Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Para Roma com Amor

To Rome with Love * *
(2012) 111 min (12 anos)

Italia - Um guarda de trânsito apresenta quatro histórias paralelas nascidas nas ruas da Cidade Eterna. Os nova-iorquinos Jerry e Phyllis voam para Roma a fim de conhecer a família de Michelangelo, o noivo de sua filha Hayley. Jerry é um diretor de ópera aposentado que se entusiasma ao escutar Giancarlo, o pai de Michelangelo, cantando no chuveiro. O americano quer agenciá-lo numa exibição pública. Giancarlo trabalha como agente funerário e a família teme o constrangimento da experiência.

Já os recém-casados Antonio e Milly pretendem começar a vida em Roma, onde os ricos parentes dele comprometeram-se a empregá-lo na empresa da família. Milly sai para fazer o cabelo e se perde pelas ruas da cidade. Enquanto isso, o quarto do casal é invadido pela prostituta Anna que confunde o rapaz do interior com outro cliente. Quando estão os dois sentados na cama, chegam os parentes de Antonio e confundem Anna com Milly. Os dois são convidados para um almoço.

Leopoldo Pisanello vive do trabalho para casa, onde mora com a esposa e os dois filhos. Certo dia a mídia descobre Leopoldo e passa a segui-lo por toda parte, querendo saber o que tomou no café da manhã, qual o tipo de cueca que usa e o que pensa a respeito de tudo. A compensação pela constante e incômoda perseguição vem na forma de boas mesas nos restaurantes, promoção no emprego, convites para premières e o assédio de belas mulheres. Leopoldo e esposa acabam gostando da fama.

O arquiteto John vai ao Trastevere para rever o bairro em que morou algumas décadas atrás e lá conhece o americano Jack, um estudante de arquitetura que divide o apartamento com a namorada Sally. Quando Sally convida a amiga Monica para passar uns dias, John alerta Jack sobre os perigos desta convivência tão próxima. Sally menciona a capacidade de sedução da amiga e deixa Jack intrigado. Inicialmente o estudante não vê nada de atraente na pretensiosa mocinha, mas o convívio diário e as citações pedantes de Monica acabam impressionando o rapaz. De nada adiantaram as advertências feitas por John, pois Jack apaixona-se perdidamente.

Dificilmente um filme com vários episódios paralelos emociona tanto quanto uma história que tem a oportunidade de aprofundar seus personagens. Assim, sai em desvantagem Para Roma com Amor, apesar de trazer aquele selo de qualidade "Woody Allen", que garante ótimos atores, diálogos inteligentes, boa música, belas locações e fotografia. Numa das falas que me chamou a atenção, o arquiteto John diz para Jack tomar cuidado, pois, antes que se dê conta, estará casado com Monica e ela estará adotando órfãos vietnamitas. Woody fala com conhecimento de causa, afinal dos 14 filhos da ex-mulher Mia Farrow, 9  foram adotados. As duas primeiras adotivas eram vietnamitas e a terceira, Soon Yi, coreana, tornou-se mais tarde a atual esposa de Woody Allen.

Fabio Armiliato com Judy e Woody
Curiosidades:
* De acordo com Roger Ebert,o  papel de Giancarlo, o agente funerário que canta ópera no chuveiro, é representado pelo tenor Fabio Armiliato. O cantor é dono de uma voz poderosa, belíssima e cheia de emoção. 

Pierluigi Marchionne, que interpreta o guarda de trânsito na abertura do filme, é na realidade um policial romano. Woody Allen acrescentou a cena na qual ele aparece depois de observar seu trabalho dirigindo o tráfego na Piazza Venezia. (wikipedia)

Diretor: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Fotografia: Darius Khondji
Elenco: Woody Allen, Judy Davis, Flavio Parenti, Fabio Armiliato, Alison Pill, Alessandro Tiberi, Alessandra Mastronardi, Penelope Cruz, Alec Baldwin, Jesse Eisenberg, Greta Gerwig, Ellen Page, Roberto Benigni
Distribuidora: Paris Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Querido Companheiro

Darling Companion *
(2012) 104 min (10 anos)

EUA - Beth é casada há muitos anos com Joseph, um ocupado cirurgião ortopedista. Num dia de rigoroso inverno em Denver, a dona de casa resgata um cão ferido no acostamento de uma estrada de alta velocidade. Contra a vontade do marido, Beth mantem Freeway em casa. Um ano depois já estão todos acostumados com o vira-lata, que funcionou como cupido, fazendo o casamento do veterinário com a filha caçula do casal. A família está passando uns dias na casa de verão nas Montanhas Rochosas. Joseph sai para passear com Freeway e o celular toca. O cirurgião atende no momento em que o vira-lata avista um veadinho e sai correndo atrás. O cachorro se perde, para o desespero de Beth. Aí começam buscas infindáveis, a partir das visões de Carmen, a jovem caseira cigana que não deseja que sua patroa se entristeça ao perder a esperança. 

Procurei muito uma crítica positiva de Querido Companheiro, já que 4,7 no imdb não é uma nota nada promissora. Só fui encontrar palavras favoráveis no site espanhol Decine21. Fiquei confortada e parei a busca. Tenho grande simpatia e admiração pelos atores principais desta última obra de Lawrence Kasdan e não me conformava com o excesso de frieza com que o filme foi recebido pelos críticos.

O roteiro a quatro mãos do diretor e esposa Meg, inspirado num fato acontecido com eles, não empolga, especialmente a partir da metade do filme. Mas me foi suficiente estar na companhia de Diane Keaton, Kevin Kline, Dianne Wiest e Richard Jenkins, em grandiosas locações no Colorado (Telluride) e Utah, engrandecidas por bela fotografia, com uma trilha sonora agradável. O cachorro Freeway pouco aparece e, como se lê na crítica do Decine21, funciona como um macguffin, servindo para unir e modificar a vida dos personagens. Dificilmente compraria o filme, contudo foi bom tê-lo visto - o desempenho do elenco é formidável - e... já andava com saudades de andar no mato.

Diretor: Lawrence Kasdan
Roteiro: Meg Kasdan & Lawrence Kasdan
Musica: James Newton Howard
Fotografia: Michael McDonough (Inverno da Alma, Albert Nobbs)
Elenco: Diane Keaton, Kevin Kline, Dianne Wiest, Richard Jenkins, Mark Duplass, Ayelet Zurer, Sam Shepard, Elizabeth Moss, Jay Ali, Lindsay Sloane, Jon Kasdan
Distribuidora: Sony

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Bela Moleira

La Bella Mugnaia
(1955) 87 min (14 anos)

Italia - No final do século XVII, a cidade de Nápoles está sob jugo espanhol. Todos os cidadãos são obrigados a pagar imposto até sobre a chuva, mesmo que ela não caia. A exceção é o moleiro Luca, casado com Carmela, a mulher mais bonita e desejada da região. Só por isso Luca é favorecido com total isenção de impostos pelo poderoso governador Teófilo, que não vê a hora de levar a mulher do moleiro para a cama, embora ele mesmo tenha em casa uma bela e sábia esposa. (adaptação da capa do DVD)

Luca e Carmela recebem Dom Teófilo, as autoridades eclesiásticas e o advogado da cidade para deliciosos almoços ao ar livre, regados a bom vinho. Ao final da refeição, a moleira canta para entreter os convidados. O casal se acha muito esperto por agradar os poderosos em troca de favorecimentos. O novo projeto da bela moleira é conseguir para seu primo o posto de coletor de impostos. Isso lhe granjeia a inimizade do atual detentor do cargo e sua senhora. A cena em que as duas se engalfinham no meio da rua é uma das mais divertidas do filme. 

A Bela Moleira garante 90 minutos de alegria e faz refletir sobre a insaciável sanha arrecadadora dos governos e a eterna sede de vantagens dos particulares. Ambas sempre acabam prejudicando o interesse dos povos. Outra virtude desta comédia de enganos é a presença de alguns dos maiores astros do cinema italiano: Marcello Mastroianni, Vittorio de Sicca e Sophia Loren, em grande forma.

Curiosidade:
* O filme A Bela Moleira foi gravado em Cerreto Sannita, San Lorenzello, Amorosi, Guardia Sanframondi e Pontassieve. Algumas cenas foram filmadas em antigos moinhos da cidade de Dugenta, na Província de Benevento, região da Campania. (wikipedia)

Diretor: Mario Camerini
Roteiro: Augusto Camerini, Mario Camerini, Sandro Continenza, Ennio De Concini, Ivo Perilli, baseada na novela "El Sombrero de Tres Picos", de Pedro Antonio de Alarcón
Musica: Angelo Francesco Lavagnino
Fotografia: Enzo Serafin
Elenco: Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Vittorio De Sica, Paolo Stoppa, Yvonne Sanson, Carletto Sposito, Mario Passante
Distribuidora: Versatil Home Video

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente

domingo, 13 de janeiro de 2013

Aqui é o meu lugar

This Must Be the Place
(2011) 118 min (12 anos)

EUA - Cheyenne teve fama, tem fortuna, um amor verdadeiro e uma casa espaçosa em Dublin. O velho roqueiro parece entediado, usa volumosos cabelos negros, olhos pintados e o mesmo batom vermelho de outrora, embora já esteja aposentado, vivendo dos rendimentos de sua voz. Cheyenne retirou-se do palco depois que dois adolescentes se suicidaram por influência da letra de uma de suas músicas. Ele mesmo age como um eterno adolescente.

O cantor nunca fumou, mas um jeito lesado indica que andou abusando de outras drogas. Apesar disso, Cheyenne tem um relacionamento duradouro com a compreensiva Jane - a esposa admira seu bom coração e peculiar senso de humor. Jane combate o fogo como rotina, já que ela trabalha como bombeira no condado de Dublin.

A vida de Cheyenne dá uma guinada quando seu pai morre. Depois de muitos anos sem se verem (os dois discordavam quanto à imagem efeminada do roqueiro), o filho resolve assumir uma vingança originalmente empreendida pelo pai. Como sobrevivente do Holocausto, o pai queria punir o guarda que o humilhou no campo de concentração de Auschwitz. Então, seguindo as orientações de um caçador de nazistas, Cheyenne viaja pelos Estados Unidos em busca do criminoso de guerra foragido. Em contato com os desafios do mundo real, longe da rotina de sua vida na Irlanda, o roqueiro desperta, defronta-se consigo mesmo e retorna bastante transformado. Será que Jane apreciará as profundas mudanças?

Aqui é o meu lugar é uma obra estranha, que talvez não agrade a todos. Aqui em casa deixou fascinados meu marido e minha filha mais velha. Me mantive interessada, especialmente pela fotografia e pelo jeito manso de Cheyenne, em mais uma requintada caracterização de Sean Penn. Este primeiro filme de Paolo Sorrentino nos Estados Unidos foi premiado em Cannes (Prêmio do Juri Ecumênico) e em alguns festivais italianos.

Diretor: Paolo Sorrentino
Roteiro: Paolo Sorrentino & Umberto Contarello
Musica: David Byrne Will Oldham
Fotografia: Luca Bigazzi (Pão e Tulipas, Cópia Fiel)
Elenco: Sean Penn, Frances McDormand, Judd Hirsch, Eve Hewson, Kerry Kondon, Olwen Fouere, Harry Dean Stanton, David Byrne (como ele mesmo), Simon Delaney, Joyce Van Patten
Distribuidora: Imagem Filmes

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente

sábado, 12 de janeiro de 2013

Restrepo

Restrepo *
(2010) 94 min (12 anos)

Afeganistão - Juan Sebastián Restrepo foi o jovem soldado  morto em ação no Vale Korengal, considerado um dos lugares mais perigosos do mundo. Em sua homenagem, os colegas de pelotão batizaram de Restrepo o posto avançado onde combateram entre maio de 2007 e julho de 2008. Durante esse período, o jornalista americano Sebastian Junger e o fotógrafo inglês Tim Hetherington registraram entrevistas com os soldados, suas brincadeiras juvenis, os tiroteios entre eles e os talibãs, e as conversas semanais do capitão Dan Kearney com o conselho de idosos afegãos, quando o militar tentava convencê-los dos benefícios de uma cooperação com o exército dos Estados Unidos.

Os corpos magros revestido de roupas largas, turbantes cobrindo a cabeça, com uns raros dentes e barbas longas - às vezes pintadas de vermelho - os anciãos oferecem um contraste nítido com os vigorosos e malhados fuzileiros. Pertencem a dois universos distintos. Num dos encontros, os afegãos pedem indenização pela vaca que foi morta pelos rapazes. Eles querem dinheiro e o capitão Kearney oferece víveres. Descobre-se depois que a vaca enrolou-se no arame farpado, foi sacrificada e acabou na panela do cozinheiro do pelotão. Nem tudo é desgraça no pequeno acampamento de 15 homens. Curiosamente, um dos soldados veio de família hippie, que não permitia que brincasse com armas e repudiava qualquer tipo de violência. O destino costuma fazer brincadeiras.

As imagens de Restrepo mantem o interesse, a edição é ótima, os protagonistas conquistam nossa simpatia e a trilha sonora empolga. Foi uma boa dica do meu querido irmão Felippe, cinéfilo tão apaixonado como eu e dono de um gosto mais apurado. O documentário foi indicado ao Oscar em 2011 e ganhou o Prêmio do Grande Juri no Festival de Sundance, em 2010.

Curiosidades:
* Em abril de 2010, as tropas americanas deixaram Restrepo e o Vale Korengal.

* O fotógrafo Tim Hetherington morreu em 2011, quando cobria a guerra da Líbia. Foi atingido por um morteiro.

Diretores: Sebastian Junger, Tim Hetherington
Fotografia: Sebastian Junger, Tim Hetherington
Montagem: Michael Levine
Participantes: Dan Kearney, Juan "Doc" Restrepo, LaMonta Caldwell, Misha Pemble-Belkin, Miguel Cortez, Sterling Jones
Distribuidora: Europa Filmes

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Intocáveis

Intouchables * *
(2011) 111 min (14 anos)

lerimaginar.com
França - No amplo e luxuoso apartamento parisiense, uma longa fila de candidatos espera para ser entrevistada para a posição de cuidador do milionário Philippe Di Borgo. Entre eles, o senegalês Driss Bassari é o único sem qualquer interesse em ser contratado. Ele quer apenas mais uma assinatura no documento que deve apresentar para receber o seguro desemprego. Mas é justamente sua personalidade vibrante, franca e original que chama a atenção de Philippe. Amante das aventuras e da ação, o milionário perdeu o gosto pela vida depois da queda de um parapente que fez dele um tetraplégico. O bem-humorado Driss evoca tempos melhores e parece um companheiro mais estimulante do que os burocráticos cuidadores profissionais. Os dois apostam que o senegalês não vai aguentar duas semanas no trabalho.

Intocáveis foi muito bem recomendado por filhas e amigas, mas acabei me desinteressando - acho que de tanto assistir ao trailer. Como não dava para ignorar uma comédia indicada a tantos prêmios, e já vencedora de alguns, insisti. Felizmente, pois fui contaminada pelo entusiasmo geral. Graças ao simpático desempenho de François Cluzet e Omar Sy, uma história simples ganhou em veracidade e encanto. Não espere demais, deixe-se levar e não se decepcionará. A se crer no blog Um Mundo de Sonhos, esse pode ser um dos raros casos em que o filme é melhor do que o livro.

Curiosidade:
O verdadeiro Philippe com Abdel Sellou
* Publicado pela Intrínseca, O Segundo Suspiro (Le second souffle), foi  o livro que inspirou Intocáveis (Intouchables), o filme francês de maior bilheteria em todo o mundo. Lançado originalmente em 2001, o livro de Philippe Pozzo Di Borgo, ex-diretor da empresa de champanhe Pommery e herdeiro de duas grandes famílias da aristocracia francesa, narra suas memórias após o acidente de parapente que o deixou tetraplégico e sua relação com Abdel Sellou, um ex-presidiário argelino que se torna seu acompanhante.

Diretor: Olivier Nakache e Eric Toledano
Roteiro: Olivier Nakache e Eric Toledano, baseado no livro O Segundo Suspiro (Le Second Souffle), publicado pela Intrinseca
Musica: Ludovico Einaudi
Fotografia: Mathieu Vadepied
Elenco: François Cluzet, Omar Sy, Anne Le Ny, Audrey Fleurot, Joséphine de Meaux, Clotilde Mollet, Cyril Mendi, Alba Gaïa Bellugi
Distribuidora: California Filmes

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente

domingo, 6 de janeiro de 2013

O Legado Bourne

The Bourne Legacy
(2012) 135 min (14 anos)

EUA, Alasca - Boiando de bruços sobre a água, com os braços abertos, um corpo masculino parece estático. Subitamente, o jovem mergulha e emerge das águas geladas com um tubo vermelho nas mãos. Se aproxima da fogueira e joga sobre os ombros nus uma capa metalizada. Solitariamente, Aaron Cross principia uma longa jornada pela sobrevivência. Ele é o participante nº 5 da Operação Outcome, uma das iniciativas secretas do Departamento de Defesa dos EUA, que visa melhorar a capacidade física e cognitiva de seus agentes pela administração de pílulas verdes e azuis. 

Tendo perdido seu kit com os medicamentos essenciais, Aaron corta caminho pelas montanhas e chega dois dias antes ao ponto de encontro, onde conhece o participante nº 3. Os responsáveis pela Operação Outcome temem que a investigação de um jornalista britânico termine por expor seus métodos suspeitos e decidem eliminar as evidências da operação - todas as evidências - inclusive humanas. Mas não é tão fácil neutralizar Aaron Cross, ele é da mesma estirpe de Jason Bourne.

Passados os primeiros minutos da bela abertura de O Legado Bourne, a situação se complica. Somos inundados por uma série de siglas e referências das quais poucos darão conta. Já começava a me desesperar quando surge Rachel Weisz na tela. A ação se concentra e fica mais interessante. Os três protagonistas estão excelentes (Jeremy Renner, Rachel Weisz e Edward Norton), como sempre, mesmo os que tiveram pouco espaço para atuar, as locações foram bem escolhidas, muito valorizadas pela bela fotografia. Entre minhas cenas favoritas, estão aquelas em que aparecem lobos na floresta.

Diretor: Tony Gilroy
Roteiro: Tony Gilroy & Dan Gilroy, inspirado na obra de Robert Ludlum
Musica: James Nerwton Howar
Fotografia: Robert Elswit (Sangue Negro, Os Homens que Encaravam as Cabras, Boa Noite e Boa Sorte, Atração Perigosa)
Elenco: Jeremy Renner, Rachel Weisz, Edward Norton, Scott Glenn, Stacy Keach, Donna Murphy, Michael Cernus, Tony Guida, Oscar Isaac, David Strathairn, Joan Allen, Albert Finney
Distribuidora: Universal

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente

sábado, 5 de janeiro de 2013

Eva - Um Novo Começo

Eva * *
(2011) 95 min (14 anos)
O que você vê quando fecha os olhos?

Espanha, 2041 - No topo das montanhas geladas de Santa Irene, um cordão com pingente está caído na neve. Ali perto, uma jovem mulher desesperada agarra-se à beira do abismo. Ela grita enquanto seu corpo despenca. Correndo entre os pinheiros altos, uma menina de casaco vermelho corre até o chalé de madeira e bate à porta. O homem que atende pergunta: - "Eva, o que você faz aqui? Onde está sua mãe?" E a menina desmaia.

O renomado engenheiro cibernético Alex Garel voltou à cidade com seu gato eletrônico Gris, a convite da faculdade de robótica. A responsável pelo departamento encarregou-o de criar o software de controle emocional de um androide menino, o SI-9. Nos 10 anos em que Garel se ausentou, seu irmão David ganhou dinheiro fabricando robôs utilíssimos e casou-se com Lena, antiga namorada de Alex e sua colega de profissão. David Garel e Lena Levy são os pais de Eva, uma guria de personalidade original, que parece perfeita como modelo para um robô criança, embora a mãe prefira que ela não participe desta experiência. Imediatamente se estabelece uma forte empatia entre Eva e Alex.

Não me lembrava de qualquer referência a esta Eva do diretor Kike Maíllo, mas decidi alugar o único exemplar da locadora assim que li a sinopse - amo as idéias e o ambiente dos filmes de ficção científica. E foi uma grata surpresa. Meus personagens favoritos foram o curioso gato cibernético e o robô SI-7, Max, o androide que fala 29 línguas, joga xadrez, é chefe de cozinha, mordomo, enfermeiro de idosos, instrutor de crianças, tem noções avançadas de bricolagem, é encanador, eletricista, e faz um ótimo café. Quem não quer um desses? 

Eva é um filme bem construído que merece ser visto, mesmo por quem não é fã do gênero Sci-Fi. Me interessou a cena em que Alex vai selecionando os elementos que formarão o caráter do andróide. Lembrei do psicanalista Pedro de Figueiredo Ferreira sugerindo que podemos desenvolver em nós aquelas virtudes que admiramos nos outros. E mais não digo para que você se surpreenda descobrindo esse "conto sobre o afeto e a emoção", (Screen Daily) a memória e a liberdade humana. O filme foi premiado em vários festivais de cinema espanhóis.

Diretor: Kike Maillo
Roteiro: Sergi Belbel, Cristina Clemente, Martí Roca, Aintza Serra
Musica: Evgueni Galperine, Sacha Galperine
Fotografia: Arnau Valls Colomer
Elenco: Daniel Brühl, Claudia Vega, Marta Etura, Lluis Homar, Alberto Ammann, Anne Canovas
Distribuidora: Paris Filmes

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Sonhos em Movimento - Nos Passos de Pina Bausch

Dancing Dreams
Tanztraume
(2010) 89 min (Livre)

Alemanha - Em 2008, poucos meses antes de sua morte, Pina levou de volta aos palcos seu famoso espetáculo Kontakthof. A diferença é que, desta vez, não foram os bailarinos profissionais de sua companhia de dança que interpretaram o trabalho, mas sim adolescentes de 14 a 18 anos que nunca tinham subido num palco antes e não possuiam intimidade com a arte dos movimentos corporais. (capa do DVD)

Desde que ouvi os primeiros elogios ao documentário "Pina", de Wim Wenders, aguardo ansiosamente seu lançamento em DVD. Enquanto o filme não chega às locadoras, achei boa ideia conferir essa iniciativa curiosa de treinar quarenta jovens voluntários da cidade de Wuppertal, sem qualquer conhecimento prévio de dança. Os adolescentes compareceram aos ensaios todos os sábados, durante dez meses, sendo orientados por Jo e Bénédicte, duas assistentes da famosa coreógrafa alemã. 

O documentário registra os métodos de ensino, a evolução dos estudantes, o relato das experiências pessoais de alguns. O projeto me fez lembrar do programa inglês Faking It onde especialistas transformavam pessoas inexperientes em profissionais gabaritados em apenas quatro semanas de intenso treinamento. Depois eram submetidas a uma competição junto a participantes experientes, e um grupo de juízes devia apontar quem era o "falso" profissional. Lembro de um tosquiador de ovelhas que venceu um concurso de corte de cabelo e uma jovem que liderou sua equipe para a vitória numa regata de barcos à vela. Um testemunho fascinante da capacidade humana de persistência e aprendizado. Tão interessante quanto testemunhar os adolescentes superando suas inibições e aprendendo a deslizar com graça e emoção sobre o palco, como verdadeiros profissionais.
Bénédicte, Jo e Pina Bausch

Diretores: Anne Linsel, Rainer Hoffmann
Roteiro: Anne Linsel
Fotografia: Rainer Hoffmann
Distribuidora: Imovision

Sem Asterisco - interessante
* bom
** ótimo
*** excelente
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