Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Entre Irmãos

Brothers
(2009) 104 min (14 anos)


EUA - A história de Caim e Abel faz parte de nosso universo emocional. Será que Adão dizia a Caim: "Por que você não é como Abel? Levante para colher o trigo antes que o sol desponte, menino!" Deve ser uma das consequências do pecado original, mas, desde que o mundo é mundo,  infelizmente pais e mães fazem comparações entre os filhos. O que sabemos é que o pastor Abel ofereceu a Deus o primogênito do seu rebanho e a fumaça subiu aos céus. E a oferta do agricultor Caim não encontrou agrado diante do Senhor.

Na família Cahill, o fuzileiro naval Sam é casado com a linda Grace, namorada do tempo da escola, pai de duas meninas. É um cidadão modelo, que agrada em tudo o pai, militar aposentado. Já o caçula Tommy roubou um banco e acabou na prisão. É Sam quem vai receber o irmão quando ele sai da cadeia. Pouco depois, o capitão Sam Cahill viaja para o Afeganistão a serviço, onde já se sente em casa. Mas, desta vez, as coisas correrão de modo diferente e a viagem se transforma num pesadelo digno do inferno.

Muito tenso esse drama de Jim Sheridan! Natalie Portman está emocionante e magnífica, bem acompanhada pelo elenco impecável. Não imaginaria ver o "Homem-Aranha" Tobey Maguire à vontade num papel de tal dramaticidade. Clifton Collins Jr. está fisicamente quase irreconhecível como o contido superior de Sam, Major Cavazos. É o mesmo ator que criou o barbudo Sep, o engraçado funcionário da Reynolds Extract, no filme "Maré de Azar".

"Entre Irmãos" trata de relações familiares, culpa, crise moral e sequelas da guerra. É uma refilmagem do dinamarquês "Brødre" (2004), de Susanne Bier.

Diretor: Jim Sheridan
Roteiro: David Benioff, baseado no filme de Susanne Bier
Música: Thomas Newman
Fotografia: Frederick Elmes
Elenco: Natalie Portman, Tobey Maguire, Jake Gyllenhaal, Sam Shepard, Mare Winningham, Clifton Collins Jr., Bailee Madison, Taylor Geare, Carey Mulligan, Patrick John Flueger

Maré de Azar

Extract *
(2009) 92 min (14 anos)



EUA - Joel é um engenheiro químico casado com Suzie, mora numa bela casa com piscina, e é proprietário de uma fábrica de extratos vegetais, a "Reynolds Extract". Aparentemente, estes seriam alguns ingredientes de peso numa vida feliz. Nem tudo é como parece. Na fábrica, os funcionários estão sempre criando problemas entre si. No caminho de volta ao lar, Joel costuma ser detido por um vizinho danado de chato, o que o leva a chegar em casa depois de 20h. Quando isso acontece, Suzie já deu um nó em sua calça de moleton, e o assunto "sexo" torna-se impossível. Como comentou Roger Ebert, aquela roupa de malha é mais eficiente do que um cinto da castidade. Frustrado, Joel conversa com o amigo Dean, um barman cheio de idéias malucas que complicam ainda mais a vida do empresário.

"Maré de Azar" é uma comédia divertida, com ótimo timing, personagens bem desenvolvidos, especialmente Nathan, o vizinho insistente, Mary, a preconceituosa funcionária da linha de montagem, e o simpático Joel. Eles dão alma ao filme.

Diretor: Mike Judge
Roteiro: Mike Judge
Música: George S. Clinton
Fotografia: Tim Suhrstedt
Elenco: Jason Bateman, Kristen Wiig, Ben Affleck, Mila Kunis, J. K. Simmons, David Koechner, Clifton Collins Jr.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Chico Xavier

Chico Xavier *
(2010) 125 min (Livre)



"É uma produção de 11 milhões de reais (...). Cinco anos de roteiro, seis meses de pré produção, oito semanas de filmagens e agora quase oito meses de pós produção." (Julio Uchôa)

Brasil - O filme narra a trajetória de Francisco de Paula Cândido Xavier, dos 8 aos 65 anos de idade. Registra os fatos principais da vida do médium mineiro, seu relacionamento com a família, o jeito manso e carinhoso de tratar as pessoas. Durante os créditos finais vêem-se filmagens de arquivo da entrevista de Chico no programa "Pinga-Fogo", da antiga TV Tupi. Nos extras do DVD há comentários interessantes de artistas, técnicos e Daniel Filho, diretor do filme.

Todo o investimento e cuidados transparecem no longa-metragem. Ótima reconstituição de época, elenco sincero, boa direção, montagem primorosa. Um drama comovente que não exclui toques de humor, e a revelação de pequenas vaidades do médium. Foi contada com dignidade a história de Chico Xavier. Sabia pouco sobre ele e continuo sabendo quase nada sobre o Espiritismo Cristão. A serem verdadeiros os fatos relatados - e uma boa pesquisa foi feita - dão o que pensar, mesmo para uma católica, apostólica, romana. Como nunca recebi mensagem ou sinal do além, humildemente me calo diante do que não compreendo.

Minha primogênita é gaiata, chegada a uma comédia, a mesma que horrorizou o avô materno por não ter se emocionado com o drama da personagem de Vivien Leigh, em "A Ponte de Waterloo". Ela não gostou do filme sobre Chico Xavier. Meu filho mais velho, ao contrário, adora filmes de terror e dramas. Pois ele apreciou muito o filme de Daniel Filho. Achei curiosa essa completa discrepância.

Curiosidade:

* O filme foi gravado no Rio de Janeiro, Tiradentes (MG), Paulínia (SP) e Uberaba (MG).

* Estreou no dia em que Francisco completaria 100 anos.

* A duração do programa "Pinga Fogo" era de 60 minutos. A entrevista de 28 de julho de 1971, com Chico Xavier, durou mais de 3 horas. (site Omelete)

Diretor:
Daniel Filho
Roteiro: Marcos Bernstein, baseado no livro de Marcel Souto Maior, "As Vidas de Chico Xavier".
Música: Egberto Gismonti
Fotografia: Nonato Estrela
Elenco: Nelson Xavier, Ângelo Antônio, Matheus Souza, Tony Ramos, Christiani Torloni, Letícia Sabatella, Pedro Paulo Rangel, Giovanna Antonelli, Giulia Gam, Luís Melo, André Dias, Cássia Kiss, Carla Daniel, Charles Fricks, Jean Pierre Noher, Anselmo Vasconcelos, Gregório Duvivier, Nildo Parente

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Barão Vermelho

Der Rote Baron
The Red Baron
(2008) 101 min (14 anos)



Alemanha, Primeira Guerra Mundial - Pilotando um Albatros D.III ou um Fokker, um caça triplano, o Barão Manfred von Richthofen era o ás da Força Aérea alemã, abatendo 80 aeronaves inimigas, ao final de sua curta, mas intensa carreira. Richthofen e seus companheiros iam para o combate como para uma caçada, uma perseguição esportiva, onde o prêmio era abater o avião e levar um troféu do piloto adversário, ao qual eles respeitavam. O aviador se guiava pela "Dicta Boelcke", máximas que garantiam o sucesso dos combates, evitando riscos desnecessários.

Envolvido pelos êxitos, medalhas e o clima de camaradagem no hangar, Manfred não avaliava todo o horror da guerra, até conhecer a enfermeira Kate e entrar em contato com a realidade do sofrimento, de uma nova perspectiva. Seu irmão Lothar von Richthofen, ao contrário, contestava seu código de honra e aparece no filme como ambicioso e implacável.

O Barão Manfred von Richthofen (1892-1918) realmente existiu, as cenas de batalhas aéreas são admiráveis, o elenco é competente, mas o filme está todo falado em inglês, quer sejam alemães ou pessoas de outra nacionalidade conversando. Isso sempre me decepciona e desconcentra. No início cheguei a pensar que estava assistindo a um filme dublado em inglês.

Sempre ouvi falar do "Barão Vermelho" e apreciei os valores de lealdade e cavalheirismo que ele personificava. Mais do que sua habilidade no ar, creio que foram essas qualidades que o tornaram tão popular. Um bom exemplo de liderança e amizade. O filme torna-se lento e menos interessante a partir da metade.



Diretor:
Nikolai Müllerschön
Roteiro: Nikolai Müllerschön
Música: Stefan Hansen, Dirk Reichardt
Fotografia: Klaus Merkel
Elenco: Matthias Schweighöfer, Hanno Koffler, Til Schweiger, Joseph Fiennes, Lena Headey, Vit Zavodsky


Snoopy Versus the Red Baron
the Royal Guardsmen

After the turn of the century
In the clear blue skies over Germany
Came a roar and a thunder men had never heard
Like the scream and the sound of a big war bird

Up in the sky, a man in a plane
Baron von Richthofen was his name
Eighty men tried, and eighty men died
Now they're buried together on the countryside

Ten, twenty, thirty, forty, fifty or more
The Bloody Red Baron was rollin' up the score
Eighty men died tryin' to end that spree
of the Bloody Red Baron of Germany

In the nick of time, a hero arose
A funny-looking dog with a big black nose
He flew into the sky to seek revenge
But the Baron shot him down - "Curses, foiled again!"

Ten, twenty, thirty, forty, fifty or more
The Bloody Red Baron was rollin' up the score
Eighty men died tryin' to end that spree
of the Bloody Red Baron of Germany

Now, Snoopy had sworn that he'd get that man
So he asked the Great Pumpkin for a new battle plan
He challenged the German to a real dogfight
While the Baron was laughing, he got him in his sight

That Bloody Red Baron was in a fix
He'd tried everything, but he'd run out of tricks
Snoopy fired once, and he fired twice
And that Bloody Red Baron went spinning out of sight

Ten, twenty, thirty, forty, fifty or more
The Bloody Red Baron was rollin' up the score
Eighty men died tryin' to end that spree
of the Bloody Red Baron of Germany

Ten, twenty, thirty, forty, fifty or more
The Bloody Red Baron was rollin' up the score
Eighty men died tryin' to end that spree
of the Bloody Red Baron of Germany

Mais informações no Site de Martin Frost.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Casa Comigo?

Leap Year
(2010) 101 min (14 anos)


Irlanda - "Casa Comigo" foi o filme escolhido para desfazer o clima lúgubre que se apoderou de mim, depois de ter assistido "A Estrada". É uma comédia romântica, previsível como só Hollywood sabe fazer, mas ambientada na Irlanda. E eu adoro a Irlanda, sem nunca ter lá posto meus pés. E não é só por ser a terra de Oscar Wilde, autor de "O Príncipe Feliz", conto que sempre me emociona. Mas um irmão muito querido se mudou para Dublin no ano 2000 e tratou de nos informar que os irlandeses são adoráveis, acolhedores, alegres e desligados, os baianos da Europa. Bastou tal descrição e se tornaram um de meus povos favoritos no planeta.

"Casa Comigo?" conta a história de Anna Brady, uma organizada decoradora da cidade de Boston, capaz de tornar os ambientes tão agradáveis e atraentes, que induz potenciais compradores a adquirirem os imóveis enfeitados por ela. Um de seus truques favoritos consiste em assar biscoitos caseiros para que o aroma inebriante envolva e seduza os interessados. Profissional bem-sucedida, Anna tem um problema: vivendo há 4 anos com um ocupado cardiologista, ainda não foi pedida em casamento por ele. O pai da jovem menciona uma antiga tradição irlandesa, que permite às namoradas pedirem a mão dos indecisos, nos anos bissextos. A decoradora fará de tudo para chegar a Dublin antes do dia 29 de fevereiro.

Amy Adams é boa artista e tem um rosto angelical e sincero. Logo estava torcendo para que tão doce criatura se livrasse de um noivo tão pouco interessante. Minha parte favorita do filme são aquelas em que aparecem os simpáticos personagens das pousadas e pubs da bela Irlanda. Para mim, irresistíveis. Quem sabe esse ano renovo meu passaporte?

Já tive discussões com meu irmão sobre a inclusão da Irlanda na classificação de Reino Unido, no By Star. Hoje cedo, ele mesmo acabou me dando o argumento para manter essa decisão: cidadãos da república irlandesa, desde que residam na Inglaterra, podem votar nas eleições inglesas. Que tal? Assim Irlanda continuará como parte do Reino Unido no "By Star Filmes". Se quiser comprar o DVD, clique aqui.

aliciaharrell
Curiosidades:
* O bar onde Anna chega é chamado "Caragh". É uma palavra gaélica que significa "bem-amada".

* No site imdb, "Casa Comigo?" obteve nota mais alta entre moças com menos de 18 anos. Elas votaram 7,5. Minhas almas gêmeas!

* O filme foi todo rodado na Irlanda, graças a Deus!  Mas nada é o que parece, de acordo com Jerry Garrett.  Os belíssimos cenários estão geograficamente equivocados.  Leia mais a respeito em "Dez Mitos sobre as Locações em 'Casa Comigo?'"  O texto do blog está escrito em inglês.

Diretor: Anand Tucker
Roteiro: Deborah Kaplan & Harry Elfont, Simon Beaufoy
Música: Randy Edelman
Fotografia: Newton Thomas Sigel
Elenco: Amy Adams, Matthew Goode, Adam Scott, John Lihtgow, Noel O'Donovan, Tony Rohr, Macdara Ó Fatharta, Peter O'Meara, Kaitlin Olson, Michael J. Reynolds, Alan Devlin, Dominique McElligott, Ian McElhinney, Mali Harries

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Estrada

The Road *
(2009) 111 min (16 anos)



EUA - Um grande fogo carbonizou a vegetação na Terra, matou gentes e bichos e deixou os sobreviventes espalhados, desconfiados dos semelhantes. Na falta de comida e lei, homens bons são os que não comem, ou roubam, os outros. Como distingui-los? Essa questão se coloca a um pai enfraquecido que leva o filho em direção ao sul, esperando encontrar mais vida e grupos de pessoas dispostas a se organizarem para a reconstrução da sociedade humana.

Da Terra não se vê o céu, apenas nuvens cinzentas de onde cai chuva abundante. As casas foram destruídas e abandonadas. Caminhando em direção ao mar, pai e filho encontram todo tipo de pessoas. Maltrapilhos, carregam alguns objetos e um revólver com poucas balas, para não serem capturados vivos pelos canibais. Se alimentam de insetos e do que encontram pelo caminho. O menino chora algumas vezes, o pai sonha colorido com épocas mais felizes, antes do grande fogo, quando a esposa ainda estava com eles. Dificilmente um filme pode ser mais sombrio do que esse!

Precisei de alguns dias para fazer a postagem no blog. Depois de casar uma filha, emocionar-me com a cerimônia e a alegria dos noivos, amigos e parentes, foi difícil encarar esse clima de tragédia. Casamento é esperança, e "A Estrada" é a imagem da desolação. Mas realça os resquícios de dignidade humana e a sobrevivência do amor. É o que explica de onde brota a força desse pai tão magro e combalido. A história é forte, interessante, e o filme muito bem elaborado.

Curiosidades:
* Kodi Smith-McPhee ganhou o papel de menino devido a um ótimo teste e sua semelhança com Charlize Theron, escolhida como a Mãe.

* Viggo Mortensen e Kodi Smith-McPhee contaram ter comido grilos para ajudá-los a entrar nos personagens. Espero que tenham sido bem pagos!

Diretor: John Hillcoat
Roteiro: Joe Penhall, baseado no livro de Cormac McCarthy
Música: Nick Cave, Warren Ellis
Fotografia: Javier Aquirresarobe
Elenco: Viggo Mortensen, Kodi Smith-McPhee, Charlize Theron, Robert Duvall, Guy Pearce, Molly Parker, Michael Kenneth Williams, Garret Dillahunt

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Um Sonho Possível

The Blind Side *
(2009) 128 min (10 anos)



EUA - "Um Sonho Possível" é baseado na história real de Leigh Anne and Sean Tuohy, pais de Collins e S. J. , que recebem em casa Michael "Big Mike" Oher, um adolescente sem teto ou vínculos familiares. Filho de mãe drogada e pai ausente, até os 17 anos Mike passou por muitas casas adotivas, até chamar a atenção de um treinador da escola cristã de Wingate.

O único negro entre alunos brancos, grandão, calado, pobremente vestido, era ignorado pelos outros estudantes, quando encontrou S. J. Tuohy. O menino começa ensinando-o a sorrir ao falar com as pessoas. Pelo tamanho, Michael intimida qualquer um, mas, pelos modos, se assemelha a um touro manso, como Ferdinand, personagem do livro de Munro Leaf. Ferdinand preferia cheirar as flores a entrar na arena e perseguir os toureiros. (Foi o que li no blog Tertulias)

Big Mike é acolhido por toda a família Tuhoy, atléticos praticantes de esportes. Contudo, em Wingate, só bons alunos são convidados para o time de futebol americano. Não é o caso de Michael, seu boletim é sofrível, ele não faz os deveres de casa, não presta atenção aos professores, parece não ter futuro, por mais que o técnico se empenhe em defender sua causa. Mas uma verdadeira família, funcionando em equipe, pode tornar possível o que antes parecia impossível. É uma linda história de superação e afeto.



Curiosidades:

* Na vida real, Oher estudou na Briarcrest Christian High School. Mas, depois de lerem o roteiro, os administradores da escola decidiram não permitir que o nome fosse usado. Eles ficaram preocupados com as cenas em que os professores duvidaram da capacidade de leitura de Michael.

* Quando Quinton Aaron foi entrevistado para o papel de Michael, ele estava trabalhando como guarda de segurança. Depois do teste, ele deixou um cartão, se oferecendo para trabalhar como segurança do filme, caso não fosse escolhido para o elenco.

* Durante as primeiras semanas de gravação, Sandra Bullock achou que sua atuação estava tão ruim que pensou desistir para não prejudicar o filme. Não desistindo, ela acabou ganhando o Oscar de Melhor Atriz pela sua interpretação de Leigh Anne Tuohy.


O jogador Michael Oher entre Steve e Leigh Ann Tuohy

Diretor: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock, baseado no livro "The Blind Side: Evolution of a Game", de Michael Lewis
Música: Carter Burwell
Fotografia: Alar Kivilo
Elenco: Quinton Aaron, Sandra Bullock, Tim McGraw, Jae Head, Lily Collins, Ray McKinnon, Kathy Bates, Adriane Lenox, Catherine Dyer, Melody Weintraub

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Alice no Pais das Maravilhas

Alice in Wonderland *
(2010) 109 min (10 anos)



Inglaterra - Alice é filha de Charles Kingsleigh, um empreendedor rico que buscava novas rotas de comércio, no século XIX. Aos 19 anos, a criativa jovem sente falta do pai encorajador. Pouco atraída pelas formalidades e etiqueta, a quase noiva Alice volta a cair na toca do coelho e acorda no reino subterrâneo da Rainha de Copas. Enquanto, na realidade, um pretendente convencido e desagradável aguarda sua decisão, no mundo dos sonhos ela pode encontrar algumas respostas sobre si mesma, enquanto ajuda o Chapeleiro Maluco e a Rainha Branca.

Quando pequena, só li uma versão adaptada das histórias de Alice. Não passei perto do original de Lewis Carroll, por isso não sei se ele faz referências à história da Inglaterra. Mas, no filme de Tim Burton, a Rainha Vermelha cortadora de cabeças me lembrou a ruiva Elizabeth I, na sua luta contra a prima Mary, rainha da Escócia. Será que é puro acaso o Chapeleiro Maluco adotar um sotaque e um saiote escocês ao final da história?

"Alice no País das Maravilhas" acontece no visual exuberante, fantástico e colorido de Tim Burton, contrastando com a pálida protagonista. Colleen Atwood criou roupas magníficas, o elenco está soberbo, inclusive os dubladores das figuras animadas, como o gato Cheshire e a Lagarta Absolem, interpretada por Alan Rickman. Todos os efeitos digitais são pertinentes, na medida. Há uns extras interessantes no DVD. Mas queria ter visto no cinema. Abstraindo uma luta no quase-fim, apreciei muito a solução final da história, bem jeitosa e simpática.

Conheço uma Alice morena, esguia, linda, reservada, meio misteriosa, também em busca de respostas sobre si mesma e o futuro. Minha Alice tem os olhos de Capitu, é apaixonada por cinema, fotografia e futebol, dona de um sorriso iluminado. Adolescentes podem ser mesmo encantadores!


A australiana Mia Wasikowska como Alice

Curiosidades:

* De acordo com Tim Burton, Mia Wasikowska foi escolhida por sua gravidade, suplantando muitas outras candidatas, inclusive Amanda Seyfried e Linsay Lohan.

* O nome do pai de Alice no filme, Charles, é uma homenagem ao autor de "Alice's Adventures in Wonderland" e "Through the Looking Glass". O verdadeiro nome de Lewis Carroll é Charles Dodgson.

* Este filme marca a 7ª vez que Johnny Depp trabalha sob a direção de Tim Burton. E a 6ª vez para Helena Bonham Carter, que é esposa do diretor.

* O Los Angeles Time publicou que Tim Burton baseou a Rainha Branca em Nigella Lawson, autora de livros de culinária que faz programas de TV.

* Acrescentei uma estrela porque gostei muito mais do filme do que da minha lembrança do livro lido na infância.

Nigella Lawson e Anne Hathaway como a Rainha Branca

Diretor:
Tim Burton
Roteiro: Linda Woolverton, baseado nos livros de Lewis Carroll
Música: Danny Elfman
Fotografia: Dariusz Wolski
Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Marton Csokas, Crispin Glover, Tim Pigott-Smith, Lindsay Duncan, Geraldine James, Frances de La Tour (a "Martha" de "O Livro de Eli"), Jemma Powell, John Hopkins, Mairi Ella Challen (Alice aos 6 anos)
Vozes: Alan Rickman (Absolem, a lagarta azul), Michael Sheen (coelho branco), Stephen Fry (gato Cheshire), Timothy Spall (cão Bayard), Christopher Lee (Jabberwocky), Imelda Staunton (Flor Alta)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O Livro de Eli

The Book of Eli *
(2010) 117 min (16 anos)



"As pessoas tinham mais do que precisavam. Nós não reconhecíamos o que era precioso. Nós jogávamos fora coisas pelas quais hoje as pessoas são capazes de matar."

EUA - Depois da grande explosão, a Terra ficou completamente devastada. Os sobreviventes se dispersaram, vivendo pela lei do mais forte, saqueando, matando, sempre em busca do recurso mais valorizado: água. Traição, canibalismo, sujeira, tornaram-se a norma. Era importante examinar os braços estendidos das pessoas, pois tremiam as mãos dos que comeram carne humana, uma consequência da doença de Príon.

Durante 30 anos, um guerreiro solitário perambula pela América em direção à costa Oeste. Além das armas, carrega na mochila um livro precioso, que consulta todos os dias. Eli caça pequenos animais e procura mercadorias nas casas abandonadas. Evita envolver-se nos dramas alheios, ele tem sua própria missão. Eis que em seu caminho surge a jovem Solara, e o protetor do livro será lembrado de que é preciso viver sua mensagem.

É inevitável recordar-se de Mad Max e Omega Man, ao contemplar cenário e história de Eli. Gostei do sóbrio personagem, que aprecia música e valoriza resquícios de civilização, como usar parte da preciosa água para lavar-se com sabonete, agradecer a Deus antes das refeições e abster-se de provar os semelhantes. Entre meus conhecidos, as opiniões se dividiram radicalmente, alguns acharam o filme detestável. Mas o tema me agrada, Denzel Washington também, Gary Oldman sempre me convence, e enfurece, com seus vilões esmeradamente personificados. Foi o suficiente para me prender à tela com muito interesse. Seis integrantes da equipe do IMDB deram 8,5, ao filme e eles costumam ser exigentes, mas também devem adorar os pós-apocalípticos.

Curiosidades:
* Dan Inosanto, discípulo de Bruce Lee, treinou Denzel Washington nas artes marciais, por isso o ator não precisou de dublês nas lutas corpo a corpo.

* Em árabe, hebreu e aramaico, ELI é uma variante do nome de Deus. O sufixo "i" indica o possessivo da primeira pessoa do singular: "meu El", ou "meu Deus".



Diretor:
Albert e Allen Hughes
Roteiro: Gary Whitta
Música: Atticus Ross, Leopold Ross, Claudia Sarne
Fotografia: Don Burgess
Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson, Jennifer Beals, Frances de La Tour, Michael Gambon, Tom Waits, Malcolm McDowell

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cadê os Morgan?

Did You Hear About The Morgans?
(2009) 103 min (12 anos)




EUA - Antes que me perguntem se recomendo esse filme, a resposta é: provavelmente não. A menos que você precise passar 103 minutos de bobeira, ou tenha um carinho especial por Mary Steenburgen e Sam Elliott, ou ainda seja apaixonada pela natureza do estado de Wyoming.

Me enquadro nos 3 casos. Uma das melhores viagens da minha vida me levou ao Parque de Yellowstone, de onde ainda guardo a memória nítida dos pinheiros, montanhas, dos búfalos pastando em amplos espaços, dos rios e fantásticos gêisers, especialmente do Old Faithful, que se lançava a cada 90 minutos, visível da janela do quarto do esplêndido hotel. Um sonho. Na expectativa de rever algo daquela paisagem gloriosa, aluguei "Cadê os Morgan?". Uma história sobre um casal de Nova Iorque em processo de separação, que testemunha um homicídio e é perseguido pelo criminoso.

Enquanto o assassino não é pego, Paul e Meryl Morgan são enviados à cidade de Ray, Wyoming (desculpe o spoiler). Lá o simpático xerife Clay Wheeler, e sua esposa Emma, acolhem os novaiorquinos na própria casa. O roteiro se desenrola sem surpresas, a não ser o estranhamento com o ambiente. Pesquisando o IMDB, descubro que Marc Lawrence filmou o Wyoming no Novo México! Lá se foi uma das motivações por água abaixo. A que restou foi suficiente para que não me arrependesse totalmente do aluguel. Gosto muito de Mary Steenburgen e Sam Elliott. Além disso, aprecio um rodeio, clima de faroeste, roupas de cowboy e uma gostosa trilha sonora. Só não sei se é suficiente para vocês arriscarem...

Diretor: Marc Lawrence
Roteiro: Marc Lawrence
Música: Theodore Shapiro
Fotografia: Florian Ballhaus
Elenco: Hugh Grant, Sarah Jessica Parker, Mary Steenburgen, Sam Elliott, Elizabeth Moss, Michael Kelly, Wilford Bramley

sábado, 10 de julho de 2010

Os Homens que Encaravam as Cabras

The Men who Stare at Goats
(2009) 93 min (16 anos)



O repórter Bob Wilton sentiu-se perdido depois que a esposa o trocou pelo editor-chefe do jornal em que ele escrevia. Para provar seu valor à ex-mulher, Bob resolve tornar-se correspondente no Iraque. No Kuwait, ele não se mistura aos colegas, se mantem isolado dos outros jornalistas, enquanto não recebe permissão para trabalhar. Em busca de uma história, aproxima-se de Lyn Cassady, que faz parte de uma unidade experimental do exército americano. Instalado no Forte Bragg, o grupo é treinado para uma guerra psíquica, para se tornarem guerreiros Jedi, influenciando a mente do inimigo, atravessando paredes, tornando-se invisíveis, e matando animais com a força do olhar.

Bob e Cassady vagam pelo deserto iraquiano em busca do excêntrico Bill Django, veterano do Vietnã e desaparecido fundador do Exército da Nova Terra. Durante esta jornada, o repórter terá a chance de desenvolver qualidades pessoais, segurança, além de descobrir sua própria missão.

"Os Homens que Encaravam as Cabras" é uma sátira, às vezes engraçada, sempre bem interpretada pelo elenco principal e belamente fotografada por Robert Elswit. O elenco, de primeira, dá vida a todas as maluquices delirantes do roteiro, com destaque para a atuação de George Clooney. O livro "The Men Who Stare at Goats" (2004) inspirou-se nas pesquisas de Jon Ronson e John Sargent sobre o uso que o exército americano fez de conceitos da Nova Era e potenciais aplicações militares dos paranormais.

Curiosidades:

* O filme fala sobre tornar-se um guerreiro Jedi. Ewan McGregor interpretou um mestre Jedi na série "Guerra nas Estrelas" (Obi-Wan Kenobi, que aparece nos episódios I e II).

* O personagem do General Dean Hopgood baseou-se no General Albert N. Stubblebine III.

* Todas as cenas exteriores no Forte Bragg foram gravadas no Instituto Militar do Novo México, em Roswell.

Diretor: Grant Heslov
Roteiro: Peter Straughan, baseado no livro de Jon Ronson
Música: Rolfe Kent
Fotografia: Robert Elswit
Elenco: Georges Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges, Kevin Spacey, Robert Patrick, Stephen Lang, Waleed Zuaiter, Stephen Root, Rebecca Mader

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Defendor

Defendor *
(2009) 95 min (16 anos)


Canada - A psiquiatra Ellen Park conversa com um homem jovem de brilhantes olhos azuis, vestido num uniforme laranja. Arthur Poppington está sendo avaliado por ter colocado o sr. Debrofkowitz numa lata de lixo, além de ter destruído sua lavanderia. Arthur responde às questões da médica com candura e vai conquistando sua simpatia. Quando não está dirigindo o tráfego perto dos canteiros de obra, ele se fantasia de "Defendor", combate os valentões, protege os indefesos, especialmente a prostituta viciada Kat, enquanto procura destruir o arqui-vilão da sociedade, o "Capitão da Indústria".

Arthur não teme se machucar nesse processo, acreditando que armas de fogo são para os covardes. Ele prefere um bastão que o avô usou na 2ª Guerra, bolas de gude, vespas enfurecidas e atiradeiras. A seu lado conta apenas com a família Carter, especialmente o amigo Paul, que é também seu patrão.

Numa praça de Montevidéu, torcedores aplaudiram o time do uruguai, ao final do jogo contra a Holanda. Mesmo perdendo, ficou claro que os jogadores da Celeste deram o melhor de si. Pela mesma razão, os heróis são irresistíveis, até quando seu QI não passa de 80, como é o caso do engraçado e comovente Defendor, que pensa como herói, age como palhaço e faz a diferença porque não se acomoda.

Não sei exatamente qual a mágica deste filme, que consegue divertir e emocionar na mesma proporção. Estou programando uma sessão em família. Quero ver a reação dos outros. Woody Harrelson está esplêndido.

Curiosidades:
* "Defendor" é a estréia do ator canadense Peter Stebbings como diretor e roteirista.

* Stebbings aparece no filme como um médico que atende o super-herói.

* O filme foi gravado em 20 dias.

* Woody Harrelson aceitou receber muito menos do que seu pagamento costumeiro.

* Para criar o personagem principal, Stebbings pesquisou Síndrome do Alcoolismo Fetal, termo usado para descrever os danos cerebrais causados nos fetos quando a mãe consome álcool na gravidez.



Diretor: Peter Stebbings
Roteiro: Peter Stebbings
Música: John Rowley
Fotografia: David Greene
Elenco: Woody Harrelson, Sandra Oh, Kat Dennings, Elias Koteas, Michael Kelly, Ron White, Max Dreesen, Dakota Goyo, John Paul Ruttan, Alan C. Peterson, Lisa Ray

terça-feira, 6 de julho de 2010

Simplesmente Complicado

It's Complicated
(2009) 121 min (14 anos)



EUA - Jane Adler mantem uma padaria sofisticada em Santa Bárbara. Aos 60 anos, ela é divorciada, mas ainda não se acostumou à separação. O fato de ter 2 pias em casa a perturba, levando-a a sonhar com uma reforma, para a qual contratou o arquiteto Adam. Do casamento ficaram-lhe duas filhas adultas, um caçula na faculdade e um genro que a adora. Na formatura de Luke Adler, os pais se encontram e reatam o relacionamento. Só que o sr. Adler agora está casado com Agness, muitos anos mais jovem. E o arquiteto está se interessando pela cliente. Jane corresponderá ao seu afeto ou se prestará ao odiado papel da outra?

Meus filhos mais velhos elogiaram muito o filme, o que elevou as expectativas e me deixou quase predisposta à insatisfação. Adoro Meryl Streep e Steve Martin, amei filmes anteriores de Nancy Meyers, mas a verdade é que o atual me deixou quase indiferente. A seu favor o elenco talentoso e os cenários, sempre agradáveis nos filmes da diretora. Isso conta pontos na minha escala.

A cozinha de Jane Adler

Curiosidade:
* Alec Baldwin disse no show de David Letterman que foi usado um dublê de corpo na sua cena de nudez.

* Na cena em que Jane atende o telefonema da filha Lauren, ela é claramente surpreendida quando Jake lhe dá um beijo. Jane diz "Você ainda está no telefone", em vez de "Você ainda está no avião". Essa foi uma reação genuína de Meryl Streep, que não esperava ser beijada por Baldwin naquele momento.


Diretora:
Nancy Meyers
Roteiro: Nancy Meyers
Música: Heitor Pereira, Hans Zimmer
Fotografia: John Toll
Elenco: Meryl Streep, Steve Martin, Alec Baldwin, John Krasinski, Lake Bell, Mary Kay Place, Rita Wilson, Alexandra Wentworth, Hunter Parrish, Zoe Kazan, Caitlin Fitzgerald, Emjay Anthony

O Triunfo da Vontade

Triumph des Willems * *
Triumph of the Will
(1935) 114 min (18 Min)



Alemanha - "O Triunfo da Vontade" foi encomendado por Hitler a Leni Riefenstahl. A diretora registrou com arte e técnica o que viu em Nuremberg, de 5 a 10 de setembro de 1934, no 6º Congresso do Partido Nazista Alemão, nem mais nem menos. Desfiles militares, bandas de meninos, o cotidiano dos soldados acampados, chegada de Hitler de avião, alegria da multidão ao saudar o líder, trechos de discursos. Posteriormente, o fantasma desta propaganda do movimento nacional-socialista iria assombrá-la até o fim de seus muitos dias (1902-2003). Se soubesse, então, das atrocidades que viriam a ser cometidas pelo regime durante a 2ª Guerra Mundial, Riefenstashl certamente não teria aceitado a encomenda.

Depois da guerra, Leni ficou detida de 1945 a 1948, num campo de prisioneiros francês. Levada a julgamento, nada se comprovou contra ela, que foi classificada como "simpatizante" da causa. Em entrevistas, Leni Riefenstahl insistiu que tinha sido fascinada pelos nazistas, mas que era politicamente ingênua e ignorava os crimes cometidos na guerra. (Wikipedia) Como outros admiradores do movimento, talvez Helene Bertha Amalie Riefenstahl não tenha lido o volumoso "Mein Kampf" ("Minha Luta"), onde Hitler antecipa algumas de suas sinistras intenções contra , o que ele denomina, "o perigo judeu".

Dou à diretora o benefício da dúvida, pois, ao contrário dos políticos, podem ser ingênuos os artistas. E, se o ditador austríaco pintou quadros menos que medíocres, a diretora alemã criou um filme em que a beleza das imagens, os ângulos diversificados das múltiplas câmeras e a edição precisa, constituem uma obra notável, abstraindo-se o tema, é claro. "O Triunfo da Vontade" se beneficiaria com uma redução nos desfiles militares, especialmente na última meia hora. Mas, no geral, é um documentário impressionante.

O Adolf Hitler que chega a Nuremberg está satisfeito, sorridente. Nos últimos dias do Congresso, está sério, por certo exausto de falar, ficar de pé, com o braço esticado, por tantas horas. Chamou-me a atenção o seu discurso aos jovens: "Não queremos mais ver divisões de classes. Vocês não devem deixar que isso cresça entre vocês. (...) Queremos que nossa população seja obediente. E vocês devem praticar a obediência. Queremos que nosso povo ame a paz, mas que também seja valente. E vocês devem ser pacíficos..." Nesse momento é interrompido por uma aclamação de entusiasmo da multidão, que se estende por uns 20 segundos. Quem diria que, cinco anos depois, esse povo, que desejava ser pacífico, estaria sendo conduzido para a guerra.

Para quem não viveu a época, e as circunstâncias, é difícil compreender porque o discurso e a presença de Hitler entusiasmavam tanto. Mas basta lembrar de "A Onda", para constatar como isso foi, e ainda é, possível.


Diretora: Leni Riefenstahl
Roteiro: Leni Riefenstahl, Walther Ruttmann
Música: Herbert Windt
Fotografia: Sepp Allgeier
Edição: Leni Riefenstahl
Aparecem no documentário: Adolf Hitler, Martin Bormann, Josef Goebbels, Hermann Göring, Rudolf Hess, Heinrich Himmler

domingo, 4 de julho de 2010

A Tortura do Silencio

I Confess *
(1953) 94 min (16 anos)



EUA - O imigrante alemão Otto Keller e sua esposa Alma encontram refúgio numa Igreja Católica de Quebec, onde ele é sacristão e ela, empregada doméstica. Otto também trabalha como jardineiro na casa de um rico advogado. É surpreendido ao tentar roubar-lhe US$ 2.000,00, e mata o patrão para escapar impune. Voltando à Igreja, confessa o assassinato ao Padre Michael Logan. No dia seguinte, próximo à cena do crime, duas adolescentes contam ao inspetor Larrue que viram um padre sair da casa da vítima. Quando as suspeitas recaem sobre o Padre Logan, ele é impedido pelo sacramento da Confissão de revelar tudo o que sabe, mesmo correndo o risco de ser preso pelo homicídio.

Educado num colégio jesuíta, Hitchcock está à vontade para retratar a cultura católica, enfatizando o dilema moral do sacerdote. "A Tortura do Silêncio" magnetiza desde a primeira cena, mantendo o suspense constante, especialmente em cenas "em que o diálogo diz uma coisa e a imagem diz outra. Ocorre assim no mundo real. As pessoas não saem por aí contando alto seus pensamentos. Às vezes trocamos palavras triviais, enquanto procuramos adivinhar algo mais profundo no olhar de nosso interlocutor." (O Cinema segundo Hitchcock) O filme pode ser adquirido por R$ 29,90 no Dvdworld ou por R$ 28,90 no Wal-Mart.

Curiosidades:
* Logo depois dos créditos iniciais, Hitchcock aparece ao longe, cruzando o topo da escada.

* Na peça original o padre é enforcado. Esta cena teve que ser eliminada e substituída por outra para evitar a ira do censor.

Diretor: Alfred Hitchcock
Roteiro: George Tabori e William Archibald, baseado na peça "Nos Deux Consciences", de Paul Anthelme
Música: Dimitri Tiomkin
Fotografia: Robert Burks
Elenco: Montgomery Clift, Anne Baxter, Karl Malden, Brian Aherne, O. E. Hasse, Dolly Haas, Charles Andre, Roger Dann

Tyson

Tyson * *
(2008) 86 min (14 anos)



"O que eu fiz no passado é história e o que farei no futuro é um mistério."

EUA -Imagine receber Mike Tyson na sua casa. Ele se instala no sofá e abre a alma, contando, da infância tumultuada às passagens pelos centros de detenção juvenis, o treinamento com Cus D'Amato, os casos e casamentos, vitórias e derrotas. A conversa flui ágil, intensa - velocidade e força - como os embates de Tyson. Mike adora falar e não se furta. Ilustrando suas palavras, muitas fotos, cenas de luta, entrevistas, filmagens de arquivo. O pugilista não consegue conter a emoção ao lembrar do guardião, amigo e treinador, Constantine D'Amato, que faleceu em 1985, um ano antes que seu protegido ganhasse o primeiro título. Tyson ainda sente falta de sua figura paterna, das citações e poemas que usava para inspirá-lo.

O documentário é um retrato emocionante e eloquente de um dos maiores lutadores de todos os tempos. A mídia revelou-nos o lado feroz do lutador, através deste documentário entrevemos a face humana e o retrato se completa. Vale destacar o maravilhoso trabalho de edição.

Curiosidades:
* O diretor James Toback relatou a reação de Tyson ao ver o filme pela primeira vez. Mike ficou em silêncio por vários minutos e depois comentou: "É como uma tragédia grega, só que eu sou o sujeito".

* O diretor queria entrevistar Tyson enquanto ele estivesse na reabilitação, porque ele sentiu que o lutador estaria com a cabeça mais clara e mais disposto a falar dos momentos difíceis. Mais tarde ambos decidiram que não haveria tópicos proibidos e que Mike não poderia opinar sobre a edição final.

* Para avaliar o efeito que "Tyson" teria nas audiências, James Toback perguntou a opinião do grupo demográfico oposto: mulheres brancas idosas que não gostavam de box. Pediu que viessem assistir o filme. Se saíssem depois de 5 minutos, receberiam 100 dólares. Se ficassem após os 5 minutos, teriam que permanecer até o fim da sessão e dar a Toback um completo feedback. De acordo com o diretor, nenhuma deixou a sala e várias estavam aos prantos ao final.

Diretor: James Toback
Roteiro: James Toback
Música: Salaam Remi
Fotografia: Larry McConkey
Edição: Aaron Yanes
Aparecem no documentário: Myke Tyson, Cus D'Amato, Trevor Berbick, Robin Givens, Evander Holyfield, Don King, James 'Buster' Douglas, Monica Turner



"Um menino veio a mim com uma centelha de interesse. Eu alimento a centelha e ela torna-se uma chama. Eu alimento a chama e ela torna-se um fogo. Eu alimento o fogo e ele se torna uma labareda crepitante."
inscrição no túmulo de Constantine D'Amato (17.01.1908 - 4.11.1985)
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