Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Românticos Anônimos

Les Émotifs Anonymes *
(2010) 77 min (10 anos)
Que nada nos aconteça

França - Angélique Delange chega cedo demais à entrevista para o novo emprego na Fábrica de Chocolate. Tímida e vulnerável, no caminho a jovem cantava para animar-se e ganhar confiança (uma versão francesa da canção de Julie Andrews em The Sound of Music - I Have Confidence in Me)

A paixão de Angèlique pelos chocolates impressiona o tenso proprietário Jean-René Van Den Hugde, que escolhe a moça sem sequer examinar as outras candidatas. O trabalho não era exatamente o que imaginava, mas Angélique não pode recusar e mergulha nesta nova experiência. Com a ajuda do seu grupo de apoio Emotivos Anônimos, a chocolatière aceita o duplo desafio: evitar a falência da empresa e conquistar o coração de seu chefe, um tímido patológico que tem dificuldade de aproximar-se das mulheres, embora sinta-se atraído por elas.

Emotivos Anônimos seria uma tradução mais fiel do título francês, referindo-se ao grupo de ajuda às pessoas que se sentem dominadas por suas emoções. O diretor-roteirista Jean-Pierre Améris colocou no filme suas próprias experiências de hiper-emotivo, e disso deixou indícios no momento em que Angélique está no restaurante com o chefe. Ela faz uma confusão com seu nome e chama Jean-René de "Jean-Pierre". Românticos Anônimos é uma comédia agradável, recheada de personagens amáveis e bombons de aparência deliciosa - o que deve deixar alguns chocólatras inquietos. No dia seguinte fiz uma visita à chocolateria mais próxima de casa e me diverti escolhendo guloseimas no minúsculo setor de chocolates amargos.

Diretor: Jean-Pierre Améris
Roteirista: Jean-Pierre Améris, Philippe Blasband
Musica: Pierre Adenot
Fotografia: Gérard Simon
Elenco: Benoît Poelvoorde, Isabelle Carré, Lorella Cravotta, Lise Lamétrie, Swann Arlaud, Pierre Niney, Stéphan Wojtowicz, Claude Aufaure, Marie-Christine Demarest
Distribuidora: Imovision

domingo, 24 de junho de 2012

O Pior dos Pecados

Brighton Rock *
(2010) 111 min (14 anos)

Inglaterra, 1964 - É noite quando soa a buzina de um navio, gira a luz do farol da cidade de Brighton e uma onda maior se forma, desmanchando-se nas águas do mar. A campainha do telefone toca no corredor de um estabelecimento decadente mas ninguém atende. O velho Kite refugiou-se na cabine telefônica para pedir ajuda a seus cúmplices e saiu em disparada assim que dois homens surgiram da neblina. Inútil, ele estava cercado. Kite avança contra os rapazes do grupo do gângster Colleoni, mas é esfaqueado.

Os quatro criminosos da gangue de Kite ficam desnorteados com sua morte, querem vingá-lo e tocar o negócio de extorsão por conta própria. Mas sua vingança tem testemunha e cabe a Pinkie, o mais jovem do grupo, resolver o problema e eliminar as provas. Mais ele tenta, mais se enrola.

Qual é o pior dos pecados? A Bíblia ensina que orgulho foi o pecado original. Foi também a soberba que levou à queda de Lúcifer - o mais belo dos anjos - e é a falta de humildade a causa principal de nossas misérias e malfeitos. Com o adolescente Pinkie Brown não é diferente. Ambicioso, arrogante, quer ser temido, julga-se esperto, tem rosto de anjo e alma de demônio. Acuado, torna-se feroz; se necessário trai, mente e mata. Em seu caminho surgiu a desajeitada Rose Wilson. Tudo o que a carente garçonete da casa de chá Snows desejava era alguém a quem pudesse amar. Que ingenuidade pensar que Pinkie seria um candidato! Mesmo alertada por Ida Arnold, proprietária da Snows, Rose seguiu em frente na defesa daquele que dizia importar-se com ela.

A juventude e inexperiência de Pinkie e Rose chegam a ser comoventes e, em algum momento, tocaram os mais vividos Colleoni e Ida. Provavelmente ambos identificaram-se com os dois jovens, lembrando-se dos próprios erros do passado. É tão fácil errar quando a orientação e o exemplo estão ausentes! O diretor e roteirista Rowan Joffe conseguiu contar com arte essa história melancólica, tendo como aliados a fotografia elegante, um elenco afiado, além de cenários agradáveis.

Curiosidade:
* A cena final difere daquela do livro de Graham Greene, mas foi o próprio escritor quem colaborou no roteiro da primeira versão cinematográfica de sua obra (1947), portanto achou conveniente a mudança. Eu também! (mais detalhes no artigo de Stephen Holden para o New York Times)

Diretor: Rowan Joffe
Roteiro: Rowan Joffe, baseado em romance de Graham Greene
Musica: Martin Phipps
Fotografia: John Mathieson (Cruzada, O Fantasma da Ópera, O Som do Coração, Gladiador)
Elenco: Sam Riley, Andrea Riseborough, Helen Mirren, John Hurt, Philip Davis, Nonso Anozie, Andy Serkis, Craig Parkinson, Sean Harris, Geoff Bell
Distribuidora: Swen Filmes

domingo, 17 de junho de 2012

O Prometheus de Ridley Scott

thefineartdiner
Prometheus entrou no circuito regular dos cinemas cariocas no dia 15 de junho, sexta-feira passada e, desde então, a cena de abertura não me sai da cabeça. Uma nave oval paira sobre as águas de uma volumosa catarata, quando surge no canto esquerdo da tela uma figura envolta num manto com capuz. Descobre-se, e vemos o que parece um humanóide alto, careca e musculoso, tendo o corpo e os traços do rosto de uma alvíssima estátua grega. A criatura bebe o líquido negro de um recipiente metálico e cai nas águas revoltas. Seu corpo se despedaça e seu DNA se espalha. 

Certamente foi uma das sequências de abertura mais belas e impressionantes que já assisti e merece uma ida ao cinema para aproveitar todo o impacto da cena. O resto da história traz a qualidade de acabamento dos filmes de Ridley Scott, embora não tenha chegado ao nível de Blade Runner ou Alien, que foram casos de amor à primeira vista. Bem que o diretor podia ter encomendado o roteiro a Neil Jordan e seus personagens humanos seriam mais interessantes! Já o autômato David entrou para a galeria dos inesquecíveis, num excelente desempenho de Michael Fassbender. Mas volto a Prometheus quando chegar em DVD nas locadoras.

A Invenção de Hugo Cabret

Hugo * *
(2011) 126 min (Livre)

França, 1931 - No centro da praça Charles De Gaulle, eleva-se o Arco do Triunfo, um dos mais importantes monumentos da capital francesa. Raios de sol iluminam o horizonte, flocos de neve caem sobre a torre Eiffel e pelas ruas de Paris. De dentro do mostrador do grande relógio da Gare du Nord, Hugo Cabret observa o movimento dos passageiros dos trens, dos lojistas e frequentadores habituais da estação. Mesmo protegido pela distância, o menino assusta-se ao avistar o Inspetor e seu doberman Maximilian. 

O garoto de 12 anos aprendeu a se virar sozinho, desde que o pai morreu num acidente e ele precisou morar com o tio Claude, encarregado da manutenção dos relógios da Gare du Nord. Claude Cabret fica mais bêbado do que sóbrio e um dia desaparece sem qualquer aviso. Furtando comida e pequenas engrenagens, Hugo vai vivendo e reparando os relógios da estação, para que não sintam falta do tio. Faz um bom tempo desde quando costumava se divertir na companhia do pai, frequentando sessões de cinema, essa maravilhosa invenção dos irmãos Lumière. Os fantásticos filmes de Georges Méliès eram os seus favoritos, especialmente Viagem à Lua. Agora, nas horas vagas, Hugo tenta consertar o autômato que herdou do pai e que, ele imagina, depois de pronto lhe escreverá uma mensagem. Mas Georges, o estressado lojista que vende balas e brinquedos, cansado dos pequenos furtos de Hugo, fica com o caderno de notas que o menino usava para consertar o robô. O pequeno relojoeiro fará qualquer coisa para recuperar seu caderno.

A Invenção de Hugo Cabret é interessante para todos os que amamos o cinema - pela homenagem aos responsáveis pelo seu nascimento, pelas cenas dos filmes mudos, pelos momentos de humor, pela impecável escolha de elenco e apurada produção. Também gostei de ver o eterno Drácula, Christopher Lee, como o simpático livreiro que empresta livros para as criancinhas. Apesar de um tantinho longo, pode ser um programa agradável para a família. Na vida real, o diretor Martin Scorsese está envolvido num projeto de preservar os filmes antigos para as futuras gerações. (The Film Foundation) Cada dólar restaura um quadro (1 frame, 1 dollar). Quem doar US$ 100 ou mais ganha um presente especial.

Curiosidade:
* Georges Méliès estava na platéia, em 28 de dezembro de 1895, quando os irmãos Auguste e Louis Lumière fizeram a primeira projeção do cinematógrafo. Um ano mais tarde Méliès já estava projetando as próprias criações. Ele filmou mais de 500 curtas.

Diretor: Martin Scorsese
Roteiro: John Logan, baseado no livro de Brian Selznick, que faz uma ponta no filme como um estudante faminto
Musica: Howard Shore
Fotografia: Robert Richardson (Comer, Rezar, Amar, Ilha do Medo, Bastardos Inglórios, Kill Bill 1 e 2)
Elenco: Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen, Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ray Winstone, Jude Law, Emily Mortimer, Christopher Lee, Frances de la Tour, Helen McCrory
Distribuidora: Paramount

terça-feira, 12 de junho de 2012

Os Descendentes

The Descendants * *
(2011) 115 min (12 anos)

EUA, Havaí - O advogado Matt King estava em Honolulu trabalhando quando foi avisado sobre o acidente de barco sofrido por sua esposa Elizabeth, na praia de Waikiki. Hospitalizada, em coma, ela tem poucas chances de recuperação. Cabe a Matt avisar as duas filhas do casal: Scottie, de 10 anos, e Alex, de 17. Matt pouco sabe sobre a vida das duas, pois era a mãe quem lidava com as meninas. Logo ele vai descobrir sobre as dificuldades de relacionamento de Scottie na escola e o comportamento destrutivo de Alex. 

A família de Matt descende do rei Kamehameha, que uniu as ilhas do Havaí em 1810, e possui a última terra virgem da ilha de Kaua'i. São 101.1725 k² de vegetação intocada e praias que devem ser colocadas à venda antes que se extinguam os direitos da família. Como advogado, Matt precisa orientar as negociações e dar a última palavra na escolha do comprador. É nesse momento crucial dos negócios que ele descobre o motivo da irritação de Alex contra a mãe Elizabeth. Os fatos revelados pela filha mais velha são chocantes e o emaranhado de problemas na vida de Matt parecem sufocá-lo. Como poderá o advogado havaiano superar a própria mágoa e ajudar as filhas a lidarem com seus sentimentos? Para complicar um pouco mais, surgem Sid, o irritante namorado de Alex, e o mal-humorado Scott Thorson, pai de Elizabeth. Poderá de tanto mal sair algum bem?

Em Os Descendentes, George Clooney vai da comédia ao drama com facilidade numa atuação excelente. Convenceu até meu irmão Felippe, que até então não reconhecia méritos no ator (uma completa injustiça!). O filme de Alexander Payne é comovente e engraçado, com personagens que surpreendem pela sua humaníssima complexidade. Boa história, ótimo elenco e uma gostosa trilha sonora na qual predominam as músicas havaianas.

Curiosidade:
*  Kaui Hart Hemmings, autora do romance no qual Os Descendentes se baseia, aparece no filme falando ao telefone, como assistente do corretor Brian Speer

Diretor: Alexander Payne (As Confissões de Schmidt)
Roteiro: Alexander Payne e Nat Faxon & Jim Rash, baseado no romance de Kaui Hart Hemmings
Fotografia: Phedon Papamichael
Elenco: George Clooney, Shailene Woodley, Amara Miller, Nick Krause, Patricia Hastie, Beau Bridges, Robert Forster, Barbara L. Southern, Matthew Lillard, Judy Greer, Scott Michael Morgan
Distribuidora: Fox Film do Brasil

A Fonte das Mulheres

La Source des Femmes *
(2011) 125 min (14 anos)

wikipedia
Numa pequena aldeia, situada entre o norte da África e o Oriente Médio, as mulheres precisam subir um caminho íngreme e pedregoso para chegar à fonte. Elas executam essa tarefa sob o sol escaldante há séculos. Voltam carregando dois baldes cheios de água e, não raro, escorregam. Várias perderam seus bebês desta maneira. Além de fazer todo o trabalho doméstico, as mulheres ainda dançam para entreter os turistas. Já o dinheiro arrecadado fica com os homens. Os maridos desempregados passam os dias conversando e bebendo chá no bar, e todos consideram isso natural. Um dia a esposa do professor da escola local tem uma ideia diferente: a jovem Leila propõe às outras mulheres fazer uma greve de sexo até que os homens se mexam para levar água para a aldeia.

É difícil convencer as próprias mulheres, muitas delas analfabetas e temerosas de apanhar dos maridos ao se recusarem a eles. Os homens se zangam, protestam, consultam o imane, mas as aliadas de Leila são cada vez mais numerosas.  Seu maior apoio vem do marido professor e da engraçada "Velho Fuzil", uma viúva decidida que não tem papas na língua. Numa última tentativa de resolver o impasse, os homens ameaçam repudiar as esposas e trazer outras mulheres para substituí-las. Mas as guerreiras valentes da aldeia ainda têm umas cartas na manga.

A Fonte das Mulheres inspirou-se parcialmente em Lisístrata, peça de Aristófanes de 411 a.C. As mulheres da comédia grega fizeram greve de sexo para terminar a Guerra do Peloponeso. O filme de Radu Mihaileanu não chega a ser tão engraçado, mas mostra a importância de buscar a correta interpretação da essência do Corão, afastando o islamismo fundamentalista que rouba a liberdade das mulheres e impede os homens de pensar. As cenas mais divertidas reproduzem a alegria das brincadeiras, danças e cantorias das mulheres, que provocam os homens da aldeia, deixando-os completamente sem graça.

Diretor: Radu Mihaileanu (O Concerto)
Roteiro: Alain-Michel Blanc, Radu Mihaileanu
Musica: Armand Amar
Fotografia: Glynn Speeckaert
Elenco: Leila Bekhti, Hafsia Herzi, Biyouna, Hiam Abbass (O Visitante, Lemon Tree), Saleh Bakri, Sabrina Ouazani, Mohamed Majd
Distribuidora: Paris Filmes

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Filho de Belém

Il Bambino di Betlemme
(2002) 90 min (livre) feito para TV

Palestina - O cinegrafista Damiano tenta enganar a esposa quanto ao destino de seu novo trabalho. Ele não quer preocupá-la, mas a família tem muitas contas a pagar. O italiano deixa a mulher e a filha Lucrezia em abril de 2002 e parte para a Terra Santa, onde os conflitos entre israelenses e palestinos continuam.

Durante uma saída em busca de notícias, Damiano e uma equipe de jornalistas é surpreendida por um tiroteio e busca refúgio na Basílica da Natividade, em Belém. Cercados pelo exército de Israel, encontram-se no interior da Basílica mais de 200 palestinos, além dos frades e freiras que cuidam da igreja onde Jesus nasceu. Entre os refugiados está uma mulher grávida, prestes a dar à luz. A criança nasce enquanto acontecem as negociações para libertar os jornalistas. O recém-nascido apresenta insuficiência respiratória e pode morrer se não for socorrido a tempo. O assustado Damiano só pensa em voltar para a esposa e para a filha Lucrezia - mas conseguirá abandonar a sua sorte esta criança nascida em Belém, tão frágil e tão ameaçada quanto aquele outro menino há 2000 anos atrás?
speDeus

Diretor: Umberto Marino (Santo Antonio)
Roteiro: Umberto Marino
Musica: Marco Frisina
Fotografia: Alessio Gelsini Torresi
Elenco: Enrico Brignano, Sonia Aquino, Antonello Fassari, Claudio Botosso, Carlo Caprioli, Mohammed Bakri, Nunzia Schiano, Paolo Giannetti
Distribuidora: Flashstar

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

J. Edgar

J. Edgar *
(2011) 136 min (12 anos)


EUA - John Edgar Hoover foi diretor do FBI de 1924 até sua morte, em 1972. Formado em Direito aos 22 anos, começou a carreira pública na Biblioteca do Congresso Americano, tendo organizado seu sistema de fichamento. "Empregou-se logo depois no Departamento de Justiça onde sua carreira foi rápida. No ano de 1919 foi indicado para investigar estrangeiros suspeitos de subversão. Sua missão resultou na expulsão do país de um grande número de pessoas. Com o sucesso em seu trabalho, foi nomeado para trabalhar como assistente do diretor do FBI. Poucos anos depois, em 1924, Hoover tornou-se o chefe do Departamento." (wikipedia)

Edgar dedicou-se a modernizar a investigação criminal de acordo com critérios técnicos e científicos. Na época de sua morte, o Federal Bureau of Investigation tinha catalogado as impressões digitais de mais de 200 milhões de pessoas. Considerado o segundo homem mais importante da América, foi temido até pelos 8 presidentes a quem serviu durante sua vida pública. Já sua vida particular parece encobrir algum mistério. Apesar de sair com artistas de cinema, jamais se casou - morando na companhia da mãe enquanto ela viveu - e mantendo uma longa amizade com Clyde Tolson, seu herdeiro e segundo em comando na agência federal.

De acordo com o filme de Clint Eastwood, houve 3 pessoas importantes na vida de Edgar Hoover: a mãe dominadora e ambiciosa que desprezava homossexuais, Clyde Tolson e a secretária Helen Gandy, a quem J. Edgar Hoover confiou os arquivos mais secretos. O roteiro entrelaça fatos de todos os períodos de atuação do diretor do FBI, num constante vai-e-vem que quebra o ritmo da ação. O visual sombrio do filme emoldura uma personalidade complexa, patriota, obcecada pelo trabalho, insegura, autoritária, paranóica e sedenta de reconhecimento. Hoover ia às corridas de cavalo como válvula de escape. Era de tal forma temido que, quando perdia, suas apostas eram reembolsadas. A reconstituição das épocas abordadas no filme é primorosa, mesmo assim não está entre os meus favoritos do querido Clint.
Hoover e Leonardo DiCaprio


Diretor: Clint Eastwood
Roteiro: Dustin Lance Black
Musica: Clint Eastwood
Fotografia: Tom Stern (Além da Vida, Gran Torino, Romance e Cigarros)
Elenco: Leonardo DiCaprio, Naomi Watts, Judi Dench, Armie Hammer, Josh Lucas, Damon Herriman, Jeffrey Donovan
Distribuidora: Warner

domingo, 3 de junho de 2012

Corajosos

Courageous *
(2011) 129 min (12 anos)

EUA, Georgia - Bons pais pensam em si mesmos como provedores, trabalham o quanto podem para suprir as necessidades de sua família. O policial Adam Mitchell seria capaz de dar a vida pelos filhos, mas não partilhava seus pensamentos, nem participava de momentos importantes para eles. Seu filho adolescente está convencido de que não é amado pelo pai e se distancia cada vez mais.

Numa das reuniões na delegacia de Albany, o xerife  mostra aos policiais do condado as estatísticas sobre menores delinquentes e destaca o fato de serem comumente filhos de pais ausentes. Os oficiais de segurança são levados a refletir sobre a própria atuação em família. 

Depois de passar por momentos de grande sofrimento, Adam Mitchell resolve firmar o compromisso de exercer a liderança espiritual da sua casa. Seus companheiros de trabalho seguem seu exemplo e passam a levar a sério o lema "servir e proteger".

O emocionante Corajosos foi produzido pela Sherwood Pictures, uma iniciativa da Igreja Batista de Sherwood, em Whispering Pines, Albany. A produtora de filmes cristãos foi fundada em 2002 por Alex Kendrick, a partir de 20.000,00 dólares de doações. A companhia usa muitos voluntários nas suas produções. Já tinha assistido À Prova de Fogo, do mesmo diretor, e fiquei impressionada com a riqueza de ensinamentos práticos para a vida do casal. Desta vez o foco é na importância do papel dos pais na educação dos filhos. O tempo gasto com as crianças dá frutos valiosos e duradouros, pois estabelece um padrão para as futuras gerações da família. 

Diretor: Alex Kendrick (À Prova de Fogo)
Roteiro: Alex & Stephen Kendrick
Musica: Mark Willard
Fotografia: Bob Scott
Elenco: Ken Bevel, Alex Kendrick, Kevin Downes, Renée Jewell, Rusty Martin, Lauren Etchells, Ben Davies, Robert Amaya, Angelita Nelson, Taylor Hutcherson, Eleanor Brown
Distribuidora: Sony Pictures Home

sábado, 2 de junho de 2012

Albert Nobbs

Albert Nobbs *
(2011) 113 min (14 anos)
"Uma vida sem decência é insuportável"

cinema marcado
Irlanda, século XIX - Os olhos azuis do mordomo de meia-idade do Hotel Morrison captam os menores detalhes. Albert Nobbs é atento, polido, eficiente e seu rosto, muito de acordo com as regras da gerência, parece desprovido de qualquer emoção. Essa impassividade só é perturbada quando Albert é informado pela sra. Marge Baker, proprietária do estabelecimento, que deverá  dividir o quarto por uma noite com Hubert Page, pintor de paredes que executa um serviço temporário no hotel.

O discreto mordomo tem dois motivos importantes para temer partilhar a cama com um homem desconhecido. Sob o assoalho do quarto, Nobbs guarda as economias de sua vida, que pretende investir numa loja. E, sob seu impecável traje escuro, esconde um corpo de mulher. Uma noite tensa e reveladora trará consequências inesperadas para a existência do meticuloso, ingênuo e assexuado Albert Nobbs.

Que filme triste! Em termos de tragédia, chegou perto de Dançando no Escuro (Dancing in the Dark), de Lars von Trier. Difícil imaginar um personagem mais solitário do que Albert, que procura segurança numa personalidade masculina. Sua tragédia se explica nos rigores do século XIX. Nos dias de hoje dificilmente suas origens seriam um problema. Se quisesse descobrir o paradeiro de sua família, talvez bastasse colocar a foto da bela progenitora na busca de imagem do Google. 

E, SE fosse realmente uma pessoa com distúrbio de identidade, Nobbs atualmente até encontraria proteção na sociedade. Travestis e transexuais estão se tornando cada vez mais visíveis em eventos ou notícias do jornal e da TV ocidental. Em algum tempo, talvez deixem de ser olhados com espanto ou escândalo. Mas continua  inimaginável para a maioria de nós o estresse que significa vigiar constantemente a voz e aparência, temendo parecer estranho ao olhar alheio, sobretudo frente à dúvida franca das crianças. É uma condição misteriosa diante da qual se deve responder com respeito e tolerância. Albert Nobbs é um filme interpretado e executado com arte, que recebeu prêmios na Irlanda, no Japão, e na Espanha (Festival de San Sebastian). Todo o elenco feminino merecia ser premiado.

Diretor: Rodrigo Garcia
Roteiro: Glenn Close e John Banville, baseado no conto do escritor irlandês George Moore (1852-1933)
Musica: Brian Byrne
Fotografia: Michael McDonough (Inverno da Alma)
Elenco: Glenn Close, Mia Wasikowska, Janet McTeer, Pauline Collins, Bronagh Gallagher, Aaron Johnson, Brendan Gleeson, Jonathan Rhys Meyers, Maria Doyle Kennedy, Brenda Fricker, Phyllida Law
Distribuidora: Paris Filmes
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