(2011) 79 min (12 anos)
EUA - Pessoas passeiam com seus cachorrinhos no parque, um grupo corre na pista, crianças brincam, jogando bola, até que surge uma discussão entre dois meninos e um agride o outro com uma vara. Os pais encontram-se para decidir o que fazer. Penelope e Michael Longstreet são os pais de Ethan, o garoto agredido. Nancy e Alan Cowan são os pais de Zachary, o agressor.
Penelope e Michael convidam os Cowan para seu apartamento em Manhattan, pensando agir como pessoas civilizadas. Ele compra tulipas amarelas para enfeitar a sala e oferece seu melhor whisky, além de uma torta de peras e maçãs que a esposa preparou. Afinal os meninos estudam na mesma turma e interessa a todos uma solução satisfatória. Mas, à medida em que os copos se enchem e a tarde cai, a polidez inicial vai dando lugar a alfinetadas e agressões verbais entre os quatro. Os verdadeiros sentimentos dos casais afloram depois que a bebida solta as línguas. Seu verniz de civilização não resiste ao embate de mesquinharias e esses adultos se comportam pior do que crianças brigando no parque.
Deus da Carnificina é obviamente uma peça de teatro filmada. Costumo não apreciar o gênero, mas nem cochilei ou despreguei o olho. Embora fechados numa sala, a câmera ágil encontra ângulos novos que mantem constante o interesse, aguçado pelo desempenho fantástico dos quatro atores, absolutamente perfeitos em seus papéis. Muito merecidamente, o elenco recebeu o prêmio da Sociedade de Críticos de Cinema de Boston. Desde a primeira cena, sentimo-nos desconfortáveis porque são palpáveis a tensão e a artificialidade de tantos sorrisos e gentilezas, encobrindo sentimentos menos nobres. Alivia a claustrofobia voltar ao parque na cena final, a vista reencontra o verde, a vida continua, enfatizando que aquele incidente entre as duas famílias era apenas uma gota na imensidão do nosso pequeno universo.
Curiosidade:
* Roman Polanski faz uma ponta como o vizinho que é atraído pela conversa em voz alta no hall e abre a porta do apartamento para dar uma olhada. Acontece tão rápido que mal dá para notar. (imdb)
Diretor: Roman Polanski
Roteiro: Yasmina Reza e Roman Polanski, baseado na peça "Le Dieu du Carnage", de Yasmina Reza
Musica: Alexandre Desplat
Fotografia: Pawel Edelman
Elenco: Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz, John C. Reilly
Distribuidora: Swen Filmes
6 comentários:
Eu quase assisti a este no cinema... mas pelo o que li não é um filme exija a tela grande, não é mesmo?
o elenco é ótimo, 4 atores de alto nível... e sem falar no Polanski.
achei interessante essa cena final que você descreveu.
tá na minha lista de próximas sessões!
Tem razão, Bruno, o filme se adapta bem à tela pequena e os 4 atores estão esplêndidos.
O cenário da última cena repete a primeira: as duas árvores delimitam um canto do parque, por onde passam gentes e alguns bichos.
Sinto que tiveram um zelo excessivo com "Deus da Carnificina", enquanto "Dúvida" foi muito criticado - e subestimado - por ter uma direação bastante teatral. Gosto de pouca coisa nesse filme, e o que mais me decepcionou foi ver Jodie Foster e Kate Winslet em momentos completamente exagerados!
Matheus, não senti a direção excessivamente teatral de "Dúvida", para mim foi um filme perfeito, um de meus favoritos.
Stella, legal saber que você adora "Dúvida". Acho um filme fascinante! Um primor de texto e atuação. Também é um dos meus favoritos!
Matheus, se houvesse mais filmes tão impactantes quanto Dúvida, seria difícil me arrastar da frente da TV. ;-)
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