Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O Mensageiro

The Messenger *
(2009) 112 min (16 anos)



EUA - O sargento William Montgomery foi ferido numa explosão a bomba, no Iraque. Antes de dar baixa do Exército, já condecorado por ter salvo seus companheiros, ele é designado para o serviço de notificação de mortes em combate, sob a liderança do oficial Tony Stone. Sem treinamento específico em manejo de emoções, Will tem autocontrole e a coragem dos heróis, qualidades essenciais para suportar as reações dos parentes dos soldados. Uns desabam ao receber a notícia, outros reprimem os sentimentos, alguns agridem os mensageiros. Mas falta ao sargento certo distanciamento, ele mesmo carente de afeto familiar.

É importante seguir o protocolo e evitar envolver-se. Isso fica mais difícil depois que William conhece Olivia Pitterson. A jovem mãe viúva demonstra qualidades que o sensibilizam. "O Mensageiro" é um filme emocionante, com toques de leveza e humor, introduzidos pelo personagem de Woody Harrelson. Se as famílias sofrem pela perda de pessoas amadas, os dois mensageiros sofrem porque ainda não encontraram um amor que dê sentido à vida. Esse é o primeiro filme do diretor Oren Moverman, ex-combatente no exército de Israel.

Nos créditos finais, Willie Nelson canta ao violão uma versão resumida de "Home on the Range", música de cowboy de autor incerto. Quando termina a melodia, só permanecem os sons familiares de uma vizinhança de subúrbio: o canto de passarinhos, vozes e risadas de crianças, cachorros latindo, um carro ou outro passando. Tudo tão comum e tão difícel de harmonizar com os sentimentos atuais dos ex-combatentes, estranhos aos hábitos simples da vida cotidiana. Abaixo segue a letra da música, que exalta o contato com a natureza, e que Tony e William cantam juntos na volta de uma pescaria.

Home on the Range

Oh give me a home where the buffalo roamWhere the deer and the antelope play
Where seldom is heard a discouraging wordAnd the skies are not cloudy all day

Home home on the range

Where the deer and the antelope playWhere seldom is heard a discouraging wordAnd the skies are not cloudy all day

How often at night when the heavens are bright
With the light from the glittering starsHave I stood there amazed and asked as I gazedIf their glory exceeds that of ours

Home home on the rangeWhere the deer and the antelope playWhere seldom is heard a discouraging wordAnd the skies are not cloudy all day bis



Diretor: Oren Moverman
Roteiro: Alessandro Camon & Oren Moverman
Música: Nathan Larson
Fotografia: Bobby Bukowski
Elenco: Ben Foster, Woody Harrelson, Samantha Morton, Jena Malone, Steve Buscemi, Eamonn Walker, Lisa Joyce, Yaya DaCosta, Portia

domingo, 30 de maio de 2010

É Proibido Fumar

É Proibido Fumar
(2009) 85 min (16 anos)



São Paulo - Baby é uma professora de violão solteira, entediada e dependente da nicotina. No apartamento impecável, entupido de plantas, ela vive um dia após o outro sem aparente emoção, a não ser quando briga com as irmãs pela posse do sofá da mamãe.

Então, Max se muda para o apartamento ao lado. O roqueiro grisalho e desmazelado, obrigado a tocar samba no restaurante em que trabalha, não é nenhum galã, mas está solteiro. Decidida a conquistar o vizinho, Baby sorri, se cuida, cozinha, e até abre mão do cigarro de todas as horas, que o namorado não aprova. Ter alguém para chamar de seu dá novo sentido à vida de Baby. Até quando vai durar a lua-de-mel?

"É Proibido Fumar" revela-se uma produção caprichada, vencedora em várias categorias no Festival de Brasília de 2009, inclusive melhor filme. Destaca-se o trabalho impecável de Gloria Pires como a solitária protagonista. Mais uma evidência do renascimento do cinema brasileiro.

Diretora: Anna Muylaert
Roteirista: Anna Muylaert
Música: Marcio Nigro
Fotografia: Jacob Solitrenick
Elenco: Glória Pires, Paulo Miklos, Marisa Orth, Alessandra Colassanti, Daniela Nefussi, Lourenço Mutarelli, Paulo Cesar Pereio, Danielle Farnezi

sábado, 29 de maio de 2010

A Festa de Babette

Babettes Gaestebud * * *
Babette’s Feast
(1987) 102 min



















Diretor: Gabriel Axel
Roteiro: Gabriel Axel, baseado em romance de Karen Blixen
Música: Per Norgaard e Mozart (“Don Giovanni”)
Fotografia: Henning Kristiansen
Elenco: Stéphane Audran, Birgitte Federspiel, Bodil Kjer, Jarl Kulle, Bibi Andersson, Jean-Philippe Lafont, Pouel Kern
Distribuidora: Spectra

Dinamarca - No século XIX, Filippa e Martine vivem com o pai idoso numa isolada vila de pescadores. Ele é o reverenciado pastor de uma pequena comunidade protestante e conta com a ajuda das filhas nas atividades da igreja luterana. Quando mais velhas, as irmãs recebem a católica Babette Hersant, refugiada da França, que se oferece para trabalhar como empregada e cozinheira. As irmãs relutam, por não disporem de recursos para pagar seu serviço, mas cedem diante da aflição da francesa.

Em pouco tempo, graças às artes de Babette, passa a sobrar dinheiro no apertado orçamento da casa e as refeições ganham em sabor. A maior surpresa ocorre na festa de comemoração dos 100 anos do fundador. Os espíritos se desarmam, as almas se alegram, elevadas pelas maravilhas criadas e harmonizadas pelas mãos de Babette. “A Festa de Babette” recebeu, merecidamente, o Oscar de Filme Estrangeiro. É um dos melhores exemplares do cinema feito com arte. Ainda pode ser comprado no Submarino por R$9,90 ou na Livraria Saraiva por R$ 24,90.

Curiosidade:
* Gabriel Axel não é especialista em culinária ou gourmet. Neste filme a comida aparece como “travessa para servir valores transcendentais”. Coerente, Gabriel recusou-se a fazer uma continuação do filme, apesar da tentadora oferta de 1 milhão de dólares. Quantia nada desprezível, especialmente para um pai de quatro filhos. Mas o diretor sentiu que seria como servir um banquete requentado. (Pablo González Blasco) Fez jus à frase de Babette: - “O artista nunca é pobre, ele só quer uma chance de dar o melhor de si.”

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Amor sem Escalas

Up in the Air *
(2009) 109 min (12 anos)



"Se quiser me conhecer, voe comigo"

EUA - A crise econômica aumenta os lucros da Career Transition Counseling, empresa sediada em Omaha. O charmoso Ryan Bingham é um de seus executivos mais experientes. Bingham voa pelos Estados Unidos 322 dias por ano, demitindo habilidosamente os funcionários de outras empresas e dando palestras motivacionais. Fiel à companhia de aviação American Airlines, Ryan acumula milhagem para tornar-se membro de um seletíssimo gupo de clientes especiais. Seu supremo prazer é o tratamento vip diferenciado no balcão de check in dos aeroportos e nas locadoras de automóvel.

Bingham acha que leva uma vida perfeita, adora o trabalho e quer distância de casamento, família e compromissos. Mas três mulheres ameaçam virar seu mundo de cabeça para baixo: Julie, a irmã caçula que vai se casar, Natalie Keener, jovem executiva idealizadora de um projeto mais econômico de demissão pela internet, e Alex Goran, a mulher que nunca imaginou encontrar.

Nos dois minutos dos créditos iniciais sucedem-se imagens de vistas aéreas, de campos e cidades, ao som de "This Land Is Your Land". O espírito fica leve como a melodia. As cenas seguintes mostram as reações de vários funcionários ao serem demitidos. Surpresa, raiva, tristeza, indignação, se alternam. Me coloquei no lugar de cada um e meu coração se apertou. "Que filme é esse?" - pensei. Ryan Bingham permanece imune a esses sentimentos. Sua eficiência e entusiasmo por tal trabalho inglório lembram o simpático Nick Naylor, protagonista de "Obrigado por Fumar", meu filme favorito de Jason Reitman. Nascido em 1977, o jovem diretor ainda vai nos divertir muito, se Deus quiser! Anna Kendrick está ótima como a jovem executiva que não é tão firme quanto parece.

Curiosidades:
* Várias pessoas que são demitidas no filme não são atores, mas pessoas que foram recentemente demitidas de seus empregos. Um meio de distinguir quem são os artistas e as pessoas reais é que essas não dialogam com George Clooney e Anna Kendrick. Foram gravadas separadamente, dirigindo-se para a câmera.

* Jason Reitman começou a escrever o roteiro de "Amor sem Escalas" em 2002, quando a economia estava próspera, e ele pensava torná-lo seu primeiro filme. Surgiram as oportunidades de fazer "Obrigado por Fumar" (2005) e "Juno" (2007) e ele adiou seu primeiro projeto, enquanto a América mergulhava na crise econômica.

* A American Airlines não tem um programa de privilégios especiais para quem alcança 10 milhões de milhas, essa foi uma licença artística. Mas a companhia oferece status especial para quem atinge 1 milhão de milhas. O programa Concierge Key da American Airlines ajuda os membros a fazer mudanças na reserva e conseguir upgrades.

* O escritor Walter Kirn teve a idéia para o livro quando voava para Los Angeles. Puxando conversa com o vizinho de poltrona, perguntou-lhe de onde era. Ele respondeu que era dali mesmo. "Antes tinha um apartamento, mas como passo mais de 300 dias por ano viajando, agora vivo nos hotéis. Há muitos outros como eu."


Anna Kendrick como Natalie Keener

Diretor: Jason Reitman
Roteiro: Jason Reitman e Sheldon Turner, baseado em romance de Walter Kirn
Música: Rolfe Kent
Fotografia: Eric Steelberg
Elenco: George Clooney, Vera Farmiga, Jason Bateman, Anna Kendrick, Amy Morton, Melanie Lynskey, Sam Elliott, Danny McBride

Os Demônios de Dorothy Mills

Dorothy Mills
(2008) 102 min (16 anos)



Irlanda - A psiquiatra Jane mora sozinha num belo apartamento na cidade e sente necessidade de se afastar de tudo. A médica pede para ser indicada no caso da adolescente Dorothy Mills, que agrediu um bebê deixado sob sua guarda. A jovem de 15 anos estava acostumada a cuidar de crianças. Mas, certa noite, um casal volta da igreja, quando ouve o choro desesperado do filho pequeno. Entrando no quarto, vêem Dorothy com um olhar malévolo, forçando violentamente a mamadeira no rosto do menino.

Envolvida num acidente de carro durante a viagem, Jane chega fragilizada à pequena ilha. O ambiente é de vila do interior, muito diverso da decoração moderna e elegante a que está acostumada. A sinistra comunidade mostra-se hostil e parece esconder algum segredo. Quando interrogada, Dorothy nega ter machucado o bebê. Jane quer ajudá-la, suspeitando que ela tenha múltipla personalidade.

"Os Demônios de Dorothy Mills" é um filme estranho, ágil, bem-feito, com uma bela paisagem, momentos de suspense e um desempenho admirável de Jenn Murray, estreando no cinema como Dorothy Mills.

Diretor: Agnès Merlet
Roteiro: Agnès Merlet, Juliette Sales
Música: Nathaniel Mechaly
Fotografia: Giorgos Arvanitis
Elenco: Carice van Houten, Jenn Murray, David Wilmot, Ger Ryan, Gary Lewis, Joe Hanley, Louise Lewis, Eammon Owens, Sean Stewart

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um Homem Sério

A Serious Man * *
(2009) 106 min (16 anos)



"Como era a minha vida? Não o que eu achava"
EUA, 1967 - O filme começa com um breve conto, em iídiche, para criar a ambientação de cultura judaica. A seguir corta para o futuro, em alguma cidade do centro-oeste americano, onde vive um professor de Física, na meia-idade, chamado Larry Gopnik. Ele é marido, pai de um casal adolescente, dá aulas na universidade e tenta ser um homem que assume suas responsabilidades, uma dessas sendo abrigar o irmão Arthur. O que era para ser temporário se eterniza. Arthur dorme no sofá, trabalha num projeto maluco que nunca fica pronto, monopoliza o banheiro, impedindo que a sobrinha Sarah cumpra o elaborado ritual de lavar os cabelos. Quando não reclama do tio, Sarah briga com o irmão Danny. Aos 13 anos, o caçula dos Gopnik fuma maconha e se prepara para seu Bar Mitzvah. Larry vive meio alheio a tudo o que acontece na casa, só leva a Matemática e a Física a sério.

Certo dia, a esposa Judith avisa que deseja o divórcio para casar-se com Sy Ableman. Na universidade chegam ao comitê de professores algumas cartas anônimas desabonadoras sobre Larry, dificultando sua almejada estabilidade no emprego. Para completar, um aluno sul-coreano não aceita a nota F (insuficiente) e acha que merece mais, custe o que custar. Aborrecimentos vão se acumulando de tal maneira que Larry Gopnik vai procurar um rabino, esperando encontrar respostas e sentido numa vida que lhe parece cada vez absurda.

O filme lembrou-me trechos recém-lidos do livro "Chamados a Viver", de Jacques Philippe (editora Quadrante). O autor francês escreve que, para alcançar a felicidade e viver em plenitude, é imprescindível a consciência de que não controlamos nosso destino. Podemos planejá-lo um pouco, mas é preciso aceitar também as coisas más que acontecem, agindo da melhor maneira e seguindo em frente. Desespero e revolta jamais contribuem para a solução. Não há outro caminho que amadurecer e dilatar o coração.

"Um Homem Sério" é uma comédia meio-amarga com personalidade, atributo que não falta em nenhum dos filmes dos irmãos Coen. Ótimo roteiro, música agradável, bela fotografia de Roger Deakins, competente reconstituição de época e um elenco expressivo tornam essa mais uma obra imperdível e original. Os extras do DVD acrescentam informações relevantes à confecção do filme e trazem um pequeno glossário de expressões hebraicas.

Mazel Tov! (Boa Sorte)
Curiosidades:
* As locações foram encontradas nas cidades de Saint Paul e Minneapolis.

* Passam-se quase 9 minutos do filme, antes que se escute alguém falar inglês.

* A maior parte dos atores é desconhecida. Muitos dos proprietários dos carros de época estão dirigindo seus próprios veículos.


Os irmãos Coen e o diretor de fotografia Roger Deakins

Diretor: Joel Coen, Etham Coen
Roteiro: Joel & Etham Coen
Música: Carter Burwell
Fotografia: Roger Deakins
Elenco: Michael Stuhlbarg, Sari Lennick, Richard Kind, Fred Melamed, Aaron Wolff, Jessica McManus, Adam Arkin, David Kang, Steve Park, Amy Landecker, Alan Mandell, George Wyner, Simon Helberg, Allen Lewis Rickman, Yelena Shmulenson, Fyvush Finkel, Claudia Wilkens, Peter Breitmayer

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Georgia O' Keeffee

Georgia O' Keeffee
(2009) 88 min (14 anos) feito para TV


EUA - A pintora Georgia Totto O'Keeffe (15 de Novembro de 1887 – 6 de Março de 1986) nasceu numa fazenda, em Winsconsin, trabalhou como professora de arte no Texas e tornou-se conhecida como importante artista plástica a partir da década de 20. Essa produção feita para a televisão mostra seu conturbado relacionamento com o fotógrafo e marchand Alfred Stieglitz, que foi o grande amor de sua vida. Posteriormente, O'Keeffe mudou-se para o sudoeste, Novo México, onde permaneceu até o fim de seus dias.

Indicado para 3 Globos de Ouro, o filme recebeu o premio de melhor roteiro original do Writer's Guild of America. Joan Allen e Jeremy Iron são protagonistas convincentes; as roupas de todo o elenco foram desenhadas e confeccionadas de forma primorosa. Para conhecer a obra da artista, visite o site do Georgia O' Keeffee Museum.

Diretor: Bob Balaban
Roteiro: Michael Cristofer
Música: Jeff Beal
Fotografia: Paul Elliott
Elenco: Joan Allen, Jeremy Irons, Tyne Daly, Linda Emond, Jenny Gabrielle, Kathleen Chalfant, Charlie J. Jankiewicz

Sei que vou te amar

The Black Balloon *
(2008) 96 min (12 anos)



- Às vezes você deseja que Charlie seja normal?
- Às vezes ... mas não penso muito nisso. Charlie é Charlie.
- Não parece meio injusto?
- Sua mãe acha que tivemos Charlie porque somos fortes o bastante para lidar com ele.
- E você acredita nisso?
- Não sei. Mas sua mãe, com certeza, acredita. Só sei que é meu filho. E você é fraco se não puder cuidar dos seus.

Australia - Desde que nasceu, há 15 anos atrás, Thomas sente-se constrangido com a presença do irmão mais velho. A família Mollison se organiza em torno do primogênito Charlie, que é autista e precisa de cuidados especiais. As complicações de uma nova gravidez da mãe, e as constantes transferências do pai militar, aumentam as responsabilidades de Thomas. As trocas frequentes de colégio afastam o adolescente dos amigos. Tudo isso parece demais para suportar, mesmo com o apoio de pais amorosos. Mas a vida não é só uma sucessão de embaraçosas desventuras. Eis que a simpática Jackie Masters se destaca no universo da escola. Será a loura adolescente tão bela por dentro como por fora?

Histórias de superação sempre atraem, mostram-nos do que somos capazes, com a ajuda da família, dos amigos e até de pessoas antes desconhecidas, que oferecem sua solidariedade. O diálogo acima, entre Thomas e o pai, lembrou-me das palavras de uma professora, quando tentava me explicar como um Deus de bondade permite o sofrimento. Eliane dizia que Deus nos dá as graças necessárias para suportar a dor e superar os problemas. "Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus" (Rm 8,28). Realmente, sem a pedagogia cristã e o amor dos que nos rodeiam, o sofrimento pode ser insuportável.

"Sei que vou te amar" foi premiado na Australia pela direção, roteiro, edição, melhor atriz (Toni Collette) e ator (Luke Ford) coadjuvantes.

Curiosidades:
* Medalha de Bronze é uma qualificação de salva-vidas na Australia. Há 14 itens que devem ser completados para garantir a qualificação, todos baseados em altas habilidades de natação e técnicas de resgate.

* Na cena do rio, Jackie diz: "Kieren Perkins, watch out!" (Kieren Perkins, cuidado!). Kieren Perkins é um nadador australiano que ganhou medalhas de Ouro nas Olimpíadas de 1992 e 1996, e medalha de Prata em 2000, na modalidade de 1500 metros.

Diretor: Elissa Down
Roteiro: Elissa Down, Jimmy Jack
Música: Michael Ezersky
Fotografia: Denson Baker
Elenco: Rhys Wakefield, Gemma Ward, Luke Ford, Toni Collette, Erik Thomson

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Informante

The Insider * * *
(1999) 157 min (12 anos)



EUA - No Líbano, militantes do Hezbollah conduzem o produtor Lowell Bergman vendado até a presença do Sheikh Fadlallah. Bergman convence o fundador do movimento Hezbollah a dar uma entrevista ao apresentador Mike Wallace, para o programa da CBS, "60 Minutes". Em Louisville, Kentucky, o biólogo Jeff Wigand, ex-chefe do departamento de pesquisa e desenvolvimento da Brown & Williamson, arruma suas coisas definitivamente e deixa o prédio da empresa de tabaco, de volta para a confortável casa onde mora com a esposa e duas filhas. Uma delas sofre sérias crises de asma.

Lowell Bergman precisa de informações do biólogo e desconfia que existe uma boa história atrás da recusa de Jeff Wigand em ser entrevistado. O pesquisador trabalhou vários anos para a companhia de tabaco e um acordo de confidencialidade impede que partilhe informações sobre a empresa. Se contar o que sabe, Jeff pode perder casa, o seguro de saúde da família, além dos pagamentos mensais que ainda recebe. Arriscando tudo, o biólogo faz surpreendentes revelações a Mike Wallace, numa entrevista frente às câmeras da CBS, que contestam o depoimento dos executivos da Brown & Williamson no Congresso.

"O Informante" é um filme de suspense emocionante. Excelentes elenco, roteiro, fotografia e trilha sonora acentuam o esplêndido trabalho de direção de Michael Mann. Mas, o que mais me impressionou no drama de Jeff Wigand e Lowell Bergman, foi a cristalina comprovação da importância fundamental da liberdade de imprensa e do jornalismo investigativo, que não cede frente a pressões de grandes empresas ou dos poderes do estado. Nunca é demais afirmar: a imprensa livre é a base da democracia. É preciso estar vigilantes para defendê-las.
O verdadeiro Jeff Wigand

O roteiro sofreu pequenas alterações em relação aos fatos, em benefício do suspense e drama; afinal "O Informante" não é documentário, mas ficção.

Curiosidades:
* Jeff Wigand solicitou aos produtores do filme que mudassem o nome de suas filhas e que ninguém aparecesse fumando. Os dois pedidos foram atendidos, com exceção de 3 breves momentos em que personagens secundários aparecem com cigarros.

* Michael Moore, procurador-geral do Mississipi, interpreta ele mesmo nas cenas que envolvem o processo.

* O tribunal onde Jeff Wigand dá seu depoimento não é um set de filmagem. A produção usou a própria sala do tribunal do Jackson County Mississippi, onde Jeff prestou seu depoimento.

Diretor: Michael Mann
Roteiro: Eric Roth & Michael Mann, baseado no artigo "The Man Who Knew Too Much" (Vanity Fair), de Marie Brenner
Música: Pieter Bourke, Lisa Gerrard, Graeme Revell
Fotografia: Dante Spinotti
Elenco: Al Pacino, Russell Crowe, Christopher Plummer, Diane Venora, Philip Baker Hall, Lindsay Crouse, Debi Mazar, Stephen Tobolowsky, Colm Feore, Bruce McGill, Gina Gershon, Michael Gambon, Rip Torn

terça-feira, 18 de maio de 2010

Zumbilandia

Zombieland * *
(2009) 88 min (14 anos)



EUA - A população da Terra foi dizimada por um vírus que tranforma pessoas de todas as idades em zumbis famintos por carne humana. A paisagem das cidades está repleta de carros abandonados e corpos espalhados pelo chão. Um dos poucos sobreviventes é um estudante da Universidade do Texas que tenta chegar a Columbus, Ohio, na esperança de que seus pais estejam vivos.

O adolescente tem medo de tudo e segue regras rígidas para sobreviver em Zumbilandia: cuidar do preparo físico, atenção nos banheiros, onde se está mais vulnerável, viajar leve, checar os bancos traseiros do carro, usar os cintos de segurança, não se fazer de herói. Aí ele encontra Tallahassee, que não tem medo de nada, despreza regulamentos e adora bolinhos fofos industrializados chamados "twinkies". Essa dupla improvável está pronta para o que der e vier, até encontrar sua versão feminina. As irmãs Wichita e Little Rock são um sonho ou mais um pesadelo?

"Zumbilandia" é muito nojento! Nos primeiros minutos do filme, fechava meus olhos a cada dentada dos zumbis. Não fosse o encorajamento dos filhos e teria escapado da sala sorrateiramente. Mas fiquei, me diverti com o humor negro e me encantei com os esforços dos protagonistas por sobreviver e descobrir que, sem amigos ou família, nossa vida é a dos mortos-vivos. Num dos melhores momentos, o grupo invade a casa de um famoso ator de Hollywood, que interpreta a si mesmo. Os corajosos descobrirão de quem se trata.

Diretor: Ruben Fleischer
Roteiro: Rhett Reese & Paul Wenick
Música: David Sardy
Fotografia: Michael Bonvillain
Elenco: Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Emma Stone, Abigail Breslin, Amber Heard

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Intervalo



Em mais uma rápida viagem pelo Estado do Rio de Janeiro, deixo para trás família, a paisagem costumeira, DVDs e locadoras. Estaremos de volta em 4 dias. Até lá faço uma experiência: vamos ver se o blog coloca direitinho as duas postagens programadas para o período...

domingo, 16 de maio de 2010

Sherlock Holmes

Sherlock Holmes *
(2009) 128 min (14 anos)



Inglaterra, 1891 - Duas carruagens puxadas a cavalo percorrem as ruas de Londres; parecem perseguir um homem a pé, magro, ágil, em roupas escuras. Dentro de uma das carruagens estão dr. John Watson e o inspetor Lestrade da Scotland Yard. O solitário corredor chega à entrada de um grande prédio e força a porta. Pelos corredores alcança um amplo salão com altas colunas, onde um ritual macabro está prestes a acontecer.

Assim começa o filme do diretor Guy Ritchie, ágil, bem ambientado, em locações impecáveis na cidade de Londres, bela fotografia de Philippe Rousselot. Nessa primeira história, a Tower Bridge está em construção, o vilão chama-se Lord Blackwood, Holmes tem uma queda pela aventureira Irene Adler, Watson está para se casar com Mary Morstan e mudar-se do apartamento 221B em Baker Street. Qualquer outra informação pode estragar a surpresa com as novas aventuras e deduções do lendário detetive criado por Sir Arthur Conan Doyle.

Pode-se estranhar a escolha de Jude Law e Robert Downey Jr. para os papéis principais. Sempre imaginei um Sherlock Holmes alto e um Watson meio gorducho. Talvez sejam lembranças de caracterizações de outros filmes, já que nunca li os livros. Ainda me revolta a escolha de um americano para o papel do mais famoso detetive britânico, mas a dupla convence e atrai a simpatia com sua camaradagem, humor e ironia, típicos de velhos amigos.

Curiosidades:
* O set usado como casa de Sherlock Holmes foi previamente a casa de Sirius Black, em "Harry Potter e a Ordem da Fênix".

* O enorme lutador canadense Robert Maillet acidentalmente nocauteou Robert Downey Jr., enquanto filmavam uma cena.

* Visíveis durante todo o filme, as letras "VR" significam "Victoria Regina", são o monograma da Rainha Victoria, que governou a Inglaterra nesse período.

* O nome do bulldog inglês de Holmes e Watson é Gladstone; parece uma referência a William E. Gladstone, quatro vezes primeiro-ministro no reinado da Rainha Victoria.

* Nas histórias de Conan Doyle, Sherlock Holmes é um especialista no Baritsu. No filme, a arte marcial praticada pelo detetive ingles é o Wing-Chun Kung Fu (famosa por causa de Ip Man e Bruce Lee). Robert Downey Jr. é um praticante na vida real e a luta contra o ator David Garrick, no Punchbowl Pit, foi coordenada com a ajuda do seu treinador.

* Tentando escapar do desconforto de usar um espartilho apertado toda manhã, a atriz Rachel McAdams enganava as costureiras, forçando o estômago para fora ou comendo um grande prato de mingau de aveia no café, antes de ser vestida. Eventualmente elas perceberam suas artimanhas. ;-)

Diretor: Guy Ritchie
Roteiro: Michael Robert Johnson e Anthony Peckham e Simon Kinberg, história de Lionel Wigram e Michael Robert Johnson, baseada nos personagens de Sir Arthur Conan Doyle
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Philippe Rousselot
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong, Kelly Reilly, Eddie Marsan, Robert Maillet, Geraldine James, Hans Matheson, James Fox, William Hope

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Estão Todos Bem

Everybody's Fine
(2009) 100 min (10 anos)



"Eu só queria ser um bom pai, só isso"

EUA - Frank Goode está aposentado e a esposa Ellen morreu há 8 meses. Meio perdido desde então, ele cuida da casa e tenta reunir os 4 filhos. Apara a grama, poda as árvores, rega as flores, enche a antiga piscininha de plástico. No super-mercado compra uma sofisticada churrasqueira, vinhos caros e carnes especiais. Logo Robert liga para dizer que, infelizmente, não poderá ir para o fim-de-semana. Mais tarde, Amy e Rosie desmarcam, avisando que o irmão David também não comparecerá. Cada um tem suas desculpas.

Uma tempestade violenta se aproxima da costa. A furiosa "Alice", que em grego significa "verdade", ameaça varrer a região, assim como a vida de Frank está para ser sacudida pela revelação de fatos dos quais sequer desconfiava. Ellen recolhia as confidências dos filhos e procurava poupá-lo, transmitindo apenas as boas notícias. Frank quer mudar isso. Apesar de uma fibrose nos pulmões, desobedece as recomendações médicas e viaja para estar com a família. De trem e ônibus, vai a Nova Iorque, Chicago, Denver e Las Vegas.

Lembro sempre da frase que ouvi de um padre sábio: "Aconteça o que acontecer, não perca a comunicação com seus filhos." É um conselho precioso, mas pode ser uma tarefa delicada e difícil reconquistar a confiança das pessoas a quem mais amamos no mundo. Essa é a missão que Frankie Goode tentará empreender.

"Estão Todos Bem" é uma refilmagem de "Stanno Tutti Bene" (1990), de Giuseppe Tornatore. Robert De Niro se sai bem como o esforçado Frank, num papel que foi de Marcello Mastroianni e é bem diverso das comédias ou policiais violentos em que o ator novaiorquino costuma atuar. Todo o elenco é competente, mas Drew Barrymore esbanja simpatia e afeto, como sempre. Um bônus extra é a música final "(I Want to) Come Home", composição de Paul McCartney, indicada para o Globo de Ouro como Melhor Canção.

Diretor: Kirk Jones
Roteiro: Kirk Jones, baseado no roteiro original de Massimo De Rita & Tonino Guerra & Giuseppe Tornatore
Música: Dario Marinelli
Fotografia: Henry Braham
Elenco: Robert De Niro, Drew Barrymore, Kate Beckinsale, Sam Rockwell, Lucian Maisel, Melissa Leo, James Murtaugh

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Pai da Noiva

Father of the Bride
(1991) 105 min (Livre)



EUA - George Banks está trabalhando em sua fábrica de tênis, quando a secretária avisa que o avião aterrizou. A aeronave traz a filha Annie, que passou seis meses estudando em Roma. O amoroso pai sai correndo e chega a tempo de ver a bela arquiteta descer a escada de casa, elegantemente vestida num tubinho preto. Ele percebe que há uma sutil diferença na jovem. Quando a amada filhinha conta que está noiva, e pretende se casar em breve, o pobre George se desespera e começa a agir de forma ainda menos racional do que o costume.

Não sei se foi saudades de Steve Martin e Diane Keaton, ou um próximo casamento na família, mas o fato é que adorei rever "O Pai da Noiva"! Até me emocionei, quando o empresário comenta já sentir saudades dos encontros na cozinha para o café-da-manhã. Sei que em breve também lamentarei "o fim súbito do agradável e queridíssimo costume de vivermos juntos." (Santo Agostinho)

A história se desenvolve de maneira previsível, mas a trilha sonora é agradável, todo elenco demonstra simpatia e competência. Martin Short tem um papel divertidíssimo como Franck Eggelhoffer, coordenador do casamento. Achei encantadora a maneira gentil e delicada com que a mãe da noiva corrige alguns dos desvarios do marido. "O Pai da Noiva" é refilmagem de um clássico dos anos 50, com Elizabeth Taylor e Spencer Tracy, dirigido por Vincente Minnelli.

Diretor: Charles Shyer
Roteiro: Frances Goodrich & Albert Hackett e Nancy Meyers & Charles Shyer
Música: Alan Silvestri
Fotografia: John Lindley
Elenco: Steve Martin, Diane Keaton, Kimberley Williams, Kieran Culkin, George Newbern, Martin Short, Richard Portnow, Eugene Levy

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Ilha de Bergman

Bergman Island * *
Ingmar Bergman on Farö Island - Cinema and Life
(2006) 83 min (Livre)



"Os demonios não gostam de ar fresco. Eles preferem que você fique na cama com medo. Sempre vou dar uma volta depois do café da manhã. Depois eu sento, sempre no mesmo horário, e escrevo por três horas. Então, às três da tarde, vou para minha sala de cinema. Para uma pessoa tão desorganizada como eu, é absolutamente vital ter essas rotinas rígidas."

Suécia - O documentário é um passeio pelas praias e paisagens da Ilha de Farö; uma conversa sincera de Ernst Ingmar Bergman (1918-2007) com Marie Nyreröd sobre sua vida, obra e demônios que o acompanharam sempre. Fala sobre a saudade de Ingrid, a última esposa, que morreu 8 anos antes, admite erros na vida pessoal e discute sua criatividade. Aos 9 anos, trocou 59 soldadinhos de chumbo por um cinematógrafo, com o irmão mais velho. Assim começou uma história de amor pelo cinema.

Em 2004, depois de 5 casamentos e 9 filhos, o diretor sueco decidiu retirar-se para a pequena ilha do mar Báltico, onde podia conviver com a paisagem, o mar e o maravilhoso silêncio. Os habitantes eram amáveis e protegiam-no, dizendo aos turistas desconhecer o lugar em que ele morava. "A Ilha de Bergman" foi gravado poucos meses antes de sua morte; inclui trechos de filmes, fotografias de família e cenas raras dos bastidores, tiradas do arquivo pessoal de Ingmar.

A sala de cinema de Bergman em Farö é um sonho! Pequeno anfiteatro com espaço elevado para o projetor e 15 amplas poltronas verdes. No seu aniversário, 14 de julho, quando a casa se enchia de crianças, Ingmar gostava de passar "O Circo" de Chaplin. Dificilmente o documentário de Marie Nyreröd será encontrado nas locadoras, mas pode ser adquirido por R$ 38,90 na DVDWorld ou, melhor ainda, por R$ 35,90 na fnac. A locadora "Guimarães Vídeo" (Rua das Laranjeiras 462 - Loja 4) tem um exemplar.


Ingmar Bergman e Marie Nyreröd

"através dos músicos, dos profetas e dos santos, fomos iluminados sobre outros mundos"

Diretora:
Marie Nyreröd
Fotografia: Arne Carlsson
Som: Per Nyström
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