9 Month Stretch
(2013) 82 min (14 anos)
França - Ariane Felder é uma esbelta juíza de quarenta anos, de hábitos severos, solteira convicta, totalmente dedicada aos processos do tribunal. Durante a festa de Reveillon no Palácio da Justiça, um grupo de animados colegas de trabalho quer sua participação e vai buscá-la no escritório. Para misturar-se ao clima de bagunça, Ariane bebe algumas taças de champanhe, ao lado do risonho De Bernard. Quando consegue sair do prédio, no início da madrugada, está trôpega, ainda levando na cabeça uma longa peruca branca, usada nas cortes francesas. Seis meses depois, a juíza descobre-se grávida, sem ter qualquer ideia sobre como isso aconteceu.
Ariane começa uma investigação particular para descobrir o pai da criança. De Bernard é o primeiro suspeito e uma pesquisa sobre seus ascendentes não ajuda a tranquilizar a mãe relutante. Depois de um teste de DNA, surge o nome do verdadeiro pai do bebê. Mais assustada ainda fica a juíza. O resultado indica Bob Nolan, um ladrão contumaz, perseguido como suposto autor de um crime bárbaro. Nolan teria sido surpreendido durante o roubo ao apartamento de um senhor de 83 anos. Fugiu depois de serrar braços e pernas do idoso, além de ter comido seus olhos.
Através das câmeras de vigilância do bairro, Ariane descobre que passou os primeiros minutos do novo ano discursando para um grupo de prostitutas. Desagradadas de suas palavras, elas protestaram vivamente. Foi resgatada por Bob Nolan da confusão armada. Continuou conversando com Bob na rua, até o momento em que se atirou sobre ele e liberou toda sua própria fúria sexual.
Conhecendo sua fama de juíza séria, e ignorando a gravidez, Bob pede ajuda a Ariane para descobrir falhas no processo que o incriminam injustamente. Ele pode ser um ladrão, pessoa de pouca instrução, um arrombador experiente, mas seria incapaz de agredir um idoso, e muito menos de comer-lhe os olhos. Bob dá valor à vida humana.
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"Uma Juíza sem Juízo" foi indicado para seis categorias do César. Venceu como Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz (Sandrine Kiberlain). É uma comédia inteligente, interpretada por um elenco admirável. Surpreendeu-me descobrir que o ator Albert Dupontel (Um Lugar na Plateia, No Mundo do Poder) é também um diretor competente. Aliás, como tantos outros atores-diretores. O divertido filme orienta o olhar para além dos preconceitos, da mania de rotular as pessoas, e nos poupa de soluções holywoodianas. Mais importante ainda, sugere que uma criança é sempre um dom, ainda que seja concebida em circunstâncias desfavoráveis. E que as almas simples podem superar em sabedoria os muito instruídos.
Curiosidades:
* Para escrever o roteiro, Albert Dupontel inspirou-se no documentário "10e chambre, instants d'audience", de Raymond Depardon. A juíza Michèle Bernard-Requin aparece no documentário e interpreta a presidente do tribunal em "Uma Juíza sem Juízo".
* Nos noticiários da TV aparecem Terry Gillian e o ator Jean Dujardin, como tradutor na linguagem de sinais. (Rubens Ewald Filho)
Diretor: Albert Dupontel
Roteiro: Albert Dupontel, Héctor Cabello Reyes, Olivier Demangel
Musica: Christophe Julien
Fotografia: Vincent Mathias
Elenco: Sandrine Kiberlain, Albert Dupontel, Nicolas Marié, Philippe Uchan, Christian Hecq, Philippe Duquesne, Bouli Lanners, Michèle Bernard-Requin
Distribuidora: Europa Filmes
*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante
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