(1942) 118 min (14 anos) preto e branco
EUA, Nova Inglaterra - Quando a fábrica de tecido da cidade de Lochester pega fogo, o proprietário Andrew Holmes acusa o funcionário Leopold Dilg do incêndio criminoso que causou a morte do capataz da fábrica. Instigados por Holmes, os habitantes da cidade se voltam contra Leopold, um ativista político que estava sempre reclamando das condições de trabalho. Dilg é preso e condenado à morte num julgamento falho, sem que haja evidências de sua culpabilidade. Quando surge a oportunidade, o prisioneiro foge da cadeia e vai se esconder na casa de Nora Shelley, uma antiga colega de escola.
Nora está arrumando a residência que será alugada durante o verão ao professor de Direito Michael Lightcap. O jurista de Harvard precisa de sossego para escrever um livro e chega à cidade um dia antes do combinado. Em um curto intervalo de tempo, Nora é surpreendida por Leopoldo e pelo novo inquilino. Apresentando Dilg como o jardineiro Joseph, Miss Shelley tenta conciliar uma situação perigosa. Para contornar os possíveis problemas, se oferece como secretária e cozinheira ao professor, enquanto seu mordomo não chega.
Desta convivência surgem sentimentos de amizade e respeito, assim como um interesse amoroso dos dois homens em relação a Nora. O mais interessante é a posição divergente dos três em relação à necessidade de obediência rigorosa à letra da Lei. No devido tempo, cada um deles terá uma decisão importante a tomar, que decidirá a vida dos outros dois.
"E a Vida Continua" poderia ter vários outros títulos, de acordo com as alternativas sugeridas para o original em inglês ("The Talk of the Town"). (wikipedia) Meus favoritos teriam sido "A Justiça Pisca um Olho" ("Justice Winks an Eye") ou "Escândalo em Lochester" ("Scandal in Lochester"). Escandalosos foram o crime, a atitude do juiz e do juri - condenando sem provas - e a reação dos habitantes da cidade, que, incitados por Holmes, queriam linchar Leopold.
Importantíssimo é o discurso final de Lightcap, sobre a necessidade de valorizar a Justiça e praticar a Lei, não apenas ao pé da letra, mas respeitando-a no espirito em que foi criada. Para vivermos numa democracia verdadeira, todos devem ter as mesmas oportunidades e ser tratados como iguais perante a Lei.
Jean Arthur e Cary Grant centralizam o humor na historia mas o ator do cinema mudo, Ronald Colman, se sai bem em todo tipo de cena, como o professor de Direito Michael Lightcap. O estúdio considerou dois finais alternativos, nos quais Nora preferia Leopold ou Lightcap. Mas todos os rascunhos do roteiro do diretor George Stevens consideravam a escolha atual. Tenho certeza de que teria me agradado há 40 anos atrás. Atualmente teria preferido a outra opção de Miss Shelley...
Curiosidade:
* Foi a primeira vez, desde a época do cinema mudo, em que o nome de Ronald Colman aparece depois de outro protagonista masculino.
Roteiro: Irwin Shaw & Sidney Buchman, baseado em historia de Sidney Harmon
Musica: Friedrich Hollaender
Fotografia: Ted Tetzlaff
Diretor de Arte: Lionel Banks
Elenco: Jean Arthur, Ronald Colman, Cary Grant, Edgard Buchanan, Glenda Farrell, Charles Dingle, Emma Dunn, Rex Ingram, Tom Tyler
Distribuidora: Colecione Classicos
*** excelente
** ótimo
* bom
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