na clandestinidade um ambiente alegre para o filho. Outro filme que vale a pena ser visto.

Diretora: Julie Gravas
Roteiro: Julie Gravas, Arnaud Cathrine, baseado na novela "Tutta Colpa di Fidel"
Música: Armand Amar
Fotografia: Nathalie Durand
Elenco: Nina Kervel-Bey, Julie Depardieu, Stefano Accorsi, Martine Chevallier, Olivier Premier, Marie-Noëlle Bordeaux, Christiana Markou, Thi Thy Tien N'Guyen

A Era da Inocência

L'Âge des Ténèbres * *
(2007) 99 min (16 anos - nudez, relação sexual , insinuação de sexo oral, assassinato, mutilação)


Canadá - Jean Marc LeBlanc é um desalentado funcionário público de Quebec. De nada adiantam as palestras sobre terapia do riso ou feng shui, das quais é obrigado a participar com os colegas antes do expediente, ele não vê futuro em sua vida pessoal ou profissional. A cada dia Jean Marc se vê impotente diante das queixas dos cidadãos frente a leis absurdas que controlam o dia a dia dos canadenses. A sociedade politicamente correta transformou o vício do tabaco em crime, "negro" é uma não-palavra que não pode ser pronunciada. Em casa, ele é ignorado pela mulher e duas filhas, Mégane e Coralie. A esposa Sylvie é corretora de imóveis bem-sucedida, não tem tempo para ele e está sempre falando ao telefone. As meninas, de 13 e 15 anos, seguem pelo mesmo caminho: ou estão ouvindo seus ipods ou jogando frente a tv.

Jean Marc visita semanalmente a mãe esclerosada numa clínica e sofre ao observar o total desligamento da única pessoa que lhe permite demonstrações de afeto. O imaginoso funcionário elabora um mundo de sonhos onde se refugia para ser jovem, cantor, escritor ou político famoso e atrair belas mulheres, especialmente uma carinhosa, loura e compreensiva top-model. Quando a esposa Sylvie parte para Toronto ele tenta conhecer alguém real numa série de encontros relâmpago. Mas a pretendente Beatrice de Sabóia quer viver o período medieval no presente. Será essa a solução para trazer alguma cor ao mundo do funcionário sonhador?

Em contraste com o mundo cinzento da realidade, as fantasias de Jean Marc se expressam em tons mais vibrantes. São vermelhos e muito femininos os sapatos da jornalista imaginária que lhe concede favores sexuais ou as vestes da modelo Veronica Star.

"A Era da Inocência" é o último filme da trilogia do canadense Denys Arcand sobre a desintegração da sociedade ocidental contemporânea. Houve quem não gostasse do final ( que não desejo adiantar), mas não foi meu caso. Fiquei bem satisfeita com a solução do roteirista-diretor, sobretudo com as últimas imagens, acompanhadas de bela música. Assisti até o fim a lista de créditos para prolongar ainda alguns segundos o alento de viver numa era de inocência. Mas muito feliz voltei às comodidades da vida moderna, como o uso do Google para pesquisa de imagens, já antecipando nosso delicioso almoço em família, sem TV, é claro.


Diretor: Denys Arcand
Roteiro: Denys Arcand
Música: Philippe Miller
Fotografia: Guy Dufaux
Elenco: Marc Labrèche, Diane Kruger, Sylvie Léonard, Caroline Néron, Rufus Wainwright, Macha Grenon, Bernard Pivot, Michel Rivard, Camille Léonard Rioux

sábado, 21 de novembro de 2009

Harry Potter e o Enigma do Principe

Harry Potter and the Half-Blood Prince *
(2009) 153 min (12 anos)



Inglaterra - Harry Potter deve retornar para seu 6° ano de treinamento em Hogwarts. Depois da temível experiência com Lorde Voldemort é natural que esteja receoso. O diretor Dumbledore leva Harry até a casa do professor Horace Slughorn, a quem tenta convencer a dar aulas sobre poções na escola de magia. Dumbledore gostaria de colocar Harry sob a proteção de Slughorn pois o jovem vai precisar de toda a ajuda possível. Os Comensais da Morte já estão agindo no mundo dos "trouxas" e no dos feiticeiros. Varrendo as ruas de Londres como uma fumaça escura e violenta, destroem a loja de magia Borgin & Burks e a ponte do Milênio.

Na escola, o clima de romance está no ar e os pares começam a se formar. Harry e Hermione sofrem ao perceber que seus eleitos escolheram outros. Nas aulas de Poções Mágicas do professor Horace, cada aluno pega um livro no armário de madeira. O exemplar de Harry está todo anotado com instruções adicionais de um misterioso Príncipe Mestiço. Graças a essas instruções, ele vence o desafio do professor Slughorn e ganha um frasco com a Poção da Sorte. Harry vai precisar de cada gota para descobrir segredos e superar as ameaças que rondam Hogwarts.
"Harry Potter e o Enigma do Príncipe" tem a receita mágica para o sucesso: diretor competente, bom roteiro e música, elenco excepcional, bela fotografia. Quando o filme acabou lamentei não poder assistir logo ao desfecho da história. O sétimo e último da série virá em duas partes, previstas para 2010 e 2011 (Harry Potter e as Relíquias da Morte: Partes I e II). Nada a fazer, além de esperar.


Curiosidades: (do imdb)
* a participação de Maggie Smith foi discreta; a dama do teatro inglês completou as filmagens enquanto fazia radioterapia para tratar um câncer de seio.
* O diretor David Yates escolheu Hero Fiennes-Tiffin para interpretar Tom Riddle aos 11 anos pela semelhança do menino com o tio Ralph Fiennes, que interpreta Lorde Voldemort.
* Bruno Delbonnel foi escolhido para diretor de fotografia por David Yates: "A escolha dos ângulos, os close-ups radicais, o ritmo das cenas... É cheio de camadas, incrivelmente rico."

Os Comensais da Morte
Diretor: David Yates
Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J. K. Rowlings
Música: Nicholas Hooper
Fotografia: Bruno Delbonnel
Elenco: Daniel Radcliff, Rupert Grint, Emma Watson, Jim Broadbent, Michael Gambon, Helena Bonham Carter, Tom Felton, Robbie Coltrane, Alan Rickman, Maggie Smith, Timothy Spall, David Thewlis, Julie Walters, Jessie Cave, Bonnie Wright, James Phelps, Oliver Phelps, Mark Williams, Evanna Lynch, Hero Fiennes-Tiffin, Anna Shaffer, Frank Dillane, Geraldine Somerville

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Há tanto Tempo que te Amo

Il y a longtemps que je t'aime *
(2008) 116 min (12 anos)



"Antes da faculdade, dei aula durante 10 anos na prisão (...) nada foi como era antes. Eu via tudo diferente. Os outros, o céu, o tempo que passa. Percebi que todos que conheci lá dentro eram como eu. Eles poderiam estar no meu lugar e eu no deles." (Michel)

França - "Juliette está prestes a sair da cadeia, onde permaneceu por 15 anos. Sua irmã caçula Léa a aguarda do lado de fora, para recebê-la em sua casa, onde vive com o marido Luc e duas filhas pequenas, vietnamitas e adotadas, além do sogro que perdeu a fala. A situação não é fácil porque Juliette cometeu o mais terrível dos assassinatos e nunca falou disso com ninguém, além de admitir a própria culpa. A reintegração à normalidade é difícil para Juliette. Sua ficha criminal produz rejeição na hora de buscar trabalho. Luc teme deixá-la tomando conta das meninas. Contudo a ex-presidiária encontra afeto e compreensão em sua irmã, no agente da condicional e em Michel, um professor universitário amigo de Léa." (Decine21)

Kristin Scott Thomas está excelente no papel de Juliette e o elenco como um todo não fica atrás. O desenrolar da história não constitui uma surpresa, pois o roteiro vai deixando indícios, mas prende a atenção e emociona até o fim. Vários temas são abordados: sofrimento, solidão, morte, dificuldade em abrir-se para o outro, sentimento de culpa e a família como fonte de afeto e acolhimento. O título "Há tanto tempo que te amo" vem da letra de uma canção do filme, o qual ganhou vários prêmios, inclusive o Bafta para Melhor Filme em Língua Estrangeira. As mais sensíveis podem ir preparando o lenço!

Diretor: Philippe Claudel
Roteiro: Philippe Claudel
Música: Jean-Louis Aubert
Fotografia: Jérôme Almeras
Elenco: Kristin Scott Thomas, Elsa Zylberstein, Serge Hazanavicius, Laurent Grévill, Frédéric Pierrot, Lise Ségur

A Vida Secreta das Abelhas

The Secret Life of Bees *
(2008) 109 min (16 anos)

EUA, 1964 - Aos 4 anos, Lily Owens testemunhou uma discussão violenta entre os pais. A menina apanhou no chão um revólver e quis entregar à mãe, mas a arma disparou acidentalmente, matando-a. Agora com 14 anos, Lili carrega a culpa de ter matado a pessoa a quem mais amava no mundo e deve conviver com o pai, a cada dia mais fechado e difícil. Quando sua babá e amiga Rosaleen é espancada por homens da comunidade, Lily toma a decisão de fugir com ela para impedir que seja morta. Numa sacola coloca roupas e a imagem da Madona negra que herdou da mãe. Lê-se no verso: Tiburon, Carolina do Sul. Para lá as duas se dirigem de carona.

Em Tiburon, Lily conhece August, May e June Boatwright. As independentes irmãs fabricam o mel mais delicioso da região e acolhem as fugitivas, cercando-as de carinho num ambiente alegre e espiritualizado. Lily e Rosaleen encontram um verdadeiro lar.

O desempenho de Dakota Fanning como Lily é convincente e tocante, a música é bonita. "A Vida Secreta das Abelhas" trata de preconceito, violência familiar, amizade e superação de problemas através do afeto.

Diretora: Gina Prince-Bythewood
Roteiro: Gina Prince-Bythewood, baseado em romance de Sue Monk Kidd
Música: Mark Isham
Fotografia: Rogier Stoffers
Elenco: Dakota Fanning, Queen Latifah, Jennifer Hudson, Alicia Keyes, Paul Bettany, Sophie Okonedo, Hilarie Burton, Tristan Wilds

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Stella

Stella *
(2008) 102 min (14 anos)



França - Stella tem 11 anos e mora num bar na periferia de Paris, frequentado por ex-ladrões e rejeitados pela sociedade. Seus pais estão ocupados demais para prestar atenção na filha, que precisa "se virar". Ela entende de futebol, sabe preparar drinks, conhece as regras de sinuca e jogos de carta, canta várias músicas de cor, mas desconhece o necessário para ser uma boa estudante. Em 1977, a menina é transferida para uma escola de ótimo nível, onde encontra Gladys, a melhor aluna da turma. Através desse relacionamento abre-se um novo mundo para Stella: o conforto de uma amizade verdadeira e a realidade maravilhosa da literatura. Sua vida está prestes a mudar para sempre.

"Stella" é autobiográfico, poderia chamar-se "Sylvie", o nome verdadeiro da roteirista e diretora. É um filme sensível que trata com honestidade os problemas familiares, escolares, o conflito entre os pais e a entrada no mundo adolescente. A pequena atriz Léora Barbara convence como protagonista, conquistando aos poucos nossa simpatia. Guillaume, filho de Gérard Depardieu, faz o papel de Alain, um frequentador do bar por quem Stella é platonicamente apaixonada. Em outubro de 2008 o ator morreu de complicações de uma pneumonia. Ele estava com 37 anos. "Stella" ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Flandres. O filme é uma excelente oportunidade para debater sobre a importância das boas amizades no amadurecimento.

Diretor: Sylvie Verheyde
Roteiro: Sylvie Verheyde
Música: NousDeux
Fotografia: Nicolas Gaurin
Elenco: Léora Barbara, Karole Rocher, Benjamin Biolay, Mélissa Rodriguès, Laëtitia Guérard, Guillaume Depardieu

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Jean Charles

Jean Charles
(2009) 91 min (14 anos - Exposição de cadáver, linguagem chula, prostituição)



Inglaterra - O filme de Henrique Goldman conta o período final da vida de Jean Charles de Menezes, mineiro da cidade de Gonzaga, que foi assassinado pela polícia no metrô de Londres. O jovem eletricista brasileiro foi confundido com Hussain Osman, um muçulmano suspeito de terrorismo. Entre os pertences de Hussain estava um cartão com o endereço do prédio em Tulse Hill, sul de Londres, onde Jean Charles morava com alguns primos.

A história trágica de Jean Charles é bem conhecida e nos desperta a curiosidade para conhecer os detalhes no filme. Mas foi a presença de Selton Mello e a paixão pela paisagem de Londres que me fizeram seguir até o fim. Houve um momento divertido: a apresentação de Sidney Magal num show na capital da Inglaterra. O cantor rouba a cena, acompanhado por dançarinas rebolantes em biquinis nas cores da nossa bandeira. No mais dá certa tristeza testemunhar a necessidade que leva jovens a emigrarem em busca de trabalhos de pouca qualificação para ajudar no sustento da família no Brasil.



Diretor: Henrique Goldman
Roteiro: Henrique Goldman, Marcelo Starobinas
Música: Nitin Sawhney
Fotografia: Guillermo Escalon
Elenco: Selton Mello, Vanessa Giácomo, Marek Oravec, Renu Setna, Luis Miranda, Sidney Magal

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Bakhita, a Santa

Bakhita *
Bakhita, The African Saint
(2009) 102 e 104 minutos (feito para a TV) (Livre)



"Felicidade é o Amor de Deus, que sempre me acompanhou de forma tão misteriosa. Mesmo antes de conhecê-lo" (Santa Josefina Bakhita)

Sudão e Italia - Nascida cerca de 1869, em Darfur, território do Sudão, a menina Bakhita viveu feliz seus primeiros anos, correndo pela savana junto aos irmãos e amigos. Pertenciam ao povo Daju, uma das etnias mais importantes do país. Ainda pequena foi raptada por homens de outra tribo que a venderam como escrava. Começava um período de tortura, humilhação e trabalho excessivo. Desta época ficou-lhe no corpo a marca de 144 cortes simétricos, como uma tatuagem.

"Puseram-me sal nas feridas, para ficarem por cicatrizar por muito tempo, testemunhando minha condição de escrava, um "objeto" na posse de uma família. Fiquei mais de um mês estendida nua numa esteira, sem me poder mexer, ardendo em febre e sem água para beber e lavar as feridas. Só não morri graças a um milagre do Senhor, que me havia destinado a "coisas mais altas"."

Giuseppina Margherita Fortunata, nome que adotou no batismo, foi baptizada, crismada e recebeu a Sagrada Comunhão das mãos do Patriarca de Veneza, a 9 de Janeiro de 1890. A 8 de Dezembro de 1896, em Verona, pronunciou os votos na Congregação das Irmãs Canossianas. Previamente foi necessário um julgamento, ante o tribunal da justiça veneziana, para que ela se tornasse uma pessoa livre. Irmã Bakhita jamais permitiu que os maus-tratos e preconceitos sofridos a transformassem numa pessoa ressentida ou vitimizada. Sua capacidade de perdão a liberta e nos encanta.

A atriz Fatou Kine Boye foi feliz ao interpretar o jeito simples, manso, humilde, o sorriso gentil e acolhedor de Josefina Bakhita, que, em 1º de outubro de 2000, foi aclamada santa pelo Papa João Paulo II, na praça de São Pedro, Roma. Mesmo dia da canonização de São Josemaria Escriva de Balaguer. Quem esteve presente à magnífica cerimônia percebeu, entre a multidão de mais de 300.000 pessoas, belas senhoras africanas em turbantes e vestidos coloridos, atraindo as câmeras e o interesse dos peregrinos. Se ali estavam pelo Fundador da Opus Dei, que tem obras na África, ou para homenagear a 1ª santa do continente, é difícil dizer. Só era fácil testemunhar a emoção e alegria, comum a todos. Tais sentimentos também enchem a alma de quem assiste o filme de Giacomo Campiotti.

Cenas especiais retratam o encontro de Bakhita menina com o leão na savana e o encantamento que, mais velha, experimenta ao chegar em Veneza e admirar o leão alado na praça e outras figuras familiares de animais que adornam os prédios da cidade. Sentiu-se em casa.
De Stardust

Diretor: Giacomo Campiotti
Roteiro: Giacomo Campiotti, Dino Leonardi Gentili, Filippo Gentili, Filippo Soldi, baseado no romance de Roberto Italo Zanini ( Bakhita, inchiesta su una Santa per il 2000)
Música: Stefano Lentini
Fotografia: Blasco Giurato
Elenco: Fatou Kine Boye, Stefania Rocca, Fabio Sartor, Francesco Salvi, Ludovico Fremont, Sonia Bergamasco, Ettori Bassi, Federica Baù, Ditta Teresa Acerbis

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Testemunha

Witness * * *
(1985) 112 min (12 anos)



EUA - Numa bela fazenda Amish vivem Samuel Lapp e a jovem mãe Rachel. A comunidade austera se reúne em torno dos dois no dia do enterro do chefe da família. Poucos dias depois, Rachel leva o filho de 7 anos a sua primeira viagem à Filadélfia. Encantado com as novidades, o menino vê mais do que gostaria. Por uma porta entreaberta no banheiro da estação, Samuel testemunha o assassinato de um homem. O policial encarregado do homicídio é John Book. Na delegacia, o honesto detetive percebe que o menino reconheceu, como um dos assassinos, um oficial do departamento de narcóticos. Para protegê-los, John Book acompanha a mãe e a criança de volta à comunidade religiosa, onde se mistura aos pacíficos fazendeiros de casacos escuros.

Pela pouca idade do ator Lukas Haas, Peter Weir não quis que assistisse á cena de assassinato, que ele julgava a mais violenta de sua carreira de diretor de cinema. Pediu que o menino imaginasse algo terrível e filmou em close seus lindos olhos escuros. De lá para cá, a escalada de violência nas telas deixou a cena de homicídio como algo leve, embora tensa. O magnífico roteiro, uma direção e elenco competentes mantem o interesse vivo durante todo o desenrolar da história. Há cenas memoráveis e inesquecíveis, comprovando que os grandes filmes permanecem vibrantes, sem recorrer ao abuso na exibição de sangue, tiroteios intermináveis e outros desfile de atrocidades.

Curiosidades:
* Antes de ser ator, Harrison Ford trabalhou como carpinteiro. Em "A Testemunha" teve a oportunidade de colocar estas habilidades em ação, além de cantar "Wonderful World", música escolhida por ele para a cena do celeiro.

* Na preparação para o papel de Rachel Lapp, Kelly McGillis morou com uma viúva Amish e seus 7 filhos durante algum tempo. Assim aprendeu sobre a rotina diária da família e a cadência no modo de falar.

* Viggo Mortensen aparece pela primeira vez no cinema, vivendo o papel de Moses Hochleitner.

* John Seale (Sociedade dos Poetas Mortos) foi o responsável pela bela fotografia de "A Testemunha". Pelo menos uma das cenas foi inspirada nas pinturas do holandês Jan Vermeer.



Diretor: Peter Weir
Roteiro: Earl W. Wallace & William Kelley, baseado em história de William Kelley e Pamella Wallace & Earl W. Wallace
Música: Maurice Jarre
Fotografia: John Seale
Elenco: Harrison Ford, Kelly McGillis, Josef Sommer, Lukas Haas, Danny Glover, Jan Rubes, Alexander Godunov, Viggo Mortensen

Star Trek

Star Trek *
(2009) 126 min (12 anos)



Ano 2233.64 - Os sensores da nave USS Kelvin enlouqueceram, aparentemente devido a uma tempestade cósmica. A Frota Estelar suspeita de um ataque klingon e recomenda cautela ao Capitão Robau. A verdade é mais nebulosa. De dentro da tempestade emergem múltiplos tentáculos afilados de uma nave escura em posição de ataque. As defesas evasivas da USS Kelvin falham e o capitão Robau é intimado a comparecer ante o inimigo. Antes de partir deixa o comando com George Kirk, recomendando que evacue a tripulação caso não volte em 15 minutos.

Diante de Nero, o agressivo comandante remulano, Robau é interrogado sobre a data estelar e o destino do Embaixador Spock. O comandante humano responde sobre o ano corrente, mas afirma desconhecer Spock. Frustrado com as respostas, Nero mata Robau e manda destruírem a USS Kelvin. Quando falha o piloto automático, o Capitão Kirk resolve permanecer na espaçonave para proteger a fuga da tripulação. Entre os que se salvam está sua esposa, em trabalho de parto. Nos 12 minutos que lhe resta, o casal se despede e escolhe o nome do bebê: Jim Kirk.

Alguns anos depois, a ação segue as estrepolias de James Tiberius Kirk em Iowa, EUA, e a vida comportada de Spock, em Volcano, vítima de bullying (intimidação verbal e/ou física) na escola por ser filho de uma terráquea. Sabemos que os dois meninos hão de se encontrar adiante.

Assisti a série na TV quando pequena e me perguntei se reencontraria a mágica de então no atual "Star Trek". Não me decepcionei; a direção é segura, há bons efeitos especiais, o elenco jovem está à altura e, em alguns casos, até supera o original. De sobra o roteiro trata de amizade, espírito de dever e sacrifício. Spock, jovem ou velho, permanece meu favorito.

"Vida longa e próspera!"

Curiosidades:
* Para aperfeiçoar a saudação vulcana, os dedos do ator Zachary Quinto (Spock) foram colados.
* O compositor Michael Giacchino decidiu usar o tema original de Star Trek (de Alexander Courage) nos créditos finais, que o diretor J. J. Abrams disse simbolizar o momento em que a equipe se forma.
* Steven Spielberg convenceu J. J. Abrams a dirigir o filme e aconselhou-o em algumas cenas de ação.



Diretor:
J. J. Abrams
Roteiro: Roberto Orci & Alex Kurtzman, baseado n série de TV escrita por Gene Rodenberry
Música: Michael Giacchino
Fotografia: Daniel Mindel
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Eric Bana, Leonard Nimoy, Zoe Saldana, John Cho, Anton Yelchin, Winona Ryder, Ben Cross, Karl Urban, Simon Pegg, Chris Hemsworth, Bruce Greenwood

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um Sonho de Primavera

Enchanted April * * *
(1992) 101 min feito para a TV inglesa



Inglaterra e Itália, década de 20 - Cansada da chuva e de um casamento insípido, a impulsiva Lottie toma a iniciativa de se apresentar à Rose Arbuthnot, frequentadora como ela de um clube feminino de Londres. Lottie quer dividir as despesas do aluguel de uma vila italiana. Vencidas as resistências da melancólica sra. Arbuthnot, elas colocam um anúncio no jornal e mais duas senhoras se juntam ao grupo. Mrs. Fisher, a mais velha, é uma viúva solitária que vive entre livros e as lembranças de escritores antigos, com quem conviveu na casa do pai. Lady Caroline Dester nunca se enamorou e está cansada de ser o centro das atenções de pretendentes fascinados por sua beleza.

As quatro senhoras chegam a San Salvatore e mergulham numa profusão de luz, cores e flores. Passeando à beira-mar, lendo, ouvindo os pássaros no jardim ou contemplando a magnífica paisagem, as inglesas vão mudando, se reencontrando consigo mesmas. Lottie descobre que vivia obcecada por justiça no relacionamento com o marido. Que é possível ter a iniciativa de ser generosa e esperar, pacientemente, a retribuição.

Imerso em estonteante beleza natural, "Sonho de Primavera" é um filme bem-humorado sobre delicadeza de sentimentos. Há alguns anos foi lançado em VHS no Brasil; inexplicavelmente, nunca saiu em DVD. Graças a Deus , existe a Amazon em nossas vidas! Pode ser adquirido por US$ 20,49. Ou por algumas libras, na versão inglesa na Amazon.uk. Vale cada cent. Além do roteiro e cenário, o elenco é esplêndido. Mas poupe suas adolescentes, nem todas estarão prontas para apreciar este Abril Encantado.

As cenas externas foram filmadas no Castelo Brown, em Portofino, Genoa, Liguria.

O link da Amazon levará ao primeiro encontro de Rose, Lottie e Lady Caroline no clube.
Diretor: Mike Newell
Roteiro: Peter Barnes, baseado no romance de Elizabeth Von Arnim
Música: Richard Rodney Bennett
Fotografia: Rex Maidment
Elenco: Josie Lawrence, Miranda Richardson, Joan Plowright, Polly Walker, Alfred Molina, Jim Broadbent, Michael Kitchen,

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Inimigos Públicos

Public Enemies *
(2009) 140 min (14 anos)



EUA - Agindo na década de 30, John Dillinger foi um dos mais famosos ladrões de banco de todos os tempos. Perseguido pelo FBI de J. Edgar Hoover, contava com a simpatia de boa parte do público, que abominava os bancos. Apesar de viver à margem da lei, o bandido seguia um código de honra. O roteiro focaliza os 14 meses que se passam entre a fuga de Crown Point, prisão estadual em Indiana, e o confronto final com a equipe do agente Melvin Purvis. Entre um assalto e outro, Dillinger encontra a bela Billie Frechette trabalhando num restaurante e se apaixona.

A fotografia é sóbria e eficiente. Marion Cotillard, Johnny Depp e Christian Bale encarnam com alma Billie, Dillinger e o honrado policial Melvin Purvis.

Curiosidade:
* A frase dita por Dillinger, ao recusar os trocados de um cliente, "estamos aqui pelo dinheiro do banco, não o seu" é verdadeira e aconteceu durante um assalto em Greencastle, Indiana. Mais tarde foi repetida por Clyde Barrow, que idolatrava John Dillinger.



Diretor: Michael Mann
Roteiro: Ronan Bennett e Michael Mann & Ann Biderman, baseado no livro de Bryan Burrough "Public Enemies: America's Greatest Crime Wave and the Birth of the FBI, 1933-34"
Música: Elliot Goldenthal
Fotografia: Dante Spinotti
Elenco: Johnny Depp, Marion Cotillard, Christian Bale, Leelee Sobieski, Stephen Dorff, Billy Crudup

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Poderoso Chefão

The Godfather * * *
(1972) 170 min (14 anos)



EUA, verão de 1945 - No escritório pouco iluminado, homens de ternos bem cortados se sucedem para fazer pedidos pessoais a uma pessoa sentada em frente. O interlocutor faz perguntas e acede. Trata-se de Don Vito Andolino Corleone, mais influente chefe da máfia em Nova Iorque. Manda a tradição siciliana que atenda o que lhe solicitarem no dia do casamento de sua filha. Tomadas as providências necessárias às obrigações contraídas, Don Corleone dirige-se aos jardins da mansão onde se dá a festa. Para a foto oficial do casamento, aguarda-se a chegada de Michael, o filho caçula condecorado pela Marinha durante a Guerra.

A força do poderoso chefão está na rede de juízes, policiais, jornalistas e políticos que mantém sob sua influência. Traficantes de drogas querem partilhar esta lista e não recuarão diante de nada até que Don Corleone ceda. O chefe mafioso ganha nossa simpatia ao mostrar-se homem de família, amoroso e atento, que prefere perder dinheiro a envolver-se com o comércio de drogas. Como pai, sonha que Michael siga uma carreira e se mantenha longe dos negócios escusos. A vida dos dois homens prova que inteligência e algumas virtudes não conseguem impedir as consequências funestas da luta pelo poder aliada à transgressão do "Não Matarás".

Durante anos, "O Poderoso Chefão" esteve em 1º lugar na lista de filmes mais bem votados do imdb. Posteriormente foi superado por "Um Sonho de Liberdade" (The Shawshank Redemption), o favorito de sempre do público feminino do site. Revendo a saga da família de Don Corleone, é inegável a perfeição da obra de Coppola e por isso não podia faltar na lista do "By Star". A música de Nino Rota, o bom roteiro, Marlon Brando em grande forma, tudo contribui para a força e atualidade do filme. Ganhou 3 Oscars e outros 19 prêmios.

Na sequência, "O Poderoso Chefão 2" (1974), destacam-se a recriação de Nova Iorque dos anos 20 e a presença de Robert de Niro, interpretando Vito Corleone desde o início da vida de crimes e alianças na comunidade italiana. Sua postura, a voz rouca, estão impecáveis. Como disse meu amigo Tomás: "Acho que nem Marlon Brando jovem suplantaria o desempenho de Robert De Niro como o chefe mafioso na juventude."

Diretor: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo e Francis Ford Coppola, baseado em romance de Mario Puzo
Música: Nino Rota
Fotografia: Gordon Willis
Elenco: Marlon Brando, Al Pacino, Diane Keaton, James Caan, Robert Duvall, Richard Conte, Talia Shire

domingo, 1 de novembro de 2009

Alien, o Oitavo Passageiro

Alien * * *
(1979) 117 min (14 anos)



Os sete tripulantes da nave mineradora Nostromo despertam das câmaras criogênicas para descobrir que não estão a caminho da Terra. A espaçonave sombria é comandada por "Mãe", o computador de bordo, que interceptou um chamado de SOS, vindo de um planeta próximo. A contragosto, a equipe é obrigada a investigar. Depois de enfrentar turbulência no pouso, sai para explorar a área e encontra uma nave abandonada. Dentro, jaz o esqueleto de um piloto alienígena petrificado e uma ampla estufa repleta de ovos.

Aproximando-se de um deles, Kane percebe que há movimento no interior. O topo se abre, deixando entrever uma forma pulsante. Curioso, o astronauta minerador se debruça e ... o horror começa.

Um dos trunfos do filme é o ambiente escuro, soturno, bem diferente da imagem futurista e luminosa projetada pelo "2001" de Stanley Kubrick. Assim também sinistra é a concepção do oitavo passageiro como uma criatura agressiva, mutável, ácida, que percebe o calor dos seres vivos e os destrói imediatamente. O "Alien", desenhado pelo surrealista suíço Hans Rudolg Giger, é perfeita e misteriosa máquina de destruição, revelada parcimoniosamente, deixando nossa imaginação a borbulhar. Repare que há um nono passageiro, frequentemente esquecido, mas importante, que atende pelo nome de Jones.



Diretor:
Ridley Scott
Roteiro: Dan O'Bannon, baseado em história de Ronald Shusett e Dan O'Bannon
Música: Jerry Goldsmith
Fotografia: Derek Vanlint
Elenco: Sigourney Weaver, Tom Skerritt, John Hurt, Ian Holm, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, Yaphet Kotto, Bolaji Badejo (Alien), Helen Horton (voz do computador "Mãe")
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

banner