The Seventh Seal
(1957) 96 minutos
"Pela indiferença ao próximo, fui rejeitado por ele.
Vivo num mundo assombrado, fechado em minhas fantasias."
O que teria acontecido com Ingmar Bergman se o pai não fosse pastor luterano e o tivesse criado de uma forma menos severa? Jamais saberemos. Provavelmente teria realizado outro gênero de filmes.
Enquanto ‘O Sétimo Selo’ empolgava os adultos na década de 50, as crianças assustavam-se com a Rainha-malvada de Branca de Neve. “Espelho, espelho meu, haverá alguém no mundo mais bela do que eu?” Bergman traz a morte para a tela, envolta num manto negro semelhante ao da bruxa-madrasta, com o rosto branco e uma sede por almas.
O desiludido Antonius Block está perturbado com o silêncio de Deus. Em 1350, voltando das Cruzadas, o cavalheiro encontra a Europa dizimada pela peste. Descansa à beira-mar com seu escudeiro, quando é abordado pela Morte. Desejando mais tempo, desafia-a para um jogo de xadrez. Se ganhar, tentará fazer algo de bom, que dê sentido a sua vida. Perdendo, será levado pela Morte. Imbatível no tabuleiro, Block vai adiando o desenlace e encontrando personagens variados. Seus favoritos são um casal de artistas com uma criancinha, que lembra a esperança e a alegria do mundo, mesmo se envolto em trevas.
Pois, em meio a esta entressafra de novidades de janeiro, um jovem apaixonado por cinema, Kubrick e Bergman, me sugeriu o ‘Sétimo Selo’. Venci minha relutância por filmes antigos e aluguei. Pois fui capturada na primeira cena. O talento se revela nos primeiros segundos. Não mudei minha preferência, Fanny e Alexander é ainda meu favorito entre os filmes de Bergman, pois crianças, cores, alegria, Natal, são meus temas eternos. Mas serei sempre grata por essa dica do Tomás. O filme é espetacular, mesmo depois de 52 anos.
Os diálogos concisos são um dos pontos fortes, como nessa confissão de Antonius: ‘Pela indiferença ao próximo, fui rejeitado por ele. Vivo num mundo assombrado, fechado em minhas fantasias.’ Se o mundo de Block é sombrio, não exclui que a vida seja mais ampla e bela. É isso que lembra a família com o bebê risonho e encantador ou o esquilo que salta sobre o tronco da árvore abatida pela morte.
Curiosidades:
- O título é uma citação do Apocalipse de São João, capítulo 8.
‘E quando abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu, quase por meia-hora.’
- Ingmar Bergman baseou toda a iconografia do 'Sétimo Selo' nos murais de uma igreja em que seu pai costumava pregar.
- Dos mais de 50 filmes que fez, esse é um dos raros favoritos do diretor.
- Bergman inspirou-se em Akira Kurosawa, de quem era grande fã, para criar essa obra.
Enquanto ‘O Sétimo Selo’ empolgava os adultos na década de 50, as crianças assustavam-se com a Rainha-malvada de Branca de Neve. “Espelho, espelho meu, haverá alguém no mundo mais bela do que eu?” Bergman traz a morte para a tela, envolta num manto negro semelhante ao da bruxa-madrasta, com o rosto branco e uma sede por almas.
O desiludido Antonius Block está perturbado com o silêncio de Deus. Em 1350, voltando das Cruzadas, o cavalheiro encontra a Europa dizimada pela peste. Descansa à beira-mar com seu escudeiro, quando é abordado pela Morte. Desejando mais tempo, desafia-a para um jogo de xadrez. Se ganhar, tentará fazer algo de bom, que dê sentido a sua vida. Perdendo, será levado pela Morte. Imbatível no tabuleiro, Block vai adiando o desenlace e encontrando personagens variados. Seus favoritos são um casal de artistas com uma criancinha, que lembra a esperança e a alegria do mundo, mesmo se envolto em trevas.
Pois, em meio a esta entressafra de novidades de janeiro, um jovem apaixonado por cinema, Kubrick e Bergman, me sugeriu o ‘Sétimo Selo’. Venci minha relutância por filmes antigos e aluguei. Pois fui capturada na primeira cena. O talento se revela nos primeiros segundos. Não mudei minha preferência, Fanny e Alexander é ainda meu favorito entre os filmes de Bergman, pois crianças, cores, alegria, Natal, são meus temas eternos. Mas serei sempre grata por essa dica do Tomás. O filme é espetacular, mesmo depois de 52 anos.
Os diálogos concisos são um dos pontos fortes, como nessa confissão de Antonius: ‘Pela indiferença ao próximo, fui rejeitado por ele. Vivo num mundo assombrado, fechado em minhas fantasias.’ Se o mundo de Block é sombrio, não exclui que a vida seja mais ampla e bela. É isso que lembra a família com o bebê risonho e encantador ou o esquilo que salta sobre o tronco da árvore abatida pela morte.
Curiosidades:
- O título é uma citação do Apocalipse de São João, capítulo 8.
‘E quando abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu, quase por meia-hora.’
- Ingmar Bergman baseou toda a iconografia do 'Sétimo Selo' nos murais de uma igreja em que seu pai costumava pregar.
- Dos mais de 50 filmes que fez, esse é um dos raros favoritos do diretor.
- Bergman inspirou-se em Akira Kurosawa, de quem era grande fã, para criar essa obra.
Diretor: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman, baseado em sua peça “Tramalning”
Fotografia: Gunnar Fischer
Música: Erik Nordgren
Elenco: Max Von Sydow, Gunnar Björnstrand, Nils Poppe, Bibi Andresson.
"Quero conhecer o pensamento de Deus... e o resto é detalhe" - Albert Einstein.
2 comentários:
Olá tia querida!!!
Aqui vai o meu primeiro comentário!!
Achei o sétimo selo bastante interessante.
O diálogo entre a morte e o cavalheiro é o ponto alto do filme.
Mil beijocas da afilhada Isabella
Querida, que bom que você também gostou! Fiquei impressionada como o filme continua atraente. É a marca dos textos de qualidade e bons diretores. Muitos beijos,
dinda
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