(2014) 150 min (14 anos)
Loft Cinema |
Inglaterra - Um céu entre rosa e laranja ocupa toda a tela. À direita, as pás de um moinho de vento giram e duas mulheres, em vestes holandesas tradicionais, conversam enquanto caminham. Ao fundo destaca-se a silhueta escura de um homem de chapéu, que desenha a paisagem. Assim somos apresentados ao excêntrico e solitário Joseph Mallord William Turner, pintor revolucionário e romântico, considerado precursor do Impressionismo. Posteriormente, seremos apresentados ao pai, seu ajudante no ateliê, responsável pela compra de todo material, conheceremos as mulheres com quem o artista manteve relacionamentos, além de outros pintores contemporâneos e clientes fiéis, entre os quais se incluía o crítico de arte John Ruskin.
Turner (1775-1851) entrou cedo para a Real Academia de Pintura. Seus conselhos certeiros eram apreciados pelos colegas durante os preparativos para as exposições coletivas da academia. Até hoje, o prolífico pintor é um dos mais amados pelos britânicos, embora, na época, seus quadros não tivessem caído nas graças da rainha Victoria. Especialista em disputadas paisagens terrestres e marinhas, no final da vida, o artista recusou uma oferta milionária pelo conjunto de sua obra. Ao recusar a proposta, a intenção de Turner era que seus quadros pudessem ser apreciados gratuitamente pelo povo inglês, em vez de ficarem trancafiados numa propriedade particular. E assim foi feito. Aliás, até hoje, na Inglaterra é possível frequentar museus e galerias de arte sem ter que pagar nada por isso, embora se encorajem as doações.
Os múltiplos atrativos do filme de Mike Leigh são ambientes e vestuário, a magnífica fotografia, inspirada nas cores da pintura de William Turner e um elenco impecável e inspirado. Não fosse uma cena de sexo, em que Turner agarra por trás a empregada Hannah Danby, o filme seria adequado a todas as idades. Mas, para quem ama as Belas Artes, os outros 149 minutos do filme passarão voando.
Curiosidades:
* Para se preparar para o papel de Turner, Timothy Spall passou quase 2 anos estudando pintura.
* A cena de abertura foi filmada em Herringfleet, Suffolk, e não na Holanda.
* Um dos encantos do filme é a recriação de cenas que teriam inspirado os quadros de Turner: a fumaça da locomotiva a vapor, as variadas cores do por-do-sol, e, especialmente, o momento em que o pintor se faz amarrar ao mastro de um navio, para poder observar a tempestade no mar de um ângulo privilegiado.
* Turner admirava o talento e o progresso. No roteiro de Mike Leigh ele aparece sorrindo com agrado diante de dois quadros do novato Sir John Everett Millais e posando para uma fotografia, a nova arte que substituiria a pintura no registro dos fatos.
* William Turner morreu em Chelsea, na casa de Sophia Booth, a viúva proprietária de uma pensão à beira-mar, com quem o pintor manteve seu último relacionamento.
Diretor: Mike Leigh
Sophia Booth e Turner |
Roteiro: Mike Leigh
Musica: Gary Yershon
Fotografia: Dick Pope
Designer de Produção: Suzie Davis
Diretor de Arte: Don Taylor
Figurinista: Jacqueline Durran
Elenco: Timothy Spall, Paul Jesson, Marion Bailey, Dorothy Atkinson, Lesley Manville, Martin Savage
Distribuidora: Sony
*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante
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