Vera Drake * *
(2004) 125 min (14 anos)
Diretor: Mike Leigh
Roteiro: Mike Leigh
Música: Andrew Dickson
Fotografia: Dick Pope
Elenco: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Jim Broadbent
1950 - Londres - Vera é uma mulher simples, de classe média baixa, totalmente devotada à família. Trabalha como faxineira nas casas ricas e cuida da mãe doente, e de quem mais precisar dela, sempre com um sorriso e palavras de encorajamento. Nesta época, aborto era crime na Inglaterra. Em seu desejo de ajudar as mulheres desesperadas que a procuram, Vera realiza, gratuitamente, a "interrupção da gravidez". Quando as autoridades descobrem, seu mundo vem abaixo. A personagem é simpática, mas o ato que pratica, ainda que bem intencionado, é hediondo.
O desespero e vergonha das mulheres era compreensível, sobretudo numa comunidade tão rígida. Hoje em dia há uma visão bem mais tolerante. Contudo, para as crianças não-nascidas, o ambiente tornou-se mais hostil. Numa sociedade conduzida pelas emoções, uma cadela grávida, que perde os filhotes, ou uma cobaia de laboratório, despertam mais piedade do que um feto humano, a quem é negado o direito à vida. Mas as mesmas pessoas que condenam à morte o embrião humano, ficam horrorizadas com a mãe que joga seu recém-nascido no rio.
Dito isto, lembro da personagem Angélica, Marquesa dos Anjos, que foi estuprada por um soldado e deu à luz um bebê ruivo a quem chamou, apropriadamente, de Honorina, pois não havia nela desonra alguma. O mais bonito na história é quando o marido de Angélica reaparece. Ao ver, junto a seus filhos, a linda criança de cabelos vermelhos encaracolados, faz questão de tratá-la como sua, e lhe dá seu nome. Isso é saber amar! Adoro esta história de Anne e Serge Golon!
Deixar os bebês para adoção é a saída mais humana para as mães que não podem ou desejam mantê-los. Há tantas famílias que sonham com uma criancinha...
O desempenho de Imelda Staunton é estupendo. E como contrasta com os sorrisinhos forçados da professora Dolores Umbridge de Harry Potter e a Ordem da Fênix!
(2004) 125 min (14 anos)
Diretor: Mike Leigh
Roteiro: Mike Leigh
Música: Andrew Dickson
Fotografia: Dick Pope
Elenco: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Jim Broadbent
1950 - Londres - Vera é uma mulher simples, de classe média baixa, totalmente devotada à família. Trabalha como faxineira nas casas ricas e cuida da mãe doente, e de quem mais precisar dela, sempre com um sorriso e palavras de encorajamento. Nesta época, aborto era crime na Inglaterra. Em seu desejo de ajudar as mulheres desesperadas que a procuram, Vera realiza, gratuitamente, a "interrupção da gravidez". Quando as autoridades descobrem, seu mundo vem abaixo. A personagem é simpática, mas o ato que pratica, ainda que bem intencionado, é hediondo.
O desespero e vergonha das mulheres era compreensível, sobretudo numa comunidade tão rígida. Hoje em dia há uma visão bem mais tolerante. Contudo, para as crianças não-nascidas, o ambiente tornou-se mais hostil. Numa sociedade conduzida pelas emoções, uma cadela grávida, que perde os filhotes, ou uma cobaia de laboratório, despertam mais piedade do que um feto humano, a quem é negado o direito à vida. Mas as mesmas pessoas que condenam à morte o embrião humano, ficam horrorizadas com a mãe que joga seu recém-nascido no rio.
Dito isto, lembro da personagem Angélica, Marquesa dos Anjos, que foi estuprada por um soldado e deu à luz um bebê ruivo a quem chamou, apropriadamente, de Honorina, pois não havia nela desonra alguma. O mais bonito na história é quando o marido de Angélica reaparece. Ao ver, junto a seus filhos, a linda criança de cabelos vermelhos encaracolados, faz questão de tratá-la como sua, e lhe dá seu nome. Isso é saber amar! Adoro esta história de Anne e Serge Golon!
Deixar os bebês para adoção é a saída mais humana para as mães que não podem ou desejam mantê-los. Há tantas famílias que sonham com uma criancinha...
O desempenho de Imelda Staunton é estupendo. E como contrasta com os sorrisinhos forçados da professora Dolores Umbridge de Harry Potter e a Ordem da Fênix!
Curiosidades:
* Filmado sem roteiro, o filme foi indicado para o "Oscar de Melhor Script" em 2005. Mike Leigh teve que criar o roteiro para poder ser enviado aos membros da Academia.
* O orçamento deste filme era tão apertado que foi preciso cortar 1 semana de filmagens.
* Filmado sem roteiro, o filme foi indicado para o "Oscar de Melhor Script" em 2005. Mike Leigh teve que criar o roteiro para poder ser enviado aos membros da Academia.
* O orçamento deste filme era tão apertado que foi preciso cortar 1 semana de filmagens.
4 comentários:
Tática de propaganda:ciar empatia com sofridos personagens: e atos maus passam a ser aceitáveis, defendidos.
É lamentável que tenha sido dado um papel tão terrível a uma atriz de valor. Maior compaixão deveria se voltar para os seres indefesos no ventre materno. Ajudar as mulheres a não aceitarem as injunções de terceiros, esta teria sido a única ação digna de ser colocada no filme.
Haveria melhor meio para ajudar a mulheres desperadas: ajudá-las a superar a situação e assumir o resultado de seus atos -- o filho concebido. Um erro não justifica outro que, por sinal,é mil vezes pior: matar um ser inocente e indefeso em razão de constrangimentos tardios...
Concordo 100%. O aborto é um dos crimes mais cruéis e covardes. Sobretudo quando se pesquisam os métodos utilizados, superam qualquer filme de horror!
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