Diretor: Isabel Coixet
Roteiro: Isabel Coixet
Música: Aitor Berenguer
Fotografia: Jean-Claude Darrieu
Edição: Irene Blecua
Elenco: Sarah Polley, Tim Robbins, Javier Câmara, Sverre Anker, Julie Christie
Roteiro: Isabel Coixet
Música: Aitor Berenguer
Fotografia: Jean-Claude Darrieu
Edição: Irene Blecua
Elenco: Sarah Polley, Tim Robbins, Javier Câmara, Sverre Anker, Julie Christie
Esperei um pouco antes de colocar este filme. Queria ver se era dos que ficariam marcados na minha memória. Ficou.
O filme começa numa fábrica. Os trabalhadores vão pegando protetores de ouvido pendurados na parede. Sobra um. Hanna não precisa do equipamento, pois é surda. Funcionária exemplar, pouco se comunica com os colegas, ou qualquer pessoa. Quando o chefe a obriga a tirar férias, fica contrariada. Ao chegar ao quarto do hotel, seu desconforto com o tempo livre é óbvio. No restaurante, com o aparelho auditivo ligado, escuta a conversa de um homem, sentado na mesa próxima a sua. Imediatamente, oferece-se como enfermeira voluntária para tratar de um queimado numa plataforma de petróleo, em alto-mar.
Josef está cego temporariamente, é expansivo e gosta de conversar, enquanto Hanna trata das queimaduras. O contato, a intimidade, a troca de palavras vão tendo um efeito curativo também sobre a moça. Hannah ri, se solta e conta segredos de sua vida.
Mas eu não conto. Espero que vocês vejam esse filme emocionante, escrito e dirigido por uma mulher, e indicado por Pedro Almodóvar.
Curiosidade:
A História sobre a enfermeira Cora, contada por Josef, é um conto do argentino Julio Cortazar: "La señorita Cora". Está no livro "Todos los fuegos el fuego". (imdb.com)
Palavras da espanhola Isabel Coixet: “Alguien dijo que desde el momento en que uno tiene vida interior, ya está llevando una doble vida. Las palabras, como manadas de peces, pululan en nuestra cabeza y se agolpan en las cuerdas vocales, pugnando por salir y por ser escuchadas por los demás. Y, a veces se pierden en ese camino entre la cabeza y la garganta. Esta película trata de todas esas palabras perdidas, que durante mucho tiempo vagan en un limbo de silencio (y malentendidos y errores y pasado y dolor) y un día salen a borbotones y cuando empiezan a salir ya nada puede pararlas."
A História sobre a enfermeira Cora, contada por Josef, é um conto do argentino Julio Cortazar: "La señorita Cora". Está no livro "Todos los fuegos el fuego". (imdb.com)
4 comentários:
Tema superinteressante. A palavra oral, escrita ou apenas pensada é algo admirável. É possível dizer uma palavra sem pensar em seu significado? É possível pensar sem palavras? Parece-me que sim.É fundamental na comunicação humana, nada a substitui. Deus é Verbo... O filme parece ótimo. Quero vê-lo.
O comentário de Isabel Coiset diz tudo a respeito da essencial necessidade e importância da comunicação humana por meio das palavras, ainda quando não sejam ditas mas sugeridas.
"A vida secreta das palavras" é um dos filmes marcantes de minha vida! O modo enxuto com que Isabel conduz a trama, aparentemente monótona, que vai em um crescendo, até o momento da revelação dos segredos, e não termina ali, segue prendendo-nos até o último momento. Vale a pena ver, no DVD, as cenas cortadas e as explicações da diretora, alguém que respeita o espectador! Rilke, nas "Estórias do Bom Deus", diz que Deus se esconde, e só as crianças, ou seus amigos, podem descobrir seus disfarces. Neste filme, visto muitas vezes, é possível, entrevê-lo.
Adorei seu comentário, Ruberval! Meu filho mais velho Também aprecia Rilke e eu espero que chegue ao bom Deus. Um abraço, S.
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