Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

domingo, 27 de abril de 2008

Do Mundo Nada se Leva

You Can't Take it with You * * *
(1938) 126 min (Livre)



EUA - A estenógrafa Alice Sycamore está apaixonada pelo chefe, Tony Kirby. Tony é vice-presidente de uma poderosa companhia, de propriedade de seu ambicioso pai, Anthony P. Kirby. O empresário está envolvido num grande negócio e deseja comprar todas as casas numa quadra da cidade de Nova Iorque. Um último proprietário atrapalha seus planos e resiste a todas as ofertas. Quem é ele? Exatamente Martin Vanderhof, o avô de Alice.

Martin é o patriarca de uma excêntrica e numerosa família, especialista em colecionar amigos e alegria. Quando Tony pede a mão de Alice em casamento, a jovem preocupa-se com o encontro entre duas famílias tão diferentes e faz preparativos para que tudo saia bem. Mas Tony quer mostrá-los ao natural e decide antecipar a visita em um dia. Há o inevitável choque de classes e estilos de vida, depois que uma série de mal-entendidos arruina a noite. O casal Kirby esnoba os Sycamores e Alice termina com Tony.

Para complicar, a família recebe a visita de um fiscal da Receita Federal, ultrajado por jamais ter recebido uma declaração de renda do sr. Vanderhof. De um diálogo entre o avô Vanderhof e o sr. Kirby, sai o título do filme em inglês.

Martin Vanderhoff: "Maybe it'll stop you trying to be so desperate about making more money than you can ever use? You can't take it with you, Mr. Kirby. So what good is it? As near as I can see, the only thing you can take with you is the love of your friends." 

Esse é um dos meus filmes favoritos desde que me lembro. Sempre me senti bem no meio desta família maluca, onde cada um procura desenvolver seus interesses e acolher e agradar os outros. São felizes porque amam, criam e sabem trazer alegria aos amigos, vizinhos e todos os que encontram. Vivendo com pouco, aproveitam muito. Será que alguém resiste à mensagem desta história? Ainda pode ser comprado na Saraiva por R$ 44,90.


Curiosidades:
* "Do Mundo Nada se Leva" foi a primeira colaboração entre James Stewart e o diretor Frank Capra.

* Pouco antes das filmagens, Lionel Barrymore (que interpreta o avô Vanderhof) perdeu o uso das pernas devido à artrite. Para acomodá-lo, o roteiro foi alterado e o personagem ganhou uma perna quebrada. Lionel filmou de muletas e precisou tomar injeções de hora em hora para aliviar as dores.


Diretor: Frank Capra
Roteiro: Robert Riskin, baseado na peça de George Kaufman & Moss Hart
Música: Dimitri Tiomkin
Fotografia: Joseph Walker
Elenco: James Stewart, Jean Arthur, Lionel Barrymore (conheça o tio-avô da Drew), Mischa Auer, Ann Miller, Donald Meek, Edward Arnold, Charles Lane, Edwin Maxwell
Distribuidora: Continental

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Presente de Grego

Baby Boom * *
(1987) 110 min



EUA - J.C. Wiatt é uma executiva nova-iorquina bem-sucedida. Comprometida 100% com a empresa, está prestes a realizar o sonho de se tornar sócia. Assegurando ao chefe que não pretende casar e ter filhos, quer dedicar-se exclusivamente à firma. Eis que uma herança inesperada atropela seus planos. Subitamente, sociedade, emprego, noivo, carreira, são colocados em perigo ... por um bebê. Mas como abandonar a adorável menininha com pais adotivos tão pouco interessantes? É quando começa uma nova etapa emocionante em sua vida, na paisagem deslumbrante de uma cidadezinha de Vermont.

Prepare seus olhos para esta viagem a Manchester e à aventura da maternidade. Colocando seu talento a serviço da nova carreira, a ex-executiva finalmente descobre a chance de ter tudo, contrariando seu antigo chefe.



Diretor: Charles Shyer
Roteiro: Charles Shyer & Nancy Meyers
Música: Bill Conti
Fotografia: William A. Fraker
Elenco: Diane Keaton, Sam Shepard, Harold Ramis, Kristina e Michelle Kennedy

Um Corpo que Cai

Vertigo * * *
(1958) 129 min (12 anos)



Jo
hn Ferguson tem medo de altura. Isso não seria grande problema se "Scottie" não fosse detetive, na cidade de São Francisco. Depois de um acidente, que provoca a morte de um colega, o policial se aposenta. Passado algum tempo, John é contratado por um amigo da escola para seguir a esposa com tendências suicidas. Após resgatá-la de uma queda na baía de São Francisco, o detetive se apaixona pela misteriosa mulher.

O filme foi todo restaurado e está mais belo do que nunca, valorizando a fotografia de Bernard Herrmann. As locações escolhidas são um passeio por São Francisco e arredores: Lombard Street, Ponte Golden Gate, Parque Redwood, Palace of Fine Arts, Missão San Juan Bautista.

'Um Corpo que Cai' é um clássico do cinema, e um dos favoritos de todas as gerações (nota 8,6 no site imdb.com: o 38º na lista de favoritos).



Diretor: Alfred Hitchcock
Roteiro: Alec Coppel & Samuel Taylor, baseado no romance ""D'entre les morts" de Pierre Boileau e Thomas Narcejac
Música: Bernard Herrmann
Fotografia: Robert Burks
Elenco: James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore

terça-feira, 22 de abril de 2008

Jornada Pela Liberdade

Amazing Grace * *
(2006) 117 min (Livre)


Inglaterra - William Wilberforce (1759-1833) estudou na Universidade de Cambridge, onde tornou-se grande amigo de William Pitt, o Primeiro-Ministro mais jovem da Inglaterra. Wilberforce entrou aos 21 anos para a Casa dos Comuns. Trabalharam a vida inteira pelo fim da escravidão, aliados a um grupo de amigos: John Newton, ex-comerciante de escravos arrependido, Olaudah Equiano, ex-escravo e erudito escritor, entre outros. Com persistência, convenceram a sociedade britânica e ganharam o apoio dos parlamentares. Finalmente, em 1833, o Parlamento aprovou a lei que libertou todos os escravos no império britânico ( Slavery Abolition Act).

O abolicionista era um orador excepcional, sagaz, encantador e articulado. Casou-se com Barbara Spoone, sua alma-gêmea e admiradora, que o encorajou e confortou em todas as circunstâncias.

Convencido da importância da religião, moralidade e educação, Wilberforce lançou várias iniciativas sociais, incluindo a primeira sociedade bíblica, a primeira sociedade protetora dos animais, o primeiro movimento pela educação livre, reforma prisional, proteção contra o trabalho infantil e a primeira Galeria Nacional das Artes.

Wilberforce foi enterrado perto de William Pitt, na Abadia de Westminster.

Além do valor inequívoco da história, que merece ser conhecida e contada, "Jornada pela Liberdade" conta com um elenco impecável e uma fotografia gloriosa dos campos ingleses.

Diretor:
Michael Apted
Roteiro: Steven Knight
Música: David Arnold
Fotografia: Remi Adefarasin
Elenco: Ioan Gruffud, Benedict Cumberbatch, Albert Finney, Michael Gambon, Ciáran Hinds, Toby Jones



O título do filme em inglês vem da música criada por John Newton, mentor e amigo de Wilberforce. Esse é o hino mais reconhecido e gravado. Foi entoado pelos dois lados na Guerra Civil Americana. Cantado pelos Manifestantes dos Direitos Civis na tarde em que Martin Luther King partilhou seu sonho. Tocado quando Nelson Mandela foi libertado da prisão e quando o Muro de Berlim caiu.

"Amazing Grace"

Amazing grace, how sweet the sound
That sav’d a wretch like me!
I once was lost, but now am found,
Was blind, but now I see.
’Twas grace that taught my heart to fear,
And grace my fears reliev’d;
How precious did that grace appear,
The hour I first believ’d!
Thro’ many dangers, toils and snares,
I have already come;
’Tis grace has brought me safe thus far,
And grace will lead me home.
The Lord has promis’d good to me,
His word my hope secures;
He will my shield and portion be,
As long as life endures.
Yes, when this flesh and heart shall fail,
And mortal life shall cease;
I shall possess, within the veil,
A life of joy and peace.
The earth shall soon dissolve like snow,
The sun forbear to shine;
But God, who call’d me here below,
Will be forever mine.

John New­ton, Ol­ney Hymns (Lon­don: W. Ol­i­ver, 1779)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Dersu Uzala

Dersu Uzala * *
(1975) 140 min (Livre)



Rússia, 1902 - O capitão Vladimir Pavlovich Arseniev está fazendo um levantamento topográfico na Sibéria. Aproxima-se do acampamento um caçador Goldi, da tribo Nanai, que ocupava o extremo leste da Rússia. O caçador chama-se Dersu Uzala e é um homem simples que vive sozinho, desde que a mulher e os filhos morreram de varíola. Perambulando pela paisagem siberiana, ele caça para comer e respeita todos os seres vivos. Pelo conhecimento da região, torna-se o guia do grupo, fazendo render o trabalho da expedição. É notável a maneira pela qual Dersu interpreta os sinais da natureza. Você sabia que os velhos pisam com o calcanhar e os jovens jogam o peso na ponta dos pés?


Nasce uma forte amizade entre Dersu e o Capitão e é com pesar que se separam. A afinidade entre caçador e capitão nasce da bondade que há em cada um deles. Cinco anos mais tarde, voltam a se encontrar e é grande a sua alegria. Já mais velho, o caçador sofre com as limitações da idade e medo de Kanga, o fantasma que governa a taiga. Entre o campo e a cidade fica difícil descobrir um ambiente adequado para ele. Uma das principais atrações do filme é a fotografia. Há longas tomadas da vastidão da Sibéria, das estepes, florestas, rios e montanhas.



Diretor: Akira Kurosawa
Roteiro: Akira Kurosawa, Yuri Nagibin, baseado em livro de Vladimir Arseniev
Música: Isaac Shvarts
Fotografia: Fyodor Dobronravov, Yuri Gantman, Asakazu Nakai
Elenco: Maksim Munzuk, Yuri Solomin, Vladimir Kremena, Svetlana Danilchenko

sábado, 19 de abril de 2008

A Vida dos Outros

Das Leben der Anderen * * *
(2006) 132 min (12 anos - consumo de drogas lícitas, suicídio e insinuação sexual)



Berlim Oriental, 1984 - Cinco anos antes da Queda do Muro de Berlim, o governo socialista exerce uma vigilância cruel sobre 16 milhões de alemães através de sua polícia secreta. A Stasi é composta de 90.000 funcionários, auxiliados por milhares de informantes. O leal e meticuloso Capitão Gerd Wiesler oferece-se para vigiar o apartamento onde moram o reconhecido escritor Georg Dreymann e Christa Maria Sieland, popular artista de teatro. A obsessão do Ministro da Cultura pela atriz leva-o a exigir a condenação de Dreymann.

O que o impiedoso Wiesler não imaginava era interessar-se pela vida dos outros. Vivendo dias cinzentos no trabalho, em meio à burocracia, desconfiança e intimidação, jantando solitariamente num apartamento impessoal, sua vida é desprovida de ternura ou beleza. Durante as horas de observação, o agente testemunha o relacionamento amoroso de respeito e compreensão entre o casal e a camaradagem com os amigos. Entra em contato com um pensamento divergente do oficial, ouve as palavras poéticas de Brecht *, ou a "Appasionata", de Beethoven, enquanto sua frieza começa a derreter e ele descobre que há vida sob o gelo. A arte restitui-lhe a humanidade.

O personagem do escritor Georg Dreyman é um verdadeiro idealista. Não busca privilégios, crê sinceramente que o marxismo é benéfico para o povo alemão. Aos poucos vai percebendo a extensão do controle do estado sobre os indivíduos, testemunhando o desespero em que mergulham os artistas, impedidos de trabalhar por discordarem da voz oficial do partido. Ele é sensibilizado pela dor alheia. Mas isso só acontece porque, tal qual o agente HGW XX/7, Georg é um homem bom. Assim o prova a delicadeza com que trata Christa Maria Sieland, em todas as circunstâncias do seu relacionamento.



A cena final deixou muitos olhos marejados, e a respiração em suspenso. "A Vida dos Outros" venceu o Oscar de Melhor filme estrangeiro em 2007. A capa que ilustra a postagem é diferente da brasileira por ser mais expressiva, a meu ver. O ator Ulrich Mühe fez seu último papel no cinema como o Capitão Gerd Wiesler. Enquanto trabalhava neste filme já sabia que tinha pouco tempo de vida e faleceu em julho de 2007, aos 53 anos, na cidade de Walbech.



* "Erinnerung an die Marie A" (versos de Brecht)
"An jenem Tag im blauen Mond September
Still unter einem jungen Pflaumenbaum
Da hielt ich sie, die stille bleiche Liebe
In meinem Arm wie einen holden Traum.
Und über uns im schönen Sommerhimmel
War eine Wolke, die ich lange sah
Sie war sehr weiß und ungeheuer oben
Und als ich aufsah, war sie nimmer da."

Lembrança de Marie A.
"Naquele dia de setembro, mês azul,
Em silêncio, sob a jovem ameixeira
Eu a abraçava, a amada, em silêncio
Pálida, a abraçava, como a um sonho bom.
E sobre nós no céu tão lindo do verão
Uma nuvem que por muito tempo olhei
Toda branca, tão tremendamente alta -
Olhei de novo, não estava mais lá."
(tradução do gentil amigo CA)


Diretor:
Florian Henckel von Donnersmarck
Roteiro: Florian Henckel von Donnersmarck
Música: Stéphane Moucha, Gabriel Yared
Fotografia: Hagen Bogdanski
Elenco: Martina Gedeck, Ulrich Mühe, Sebastian Koch

Versão inglesa completa dos versos de Brecht:
It was a day in that blue month September
Silent beneath the plum trees' slender shade
I held her there
My love, so pale and silent
As if she were a dream that must not fade

Above us in the shining summer heaven
There was a cloud my eyes dwelled long upon
It was quite white and very high above us
Then I looked up
And found that it had gone

And since that day, so many moons in silence
Have swum across the sky and gone below
The plum trees surely have been chopped for firewood
And if you ask, how does that love seem now
I must admit, I really can't remember
And yet I know what you are trying to say
But what her face was like, I know no longer
I only know I kissed it on that day

As for the kiss, I long ago forgot it
But for the cloud that floated in the sky
I know that still and shall forever know it
It was quite white and moved in very high
It may be that the plum trees still are blooming
That woman's seventh child may now be there
And yet that cloud had only bloomed for minutes
When I looked up
It vanished on the air

No Mundo do Poder


Président
(2006) 93 min (14 anos)

França - Começando a carreira como adido cultural na África, um jovem, de família simples do interior, estabelece vínculos com pessoas importantes que o auxiliam a chegar à presidência da França. Casado, numa relação de conveniência, o grande amor de sua vida é a filha Nahema. Quando ela se apaixona por Mathieu, o presidente arranja-lhe um cargo no palácio. Também o jovem será afetado pelo ambiente.
"No Mundo do Poder" revela o efeito deformador que o conforto, as facilidades, as homenagens e privilégios podem exercer sobre a consciência e atitudes de quem está no comando. A manipulação torna-se uma segunda natureza e a verdade um embaraço. A revelação desse mecanismo é um mérito do filme, além da presença de Albert Dupontel, recentemente visto como o pianista virtuoso de "Um Lugar na Platéia" ou o mendigo maluco de "Um Tira por Acaso".
O tema foi o principal motivo da seleção do filme, pois a nota no imbd é baixa: 5,8. Mas em tempos de grande corrupção, abrir os olhos é obrigação!
Diretor: Lionel Delplanque
Roteiro: Lionel Delplanque, Raphael Meltz
Música: Frédéric Talgorn
Fotografia: Vincent Mathias
Elenco: Albert Dupontel, Jérémie Renier, Mélanie Doutey

sexta-feira, 18 de abril de 2008

2001 Uma Odisséia no Espaço


2001: A Space Odissey * * *
(1968) 148 min (Livre)

Há uns 3 milhões de anos, quando certo tipo de macaco era a espécie mais evoluída na terra, o contato com um monolito negro induziu-lhe o aprendizado para passar a uma nova fase. Utilizando um osso como arma, torna-se carnívoro e vence adversários, ganhando o controle de uma fonte de água. Ao comemorar, lança a nova ferramenta para o alto, marcando o início da história da humanidade. A cena é cortada para o futuro. Em 2001, uma nave percorre o universo. Envolvidos pela valsa “Danúbio Azul”, saltamos da barbárie para um mundo de elegância, beleza, refinamento. A bordo, encontram-se o dr. David Bowman, um jovem cientista que gosta de desenhar, seu colega dr. Frank Poole, três pesquisadores em estado de hibernação e o super-computador HAL 9000, que se julga infalível. A verdadeira missão da nave ainda está para ser descoberta.

Logo após o sucesso de Dr. Fantástico, Stanley Kubrick começou a pensar numa história grandiosa sobre a origem e o futuro da humanidade. Ainda hoje, para muitas pessoas, “2001: uma odisséia no espaço” é o maior filme de ficção científica de todos os tempos. Seu visual é surpreendentemente atual. Quando foi feito (1967), o homem não tinha chegado à lua ou visto a terra do espaço. Os contatos de Stanley (através de Arthur Clarke) com a NASA facilitaram o acesso privilegiado a mais moderna tecnologia disponível na construção do hardware espacial. Foi o primeiro filme de ficção científica levado a sério.

Consultores cuidaram para que cada detalhe fosse legítimo. Todos os elementos da nave Discovery tinham que ser exatos e aprovados pelo melhor conhecimento científico da época. Foi também o auge dos efeitos especiais tradicionais; mas é a idéia por trás de tudo que o torna um filme único e especial. Muitas coisas são deixadas inexplicadas e estimulam, desde então, o debate sobre seu significado.

O maior elogio ao filme talvez tenha vindo dos astronautas que pousaram na lua, em 1969. Segundo Roger Ebert, crítico de cinema, eles comentaram:
“É como em 2001!”

Vale a pena alugar o novo DVD duplo, porque traz extras imperdíveis.

Diretor: Stanley Kubrick
Roteiro: Arthur C. Clarke & Stanley Kubrick, baseado no conto “The Sentinel of Eternity”, de Arthur C. Clarke
Fotografia: Geoffrey Unsworth
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, Daniel Richter, Margaret Tyzack, Douglas Rain (voz do HAL)

Trilha Sonora:

"Also Sprach Zarathustra" de Richard Strauss

"Requiem, for Soprano, Mezzo-Soprano, 2 Mixed Choirs & Orchestra" de György Ligeti

"Lux Aeterna" de György Ligeti

"Atmospheres" de György Ligeti

"Adventures" de György Ligeti

"An der schönen, blauen Donau, op. 314 (The Blue Danube)" de Johann Strauss

"Gayane, Ballet Suite" de Aram Khachaturyan

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Dream It Out Loud


Angela Vicari, do escritório do músico Glen Ballard, informou que a cantora de "Dream It Out Loud" chama-se Lissie. Esta é a música que toca nos créditos finais do filme "Em Busca da Felicidade" (Have Dreams, Will Travel).
Lissie mora em Hollywood. Para ouvir OUTRAS canções interpretadas por ela, clique em http://ilike.com/artist/Lissie/

domingo, 13 de abril de 2008

O Diário de uma Babá

The Nanny Diaries *
(2007) 104 min (Livre)
"Na África dizem que é preciso uma aldeia para criar uma criança. Mas para a tribo da região nobre de Manhattan basta uma pessoa: a babá."

"O Diário de uma Babá" apresenta Annie Braddock, recém-saída da faculdade de economia, cansada de tantas teorias, querendo descobrir que tipo de pessoa é. Passeando no Central Park, surge a oportunidade de mergulhar na região nobre de Manhattan. Nada como passear num mundo desconhecido para entender o próprio. Cuidando de Grayer, Annie vai se afeiçoando ao menino de 7 anos, que não consegue interessar os pais, envolvidos em vidas paralelas. A senhora X., atarefada com cursos, cabelereiro, compras, yoga e obras de caridade, delega totalmente os cuidados do filho único à desconhecida babá. O senhor X., viciado em trabalho e infidelidade, passa junto à família o mínimo de tempo possível.

Annie tem amigos, mãe dedicada e um vizinho jovem, simpático e educado aluno de Harvard. Ela está prestes a descobrir que riqueza não é sua prioridade, e que está pronta para construir a própria vida. Laura Linney está excelente como a dondoca elegante, impecável e infeliz. Scarlett encarna com perfeição a babá afetuosa e alegre. Destaque também para Alicia Keys, que interpreta sua amiga Lynette com muita naturalidade e simpatia.


Não era preciso ir à Nova Iorque para ver crianças acompanhadas pela babá e motorista nos cinemas e festas, cujos pais não costumavam comparecer às reuniões de colégio. Pelo menos no cinema, há reviravoltas e finais felizes, além de passeios pelo Central Park e pelo Museu Metropolitan de NY, com a fachada restaurada. Delícia!

Diretor: Shari Springer Berman e Robert Pulcini
Roteiro: Shari Springer Berman & Robert Pulcini
Música: Mark Suozzo
Fotografia: Terry Stacey
Elenco: Scarlett Johansson, Chris Evans, Laura Linney, Nicholas Art, Paul Giamatti, Alicia Keys.

sábado, 12 de abril de 2008

A Companhia



The Company

(2007) 285 minutos (16 anos)

"A Companhia" é uma mini-série sobre espionagem. Cobre 40 anos na vida de 3 colegas da turma de 1954, de Yale. São personagens fictícios que acompanham a Revolução Húngara, Baía dos Porcos, colapso da União Soviética, junto a Harold Adrian Russell Philby e James Angleton, personalidades reais.

Jack McCauliffe é um jovem idealista enviado a Berlin para trabalhar com Harvey Torriti. Junto ao chefe da contra-espionagem, Angleton, eles procuram descobrir o espião infiltrado que está arruinando suas operações. Será "Sasha" real ou é uma criação soviética numa campanha de desinformação?

Os personagens se alternam entre o patriotismo, ideologia, manipulação, perfídia, camaradagem. Mas a vidas pessoal de todos eles é afetada pela atividade que escolheram. A espionagem é o Grande Jogo. A mini-série traça um panorama dos anos da Guerra Fria.

Diretor: Mikael Salomon Roteiro: Ken Nolan, baseado no livro de Robert Littell Música: Jeff Beal Fotografia: Ben Nott Elenco: Chris O'Donnell, Alfred Molina, Michael Keaton, Tom Hollander.

Os verdadeiros Harold Adrian Russell Philby e James Angleton.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O Suspeito


Rendition *
(2007) 122 min (10 anos - assassinato e agressão física)

Anwar El-Ibrahimi nasceu no Egito. Mudou-se para os EUA aos 14 anos. Engenheiro-químico, é casado com uma americana, pai de um menino; sua esposa está grávida novamente. Quando um atentado terrorista ocorre no Cairo, Ibrahimi está voltando de uma viagem de negócios à África do Sul. Chegando em Washington, é detido como suspeito de envolvimento na explosão. Seu nome é deletado da lista de passageiros pela CIA e ele é levado para interrogatório no Egito. Sua esposa tenta localizar seu paradeiro, enquanto Anwar é torturado para dar informações sobre companheiros e futuros atentados.
"torturando uma pessoa você cria dez, cem, mil inimigos novos." Essa frase, dita pelo analista da CIA que acompanha o caso de Ibrahimi retrata o efeito paradoxal produzido pela tortura aos suspeitos, sejam culpados ou inocentes. Usando de brutalidade será impossível impedir a violência. Certamente o inimigo precisa ser contido, impedido de executar seus planos, mas não deve ser desrespeitado, humilhado. A história mostra que os efeitos destas ações exacerbam os ânimos e eternizam a luta.
Entre os extras do DVD, encontra-se um curto documentário sobre prisões ilegais feitas na luta contra o terrorismo, valendo-se de um procedimento criado pela CIA chamado "Extraordinary Rendition". Governos de países aliados do 3º mundo levaram a cabo os interrogatórios dos prisioneiros, recebendo ajuda na forma de computadores e outros recursos materiais.
A maldade manifesta-se de diversas formas: genocídio, assassinato de crianças, seqüestro, tortura, atentados terroristas, abuso de poder. Como neutralizá-la, se nossa geração cuidou de relativizar os valores morais? Aceitam-se sugestões...
Diretor: Gavin Hood
Roteiro: Kelley Sane
Música: Paul Hepker, Mark Kilian
Fotografia: Dion Beebe ACS, ASC
Elenco: Meryl Streep, Reese Witherspoon, Jake Gyllenhaal, Omar Metwally, Igal Naor

O Poder da Esperança


Music Within
(2007) 94 min (14 anos - consumo de drogas lícitas, insinuação sexual, linguagem obscena)

Se você aprecia filmes baseados em história real, precisa ver esse. Richard Pimentel cresceu numa família disfuncional. Foi o único sobrevivente entre os 8 filhos que seus pais geraram. Todos os anos sua mãe preparava a festa de aniversário dos outros 7, e tentava o suicídio. Ainda pequeno, perdeu o pai. Mas descobriu que tinha o dom de falar em público. Já na faculdade, decepcionou-se ao ser rejeitado pelo orientador que escolhera. Com isso alista-se no exército e vai para o Vietnã, de onde volta surdo. Lutando contra essa desvantagem é que sua vida começa a ganhar sentido. Percebe que pode tornar visíveis os deficientes e ajudá-los a se verem como cidadãos válidos. Dando palestras para vários órgãos do governo, sua atuação foi fundamental para a elaboração da "Americans with Disabilities Act" (ADA) de 1990, lei que proibe a discriminação das pessoas portadoras de deficiências.
O motivo do título em inglês? Um professor primário fala para a turma de Richard sobre a importância de descobrir a própria vocação. A música é o dom que cada um tem, aquilo que pode e deve fazer durante vida. Ajudar ao pai na loja, desde pequeno, aumentou a confiança de Richard nas próprias habilidades. Por isso é tão importante dar pequenas tarefas às crianças, fazendo-as se sentir úteis e capazes, aumentando-lhes a segurança.
Diretor: Steven Sawalich
Roteiro: Bret McKinney & Mark Andrew Wilson e Kelly Kennemer
Música: James T. Sale
Fotografia: Irek Hartowicz
Elenco: Ron Livingston, Melissa George, Michael Sheen, Yul Vazquez, Rebecca De Mornay (mãe de Richard)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Um Lugar na Platéia


Fauteuils d'Orchestre * *
(2006) 106 min (14 anos)

Na Avenue Montaigne, em Paris, o dia 17 será movimentado. Haverá a estréia de uma peça de Feydeau, o recital de um pianista de renome internacional e um leilão de obras de arte. No teatro, Catherine Versen, famosa artista de novela, exaspera o diretor da peça e sonha com um trabalho no cinema. Jean-François, escravizado por uma agenda lotada, sonha em viver no campo. Jacques, ex chofer de taxi e grande colecionador, quer passar a uma nova fase de sua vida. Todos se encontram no Café dos Teatros, onde a jovem e amável Jessica acaba de chegar do Macon. Sua simplicidade e alegria entrosa-a rapidamente neste meio sofisticado.
É um filme leve, delicioso, em que a beleza de Paris se destaca.

Diretor: Danièle Thompson
Roteiro: Christopher Thompson, Danièle Thompson
Música: Nicola Piovani
Fotografia: Jean-Marc Fabre
Elenco: Cécile de France, Valérie Remercier, Albert Dupontel, Laura Morante, Claude Brasseur, Sydney Pollack, Christopher Thompson.
Existe efetivamente "Le Bar des Théâtres", no número 6 da Avenue Montaigne - 75008 Paris. Telefone: 01 47 23 34 63. Para quem quiser e puder conferir...

Beowulf

Beowulf *
(2007) 114 min (14 anos - contém agressão física, assassinato, linguagem chula e de conteúdo sexual e nudez)


Esta é a lenda do último herói grandioso. Em 507, durante o reinado de Hrothgar, seu povo é aterrorizado por um monstro grotesco e violento que os despedaça e devora. Curiosamente, diante do rei dinamarquês o monstro recua. Incapaz de destruí-lo, Hrothgar oferece uma recompensa pela morte de Grendel. É quando chegam, pelo mar, o valente Beowulf e seus companheiros geetas. Despindo-se de sua armadura, o guerreiro enfrenta e destrói Grendel. Saudado, louvado, recompensado, prepara-se para a partida quando descobre que o mais temível inimigo permanece em terras dinamarquesas: a feiticeira, mãe de Grendel. Este será o verdadeiro teste do herói. Vencerá Beowulf esta batalha?

Beowulf é um herói triste. Como Hrothgar, ele esconde um segredo. Desprezando a vanglória, embora a use em seu proveito, corajoso, compassivo com os fracos, observador, aí reside sua verdadeira força. Durante o desenrolar da história há referências a nova religião de Cristo. Os heróis poderosos, lendários, cantados em verso, são substituídos pelos mártires, pelos anônimos, que lutam contra seus monstros pessoais, pela glória de Deus.

Esse desenho animado tridimensional é forte, muito bem feito e filmado por 300 câmeras. As canções são engraçadas, ritmadas, empolgantes ou suaves e melodiosas. São elas que enlouquecem e atraem Grendel. O gigantesco troll, filho do ódio, do despeito e da vingança, não suporta a alegria e confraternização dos humanos. A maior parte das vezes o infeliz troll fala no dialeto anglo-saxão, língua em que foi escrito o épico original "Beowulf".

Diretor: Robert Zemeckis
Roteiro: Neil Gaiman, Roger Avary, baseado no poema épico anônimo "Beowulf"
Música: Alan Silvestri
Fotografia: Robert Presley
Elenco: vozes de Ray Winstone (Beowulf, Dragão, Homem Dourado), Robin Wright-Penn (Wealthrow), Anthony Hopkins (Hrothgar), Sebastian Roche (Wulfgar), John Malkovich (Unferth), Crispin Glover (Grendel), Angelina Jolie (mãe de Grendel)



*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Bom Dia

Ohayo * *
(1959) 93 min (Livre)



Japão - Mais um filme encantador de Yasujiro Ozu. Na periferia de Tóquio, parece que nada acontece. Um casal jovem compra um aparelho de TV. As crianças do pequeno condomínio vão a sua casa para acompanhar o torneio nacional de "sumô", em vez de estudar. Isamu e Minoru, pedem aos pais que comprem também uma televisão, mas eles se recusam. Acreditam que é objeto perigoso, que pode tornar as pessoas idiotizadas. Os meninos insistem e o pai exige que calem a boca. Tomando as palavras do pai ao pé-da-letra, os guris fazem um voto de silêncio, que provoca equívocos e situações embaraçosas na vizinhança.

No Japão pós-guerra, sob ocupação americana, os adultos temem a influência ocidental, o excessivo conforto, enquanto cumprem resignadamente suas vidas comuns. "Bom Dia" satiriza a relação das pessoas com a linguagem. Os jovens julgam que as expressões comuns de civilidade são bobagem, um desperdício. Falar sobre o tempo, fumar, beber, são atitudes incompreensíveis para as crianças. As palavras verdadeiramente importantes são difíceis de ser pronunciadas. Assim como o professor de inglês não consegue se declarar para a jovem por quem está interessado, os filhos não se comunicam verdadeiramente com os pais.

Ozu compõe as cenas como pinceladas numa aquarela. Ao final, revelam sua visão resignada do mundo contemporâneo, que ele encara com humor.

Diretor: Yasujiro Ozu
Roteiro: Kogo Noda, Yasujiro Ozu
Música: Toshiro Mayuzumi
Fotografia: Yuharu Atsuta
Elenco: Keiji Sata, Yoshiko Kuga, Chishu Ryu

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Penélope


Penelope
(2006) 103 min (LIVRE)

Por que selecionei este filme? Três razões simples:
* Porque fala sobre a ditadura da beleza e a dificuldade de aceitarmos nossas imperfeições físicas. Somos bem mais tolerantes com nossos defeitos e vícios, infelizmente. Investíssemos tanto em embelezar nossa personalidade e viveríamos num paraíso sobre a terra.
* Porque é livre;
* Gosto sempre do trabalho da Catherine O'Hara, que faz o papel de mãe;

Penelope nasceu rica e enfeitiçada. Sua mãe crê que um pretendente tão nobre quanto a jovem possa quebrar a maldição. Mas quem pode se apaixonar por alguém com um nariz de porco?
Diretor: Mark Palansky
Roteiro: Leslie Caveny
Música: Joby Talbot
Fotografia: Michel Amathieu A.F.C.
Elenco: Christina Ricci, James McAvoy, Catherine O'Hara, Reese Witherspoon

Medo da Verdade


Gone Baby Gone *
(2007) 114 min (16 anos - contem consumo de drogas, assassinato, agressão física, exposição de cadáver, linguagem obscena e depreciativa)

Boston, Massachussets - A pequena Amanda tem 4 anos quando é seqüestrada de casa. Sua tia contrata um casal de detetives particulares que conhecem bem a vizinhança, para ajudarem na investigação. Eles são jovens e têm pouca experiência com esse tipo de caso, mas uma grande paixão pela verdade. Aproximando-se da solução do problema, ambos enfrentarão um dilema que mudará suas vidas.

'Medo da Verdade' é a estréia de Ben Affleck como diretor. Nos extras ele comenta: "Antes de ter uma filha, eu teria levado essa história de modo mais superficial. Não entendia como era ter uma pessoa pela qual você é capaz de morrer, com quem você se preocupa mais do que tudo. Agora eu sei, e isso significa que eu vi essa história distintamente."

Fica uma lição desta história. Se a família e o ambiente em que nascemos nos influenciam, o que nos define são as escolhas que fazemos e com as quais temos que viver. Ainda bem que sempre se pode recomeçar.

Diretor: Ben Affleck
Roteiro: Ben Affleck e Aaron Stockard, baseado em romance de Dennis Lehane
Música: Harry Gregson-Williams
Fotografia: John Toll
Elenco: Casey Affleck (estréia como protagonista), Michelle Monaghan, Morgan Freeman, Ed Harris, John Ashton, Amy Ryan, Amy Madigan.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Esboços de Frank Gehry


Sketches of Frank Gehry * *
(2005) 83 min (Livre)

Este documentário oferece um pouco da vida e da obra do brilhante arquiteto Frank Gehry (ex-Goldberg). Nascido em 1929, no Canadá, Frank teve a sorte de contar com uma boa avó. Junto a ela, brincava de construir cidades e estradas com cubos de madeira. Aos 13 anos, gostava de desenhar junto do pai. Aos 16, assistiu uma conferência de Alvar Alto e decidiu fazer arquitetura. Quando começou o curso, vivia entre os artistas. Essa familiaridade ajudou-o a manter-se criativo num ambiente que costuma ser conservador.

Entre as obras do arquiteto, destacam-se o Walt Disney Concert Hall (em Los Angeles), o Museu Guggenheim em Balboa, o Museu Vitra (Alemanha), e o Centro Maggie para tratamento do câncer. Mesmo para quem não é entendido, torna-se claro que se trata de um grande artista. Respeitando os prédios vizinhos, a obra de Gehry dialoga com eles, lançando uma ponte para o futuro. E a gente quer ver mais, demorar o olhar para entender, desvendar os mistérios deste mago da arquitetura.

O filme traz conversas com membros de sua equipe, amigos, colegas de profissão, clientes e até seu psicanalista há 35 anos, Milton Wexler! Só o depoimento de um crítico não lança luz alguma sobre sua obra. Parece que contestou para não ser unânime. Mais elaborado poderia ter sido interessante.

Para os que apreciam arquitetura, este documentário é uma necessidade. Para os outros, pode ser uma curiosidade e um belo casamento entre música maravilhosa e lindas imagens.



Diretor: Sidney Pollack
Música: Sorman & Nystrom
Fotografia: Marcus Birsel, Ultan Guilfoyle, Sydney Pollack, Claudio Rocha, George Tiffin.
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