Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

terça-feira, 30 de março de 2010

A Canção de Bernadette

The Song of Bernadette *
(1943) 156 min (Livre)



"Para aqueles que acreditam em Deus, nenhuma explicação é necessária. Para aqueles que não acreditam em Deus, nenhuma explicação é possível."

França - No vilarejo de Lourdes, em fevereiro de 1858, uma camponesa chamada Bernadette Soubirous tem a visão do que ela descreve ser "uma linda senhora". A mocinha, muito adoentada, cura-se imediatamente. Parte da população conclui que foi a Virgem Maria quem Bernadette viu na gruta de Massabielle, ainda que a menina jamais confirme isso. As autoridades locais tentam desacreditar a história, a Igreja Católica faz o possível para não se envolver na polêmica, mas um grande fenômeno mudará a vida de todos no vilarejo.

Uma tocante história de fé e penitência, A Canção de Bernadette conquistou 4 Oscars, inclusive para a protagonista Jennifer Jones, num desempenho dedicado, praticamente fazendo sua estréia nas telas. Os demais prêmios foram para Melhor Fotografia, Melhor Música e Melhor Direção de Arte, todos merecidos. Considerado um dos grandes clássicos do cinema, A Canção de Bernadette comoveu gerações e continua sensibilizando platéias. (adaptado do DVD)

Curiosidades:
* O próprio Henry King dirigiu os testes para o elenco, instruindo as atrizes a olhar para uma luz brilhante acima da câmera. Jennifer Jones destacou-se logo porque - de acordo com King - ela não apenas olhou, mas viu.

* Jennifer Jones atuou em 3 filmes anteriormente, usando seu nome verdadeiro, Phyllis Isley.

* O promotor Vital Dutour (interpretado por Vincent Price), que investiga as visões de Bernadette, é retratado como ateu e anti-religioso. Na realidade Dutour era um católico devoto que achava que as visões de Bernadette Soubirous eram alucinações.


Bernadette Soubirous morreu aos 35 anos.
Seu corpo permanece incorrupto


Diretor:
Henry King
Roteiro: George Seaton, baseado no livro de Frank Werfel
Música: Alfred Newman
Fotografia: Arthur Miller
Elenco: Jennifer Jones, Charles Brickford, William Eythe, Vincent Price, Lee J. Cobb, Gladys Cooper, Linda Darnell

O setor de audiovisual da PASTORAL VOCACIONAL DA ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO
convida as pessoas da comunidade para assistir "A Canção de Bernadette"
no dia 8 de abril de 2010, às 14h.


A entrada é franca, mas há necessidade de inscrição prévia (as vagas são limitadas),
através do telefone: 2292-3132 ramal 438 ou
por e-mail:
pastoralvocacional@arquidiocese.org.br.

Endereço: Edifício João Paulo II - Rua Benjamim Constant, 23 - 5º andar - Glória
(junto ao Metrô)

sábado, 27 de março de 2010

À Procura de Eric

Looking for Eric *
(2009) 116 min (14 anos)



Inglaterra - O carteiro Eric Bishop perde a direção na condução da própria vida. Quando jovem, abandonou a esposa Lily com a filha Sam ainda recem-nascida. Anos depois, é a segunda mulher que o abandona, deixando-lhe a responsabilidade de sustentar 2 enteados mimados. A convivência familiar tornou-se uma catástrofe e isso transparece até na aparência desmazelada do carteiro. "Quando foi a última vez que fui feliz?" Seus únicos interesses são futebol e o trabalho, onde encontra amigos fiéis. As paredes do seu quarto estão cobertas com fotos do Manchester United e do confiante jogador Eric Daniel Pierre Cantona, o francês que foi um dos maiores ídolos do time inglês.

Sam pede ao pai que tome conta da neta pequena por algumas semanas, para que possa terminar a tese do seu curso. Bishop precisaria revezar com a ex-esposa, que não vê há anos. Lily se manteve uma bela mulher. Sem coragem de enfrentá-la, o carteiro corre para casa e furta uma pequena porção de maconha do enteado. Sob influência do baseado, torna Eric Cantona um confidente amigo que ouve seus desabafos e aconselha.

"À Procura de Eric" traz imagens de arquivo dos gols mais espetaculares da carreira de Eric Cantona. Esses shows no gramado foram as maiores alegrias do desanimado carteiro e dos "torcedores do Red Devil". São jogadas tão criativas que impressionam até quem não liga para o esporte. Ken Loach costuma dirigir dramas sobre operários com vidas problemáticas, mas, dessa vez, inovou em sua trajetória, misturando emoção, futebol e humor.

Assistindo "À Procura de Eric" e "Bem-Vindo" de Philippe Lioret, em que o protagonista sonha jogar pelo Manchester United, estou perto de me tornar a mais nova torcedora do clube inglês. No site Omelete há uma boa análise do filme de Ken Loach.


Ken Loach e Eric Cantona

Diretor: Ken Loach
Roteiro: Paul Laverty
Música: George Fenton
Fotografia: Barry Ackroyd
Elenco: Eric Cantona, Steve Evets, Stephanie Bishop, Gerard Kearns, Stefan Gumbs, Lucy-Jo Hudson, Matthew McNulty, Laura Ainsworth, Maxton Beesley, John Henshaw

Sempre ao seu Lado

Hachiko: a Dog's Story *
(2009) 93 min (Livre)



EUA - Na sala de aula, a professora pede que cada estudante fale sobre seu herói favorito. Todos riem quando um dos alunos diz que admira Hachi, o cão de seu avô. Esse cachorro akita, de origem desconhecida, encontrou Parker Wilson em Bedridge, na estação de trem. O professor de música tentou localizar o verdadeiro dono, que jamais apareceu. Quando ninguém quis adotar o filhote perdido, Parker não teve coragem de abandoná-lo. Nasce um vínculo forte entre os dois; uma amizade que inspira todos que os conheceram.

"Sempre ao seu lado" é a emocionante adaptação americana de uma história verídica, que ocorreu no Japão, em 1924, na cidade de Shibuya. Se você gosta de animais, prepare o lenço, o filme é construído de jeito a capturar seu coração.

"A memória de Hachiko foi imortalizada em uma pequena estátua de bronze colocada na estação de Shibuya, local onde ele morreu. Porém, durante a Segunda Guerra Mundial todas as estátuas foram confiscadas e derretidas, incluindo a de Hachiko. Em 1948 o filho do escultor da estátua original foi contratado para criar uma réplica dessa estátua, que foi colocada no mesmo lugar da anterior. Hoje, todos que passam pela estação de Shibuya, em Tokyo, podem ver a imponente estátua de Hachiko, erguida em sua memória eternizando a paixão desse cão por seu dono e sua lealdade incomparável. Sua figura imponente, esculpida em bronze e colocada sobre um pedestal de granito, ergue-se como uma silenciosa prova do lugar ocupado pelos Akitas na história cultural e social do Japão". (Animal Dreams)



Diretor: Lasse Halström
Roteiro: Stephen P. Lindsey, baseado no roteiro de Kaneto Shindô: "Hachiko monogatari"
Música: Jan A. P. Kaczmarek
Fotografia: Ron Fortunato
Elenco: Richard Gere, Joan Allen, Sarah Roemer, Robert Capron, Erick Avari, Jason Alexander, Cary-Hiroyuki Tagawa

quinta-feira, 25 de março de 2010

História Real

The Straight Story * * *
(1999) 111 min (Livre)



"Quando meus filhos eram pequenos, eu fazia uma brincadeira. Dava um graveto para cada um deles e dizia: "Agora quebrem". Claro que eles quebravam fácil. Aí dizia: "Amarrem os gravetos num feixe e tentem quebrar." Claro que eles não conseguiam. E eu dizia que aquele feixe era a família."

EUA -O viuvo aposentado Alvin Straight vive numa comunidade rural em Laurens, no estado de Iowa, com a filha Rose. Ao saber que o irmão Lyle sofreu um derrame, Alvin passa a refletir sobre os motivos do desentendimento que os separou há 10 anos atrás, e decide visitá-lo antes que seja tarde. Mas o veterano da 2ª guerra está com 73 anos, enxerga mal, tem um problema nos quadris e só anda apoiado em duas bengalas. Essas dificuldades não irão impedi-lo de visitar Lyle. Montado num cortador de grama, rebocando um pequeno trailer, em seis semanas ele tentará percorrer os 500 quilômetros que o separam de Mount Zion, Winsconsin.

Certa noite ele procura refúgio no terreno de um cemitério. Ao padre que vem conversar com ele, Alvin diz: "Eu quero fazer as pazes. Quero sentar com ele e olhar as estrelas. Como fazíamos há muito tempo atrás." E nós torcendo para que o irmão esteja em casa para recebê-lo.

Foi Mary Sweeney, colaboradora de David Lynch, quem descobriu a aventura de Alvin Straight, ao ler o jornal "The New York Times", em 1994. Ela achou a história encantadora, comovente, com um protagonista sábio, engraçado, excêntrico e determinado. Na companhia do amigo John Roach, fez de carro o mesmo percurso de Laurens a Mt. Zion. A viagem colocou-os em contato com pessoas que tinham encontrado Alvin durante o percurso. Elas se mostraram interessadas em dividir suas lembranças sobre aquele idoso incomum e seu veículo ainda mais estranho. Os filhos de Alvin ajudaram a enriquecer a produção com fotos de família e comentários importantes para moldar na tela a personalidade desse aventureiro, que morreu em 1996.

Curiosidades:
* Alvin Straight teve 14 filhos, dos quais sobreviveram 7.

* "História Real" foi gravado em ordem cronológica.

* David Lynch convenceu Richard Farnsworth a encarnar Alvin Straight. O ator já estava aposentado há dois anos, morando em seu rancho. Inicialmente recusou o papel pois estava com problemas no quadril, e só andava de bengala. Lynch respondeu: "Ótimo. Alvin Straight usa duas bengalas. Você é perfeito". Farnsworth estava com um câncer terminal nos ossos, o que lhe causou paralisia nas pernas. Ele surpreendeu os colegas por sua tenacidade durante as gravações. O mais velho artista a ser indicado para o Oscar, morreu numa sexta-feira, no ano seguinte. Farnsworth suicidou-se em sua casa em Lincoln, Novo México.

* O assento da máquina de cortar grama foi revestido com um silicone especial para diminuir o impacto.

* David Lynch: "Alvin é um rebelde, como James Dean, só que mais velho. Ele é como milhões de pessoas que enfrentam a velhice dos corpos, mas que ainda se sentem jovens por dentro. A essência não tem idade."

* O crítico americano Roger Ebert fez uma bela análise do filme, que vale a pena ser lida. É só clicar aqui.



Diretor: David Lynch
Roteiro: Mary Sweeney & John Roach
Música: Angelo Badalamenti
Fotografia: Freddie Francis
Elenco: Richard Farnsworth, Sissi Spacek, Harry Dean Stanton, James, Cada, Everett McGill, John Lordan, Sally Wingert, Barbara Robertson, Dan Flannery, Tracey Maloney

"- Deve haver alguma coisa boa em envelhecer."
"- Não vejo vantagem em ser cego e coxo ao mesmo tempo, mas, na minha idade, vi quase tudo que a vida tem para mostrar.
Sei separar o joio do trigo e não me preocupar com bobagens." (Alvin Straight)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Whisky

Whisky *
(2004) 95 min (14 anos)



Uruguai - Depois que a mãe morreu, Jacobo Köller passou a viver em função da fábrica de meias, num cotidiano monótono. A empresa precisaria de pintura, talvez máquinas novas e um programa de incentivo às três funcionárias. Mas isso não está nos planos do taciturno solteirão de meia-idade; ele só vai tocando a vida. Uma visita do irmão Herman reacende velhas rivalidades e provoca uma transformação na rotina de silêncio e acomodação. Herman mora no Brasil, onde também administra uma fábrica de meias. Jacobo pede à assistente Marta que finja ser sua esposa por alguns dias. O uruguaio não quer se sentir em desvantagem, pois Herman é casado com uma brasileira e tem 2 filhas.

Para tornar a farsa mais convincente, Jacobo e Marta tiram uma foto como casal para colocar num porta-retratos sobre o móvel da sala. O fotógrafo pede que digam "whisky", simulando um sorriso; daí o título do filme.

"A película, perfeita em sua simplicidade, retrata bem os tipos humanos, as misérias e grandezas da alma humana. Ainda que haja humor na narração, predomina a tristeza. (...) É uma prova excelente de como se pode fazer grandes coisas com pouco dinheiro e boas idéias." (decine21)

O premiado "Whisky" foi o último filme de Juan Pablo Rebella; ganhou prêmios em Cannes, Guadalajara, Gramado, Havana, Lima e Tóquio, entre outros festivais. Lamentavelmente, o diretor suicidou -se em 2006, aos 32 anos de idade. Tantas coisas boas ainda poderia fazer! Pablo Stoll, seu parceiro, escreveu, dirigiu e editou "Hiroshima" (2009), cuja avaliação está em 7,4, no site de cinema IMDB. "Hiroshima" ainda não foi lançado por aqui.

Diretor: Juan Pablo Rebella , Pablo Stoll
Roteiro: Gonzalo Delgado, Juan Pablo Rebella , Pablo Stoll
Música: Pequeña Orquesta Reincidentes
Fotografia: Bárbara Álvarez
Elenco: Jorge Bolani , Mirella Pascual , Andrés Pazos , Daniel Hendler , Ana Katz

domingo, 21 de março de 2010

Julie & Julia

Julie & Julia *
(2009) 123 min (12 anos)


"Você sabia que, se não secar a carne, ela não vai dourar direito?"


EUA, 2002 - Como funcionária pública, Julia Powell passa os dias atendendo o telefone num cubículo, tentando administrar dramas pós 11 de setembro. A passagem do trem do metrô ecoa dentro do apartamento de 85 m² que divide com o marido Eric e um gato, bem em cima de uma pizzaria em Queens, Nova Iorque. Suas colegas de faculdade têm carreiras bem sucedidas, movimentando negócios de milhões de dólares. Escritora não publicada, é na cozinha que Julia encontra conforto para os dissabores do seu dia-a-dia. Manteiga, gemas, chocolate e chantilly podem ser controlados e transformados numa deliciosa torta de chocolate.

França, 1949 - O diplomata americano Paul Child chega a Paris com a esposa Julie. O casal aprecia a culinária francesa e está feliz, antevendo 4 anos de saborosas peregrinações pelos restaurantes parisienses. Julia não pode ter filhos e precisa de um projeto para encher seus dias. Depois de tentar o bridge e a confecção de chapéus, ela se inscreve no curso de culinária mais famoso do mundo: "Le Cordon Bleu". É aí que desenvolve sua paixão pela cozinha e resolve escrever um livro de receitas. Seu público são as americanas que gostam de comer bem e não têm empregada.

Cinquenta anos depois, Julia Powell sente-se perdida e também anseia por um projeto de vida. É no livro de culinária de Julie Child que encontra uma inspiração. A jovem se propõe comentar em blog na internet, em 365 dias, suas experiências na elaboração das 524 receitas do livro "Dominando a Arte da Culinária Francesa", para alegria do marido e dos amigos. O filme entrelaça habilidosamente a vida de Julie e Julia. Na realidade parece que as duas jamais se encontraram.

História envolvendo comida, Meryl Streep e Amy Adams juntas num filme leve (logo depois de "Dúvida", tão dramático e empolgante), cenas de época, companheirismo e amor em casamentos felizes, Paris, vestimentas, cenários e fotografia impecáveis: tudo isso me atraiu ao ver o trailer de "Julie & Julia". Sabia que ia gostar e assisti com o maior prazer, fazendo propostas de renovados esforços culinários para agradar o marido. Também me deu ganas de conhecer a cozinha da chef americana, transplantada para o Museu Smithsonian, em Washington. Apesar de provocar tais intenções promissoras, ainda preferi outros filmes de Nora Ephron ("Sintonia de Amor" e "Mensagem para Você").


cozinha de Julia Child em Cambridge, recriada para o filme

Diretora: Nora Ephron
Roteiro: Nora Ephron, baseado no livro "Julie & Julia", de Julia Powell, e "My Life in France", de Julie Child e Alex Prud'homme
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Stephen Goldblatt
Elenco: Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci, Chris Messina, Jane Lynch, Linda Emond, Helen Carey, Joan Juliet Buck, George Bartenieff, Frances Sternhagen, Deborah Rush

"Bon Appétit!"

Gigante

Gigante *
(2009) 84 min (12 anos)



Uruguai - Nas horas livres, o segurança Jara diverte-se jogando videogame com o sobrinho. É o seu relacionamento mais significativo, quando ele pode se soltar e ser autêntico. No trabalho, o solitário e gigantesco jovem prefere fazer palavras cruzadas ou manter-se calado, quando não está observando as telas na sala de vigilância do supermercado. Em vão os colegas tentam envolvê-lo em abaixo-assinados e protestos pelas demissões que estão ocorrendo na empresa.

Tudo muda quando Jara repara em Julia. Sem querer, a faxineira derruba uma pilha de rolos de papel higiênico. Jara ri a princípio, até o momento em que o gerente da loja começa a ameaçá-la. A cena sensibiliza o segurança, que passa a seguir a moça através das câmeras do supermercado e pelas ruas da periferia de Montevidéu. E nós o acompanhamos, enquanto observa Julia entrar numa lan house, ir ao cinema, conversar com pessoas desconhecidas, afagar um cachorro ou passear pela praia. Enamorar-se dá sentido à vida do segurança, que volta aos pesos e exercícios. Jara é forte, gosta de heavy metal, é fã do "Metallica", e não tem coragem de se apresentar à moça. Que tipo de música toca no headfone de Julia?

"Gigante" conta uma pequena história que impressiona mais pelas imagens do que pelos diálogos. De acordo com o diretor argentino Adrián Biniez, o filme se baseou na observação de alguns amigos seus. Ele quis retratar uma timidez pós adolescente e o romantismo masculino. (Estadão) Ganhou prêmios nos Festivais de Berlim, Chicago, Havana e San Sebastian.

Diretor: Adrián Biniez
Roteiro: Adrián Biniez
Música: Adrián Biniez
Fotografia: Araudo Hernández Holz
Elenco: Horacio Camandule, Leonor Svarcas, Fernando Alonso, Diego Artucio, Fabiana Charlo, Ariel Caldarelli

sábado, 20 de março de 2010

Goodbye Solo

Goodbye Solo * *
(2008) 91 min (12 anos)



EUA, Carolina do Norte - Solo é tranquilo, prestativo e bem-humorado, mesmo diante das adversidades comuns da vida. O senegalês dirige um táxi à noite e, contra a vontade da mulher mexicana, estuda de dia para ser comissário de bordo. Quiera está grávida e tem uma filha de relacionamento anterior. A família mora numa casinha modesta na cidade de Winston-Salem.

A rotina de Solo fica alterada ao conhecer o carrancudo William, um passageiro de 70 anos que lhe oferece 1.000 dólares para ser conduzido, em 10 dias, até o Parque Nacional Blowing Rock. Diz-se que as fortes correntes de ar no alto da montanha devolvem os objetos e jogam a neve para cima. O taxista pergunta: "E o que você vai fazer lá, pular?" William não responde, e a dúvida paira no ar. Nos dias seguintes, Solo se empenha em animar o idoso, tirá-lo da depressão. Mas cada tentativa esbarra numa vontade forte de não ser ajudado.

A personalidade de Solo é um dos principais atrativos do filme. O sorridente africano não reage às provocações e insultos, está sempre disposto a auxiliar e perdoar. Parece uma versão moderna de Mahatma Gandhi e tem dificuldade de compreender a solidão em que vivem tantos americanos na velhice. Seu povo cuida dos idosos e ele está na América para mandar dinheiro para a família.

"Goodbye Solo" é precioso também graças à qualidade do roteiro, direção sensível e poderoso elenco, destacando Souleymane Sy Savane (Solo) e Red West (William). O africano é originário da Costa do Marfim, onde foi efetivamente comissário de bordo. West foi marine, boxeador, segurança de Elvis Presley e ator em algumas dezenas de filmes ("Natural Born Killers", de Oliver Stone).


Diretor:
Ramin Bahrani
Roteiro: Ramin Bahrani, Bahareh Azimi
Música: M. Lo
Fotografia: Michael Simmons
Elenco: Souleymane Sy Savane, Red West, Carmen Leyva, Diana Franco Galindo, Mamadou Lam, Lane 'Roc' Williams

sexta-feira, 19 de março de 2010

2012

2012
(2009) 158 min (12 anos)



EUA, 2009 - No espaço sideral, planetas se alinham, intensificando as explosões solares. O geólogo americano Adrian Helmsley viaja até a India para encontrar o especialista Satnam Tsurutani. O colega indiano descobriu que a temperatura do núcleo do planeta está aumentando rapidamente, o que deverá desencadear uma série de catástrofes e a possível destruição do mundo, como o conhecemos.

Numa reunião do G-8, o presidente americano força a retirada dos intérpretes da sala e relata os fatos aos chefes de Estado presentes. Os governantes elaboram um plano secreto para garantir a sobrevivencia da vida na Terra. Dois anos depois, catástrofes apocalípticas se multiplicam globalmente, milhões de pessoas morrem. Quando as populações serão informadas? Haverá esperança para as pessoas comuns?

Deveria ter assistido "2012" no cinema. Perdi a chance de usufruir o que o filme tem de melhor: a magnificência de explosões vulcânicas, terremotos e tsunamis. O que é insuportável na realidade, torna-se espetacular na ficção. Na minha modesta tela de TV, perdeu-se bastante do impacto. Ainda assim, senti um aperto no coração na rápida cena em que a estátua do Cristo Redentor é destruída. Sabiamente, evitaram usar essa imagem como capa do DVD brasileiro.

O diretor alemão também imaginou detonar a Caaba sagrada, na cidade de Meca. Acabou desistindo da idéia. Achou mais prudente acatar o conselho do roteirista Harald Kloser, evitando provocar a ira de muçulmanos radicais. Não deve ser divertido passar o resto da vida se escondendo para não ser assassinado, como faz o escritor britânico de origem indiana, Salman Rushdie. Mas será que não passou pela cabeça de Roland Emmerich mostrar a destruição de um monumento alemão, como o magnífico Castelo de Neuschwanstein, por exemplo? Emmerich talvez tema o fantasma de Ludwig II, o excêntrico rei da Baviera que mandou construir o castelo.

Nem só de catástrofe é feito "2012"; há um personagem engraçado, vivido por Woody Harrelson, e detalhes interessantes na construção das cenas. Um tanto longo, mas um legítimo exemplar de cinema-pipoca.


recriação do Parque de Yellowstone

Diretor: Roland Emmerich
Roteiro: Roland Emmerich & Harald Kloser
Música: Harald Kloser, Thomas Wanker
Fotografia: Dean Semler
Elenco: John Cusack, Amanda Peet, Chiwetel Ejiofor, Thandie Newton, Oliver Platt, Woody Harrelson, Danny Glover, Zlatko Buric, Beatrice Rosen, George Segal, Henry O

terça-feira, 16 de março de 2010

A Princesa e o Sapo

The Princess and the Frog *
(2009) 98 min (Livre)



EUA, Louisiana - A mais nova heroína da Disney é uma princesa moderna e empreendedora. A alegre Tiana acumula dois empregos e salva cada centavo para realizar o sonho que partilhava com o pai: comprar um espaço para abrir o "Tiana's Place", um restaurante em Nova Orleans que sirva comida apimentada, música exuberante, e receba todo tipo de pessoa. Sua mãe Eudora (dublada por Oprah Winfrey) preocupa-se com essa idéia fixa e sugere que mais importante é o amor.

A rica herdeira Charlotte La Bouff é a melhor amiga de Tiana, e dona de uma personalidade diferente. Mimada e voluntariosa, adora vestidos novos e sonha em se casar com um príncipe. Quando o deserdado herdeiro do reino de Malvonia chega à cidade, Charlotte decide que o belo Naveen é o candidato ideal. Já que trabalhar não passa pela cabeça do playboy, ele se sujeita a um casamento de conveniência. Mas das sombras emerge dr. Facilier, mestre do vudu, que tem outros planos e transforma a vida dos protagonistas num turbilhão.

Na deliciosa cena de abertura do filme, Eudora conta a história dos irmãos Grimm "A Princesa e o Sapo" para as meninas Charlotte e Tiana, fantasiadas de princesinhas. Enquanto Charlotte faria qualquer coisa para se tornar uma verdadeira princesa, a amiga acha repugnante a idéia de beijar um sapo. Ela ainda não tem idéia do que seria capaz pelo verdadeiro Amor.

Há um tom de afeto, encantamento e humor do início ao término do filme. Tiana é a primeira heroína Disney de pele negra, como Mulan foi a primeira asiática e Pocahontas a primeira índia. Auspiciosos sinais da mudança dos tempos. "A Princesa e o Sapo" ainda trata de temas como casamento, trabalho, projetos de vida, valor do dinheiro e das pequenas coisas, tudo bem embalado ao som do jazz de Nova Orleans.



Diretor: Ron Clements, John Musker
Roteiro: Ron Clements & John Musker e Rob Edwards
Música: Randy Newman
Vozes: Anika Noni Rose, Bruno Campos, Keith David, Oprah Winfrey, John Goodman, Jennifer Cody, Michael-Leon Wooley, Jim Cummings, Peter Bartlett, Jenifer Lewis, Terrence Howard

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Grande Desafio

The Great Debaters *
(2007) 126 min (14 anos)



"Fazemos o que precisamos fazer, para podermos fazer o que queremos fazer."

EUA - Na década de 30, a cor errada de pele era motivo para linchamento no Texas. Mas o medo não deteve quatro alunos negros do Wiley College. Orientados pelo professor Melvin B. Tolson, os estudantes formaram uma equipe que venceu debates em várias universidades, até chegar ao auditório de Harvard, de onde o desafio foi transmitido pelo rádio para todo país. Heterogêneo, o grupo incluía uma jovem mulher e um adolescente de 14 anos.

De tanto assistir o trailer de "O Grande Desafio" antes de filmes principais, olhei com certa indiferença quando me entregaram o DVD da locadora. Achei que já sabia tudo o que ia acontecer. Não estava preparada para me sentir como a 5ª integrante da equipe, torcendo pelo amadurecimento do grupo e saboreando suas vitórias. Recomendo vivamente essa produção de Oprah Winfrey e Joe Roth, com bela fotografia de Philippe Rousselot ("Sherlock Holmes", "Constantine", "A Fantástica Fábrica de Chocolates", "Esperança e Glória").

Curiosidades:
* "O Grande Desafio" foi o primeiro filme a receber uma permissão para gravar no campus de Harvard, Massachussets, desde 1979.

* Em 19 de dezembro de 2007, Denzel Washington anunciou a doação de US$ 1 milhão de dólares para que o Wiley College restabelecesse a equipe de debate.


Melvin B. Tolson

Diretor: Denzel Washington
Roteiro: Robert Eisely, baseado na história de Robert Eisely & Jeffrey Porro, inspirada no artigo "American Legacy", de Tony Scherman
Música: Peter Golub, James Newton Howard
Fotografia: Philippe Rousselot
Elenco: Denzel Washington, Forest Whitaker, Nate Parker, Denzel Whitaker, John Heard, Jurnee Smollett, Jermaine Williams, Gina Ravera

domingo, 14 de março de 2010

Coco antes de Chanel

Coco avant Chanel
(2009) 110 min (14 anos)




França - Conduzindo a charrete de um cavalo, um homem percorre estradas no interior da França até chegar ao convento, onde deixa duas meninas. Sequer corresponde ao olhar de uma delas, que talvez desejasse despedir-se, antes de acompanhar as freiras do monastério de Aubazine, vestidas em hábitos longos e escuros. Anos depois, Gabrielle Chanel trabalha num cabaré com a irmã Adrienne, consertando as roupas das coristas e interpretando um número musical. O apelido Coco vem da música "Qui Qu' a Vu Coco" que as duas apresentam juntas.

Uma ligação com o Barão Étienne Balsan permite que Gabrielle conviva com a aristocracia francesa e agrade as damas da sociedade na confecção de chapéus mais simples e charmosos. Séria, observadora, meticulosa, ela sonha com a independência e vai realizá-la na casa que leva seu nome e estilo. Coco Chanel vestiu a mulher moderna.

"Foi em Aubazine também que Chanel, inspirada na roupa das freiras, sinalizou o que uma mulher deveria usar: branco ao redor do rosto, porque as tornava mais brilhantes, e punhos brancos, porque ficavam bem e valorizavam as mãos. O resto da roupa em tom escuro. Creio que a moda francesa tem o estilo Aubazine-fashion." (Portais da Moda)

Por que um filme com belas locações e fotografia, bons artistas, roteiro correto e protagonista vencedora profissionalmente, ainda assim não satisfaz? Será porque "Coco avant Chanel" mostra a protagonista forçando a convivência com um homem rico? Ou por que, depois de viver um grande amor, parece desapegada dos afetos? A melhor parte do filme é observar algumas fontes de inspiração de suas criações e o desfile dos modelos autênticos pela escadaria de espelhos da Maison Chanel.


Diretora: Anne Fontaine
Roteiro: Anne Fontaine, Camille Fontaine, baseado no livro de Edmonde Charles-Roux
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Christophe Beaucarne
Elenco: Audrey Tautou, Marie Gillain, Benoit Poelvoorde, Alessandro Nivola, Emmanuelle Devos

sábado, 13 de março de 2010

Atividade Paranormal

Paranormal Activity
(2007) 86 min (14 anos)



EUA, California - Os créditos iniciais exibem um agradecimento às famílias de Micah Sloat e Katie Featherston, o que logo soa um tanto sinistro. Micah e Katie moram no subúrbio de San Diego. Eles estão juntos há 3 anos. Recentemente, começaram a ouvir ruídos estranhos em casa e a perceber que alguns objetos mudam de lugar sem explicação. Katie confessa que isso já aconteceu anteriormente.

Na verdade, desde os 8 anos que ela testemunha fenômenos inexplicáveis. Micah compra uma filmadora com áudio sensível, para captar atividades paranormais durante a noite, enquanto eles dormem. Como os fenômenos se intensificam, Katie pede ajuda ao Dr. Mark Fredrichs, um especialista em atividade paranormal. Depois de uma breve entrevista, o cientista explica que sua presença é inútil e até prejudicial. Sua experiência limita-se à comunicação com os fantasmas dos que já morreram e o casal precisa de um demonologista, pois o ser que assombra Katie decididamente nunca foi humano.

Meus filhos me recomendaram ver "Atividade Paranormal" de uma só vez , sem intervalos, para não estragar o clima de suspense. Não consegui, é claro, seja porque fui interrompida, seja porque também gosto de quebrar um pouco a tensão, para me recuperar do medo incipiente. Para os de coração mais forte, repito a recomendação dos filhos e acrescento: assistam à noite! Pode evitar o final alternativo, nos extras do DVD, pois não acrescenta nada.

Curiosidade:
* O filme foi todo gravado na casa do diretor-roteirista-cinegrafista Oren Peli, no espaço de 10 dias.

* Oren inspirou-se numa experiência pessoal. Tarde da noite ele dormia, quando foi acordado pelo barulho de uma caixa de sabão em pó despencando da prateleira.

* A produção de "Atividade Paranormal" custou US$ 15.000,00 e rendeu US$ 9.1 milhões na primeira semana nos EUA. Quebrou o recorde de maior venda de fim-de-semana para um filme
exibido em menos de 200 cinemas.

Diretor: Oren Peli
Roteiro: Oren Peli
Fotografia: Oren Peli
Elenco: Katie Featherston, Micah Sloat, Mark Friedrichs, Amber Armstrong

segunda-feira, 8 de março de 2010

Guerra ao Terror

The Hurt Locker * *
(2008) 131 min (14 anos)



"A emoção da batalha costuma ser um vício forte e letal, pois a guerra é uma droga." (Chris Hedges)

Iraque - A guerra é uma droga nos dois sentidos; sempre provoca sofrimento e vicia alguns combatentes nas situações de perigo, liberadoras de adrenalina. Essa era a situação do Sargento William James, líder do esquadrão anti-bomba americano em Bagdá. Sua habilidade e atitude destemida surpreendem os colegas de equipe, Sanborn e Eldridge. James parece indiferente à morte, mas não aos afetos, que ele procura manter sob controle.

Filmes de guerra, sangue, explosões não costumam ser atraentes às mulheres. Por isso achei curioso quando uma de nós se dedicou ao gênero. Kathryn Bigelow também é a diretora de "Caçadores de Emoção" (Pointbreak) e "K-19". "Guerra ao Terror" é um filme muito bem feito, que ajuda a compreender o dia-a-dia quase insano dos combatentes americanos na luta contra a guerrilha urbana. Ralph Fiennes e Guy Pearce fazem breves aparições.

Curiosidade:
* Como a produção não teve acesso à base militar do Kuwait, toda a gravação foi feita em Amman, Jordania. Militares jordanianos se encarrregaram da segurança nos sets de filmagem e nos hotéis onde a equipe se instalou.

* Foi James Cameron ("Avatar" e "Titanic") quem convenceu a ex-mulher Kathryn Bigelow a dirigir "Guerra ao Terror". Ela planejava outro trabalho e não estava certa quanto a esse projeto. Depois de ler o roteiro, Cameron incentivou-a e Kathryn aceitou o desafio, tornando-o um dos mais bem-sucedidos filmes independentes de 2009. Foi vencedor do BAFTA e ganhador do Oscar em 6 categorias. Como disse Barbra Streisand: "O dia chegou!" Kathryn é a primeira mulher a vencer o prêmio de melhor direção. "Guerra ao Terror" já está nas locadoras.

Diretora: Kathryn Bigelow
Roteiro: Mark Boal
Música: Marco Beltrami, Buck Sanders
Fotografia: Barry Ackroyd
Elenco: Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce, Ralph Fiennes, David Morse.

domingo, 7 de março de 2010

Giuseppe Verdi - sua vida, sua obra

La Vita di Verdi *
The Life of Verdi
(1982) 630 min (livre) feito para TV



"uma pureza feroz de idéias e sentimentos"

Itália - Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (1813-1901) nasceu em Roncole, no Ducado de Parma, filho de Luisa Utini e Carlo Verdi, dono de taberna. Desde cedo interessou-se por música e pôde completar seus estudos em Milão, graças ao comerciante Antonio Barezzi, a quem seria sempre agradecido. A mini-série a cores, dividida em 7 capítulos, acompanha a infância, maturidade e velhice do compositor, através de cartas, diários e notícias de jornal. Além da criação de todas as óperas, o roteiro acompanha a concepção do que Verdi considerou sua maior obra: A Casa de Repouso para Músicos, à qual destinou mais de 400 mil liras. Esse valor corresponde a 150 milhões de dólares atuais.

"Como é usual nos épicos italianos, sejam feitos para a televisão ou para o cinema, a produção é suntuosa, sem dúvida estourando o orçamento e provocando expressões de sofrimento e encolher de ombros compreensivos dos executivos da RAI. Estatísticas extraordinárias são divulgadas: 100 atores, 18.000 extras, 4.000 trajes, filmado em locações que vão de Milão a Veneza, passando por Leningrado e Londres. As cenas no teatro La Scala, como se apresentava no século XIX, são positivamente esplêndidas." (New York Times)

Além da impecável reconstituição de época, Renato Castellani fez interessantes conexões entre a vida e a obra de Verdi. O diretor minimizou os efeitos de uma dublagem em inglês com narração de Giulio Bosetti, na versão lançada no Brasil. As árias são cantadas em italiano, é claro, utilizando antigas gravações de Renata Tebaldi, Maria Callas, Luchiano Pavarotti e Birgit Nilsson. O ator inglês Ronald Pickup interpreta Verdi e a bailarina Carla Fracci empresta elegância à cantora Giuseppina Strepponi, segunda esposa do compositor. Mesmo quem não é apaixonado por ópera pode apreciar a esmerada produção. Entre os extras do DVD, há duas breves apresentações de Enrico Caruso e Maria Callas cantando obras de Verdi.


Diretor: Renato Castellani
Roteiro: Renato Castellani, os diálogos em inglês são de Gene Luotto
Direção Musical: Roman Vlad
Fotografia: Giuseppe Ruzzolini
Elenco: Ronald Pickup, Carla Fracci, Giamberto Albertini, Omero Antonutti, Lino Capolicchio, Eva Christian, Renzo Palmer, Daria Nicolodi, Nanni Svampa

"Homens que têm uma ligação íntima com a natureza são instintivamente religiosos."

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sábado, 6 de março de 2010

Aconteceu em Woodstock

Taking Woodstock *
(2009) 120 min (14 anos)



EUA - O designer Elliot Tiber deixa Greenwich Village (Nova Iorque) e retorna a Catskill para salvar o motel dos pais. O "El Monaco" funciona em condições precárias e está para ser tomado pelo banco. Elliot investiu suas próprias economias na pousada, mas de nada adiantou. Em 1969, como presidente da Câmara do Comércio da cidade, ele consegue alvará para a realização de mais um modesto festival anual de música, que pode atrair alguns clientes para o vilarejo.

Quando a cidade vizinha cancela a permissão para um festival de música, temendo receber hippies, Elliot vê a oportunidade de atrair o empreendimento para sua área. Três semanas depois, meio milhão de pessoas se espalham pelos gramados da fazenda vizinha, em White Lake, e Elliot testemunha uma experiência que mudou a cultura americana para sempre.

"Aconteceu em Woodstock" abre no campo florido da pousada dos Teichberg. Entre a profusão de flores, a câmera focaliza as abelhas extraindo pólem. As cenas seguintes vão revelando o desleixo do motel da família, que só troca os lençóis dos hóspedes se mostrarem evidência de terem sido usados. Mais espantosa ainda é a transformação de Imelda Staunton em sra. Teichberg. Por coincidência, estou assistindo "Return to Cranford", onde ela aparece como a vibrante e generosa Miss Octavia Pole. Sonia Teichberg não poderia ser mais diferente, com seu jeito pesado de andar com as pernas apartadas, e um modo abrupto, rígido, paranóico e carrancudo de ser. Uma criação de personagem que só enriquece a obra de Ang Lee.

Não há qualquer aproveitamento das cenas reais do festival de Woodstock; foi tudo recriado.


Diretor: Ang Lee
Roteiro: James Schamus, baseado no livro de Elliot Tiber e Tom Monte
Música: Danny Elfman
Fotografia: Eric Gautier
Elenco: Imelda Staunton, Henry Goodman, Demetri Martin, Emile Hirsch, Eugene Levy, Paul Dano, Kelli Garner, Jeffrey Dean Morgan, Richard Thomas, Dan Fogler, Jonathan Groff

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

quinta-feira, 4 de março de 2010

Por uma Vida Melhor

Away We Go * *
(2009) 97 min (14 anos)



"Nós somos fracassados?"

EUA - Burt Farlander e Verona De Tessant vivem no Colorado. São um casal modesto, tranquilo, que se ama, trabalha em casa e está construindo uma vida em comum. Burt vende seguros para seguradoras e quer se casar. Verona desenha o interior do corpo humano e rejeita a idéia de um casamento sem a presença dos pais, que faleceram num acidente. Quando se descobrem grávidos, imaginam ter os avós paternos por perto, para fazer parte do mundo do bebê. Aos 6 meses de gravidez descobrem que isso não vai acontecer; os Farlanders têm outros planos.

O que ainda prende o jovem casal a Denver? Nada, e assim saem pela América do Norte em busca de um lar, um ninho acolhedor para a criança que já amam e querem cercar de pessoas significativas. "Por uma vida melhor" acompanha a viagem de Burt e Verona pelas cidades onde moram alguns amigos e parentes, testemunhando uma variedade de estilos de vida, nenhum deles genuinamente feliz. Esta experiência faz o casal refletir sobre o tipo de pais que desejam ser, amadurece suas idéias quanto ao próprio relacionamento. Criar uma aliança é um compromisso de escuta e fidelidade.

É fácil simpatizar com o sorridente Burt e a plácida Verona. Mas não são o típico casal classe média que costumamos ver nas comédias americanas. Não por acaso, o diretor do filme é o inglês Samuel Alexander Mendes, casado com Kate Winslet, e responsável por 'Beleza Americana', 'Foi Apenas um Sonho', 'Estrada da Perdição'. A escolha do elenco é impecável, com destaque para Catherine O'Hara, como a engraçada sra. Farlander, e Maggie Gyllenhaal, como a abominável LN.

A maior parte das filmagens foi feita em Connecticut, embora a ação transcorra em Fenix, Tucson, Wisconsin, Montreal e Miami.

Diretor: Sam Mendes
Roteiro: Dave Eggers & Vendela Vida
Música: Alexi Murdoch
Fotografia: Ellen Kuras
Elenco: John Krasinski, Maya Rudolph, Carmen Ejogo, Catherine O'Hara, Jeff Daniels, Allison Janney, Maggie Gyllenhaal, Chris Messina, Paul Schneider, Melanie Lynskey

segunda-feira, 1 de março de 2010

Nosferatu

Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens * * *
(1922) 88 min (12 anos) preto e branco mudo



"Esta é sua esposa? Que deliciosa garganta"

Alemanha - "Essa é a primeira versão da conhecida história do Conde Drácula para o cinema, adaptação livre e não autorizada da obra de Bram Stoker. O corretor de imóveis Hutter (Gustav von Wangenheim) é convocado a visitar o conde Orlok (Max Schreck) nos Montes Cárpatos para vender-lhe uma propriedade na cidade de Bremen, mas irá se surpreender com o assustador anfitrião, na verdade um milenar vampiro disposto a alastrar uma grande peste na cidade. Através de Hutter, Orlok irá se encantar por sua esposa, a doce Ellen (Greta Schröder).

O cinema de horror deve muito a Nosferatu como uma das grandes inspirações para o gênero, aliado às características do Expressionismo Alemão, corrente artística que se utiliza do jogo de sombras, o forte contraste do claro-escuro, a composição dos cenários, a expressão exagerada dos atores (devido também ao cinema mudo), tudo em prol do efeito dramático. É isso que faz as imagens soarem tão consistentes na sua intenção de criar atmosfera de suspense constante. O filme se beneficia disso para prender o espectador e fazê-lo se arrepiar com a simples aparição do príncipe das trevas na tela." (análise de Rafael Carvalho do blog Moviola Digital)

Curiosidades:
* As filmagens foram feitas na Eslováquia, Alemanha, mar Báltico.

* Conde Orlok só é visto piscando uma vez na tela (perto do final da primeira parte).

* O personagem Nosferatu aparece por menos de 9 minutos durante toda a projeção.

* O diretor F. W. Murnau achou que Max Schreck era tão feio na vida real que bastavam orelhas pontudas e dentes falsos, para completar sua maquiagem.



Diretor:
F. W. Murnau
Roteiro: Henrik Galeen, baseado no romance de Bram Stoker "Dracula"
Música: Hans Erdmann (versão original), Bernardo Uzeda (versão de 2006)
Fotografia: Fritz Arno Wagner, Günther Krampf
Elenco: Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schröder, Georg H. Schnell, John Gottowt, Ruth Landsoff, Alexander Granach
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