(2013) 120 min (12 anos)
EUA - O verão em Oklahoma pode ser sufocante. E ainda mais sufocante é a convivência com Violet Weston, mãe de três filhas e esposa de Beverly, um professor e poeta que recorre à bebida para suavizar a árdua existência ao lado de sua cara metade. "A vida é muito longa", repete Bev, citando T. S. Eliot.
Violetas são flores de fácil cultivo e costumam ser associadas à delicadeza e humildade. Nada pode ser mais diferente do que o temperamento da sra. Weston, uma mulher enfurecida com a vida, crítica com as pessoas e um tanto indulgente consigo mesma. Nem o tratamento para um câncer na boca dobrou a ácida senhora, uma sobrevivente convicta. Beverly contrata a suave indígena Johnna Monevata para cuidar da esposa e desaparece. Passados cinco dias, o xerife do condado vem avisar que o barco de Bev foi encontrado no lago e que ele se afogou.
Barbara, Karen e Ivy, as três filhas do casal, se reencontram depois de uma longa separação. Mattie Fae Aiken, irmã de Violet, também chega para o enterro, junto com o marido. Seu filho Charles só aparece quando a família já voltou para casa, depois do funeral. Cobranças e revelações tornam o ambiente cada vez mais tenso. Violet não deixa pedra sobre pedra quando se trata de provocar o próximo.
"Álbum de Família" ganha muitos pontos no quesito elenco. Onde Meryl Streep foi buscar inspiração para criar megera tão virulenta? Poderia ser na desagradável Martha de "Quem tem medo de Virginia Wolf". Já Benedict Cumberbatch surpreende num papel tão diverso de seus imponentes personagens anteriores, vivendo o desajeitado Little Charles Aiken, constantemente humilhado pela mãe Mattie Fae. Julia Roberts interpreta Barbara, a única filha capaz de enfrentar a violenta matriarca, e que, por seu próprio temperamento agressivo, também está prestes a perder o marido e a filha adolescente. Os pecados dos pais se repetem nos filhos. Eis uma família que só ficaria bem num retrato voltado para a parede, embora experimente alguns raros momentos aprazíveis. Um filme para se conferir e que pode nos ajudar a identificar e polir as asperezas de nossa personalidade. Afinal, quem quer ser uma Violet Weston?Curiosidade:
* "Life is very long" (A vida é muito longa) - a citação da abertura falada por Beverly Weston - pertence ao poema "Hollow Men", de T. S. Eliot, mas é emprestada do romance de Joseph Conrad "An Outcast of the Islands" (um pária das ilhas) (1896).
Diretor: John Wells
Roteiro: Tracy LettsMusica: Gustavo Santaolalla
Fotografia: Adriano Goldman
Designer de Produção: David Gropman
Diretora de Arte: Karen Gropman
Elenco: Meryl Streep, Julia Roberts, Sam Shepard, Margo Martindale, Juliette Lewis, Julianne Nicholson, Chris Cooper, Benedict Cumberbatch, Ewan McGregor, Dermot Mulroney, Abigail Breslin, Misty Upham
Distribuidora: Imagem Filmes
*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante
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10 comentários:
Também fiquei espantado com a garra desse elenco, com vários escalados em tipos de papéis que não costumam interpretar. Também achei Streep e Cumberbatch os destaques. Como disse a meus pais, só vi barracos com a mesma potência na novela Amor à Vida e em Sonata de Outono (e, como vc mencionou, no clássico do Mike Nichols). rsrs
Gustavo, só falta o Benedict Cumberbatch fazer comédia para se mostrar tão versátil quanto Meryl Streep. O resto ele dá conta. ;-)
Olá Stella Daudt.(21)
Voltei à HOME quando vi a resenha cuja me lembra de quando eu conferi esse filme,e por sinal,de muitas cenas escatológicas presentes.
=> * "A vida é muito longa"(T.S.Eliot 1888-1965)... caso,ele visse o mundo cada dia mais centenário.O que diria?
A violeta também tem outra característica: ela é custosa para se manter o maior tempo florida ou para florescer.Na internet podemos ver quantas dicas tem nesse cerne que simbolicamente poderia ter,em centelhas,a personagem.
Eu não vi aqui no blog o filme "O Hobbit: A Desolação de Smaug(2013)",e por isso se a encantou atuação de Benedict Cumberbatch,essa é bem marcante = https://www.youtube.com/watch?v=W_kD0AgGlf0]
E que mesa de jantar essa(Uma grande cena escatológica{2} do filme)... Aceitaria o convite a se sentar? rsrs E eu gosto de pensar que para eles "O que não matou,fortaleceu."
*Spoiler*
A cena do término em que Julia Roberts para o carro e olha para trás;achou-a desnecessária ou entende que para todos nessa família que tiveram medo de ir embora,foi uma confirmação de que ela não se arrependeria?
*Fim de Spoiler*
E para terminar,a versão acústica de "Las Mile Home" de Kings of Leon que termina o filme é tão boa quanto à original.Não sei se ficara até os créditos. =)
Felizes comparações na redação da postagem.
Tchau.(21)
Olá, Tabibito-san! Fugiria desta mesa definitivamente. Participar de uma refeição nessa companhia é garantia de indigestão. ;-) Acho que é preciso ser muito forte para sobreviver nesse clima de guerra constante. Não dá para ser feliz.
Gostei MUITO da voz que BC emprestou ao dragão Smaug. Embora já tivesse visto outros filmes com ele, foi em "Star Trek: Além da Escuridão" que Benedict Cumberbatch chamou minha atenção.
Achei a última cena com a Julia Roberts desnecessária, até porque quebra o ritmo. Creio que ficaria melhor encerrando com Violet e Johnna dentro de casa.
um abraço,
S.
Eu adoro esse filme! É tradicional em seus dramas, mas o elenco é tão sensacional e o texto tão sábio ao desenvolver com precisão as razões e as mágoas de cada personagem que até relevamos. Meryl arrasa mais uma vez e Julia tem um dos grandes desempenhos de sua carreira, mas todo o elenco é ótimo!
Pois é Matheus, o desempenho do elenco é tão forte que os personagens parecem continuar vivos depois do "The End".
Este passou batido por mim.... o elenco é de primeira realmente, quero assistir em breve.
E eu estou curiosa para ver seus comentários, Bruno! :-)
Oi irmã, gostei muito de seu resumo e comentário sobre esse filme. Eu apenas colocaria mais uma estrela. Bj do irmão
Será, Felippe? Gostei do filme, me emocionei, prendeu minha atenção o tempo inteiro, mas precisaria rever para dar uma estrelinha extra. Será que tenho fôlego? Vou esperar dias mais fáceis. ;-) Um beijo, querido, s.
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