Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quando Me Apaixono

Then She Found Me
(2007) 101 min (12 anos)



EUA, Nova Iorque - A professora April Epner vive cercada de crianças, mas nenhuma é sua. Casada com um colega imaturo, aos 39 anos sabe que tem pouco tempo para realizar o sonho de conceber um filho. A perspectiva de adoção não a atrai, tendo sido ela mesma adotada, pois julgava entrever um olhar mais terno de sua mãe adotiva para o caçula, filho biológico. Certa manhã em que chegava à escola, April descobre que o marido não pretende assumir a responsabilidade de uma família, já que abandonou casa e trabalho. A seguir, sua mãe adotiva morre e o emissário de uma suposta mãe biológica entra em contato. Antes que a professora se dê conta, a apresentadora de televisão Bernice Graves invade sua vida com todo o afeto e exuberância de que é capaz.

Mais um filme sobre o desejo e dificuldades da maternidade. Não acrescenta muito nesse aspecto, mas me interessou por ser o filme de estréia de Helen Hunt na direção. Com frequência atores se transformam em competentes diretores. Helen se beneficiará à medida em que tiver mais experiência. Um bônus delicioso é a atuação de Bette Midler, uma atriz versátil e divertida como Bernice Graves, a efusiva entrevistadora que insiste em dourar a realidade.

Além de Bette Midler, o cinema americano é pródigo em comediantes notáveis: Carol Burnett, Madeline Kahn, Lily Tomlin, Goldie Hawn e Diane Keaton. Shirley MacLaine esteve brilhante na comédia-drama 'Flores de Aço' (Steel Magnolias). Nas ilhas britânicas, a rainha do humor sutil chama-se Maggie Smith. Quem lembrar de outros nomes, por favor, complete a lista.

Curiosidade:
* Ahmed Salman Rushdie, o escritor hindu condenado à morte pelo Aiatolá Khomeini, interpreta o dr. Masani, médico que faz a ultrassonografia em April.

* Quando Tim Robbins dirigiu seu primeiro filme, Bob Roberts (1992), Helen Hunt fez uma breve aparição como repórter de TV. Na estréia de Helen na direção, Robbins devolveu a gentileza e aparece rapidamente como um dos entrevistados no show de Bernice Graves.



Diretora: Helen Hunt
Roteiro: Alice Arlen e Victor Levin e Helen Hunt, baseado no romance de Elinor Lipman
Música: David Mansfield
Fotografia: Peter Donahue
Elenco: Helen Hunt, Bette Midler, Colin Firth, Matthew Broderick, Ben Shenkman, Salman Rushdie, Lynn Cohen, Tommy Nelson, David Callegati, Daisy Tahan
Distribuidora: Europa Filmes

Irmãos de Sangue

Leaves of Grass * *
(2008) 104 min (14 anos)


EUA - O filósofo Bill Kincaid ilustra a nova face da racionalidade do pensamento, escreve artigos e livros, dá aulas na Universidade de Brown, em Rhode Island, onde é adorado pelos alunos, sobretudo pelas alunas. Moderado, estudioso, modesto, discreto, procura manter à distância estudantes apaixonadas e a própria família, em tudo seu oposto. Em Little Dixie, o irmão gêmeo Brady Kincaid construiu uma fazenda hidropônica que está produzindo a sétima geração de maconha de alta qualidade. Daisy Kincaid, a mãe dos gêmeos, internou-se voluntariamente num asilo. Ela é a moradora mais jovem e acompanha à distância a carreira do filho famoso. O imponderável age no mundo ordenado de Bill na forma de um telefonema que leva o professor de volta à Oklahoma, ao encontro da família. Ao que tudo indica, Brady foi morto a flechadas.

Não me lembro de ter lido nada sobre "Irmãos de Sangue" e ignorava o nome do diretor-ator. Quando recebo uma pilha de filmes na locadora preciso me agarrar em algo, especialmente se não há tempo para pesquisas no site do imdb. Foram os nomes de Edward Norton e Susan Sarandon que me chamaram a atenção. São artistas exigentes, que não costumam se meter em roubada.

Norton é um de meus atores favoritos e está brilhante como sempre, interpretando Bill e Brady, cada um com seu jeito próprio de falar e se mover. 'Juntos' na tela transmitem aquela sensação de familiaridade e camaradagem até quando não se entendem. O roteiro inteligente mantem constantes o interesse, o humor, e dá um tratamento afetuoso a todos os personagens. Uma jóia rara descoberta quase por acaso. Roger Ebert faz uma análise amigável de 'Leaves of Grass' em seu site. Vale a pena ler, depois de ver o filme.

Curiosidade:
* Tim Blake Nelson escreveu o roteiro tendo Edward Norton em mente para interpretar os papéis dos gêmeos. Não haveria segunda opção se Norton recusasse. Felizmente o ator estava tão interessado em participar do filme que aceitou metade do pagamento que costuma receber.


Diretor Tim Blake Nelson, caracterizado como Bolger, e Edward Norton

Diretor: Tim Blake Nelson
Roteiro: Tim Blake Nelson
Música: Jeff Danna
Fotografia: Roberto Schaefer
Elenco: Edward Norton, Susan Sarandon, Richard Dreyfuss, Keri Russel, Tim Blake Nelson, Melanie Lynskey
Distribuidora: California Filmes

domingo, 28 de novembro de 2010

Salt

Salt *
(2010) 100 min (14 anos)



EUA - Evelyn Salt foi torturada na Coréia do Norte, onde atuava como agente da CIA. Resgatada graças aos insistentes esforços do namorado Mike Krause, um aracnólogo alemão, casa-se com ele e continua a trabalhar no escritório da agência americana. No dia em que o casal comemorava aniversário de casamento, um dissidente russo denuncia Evelyn como agente dupla. Sua missão seria assassinar o presidente russo que virá a Nova Iorque para o funeral do vice-presidente americano. Preocupada com a segurança do marido, Salt parte numa fuga desesperada até o apartamento onde moram. Na sala há restos de um sanduíche meio comido, uma cadeira derrubada, mas Mike não está. Evelyn se arma, coleta uma aranha venenosa, uma valise negra já preparada e pega um ônibus para a cidade de Nova Iorque. Quem é realmente Evelyn Salt?

O australiano Phillip Noyce é um diretor danado de competente e isso transparece em cada cena de 'Salt'. Adoro filmes de ação bem feitos, absurdos ou não, mas a realidade intensa que vivemos nesse instante no Rio de Janeiro, quando as forças da ordem invadem o Complexo do Alemão, me pareceram mais espetaculares que a ficção. Escrevo o blog com os olhos na tela e os ouvidos no canal 40, Globonews. Não dá para desligar. Angelina Jolie se esmerou como Salt; deve ter adorado trabalhar novamente com um profissional do gabarito de Noyce.



Diretor: Phillip Noyce
Roteiro: Kurt Wimmer
Música: James Newton Howard
Fotografia: Robert Elswit
Elenco: Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor, Daniel Olbrychski, August Diehl, Hunt Block, Olek Krupa, Corey Stoll
Distribuidora: Sony Pictures Home

sábado, 27 de novembro de 2010

Destinos Ligados

Mother and Child * *
(2009) 126 min (12 anos)



EUA, Los Angeles - Karen é uma fisioterapeuta irascível e amargurada que engravidou aos 14 e entregou a filha para adoção. Atualmente trabalha com idosos e mora com a mãe. Lidar com crianças é penoso para ela. Passa os momentos livres escrevendo longas cartas para a filha que não chegou a conhecer.

Lucy é casada e possui uma sofisticada padaria. Sente que falta uma criança em sua vida para que a felicidade seja completa, mas não poder ter filhos. A empresária convence o marido a entrar na fila de adoção.

Elizabeth é uma advogada inteligente, bonita, bem sucedida e durona. Não quer depender de ninguém e parece que muda de emprego e moradia quando ligações começam a se formar. No último trabalho envolve-se com o chefe do escritório, um viúvo com filhos criados. Como o destino há de ligar as três mulheres?

Fica logo evidente que Karen é a mãe de Elizabeth, pois o físico e as idades combinam. Pensei imediatamente: mais um desses filmes que mostram um pouco da vida de vários personagens pouco delineados que despertam pequena empatia. Como estava enganada! Eu ainda não conhecia o diretor Rodrigo García...

O diretor-escritor constrói a história de tal maneira que vamos mergulhando nas emoções dessas mulheres tão imperfeitas e humanas, mas sublimes nos seus sentimentos de maternidade. Toda mãe é louca, me dizia um velho amigo; louca de amor por seus filhos, acrescento eu. Nem sempre bem sucedidas, mas geralmente bem-intencionadas.

Annette Benning entrega-se completamente ao papel de Karen e sofre uma completa transformação frente a nossos olhos. Desempenho impressionante, merecedor de um Oscar. Todos os papéis femininos são fortes, bem desenvolvidos e interpretados, inclusive a emotiva religiosa que cuida das adoções. Desta vez os homens foram mero coadjuvantes. Nem todos apreciarão o filme.

"Tem um pouco de Manoel Carlos em Rodrigo García, não dá para negar. E esta afirmação não é jocosa, acreditem, consigo enxergar qualidades no texto do novelista brasileiro. Rodrigo García, que herdou a poesia de seu pai Gabriel García Márquez, consegue tirar de dramas familiares e situações rotineiras a sensibilidade exata para tratar de temas comuns a todo e qualquer ser humano. (...) García sensibiliza sem ser piegas, sem pairar no terreno conformista e óbvio do romantismo sobre a vida e sobre as relações familiares, trazendo para o público um quadro crível e um segundo ponto de vista sobre um tema tratado com maniqueísmo como a adoção." (seleção do texto de Wanderley Teixeira, do blog 'Raining Frogs')


Annette Benning como Karen, foto do New York Times
Diretor: Rodrigo García
Roteiro: Rodrigo García
Música: Edward Shearmor
Fotografia: Xavier Pérez Grobet
Elenco: Annette Benning, Naomi Watts, Kerry Washington, Jimmy Smits, Samuel L. Jackson, S. Epatha Merkerson, Cherry Jones, Elpidia Carrillo, Eileen Ryan, Shareeka Epps
Distribuidora: PlayArte Home Video

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

As Histórias de Jonathan Sperry

The Secrets of Jonathan Sperry
(2008) 90 min (Livre)



EUA - Durante o verão de 1970, Dustin decide cortar a grama dos vizinhos e juntar algum dinheiro. Parte do que recebe é gasto na lanchonete local, onde se reúne com o sensato Albert e o engraçado Mark, seus melhores amigos. O principal cliente de Dustin é Jonathan Sperry, um idoso simpático que sabe conversar com os jovens, além de preparar uma saborosa limonada, bolo de chocolate e outros lanches deliciosos. Sperry propõe desafios que incentivam os três amigos a estudar as Sagradas Escrituras. Ganhando familiaridade com a Bíblia sob a orientação do gentil Jonathan, os meninos se tornam mais confiantes, crescem em virtudes e resolvem alguns problemas que julgavam insolúveis. O maior desses problemas é Nick, um bullie que intimida todas as crianças da comunidade.

'As Histórias de Jonathan Sperry' será ferramenta útil especialmente aos catequistas, que precisam tornar atraente o ensino das Sagradas Escrituras. O filme mostra de maneira quase didática a capacidade transformadora da mensagem de Cristo. Algumas cenas são um pouco lentas, mas isso torna-se um detalhe insignificante diante do valor da mensagem.

Não reconheci o ator Gavin MacLeod que interpreta Jonathan Sperry. Quando mais jovem era o jornalista Murray Slaughter, o melhor amigo de Mary Tyler Moore, minha série favorita na década de 70. O irônico Murray está convincente como o piedoso Jonathan.


Gavin MacLeod (como Murray) é o primeiro homem à esquerda

Diretor: Rich Christiano
Roteiro: Dave Christiano, Rich Christiano
Música: Jasper Randall
Fotografia: Philip Hurn
Elenco: Gavin MacLeod, Jansen Panettieri, Robert Guillaume, Frankie Ryan Manriquez, Allen Isaacson, Taylor Boggan, Mary Jeans McAdams, Bailey Garno
Distribuidora: Graça Filmes

domingo, 21 de novembro de 2010

Os Garotos Estão de Volta

The Boys Are Back
(2009) 104 min (14 anos)



Australia - Joe Warr vive no melhor dos mundos. O inglês é o principal repórter esportivo de um jornal australiano, tem lugar privilegiado em todas as competições e ainda ganha por isso. Ao voltar para casa é recebido por uma esposa gentil, inteligente e bela que cuida de Artie, o filho de seis anos do casal, além de manter o lar acolhedor e limpo.

Mas não há bem que sempre dure. A simpática e jovem Katy tem um câncer agressivo e morre em pouco tempo. Então, a ausência da figura que ama e cuida fere fundo os dois garotos. Para piorar a situação, a casa dos Warr se transforma no pesadelo de qualquer pessoa que preze ordem e limpeza. Além de roupas e pratos sujos espalhados por todo canto, Joe não obriga Artie sequer a escovar os dentes!

Dizem os educadores que crianças precisam de amor, disciplina, estímulo e exigência. Devem estar certos, pois quando um destes ingredientes falta, o resultado não costuma ser bom. Joe é ótimo em amor e estímulo, mas pouco sabe de disciplina e exigência. Na porta da sua geladeira está escrito "Just Say Yes" (Apenas diga Sim). Quando Harry Warr, o filho de 14 anos do seu primeiro casamento, vem da Inglaterra para morar com eles, estranha ainda mais esse ambiente caótico do que o calor sufocante da cidade australiana. De homem obcecado pelos esportes, Joe terá que se virar para compreender os filhos e garantir sua convivência junto a ele.

A indicação de impropriede é um tanto severa ao indicar o filme apenas para os maiores de 14 anos. Será que a zelosa censura teme que os jovens brasileiros sejam contaminados pelo exemplo de desordem e alimentação pouco saudável dos garotos Warr? Aliás, a censura em Singapura é ainda mais severa: 16 anos. Enquanto isso, na Alemanha, "Os Garotos Estão de Volta" é permitido aos maiores de 6 anos! Sabendo como os alemães têm fama de organizados, acho que suas crianças estão imunizadas desde o berço contra a bagunça.

Há um artigo interessante do escritor Simon Carr, publicado no Daily Mail em 27 de junho de 2009, intitulado "I want to die and be with Mummy". Simon é o verdadeiro Joe Warr, pai de Alexander e Hugo. O jornalista é menos bonito que Clive Owen, como se vê no retrato abaixo, mas o que interessa é que escreve muito bem e aprofunda algumas considerações do filme. Acompanha o artigo uma foto simpática de Susie Carr segurando Alexander ainda bebê.


Simon Carr com Hugo e Alexander

Diretor: Scott Hicks
Roteiro: Allan Cubitt, baseado nas memórias de Simon Carr (The Boys Are Back)
Música: Hal Lindes, interpretadas por Sigur Rós
Fotografia: Greig Fraser
Elenco: Clive Owen, Laura Fraser, Emma Booth, George Mackay, Nicholas McAnulty, Julia Blake, Nakia Pires, Chris Haywood, Erik Thomson, Natasha Little
Distribuidora: Califórnia

sábado, 20 de novembro de 2010

O Escritor Fantasma

The Ghost Writer * *
(2010) 128 min (12 anos)



EUA - 'O ex-primeiro ministro britânico Adam Lang prepara a publicação de suas memórias com a ajuda de um ghost writer. Mas o escritor aparece afogado na costa americana, perto de onde Lang tem uma esplêndida mansão. Tudo indica que a morte foi acidental e logo um substituto é contratado para dar forma às lembranças do político.' (Decine21) Mal começa a trabalhar, o novo escritor descobre indícios de que nem tudo é o que parece e começa suas próprias investigações.

Para mim, a grande figura do filme de Roman Polanski fica poucos instantes na tela. É o idoso pálido e enrugado, mas cheio de vida, que mora na praia de Martha's Vineyard e está muito bem interpretado por Eli Wallach. Ele tem presença, calor humano e a sinceridade que falta aos outros personagens, que parecem não ter vida própria, atuando sempre como profissionais e figuras públicas. Se eu fosse o escritor substituto, além do velho do mar, só confiaria no barman e no recepcionista do hotel das barcas. Os outros agem como robôs alienígenas suspeitos, especialmente quando gentis. Ao caracterizar o protagonista como solitário, sem família, o roteiro deixa o espectador preocupado com sua segurança.

Os filmes dos mestres do cinema já se revelam nos primeiros segundos de projeção, seja pela elegância dos créditos iniciais, pela música, ambiente ou enquadramento. Algo captura de imediato a atenção, despertando em mim até certa reverência. Lembro de meu tio Mário louvando as engraçadas e sangrentas "letrinhas" iniciais de 'A Dança dos Vampiros' (Polanski, 1967). Mesmo que o desenrolar do filme não seja tão empolgante, sempre há grandes momentos que se aproveitam. "O Escritor Fantasma" é obra de um mestre do suspense, com todos os ingredientes de belo acabamento e ritmo perfeito. Vida longa para o diretor polonês, que ele se torne um centenário ativo como o querido Manoel de Oliveira!



Diretor:
Roman Polanski
Roteiro: Robert Harris e Roman Polanski, baseado no romance "The Ghost", de Robert Harris
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Pawel Edelman
Elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Kim Catrall, Olivia Williams, Tom Wilkinson, Jon Bernthal, James Belushi, Timothy Hutton, Eli Wallach, Kate Copeland, Glenn Conroy, Robert Pugh, Desirée Erasmus
Distribuidora: Paris Filmes

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Bem-Amado

O Bem-Amado *
(2010) 107 min (12 anos)



Na cidade de Sucupira o prefeito é assassinado e as novas eleições contrapõem o pitoresco Odorico Paraguaçu, autor de ditos impagáveis, e o combativo jornalista de esquerda Vladimir. Falastrões, populistas e corruptos, os dois são perfeitos exemplares de políticos ficha suja.

Odorico é simpático com os eleitores, recebe todos pessoalmente no palácio da prefeitura. Não conhece limites ou regras na vida pessoal ou profissional, além das que contribuem para suas conveniências. Sua idéia de boa administração é construir um cemitério para evitar que a viagem final dos sucupirianos seja para a cidade vizinha. Terminada a obra superfaturada - afinal o prefeito precisa se ressarcir dos gastos da campanha eleitoral! - falta um defunto para a inauguração. Ninguém morre na cidade faz tempo. E agora?

Guel Arraes dirige com leveza, ritmo e humor a nova versão da obra de Dias Gomes, gravada em Alagoas, na pequena cidade de Marechal Deodoro (a cerca de 30 km de Maceió). Um grande time de atores cômicos, som e fotografia impecáveis tornam 'O Bem-Amado' uma sátira divertida ao mundo da política. Destaques para a interpretação exuberante de Marco Nanini como Odorico, Matheus Nachtergaele como seu discreto assessor e para Andrea Beltrão e Drica Moraes como as fogosas irmãs Dulcinéia e Judiceia Cajazeira.

Curiosidade:
*Guel Arraes é filho do ex-governador pernambucano Miguel Arraes.



Diretor:
Guel Arraes
Roteiro: Guel Arraes, Cláudio Paiva, baseado em peça de Dias Gomes
Música: Mauro Lima, Caetano Veloso
Fotografia: Dudu Miranda, Paulo Souza
Editor: Caio Cobra
Elenco: Marco Nanini, Matheus Nachtergaele, Andrea Beltrão, Zezé Polessa, Drica Moraes, José Wilker, Tonico Pereira, Caio Blat, Edmilson Barros, Maria Flor, Bruno Garcia
Distribuidora: Disney

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A Batalha pelo Império

Confucius *
(2010) 125 min (14 anos)



'O código de ética Zhou nos ensina a valorizar a vida humana acima de tudo'

China - Mesmo em tempos de crise, deve-se prosseguir vivendo com arte, ética e benevolência. Sendo suave como a água, é possível vencer a agressão e arbitrariedade. Seja numa tijela, numa bacia onde se lavam as mãos, ou num filete escorrendo até encher a vasilha, são imagens de água as escolhidas pela diretora Hu Mei para abrir essa dramatização sobre a vida de Confúcio. Kong Qiu, Zhong Ni ou Confucius, seu nome latino, nasceu no ano 551 AC, em Tsou, uma pequena cidade no estado de Lu, hoje sul da província de Shantung. 'A Batalha pelo Império' apresenta o período dos 51 aos 73 anos do influente filósofo chinês. De prefeito da cidade de Zhongdu a ministro do reino e mestre difusor de ideais éticos de humanidade e harmonia.

Durante o reinado de Ding, três clãs disputavam o poder em Lu: os Jishi, os Shushi e Mengshi. Um senhor de terras tinha poder de vida e morte sobre seus escravos. Era comum enterrá-los vivos na tumba do mestre, junto aos animais favoritos e outros bens, quando da morte do proprietário. O governante Lu Dinggong escolheu Confucio como Ministro da Justiça para instaurar civilidade e progresso no reino. Em 497 AC, depois de algumas vitórias memoráveis pela engenhosidade e inteligência, o filósofo enfrentou oposição das famílias nobres e partiu para o exílio, viajando pela China. Em 484 AC retornou à terra de seus pais.

As filmagens foram realizadas em Hebei, China. Depois que o projeto foi anunciado houve algumas reações contrárias à escolha de Chow Yun-Fat, visto como um ator de filmes de kung fu. Nascido em Hong-Kong, questionava-se até sua capacidade de falar mandarim sem sotaque. Ele se saiu bem, para ouvidos estrangeiros, é claro, mas foi a direção de fotografia, beleza do vestuário e os ensinamentos de Confúcio e Lao Tse o que mais me impressionou no filme da diretora Hu Mei.


Diretora: Hu Mei
Roteiro: Chan Khan Jiang, Qi Tao He Yan Jiang, Hu Mei
Música: Zhao Ji Ping, Su Cong
Fotografia: Peter Pau
Elenco: Chow Yun-Fat, Zhou Xun, Chen Jianbin, Lu Yi, Chen Rui, Lu Yao, Qiao Zhenyu, Zhang Kaili, Chen Ran
Distribuidora: Flashstar

sábado, 13 de novembro de 2010

Um Anjo em Minha Mesa

An Angel at My Table - Trilogy * *
(1990) 158 min (16 anos)



'Não receies mais o calor do sol ou a fúria das tempestades invernais agora que se cumpriu a tua missão mundana.'

Nova Zelandia - A escritora Janet Paterson Frame (1924-2004) nasceu em Dunedin, a mais antiga cidade neozelandesa. É autora de romances, contos, poesia e três autobiografias, nas quais se baseia este filme da diretora Jane Campion. A história de vida da escritora levou-a de uma infância pobre mas feliz, ao lado de seus pais e irmãos, à internação por oito anos numa clínica de doentes mentais. Sua timidez, fobia social ou desejo de privacidade foram confundidos pelos médicos de Seacliff com esquizofrenia.


Seacliff Lunatic Asylum

Depois de tomar mais de 200 choques elétricos, escapou por pouco de uma lobotomia. O prêmio Hubert Church pelo livro de contos "A Lagoa" (Lagoon) valeu-lhe a liberdade. A vida de Janet recomeça a partir daí. Que alívio sentimos, ela e eu, quando o terapeuta lhe diz que está livre para recusar os convites sociais que não deseje aceitar!

A primeira parte de 'Um Anjo em Minha Mesa' se passa numa paisagem verde onde Nini, uma menina gorducha de cabelos vermelhos encaracolados lia, estudava e brincava com outras crianças, enquanto ovelhas saltavam pelos campos. A caracterização dos personagens nesta fase da vida de Janet Frame, o enquadramento e a escolha de luzes quentes me lembraram os encantadores quadros do pintor e ilustrador americano Norman Rockwell. Como sempre, o trabalho do diretor de fotografia Stuart Dryburgh é magnífico. Ele usou tons mais frios para apresentar a fase desesperadora da crise e internação em Seacliff. O filme interessa não só aos que conhecem os livros da escritora ou apreciam os filmes da diretora neozelandesa, mas a todos os que se comovem assistindo ao relato de uma história de vida muito dramática e bem contada.

Numa entrevista para o jornal ingles The Guardian, Jane Campion lembra seus encontros com a solitária escritora. 'Um Anjo em Minha Mesa' ganhou prêmios nos festivais de Veneza e Toronto, além de ser considerado Melhor Filme Estrangeiro pela Associação de Críticos de Chicago e pelo Independent Spirit Award.


Janet Frame com as três atrizes que a interpretam

Diretora: Jane Campion
Roteiro: Laura Jones, baseado nas autobiografias de Janet Frame: To the Is-Land, An Angel at My Table e The Envoy from Mirror City
Música: Don McGlashan
Fotografia: Stuart Dryburgh
Elenco: Kerry Fox, Alexia Keogh, Karen Fergusson, Iris Churn, Kevin J. Wilson, Jessie Mune, Melina Bernecker, Ailene Herring, Francesca Collins,
Distribuidora: Lume Filmes

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Toy Story 3

Toy Story 3 * * *
(2010) 103 min (Livre)



EUA - Agora com 17 anos, Andy vai se mudar para a universidade em poucos dias. A mãe insiste em que ele arrume o quarto, separando o que vai levar, o que vai guardar no sótão, coisas para o lixo e o que pode ser doado. O xerife Woody, Buzz Lightyear e os outros brinquedos gostariam de acompanhar o dono, que parece tê-los esquecido. O maior medo da turma é parar no lixão! Os brinquedos querem estar na companhia de crianças que saibam usar a imaginação para criar aventuras tão empolgantes como as que viveram junto de Andy. A creche Sunnyside pode ser uma opção interessante? Mais detalhes só para quem alugar o filme, pois não quero estragar nenhuma das surpresas da jornada.

Mesmo sem os recursos de 3D ou Blu-ray, o visual de Toy Story 3 deslumbra pela perfeição técnica, enquanto a história é pura ação, humor e emoção. Assisti junto a minhas 2 filhas mais moças. Quase ao final do filme, depois de muito suspense e torcida, a filha casada me perguntou: "Em que momento a Paula (filha mais velha que horrorizou o avô por ter rido na "Ponte de Waterloo") chorou nesse filme?" Disse-lhe que não tinha idéia. Passados mais alguns minutos respondi com a voz embargada: "Agora", para ouvir as gargalhadas das duas criaturas desalmadas. Emoção é aventura puramente individual. O DVD traz uns extras interessantes. Dá vontade de trabalhar na Pixar.

Curiosidades:
* O dublador americano de Andy é o mesmo dos filmes anteriores.

* O roteiro levou 2 anos e meio para ser escrito e transformado em storyboard.

* Há 302 personagens no filme.

* Ken usa 21 roupas diferentes.

* O primeiro filme lançado no formato Dolby Surround 7.1

Diretor: Lee Unkrich
Roteiro: Michael Arndt, baseado em história de John Lasseter e Andrew Stanton & Lee Unkrich
Música: Randy Newman
Edição: Ken Schretzmann
Vozes: Tom Hanks, Tim Allen, John Morris, Joan Cusack, Ned Beatty, Don Rickles, Estelle Harris, Timothy Dalton, Jodi Benson, Michael Keaton, Laurie Metcalf, Wallace Shawn, John Ratzenberger, Emily Hahn, Beatrice Miller, Lori Alan, Javier Fernandez Pena, Bonnie Hunt, Whoopi Goldberg
Distribuidora: Disney/Pixar

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Brilho de Uma Paixão

Bright Star * *
(2009) 118 min (10 anos)



'Bright star, would I were stedfast as thou art'
(Estrela brilhante, quisera ser tão impassível como sois)

Inglaterra - Em 1818, numa antiga aldeia do norte de Londres, encontram-se na casa de conhecidos os jovens John e Fanny. Ele é um poeta pobre, responsável pelo irmão tuberculoso, vivendo de favor na moradia do amigo Charles Armitage Brown. Ela tem apenas 18 anos, mora com a mãe viúva e os irmãos mais novos no pequeno chalé vizinho, em Hampstead. Fanny Brawne passa os dias costurando e não se interessa por literatura, até conhecer melhor John Keats. Aos poucos, a personalidade e a beleza das palavras do poeta vão se insinuando em seu mundo de fitas, bordados, danças e chapéus.

Ah, os românticos vão se deliciar com essa obra da neo-zelandesa Jane Campion! O breve e casto romance entre o poeta Keats e Fanny Brawne tem todos os ingredientes dos ardentes relacionamentos amorosos: paixão inspiradora, a obcessão dos enamorados, obstáculos ao casamento, doença, pobreza, separação. Para suavizar umas experiências tão dolorosas, trechos dos poemas e as belas imagens criadas pela diretora, expressas na fotografia de Greig Fraser. Afinal, como escreveu John, "A thing of beauty is a joy forever" (uma coisa bela é uma alegria para sempre).

A seleção do elenco foi primorosa, especialmente a escolha dos jovens atores para interpretar os irmãos de Fanny: o longilíneo adolescente Samuel e a pequena Toots, a caçula da família, com seus cabelos encaracolados vermelhos e os ingênuos olhos enormes. Também se destacam a reconstituição dos costumes e o vestuário. Mas a estrela mais brilhante no filme é Abbie Cornish interpretando Fanny, a adolescente prática que descobre simultaneamente o mundo encantado da poesia e o sentimento de estar apaixonada. Deixando de lado frivolidades e aparências, Fanny Brawne apiedou-se de Keats.

Emocionada pelas desventuras do casal, lembrei-me do meu primeiro amor. O namorado conquistou meus quatro irmãos com brincadeiras e companheirismo. E a mim com gentileza, humor, lagostas que ele arpoava no mar de Angra e muitos versos de Fernando Pessoa. Durante longos telefonemas, que exasperavam meu pai e me embalavam, ele ia contando: "Ó sino da minha aldeia/dolente na tarde calma/cada tua badalada/soa dentro de minh'alma" - "Ai que prazer não cumprir um dever, ter um livro para ler e não o fazer". As suas outras qualidades venho descobrindo durante quatro décadas de convivência.

Curiosidades:
* A diretora Jane Campion contou com a ajuda de um treinador para ajustar os sotaques, já que as nacionalidades diferentes dos atores poderiam ferir a sensibilidade do espectador, especialmente o que domina o inglês.

* As filmagens de 'O Brilho de uma Paixão' foram feitas na Inglaterra (Bedfordshire e Elstree Estudios, em Hertfordshire), além de um último dia em Roma.



Diretora: Jane Campion
Roteiro: Jane Campion, baseado na biografia "Keats", de Andrew Motion
Música: Mark Bradshaw
Fotografia: Greig Fraser
Elenco: Abbie Cornish, Ben Whishaw, Paul Schnaider, Kerry Fox, Edie Martin, Thomas Sangster, Antonia Campbell-Hughes, Samuel Barnett, Thomas Brodie-Sangster, Samuel Roukin
Distribuidora: PlayArte Home Vídeo

sábado, 6 de novembro de 2010

O Clube das Desquitadas

The First Wives Club * *
(1996) 102 min (Livre)

'Há só três idades para mulheres em Hollywood: gatinha, promotora e "Conduzindo Miss Daisy".'

EUA - A abertura de 'Clube das Desquitadas' já é um luxo! Os créditos trazem a voz de Dionne Warwick cantando "Wives and Lovers" de Burt Bacharah, com letra de Hal David. Mais adiante Bette Middler, Goldie Hawn e Diane Keaton interpretam com graça "You Don't Own Me", de John Madara e Dave White Tricker. Mas não são as músicas o melhor de 'First Wives Club': as fantásticas atrizes e os diálogos fluentes constroem uma comédia agradável, mesmo passados 14 anos de seu lançamento. Maggie Smith, Marcia Gay Harden, Sarah Jessica Parker e Stockard Channing completam um time de primeira linha.

Em 1969, Brenda, Elise, Annie e Cynthia se formam na Universidade de Middlebury. Confiantes, decididas, sentem que coisas maravilhosas as aguardam. Fazem um brinde com champanhe, unidas para sempre pela amizade, amor e jóias: um colar de pérolas Bulgary, presenteado às 4 formandas pelos pais de Cynthia. No mesmo ano, o homem pisou na lua, aconteceu o festival de Woodstock e o lançamento de Yellow Submarine. Também foi o ano em que o Papa Paulo VI cassou 200 santos. Todos homens.

Duas décadas depois, as profissões, casamentos e famílias distraíram as amigas do compromisso de amizade eterna; elas perderam contato. É um funeral que provoca sua reunião. Elas descobrem então que têm algo mais em comum: foram ou estão sendo abandonadas pelos maridos, trocadas por mulheres mais jovens. Com novo brinde de champanhe, Brenda, Elise e Annie fundam o Clube das Desquitadas. Decididas a fazer justiça pelos anos de dedicação e amor desprezados, atacam onde os ex-maridos são mais sensíveis: no bolso.

Numa de minhas cenas favoritas, as 3 amigas encontram Ivana Trump que lhes diz a famosa frase: "Don't get mad, get everything!" (Não fique zangada, fique com tudo!) Obviamente esse é um filme com maiores chances de agradar às mulheres mais velhas e entediar a maioria dos homens. Roger Ebert detestou.

Curiosidades:
* Goldie Hawn, Bette Midler e Diane Keaton nasceram no mesmo ano, com uma diferença de 45 dias entre elas, e comemoraram durante as filmagens os seus aniversários de 50 anos.

* Os médicos simularam um tratamento de colágeno, injetando uma solução salina nos lábios de Goldie Hawn. Embora temporário, Goldie contou que a experiência foi tão dolorosa que a desencorajou de fazer aplicação de colágeno de verdade.

Diretor: Hugh Wilson
Roteiro: Robert Harling, baseado no livro de Olivia Goldsmith
Música: Marc Shaiman
Fotografia: Donald Thorin
Elenco: Betty Middler, Goldie Hawn, Diane Keaton, Maggie Smith, Marcia Gay Harden, Sarah Jessica Parker, Stockard Channing, Dan Hedaya, Victor Garber, Stephen Collins, Elizabeth Berkley, Bronson Pinchot, Eileen Heckart, Jennifer Dundas, Philip Bosco, Rob Reiner, Ivana Trump, Timothy Olyphant
Distribuidora: Paramount Pictures

Dionne Warwick canta 'Wives and Lovers' no Youtube


Se quiserem cantar com Dionne, é só acompanhar a letra de Wives and Lovers

Hey, little girl,
Comb your hair, fix your make-up
Soon he will open the door
Oh don't think because
There's a ring on your finger
You needn't try anymore

For wives should always be lovers too
Run to his arms the moment he comes home to you
I'm warning you

Day after day
There are girls at the office
and men always be men
Now don't send him off
With your hair still in curlers
You may not see him again

For wives should always be lovers too
Run to his arms the moment he comes home to you
He's almost here

Hey little girl, you better wear something pretty
Something you'd wear to go to the city
and dim all the lights, pour the wine, start the music
Time to get ready for love
Time to get ready
Time to get ready
Time to get ready for love

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Predadores

Predators
(2010) 106 min (14 anos)



Um soldado acorda enquanto cai à toda velocidade de uma grande altitude. Durante a queda o mercenário soca repetidamente o peito, tentando abrir o para-quedas, e despenca no meio de uma viçosa floresta, onde não está só. Um grupo de humanos desconhecidos foi jogado na selva da mesma forma que ele. São um médico e outros combatentes armados de diferentes países da Terra, entre eles uma mulher. O mercenário Royce assume a liderança no reconhecimento local e busca um ponto mais alto para ter uma visão melhor da área. Feras estranhas e o ambiente hostil fazem parecer impossível a sobrevivência de todos. Será que juntos eles têm mais chances, mesmo sendo verdadeiros predadores? Como e por que chegaram ali?

Para os que gostam de ficção científica costuma ser pequena a oferta de obras interessantes; nos agarramos ao que aparece. Esse 'Predadores' de Nimród Antal funciona, com algumas cenas de suspense sobretudo no início, além de umas outras meio nojentas e desnecessárias. A presença do competente ator Adrien Brody é um trunfo. De estrutura longilínea, o roteiro explica que o seu personagem é rápido, contrapondo-se ao herói-massa Schwarzenegger, o Dutch no primeiro 'Predador' da série. A participação da bonita sobrinha de Sonia Braga não chega a comprometer, mas seu desempenho está melhor em "RepoMen, o Resgate de Orgãos", da Universal. Esse filme não vem para o blog, apesar do tema interessante e da presença de Jude Law e Forest Whitaker nos papéis principais; achei cansativo, depois de um início promissor.


Adrien Brody e Alice Braga

Diretor: Nimród Antal
Roteiro: Alex Litvak & Michael Finch, baseado nos personagens de Jim Thomas & John Thomas.
Música: John Debney
Fotografia: Gyula Pados
Elenco: Adrien Brody, Alice Braga, Laurence Fishburne, Topher Grace, Walton Goggins, Oleg Taktarov, Danny Trejo, Mahershalalhashbaz Ali, Louis Ozawa Changchien
Distribuidora: 20th Century Fox

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Em Busca de Uma Nova Chance

The Greatest
(2009) 100 min (16 anos)



EUA - Um casal adolescente se olha, se beija, se abraça, se despe, se deita. Gentilmente, o rapaz pergunta se está tudo bem. Ela responde que sim. Na cena seguinte, os dois andam de carro à noite por uma estrada sem movimento. Bennett Brewer está apaixonado por Rose há bastante tempo e quer lhe dizer isso agora, imediatamente. Ele para o automóvel no meio do caminho. Rose ri, tira uma foto com sua polaróide, Bennett começa sua declaração de amor e... é abalroado por um caminhão à toda velocidade.

Imagino que perder um filho, nascido e criado com todo amor, é a maior tragédia que pode acontecer aos pais. Todas as esperanças, a continuidade da família, a alegria de futuros Natais e aniversários são destroçados instantaneamente. É difícil dormir e insuportável acordar. Allen e Grace Brewer passam por esse torturante processo, enquanto o filho caçula Ryan se tranca no quarto e se anestesia com entorpecentes. Certo dia, Rose bate à porta da casa, contando que está grávida de 3 meses do filho de Bennett.

Para Allen a notícia representa vida, para Grace é perturbação do luto, intromissão em sua dor. Na tentativa de se informar sobre os dezessete últimos minutos de vida do filho, ela abandona os cuidados com o lar e visita diariamente o caminhoneiro que está em coma. Lê para ele e espera que acorde. Em casa reina o caos, mas Allen se faz de forte e Ryan frequenta um grupo de jovens que perderam parentes. Rose tenta criar um cantinho onde possa esperar seu bebê, curiosa por absorver qualquer informação sobre o passado de Bennett. Cada um a seu modo, eles buscam a superação do sofrimento.

"Em Busca de Uma Nova Chance" traz um título fraquinho em português, mas é um drama sincero, carregado pela competência e sinceridade do elenco, com destaque para a simpática e calorosa interpretação de Carey Mulligan como Rose. Carey é uma artista inglesa que já foi a desmiolada Kitty Bennet, em "Orgulho e Preconceito" (2005), e a precoce Jenny em "Educação" (2009). Demorei um pouco mais a mergulhar na história, depois de ter percebido que o azarado Bennett Brewer era interpretado exatamente por Aaron Johnson, o engraçado protagonista de Kick-Ass.



Diretor:
Shana Feste
Roteiro: Shana Feste
Música: Christophe Beck
Fotografia: John Bailey
Elenco: Susan Sarandon, Pierce Brosnan, Carey Mulligan, Aaron Johnson, Johnny Simmons, Lindsay Beamish, Michael Shannon, Cara Seymour, Zoë Kravitz, Jennifer Ehle
Distribuidora: PlayArte Home Video

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Kick Ass - Quebrando Tudo

Kick Ass * *
(2009) 118 min (18 anos)


EUA - Dave Lizewski é um adolescente comum que resolve reagir às violências da cidade grande. Fã de histórias em quadrinho, Dave encomenda uma fantasia pelo correio e começa seu treinamento de herói. A tarefa lhe parece sobre-humana, mas Lizewski logo descobre que não está sozinho nessa missão. Os destemidos Big Daddy e Hit Girl declararam guerra ao maior criminoso de Nova Iorque, Frank D' Amico. A dupla está eliminando aos poucos a gangue do mafioso e, por algumas coincidências do destino, Kick-Ass leva a fama. É então que o traiçoeiro Red Mist entra em cena e bola um plano para capturar o herói adolescente.

'Kick-Ass' poderia até ser indicado para menores, pela identificação com alguns problemas comuns de integração escolar, não fosse a candura com que uma garota de 11 anos é transformada numa assassina fria e eficiente, uma verdadeira máquina de matar. Os mais velhos verão logo o absurdo da proposta, mas os novinhos poderiam ficar um tanto confusos, achando legal a idéia de vigilantes justiceiros distribuindo e executando sentenças por aí. Plantar uma semente dessas em cabeças instáveis não parece prudente, daí a impropriedade até os 18 anos. Resta saber se os mais velhos vão se divertir com a idéia. Confesso que gostei...

O filme é tecnicamente bem feito, ágil, super-heróis e vilões têm carisma, a empatia com Dave Lizewski é instantânea. E é tão gostoso ver os malvados sendo punidos imediatamente, sem necessidade de longos processos, advogados, recursos, juízes, regime semi-aberto, fugas e etc. Meu lado criança que não morre!

Diretor: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman & Matthew Vaughn, baseado nas histórias em quadrinho de Mark Millar & John S. Romita Jr.
Música: Marius De Vries, Ilan Eshkeri, Henry Jackman, John Murphy
Fotografia: Ben Davis
Elenco: Aaron Johnson, Nicolas Cage, Christopher Mintz-Plasse, Mark Strong, Chloë Grace Moretz, Garrett M. Brown, Lindsy Fonseca, Michael Rispoli, Elizabeth McGovern, Stu Riley, Clark Duke, Craig Ferguson, Evan Peters, Deborah Twiss
Distribuidora: Universal
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