(2005) 95 min (14 anos)
O fruto da minha experiência deixou um gosto amargo.
A pena capital, no meu ponto de vista, obtinha nada mais do que vingança
(Pierrepoint, 1974)
Inglaterra - Marido amável. Cidadão Respeitado. Assassino por Lei. Assim Albert Pierrepoint (1905-1992) é descrito na propaganda do filme. Filho e sobrinho de executores oficiais do governo britânico, Albert seguiu-lhes o exemplo. Seu trabalho declarado era dirigir o caminhão de entregas de uma grande mercearia. Sigilosamente, ele enforcou mais de 435 assassinos condenados. Pierrepoint respeitava os prisioneiros e desenvolveu uma técnica eficiente para minorar seu sofrimento: não dar tempo para que refletissem e colocar a corda de forma a quebrar a espinha entre a segunda e a terceira vértebra. Assim a vítima não sentiria nada. Ao carrasco não interessavam os delitos dos criminosos, apenas sua altura, peso e condições físicas, pois acreditava que, ao perder a vida, pagavam sua dívida com a sociedade.
Escondendo de todos seu cargo de executor, em 1943 Albert casou-se com Annie Fletcher, balconista de uma loja próxima à mercearia onde trabalhava. Posteriormente a esposa descobriu a atividade secreta do marido, consultando o caderno de capa negra onde ele registrava o nome de cada prisioneiro, além do lugar, data, comprimento da corda e duração das execuções. Mas a discreta Annie nada comentou.
Conhecido em seu meio pela competência e humanidade no tratamento dos condenados à morte, em 1945 Pierrepoint foi escolhido pelo general Bernard Law Montgomery para executar vários prisioneiros nazistas na Áustria e Alemanha. A partir deste momento a identidade do carrasco foi revelada, tornando cada vez mais penosa essa atividade paralela, que ele manteve até que o destino lhe reservou uma surpresa. Esta parte da história parece inventada, mas foi real.
O verdadeiro Pierrepoint |
Um bom camarada, que apreciava descontrair-se bebendo umas cervejas no bar depois do trabalho, Albert formava uma dupla com um colega local. No filme, "Tish e Tosh" distraíam os clientes do pub se apresentando e cantando "Makin' Whoopee", de Walter Donaldson e Gus Khan. "O Lavador de Almas" inspira-se nos fatos da vida do executor britânico mas parece que tomou algumas liberdades com a realidade, em benefício do espetáculo. O que marca e inspira no filme é a capacidade do personagem de olhar os condenados como seres humanos, sem qualquer julgamento ou rancor. Em seu último momento cada um foi tratado com a humanidade e respeito devidos a toda pessoa. Ótimo elenco, com desempenhos notáveis dos protagonistas Timothy Spall e Juliet Stevenson - como o casal Pierrepoint - e Eddie Marsan como Tish.
Diretor: Adrian Shergold
Roteiro: Bob Mills, Jeff Pope
Musica: Martin Phipps
Fotografia: Danny Cohen
Elenco: Timothy Spall, Juliet Stevenson, Eddie Marsan, Claire Keelan, Maggie Ollerenshaw, Clive Francis, Cavan Clerkin
Distribuidora: Imagem Filmes
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