(2010) 76 min (Livre)
Sul da Polônia - "O filme Marcha da Vida mostra a experiência de jovens de diversas partes do mundo ao conhecerem campos de concentração mantidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Eles são acompanhados pela última geração de sobreviventes do Holocausto, que narram seus momentos de angústia e de terror vividos nestes locais, nos anos de conflito.
A 'Marcha da Vida', teve início em 1988, qando um grupo de jovens decidiu percorrer o caminho sem volta que era feito, a pé, pelos prisioneiros de Auschwitz a Birkenau (...). Atualmente, o evento reúne cerca de 10 mil judeus, com o objetivo de transmitir aos jovens a história vivida pelos prisioneiros.
Marcha da Vida foi filmado no Brasil, Alemanha, Polônia, Israel e Estados Unidos. O documentário acompanha os participantes desta marcha desde a sua terra natal (São Paulo, Los Angeles e Berlim) até a chegada a Auschwitz e Birkenau (...). A última parada desta viagem é Jerusalém durante a comemoração dos 60 anos do Estado de Israel." (Sinopse do site)
Este documentário é importante pelas imagens dos campos. Se alguns estão arborizados, embelezados, permanecem as horrendas câmeras de gás, alojamentos e salas atulhadas até o teto com sapatos, óculos, próteses e cabelos dos prisioneiros. O relato dos sobreviventes é um testemunho dramático das atrocidades que ali foram cometidas contra judeus, homossexuais, negros, ciganos, deficientes e outros considerados não arianos. Se às imagens se juntassem mais informações no roteiro, seria ainda mais relevante como documento histórico. Como sempre, está impecável a captação de som direto de Toninho Muricy.
É pena que não tenha havido qualquer esclarecimento após o comentário de uma das participantes sobre o atual Papa da Igreja Católica. A jovem se disse surpresa ao saber que Bento XVI fôra da juventude hitlerista. Na época, ser convocado era o destino inevitável para alemães maiores de 14 anos, independente de sua vontade. Ratzinger prestou o serviço militar obrigatório, mas quando foi instado a se alistar na SS, negou, dizendo que se tornaria um sacerdote. Depois de algumas zombarias e insultos, teve mais sorte do que outros colegas e foi liberado da opção "voluntária".
Joseph Alois Ratzinger nasceu em 1927, em Marktl, às margens do rio Inn. Filho caçula de uma família católica, entrou para o seminário na Páscoa de 1939. O pai era comissário de polícia na área rural do sul do Tirol e cedo percebeu o perigo que representavam os agressivos potentados de "camisa marrom", como eram chamadas as tropas de assalto nazistas. O jovem Joseph Ratzinger testemunhou o pároco da Igreja local ser açoitado pelos nazistas antes da celebração da Missa. Em 1941, um de seus primos foi levado e executado pela Aktion T4 (campanha de eugenia), pois o adolescente de 14 anos era portador da Síndrome de Down.
Em 1943, Joseph estava entre o grupo de seminaristas de Traunstein que foi convocado para as baterias da defesa aérea. No primeiro semestre de 1945, quando os americanos chegaram finalmente à aldeia onde morava a família Ratzinger, sua casa foi escolhida como quartel-general. "Fui identificado como soldado, tive de vestir novamente o uniforme que já tinha posto de lado e me juntar, mãos ao alto, à turma cada vez maior de prisioneiros de guerra que já estava em nosso gramado." O futuro Papa tinha então 18 anos. O grupo foi levado para um campo de prisioneiros e foi sendo libertado aos poucos. Primeiro os agricultores, mais necessários, e, por último, os estudantes. Em 19 de junho de 1945, Ratzinger recebeu o bilhete de dispensa e voltou para Traunstein. (Lembranças da Minha Vida, Joseph Ratzinger - Editora Paulinas). Foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1951.
Este documentário é importante pelas imagens dos campos. Se alguns estão arborizados, embelezados, permanecem as horrendas câmeras de gás, alojamentos e salas atulhadas até o teto com sapatos, óculos, próteses e cabelos dos prisioneiros. O relato dos sobreviventes é um testemunho dramático das atrocidades que ali foram cometidas contra judeus, homossexuais, negros, ciganos, deficientes e outros considerados não arianos. Se às imagens se juntassem mais informações no roteiro, seria ainda mais relevante como documento histórico. Como sempre, está impecável a captação de som direto de Toninho Muricy.
É pena que não tenha havido qualquer esclarecimento após o comentário de uma das participantes sobre o atual Papa da Igreja Católica. A jovem se disse surpresa ao saber que Bento XVI fôra da juventude hitlerista. Na época, ser convocado era o destino inevitável para alemães maiores de 14 anos, independente de sua vontade. Ratzinger prestou o serviço militar obrigatório, mas quando foi instado a se alistar na SS, negou, dizendo que se tornaria um sacerdote. Depois de algumas zombarias e insultos, teve mais sorte do que outros colegas e foi liberado da opção "voluntária".
Joseph Alois Ratzinger nasceu em 1927, em Marktl, às margens do rio Inn. Filho caçula de uma família católica, entrou para o seminário na Páscoa de 1939. O pai era comissário de polícia na área rural do sul do Tirol e cedo percebeu o perigo que representavam os agressivos potentados de "camisa marrom", como eram chamadas as tropas de assalto nazistas. O jovem Joseph Ratzinger testemunhou o pároco da Igreja local ser açoitado pelos nazistas antes da celebração da Missa. Em 1941, um de seus primos foi levado e executado pela Aktion T4 (campanha de eugenia), pois o adolescente de 14 anos era portador da Síndrome de Down.
Em 1943, Joseph estava entre o grupo de seminaristas de Traunstein que foi convocado para as baterias da defesa aérea. No primeiro semestre de 1945, quando os americanos chegaram finalmente à aldeia onde morava a família Ratzinger, sua casa foi escolhida como quartel-general. "Fui identificado como soldado, tive de vestir novamente o uniforme que já tinha posto de lado e me juntar, mãos ao alto, à turma cada vez maior de prisioneiros de guerra que já estava em nosso gramado." O futuro Papa tinha então 18 anos. O grupo foi levado para um campo de prisioneiros e foi sendo libertado aos poucos. Primeiro os agricultores, mais necessários, e, por último, os estudantes. Em 19 de junho de 1945, Ratzinger recebeu o bilhete de dispensa e voltou para Traunstein. (Lembranças da Minha Vida, Joseph Ratzinger - Editora Paulinas). Foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1951.
Diretora: Jessica Sanders
Roteiro: Jessica Sanders, baseado numa idéia de Márcio PitliukSom: Toninho Muricy
Fotografia: Gustavo Hadba e Shana Hagan
Distribuidora: Europa Filmes
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