La Môme *
(2007) 140 min (12 anos)
França - Pobre Edith Piaf! Teve uma vida de abandonos, perdas e desilusões. Mesmo quando a sorte lhe sorri, sua desorientação leva-a por caminhos difíceis. O álcool e a morfina devastaram sua saúde frágil, envelheceu prematuramente, gastou-se. A música e a devoção a Santa Terezinha foram o bom legado de Titine, que desempenhou um papel materno brevemente, enquanto a menina morou num bordel na Normandia, de propriedade da avó paterna.
Três cenas valem o filme:
1) A jovem Edith, interpretada por Pauline Burlet, dublada por Cassandre Berger, canta a Marsellaise na rua. http://www.youtube.com/watch?v=u86AfRgW3Qk
2) a entrevista da cantora, já famosa, a uma jornalista americana, ambas sentadas na areia da praia.
3) a última apresentação, interpretando "Je ne regrette rien".
http://www.youtube.com/watch?v=6-IH4lCqDqk
Depois de assistirmos músicas importantes sendo rapidamente cantaroladas ao piano pelos compositores, escutarmos canções menos conhecidas de Piaf no palco, foi um imenso prazer ouvi-la cantando com emoção essa melodia gloriosa e tão apreciada, do começo ao fim. Um belo encerramento.
O Oscar para Marion Cotillard foi inteiramente merecido. A artista incorporou Edith Piaf nos gestos, na postura, na alma. A maquiagem, também premiada, completou a personificação e disfarçou a bela jovem de "Um Bom Ano" ("A Good Year", 2006, de Ridley Scott). A linha do cabelo e as sobrancelhas foram raspadas e depois desenhadas com lápis. Até cinco horas de trabalho foram necessárias para transformar Marion em Edith, quando mais velha.
A cantora Jil Aigrot fez um grande trabalho de dicção com Marion, para possibilitar a sincronia perfeita de imagem e som durante a filmagem. Além disso, interpretou vocalmente uma Piaf jovem, no início da carreira e com poucos registros, quase todos de baixa qualidade, e "muito diferente daquela que mostrou nos palcos". (Zero Hora, Porto Alegre)
A escolha de passear pela história para frente e para trás, ainda que informando as datas, tornou-a um tanto confusa. E tudo que abala a suspensão de descrença me parece negativo. Foi o caso. Em vez de mergulhar no drama da cantora, a todo instante era lembrada de que via um filme. Perturbador.
Melhor diálogo:
Jornalista americana: - Se tivesse que dar um conselho a uma mulher, qual seria?
Edith Piaf: - Ame.
Jornalista: - Para uma jovem?
Edith: - Ame.
Jornalista: - Para uma criança?
Edith: - Ame.
Diretor: Olivier Dahan
Roteiro: Olivier Dahan, Isabelle Sobelman
Música: Christopher Gunning
Fotografia: Tetsuo Nagata
Edição: Richard Marizy
Elenco: Marion Cotillard, Pauline Burlet, Emmanuelle Seigner, Jean-Paul Rouve, Gérard Depardieu, Sylvie Testud.
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