(2011) 94 min (10 anos)
A função do artista não é sucumbir ao desespero mas sim encontrar um antídoto para o vazio da existência.
Você tem uma voz clara e vibrante. Não seja tão derrotista.
França - Gil Pendler e sua noiva Inez estão hospedados no Hotel Bristol. O pai de Ignez veio em viagem de negócios e trouxe a esposa e o jovem casal. A mulher e a filha encaram a cidade como qualquer outro lugar onde se vai nas férias. Esse não é o caso de Gil. Apaixonado pela capital francesa, adoraria trocar sua casa com piscina, em Pasadena, Califórnia, por um pequeno sótão com clarabóia na cidade-luz, onde poderia escrever seu primeiro romance. Modesto, apesar de ser um roteirista requisitado em Hollywood, Gil adora caminhar pela cidade francesa, especialmente na chuva, quando acha Paris ainda mais bela.
Enquanto o romântico escritor passeia pelas ruas e parques, Inez vai às compras com a mãe ou sai com os amigos Carol e Paul. O arrogante professor foi convidado para dar uma palestra na Sorbonne e gosta de exibir seu conhecimento sobre arte e vinhos. Inez fica encantada e Gil contrariado com tanto pedantismo. Ele prefere voltar sozinho a pé para o hotel, mas se perde. Sentado na escadaria da igreja de St. Etienne du Mont, ouve o sino soar as primeiras badaladas da meia-noite. Um taxi antigo passa, a porta se abre e ele é convidado a entrar. Com alguma relutância Gil aceita a carona no Peugeot amarelo e embarca na maior aventura de sua vida, a caminho do encontro com tudo que mais admirava em Paris: os artistas e escritores que ali viveram nos anos 20. Tudo o mais vale a pena ser descoberto assistindo o filme - várias vezes, se possível. Paris é uma festa e esse tornou-se um dos meus favoritos do produtivo diretor do Brooklyn!
Tudo me agradou em Meia-Noite em Paris. Fui fisgada desde o primeiro fotograma, assim que surgiu a torre Eiffel vista das margens do Sena, sob uma luz quente, dourada. Seguem-se 3 minutos de imagens de jardins e praças, ruas arborizadas, das Igrejas do Sacré-Coeur e Notre Dame, do bateau mouche passando sob as pontes do rio, pequenos cafés, bistrôs e a moderna pirâmide do Louvre, que bem sintetiza a idéia de ligação entre o antigo e o novo. A trilha sonora contagiante traz o jazz de sempre, mais algumas musicas de Cole Porter. O elenco está perfeito, e de tais atores não se espera menos. Minha surpresa ficou por conta de Owen Wilson como Gil, a versão mais agradável do personagem que representa o recalcitrante Woody Allen.
Quanto à moral da história, não poderia ser mais útil: abaixo a nostalgia por uma Era de Ouro, que valoriza os tempos passados em detrimento do presente. Você gostaria de viver sem cinema, computador, Google Maps, vacina e ar condicionado?
Paul, Carol, Inez e Gil em Versailles |
* As locações do filme podem ser identificadas no blog movie-locations.
* Joseph Berger, em artigo para o NYT, explica detalhes sobre o relacionamento dos artistas e escritores que aparecem no filme.
Diretor: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Musica original: Stephane Wrembel
Fotografia: Darius Khondji, Johanne Debas
Elenco: Owen Wilson, Rachel Adams, Marion Cotillard, Kurt Fuller, Mimi Kennedy, Michael Sheen, Carla Bruni, Yves Heck, Alison Pill, Tom Hiddleston, Adrien Brody, Kathy Bates, Léa Seydoux, Corey Stoll, Adrien de Van, David Lowe
Distribuidora: Paris Filmes
3 comentários:
O filme mais interessante do Woody Allen nos últimos tempos!
Também acho, Mattheus!
Olá Stella Daudt.[91]
Gil Pendler é um dos roteiristas de blockbusters de hollywood,diverte,porém não marca.O tipo de liberdade de 3 minutos de introdução de um bom anfitrião francês;se é que isso existe,dada a "Síndrome de Paris"(Vide ainda -> http://www.conexaoparis.com.br/2013/03/26/sindrome-japonesa-doenca-dos-turistas-japoneses-em-paris/).Diria que Woody Allen,saiu-se BEM ao não limitar a sua homenagem à "Cidade Luz" através do povo local devendo ser como o chato do Paul(Martin Sheen),a história e beleza como um grande ser vivente estático ou móvel em todo canto.
Owen Wilson está menos no teu próprio estereótipo de "excêntrico que provoca risadas involuntárias por sua peculiar vida & filosofia de vida" é uma boa visão de Woody Allen sobre si,uma visão menos polêmica do que a acusada por sua filha,Dylan Farrow,em carta pública que envolvera até Cate Blanchett quando levou por barbada o Oscar de Melhor Atriz em 2014.Sem dúvida,foram 94 minutos diferentes,até lúdicos,do que esperei antes de logo após ver os tais 3 minutos do começo.
Sobre a moral da história,talvez uns se perguntem "E nós que não temos uma cidade histórica como Paris,o que fazemos para não ser tão nostálgicos?" **SPOILER MAIS OU MENOS MÉDIO* Ficar perdido noutras eras até que dá,mas não deve convir como convieram há determinados personagens. *FIM DE SPOILER MAIS OU MENOS MÉDIO**E tuas curiosidades estão igualmente curiosas. ;)
Ressalto também a função de Kathy Bates(Gertrude Stein) como crítica objetiva de todo tipo de arte(Vide a frase dela que introduz aqui) porque os artistas não são imparciais ou tão menos competitivos -Isso me faz pensar: Com quem se consulta para escrever,por exemplo?-,o elenco geral que está ainda mais famoso hoje em dia e a Carla Bruni como guia de museu;sabia que era ela,mesmo sem closes. xp
Tchau.[91]
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