Jodaeiye Nader az Simin
(2011) 123 min (12 anos)
Irã (antiga Pérsia), Teerã - Casados há 14 anos, Simin e Nader comparecem frente ao juiz para decidir sobre seu divórcio. A esposa deseja mudar-se para algum país europeu, onde acredita que a filha de 11 anos terá mais oportunidades de desenvolvimento. O marido quer permanecer para cuidar do pai que sofre de Alzheimer. "Teu pai não te reconhece!", observa Simin. "Mas eu o conheço", responde Nader. Esse argumento leva o magistrado a encerrar a audiência. Inconformada, Simin decide sair de casa, para forçar uma solução. A filha única do casal, Termeh, embora goste da mãe, prefere ficar com o pai, pensando que assim facilitaria a reconciliação do casal. Então torna-se necessário contratar uma pessoa para cuidar do avô. Razieh, a mulher que se oferece para o trabalho, esconde do próprio esposo, Hodjat, que precisará atender um homem doente sem a presença da dona da casa. Hodjat está desempregado, tem um temperamento impulsivo e violento.
O pai de Nader não sabia o nome do filho, mas tinha um forte vínculo com Simin e se lembrava do nome dela. A partida da nora teve um efeito negativo nos hábitos do idoso. Deste momento em diante os fatos se precipitam e complicam a vida de todos os envolvidos. São pessoas decentes, com virtudes e defeitos, que se enredam numa teia de orgulhos e dissimulações, pois, para um persa, "perder a face" é insuportável. A narrativa apresenta as motivações de cada um de tal jeito que soa imparcial, colocando-nos na posição de juízes nessa difícil tarefa de distribuir justiça.
Um filme forte, envolvente, que se desenvolve com engenhosa naturalidade graças a um roteiro e direção impecáveis, aliados a um bom elenco de profissionais. A Separação ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, além de outros 55 merecidos prêmios, mas eu surrupiei a terceira estrelinha (nota DEZ) por achar desnecessário o final em aberto. Será que fui muito severa? Wikipedia revela em detalhes a história toda. Ótimas críticas podem ser lidas nos blogs Moviola Digital, de Rafael Carvalho, e Raining Frogs, de Wanderley Teixeira.
Sarina Farhadi e Kimia Hosseini |
* Sarina Farhadi, que interpreta Termeh, é filha do diretor Asghar Farhadi. Tanto Sarina quanto Kimia Hosseini, que interpreta Somayeh, a filha de Raziej e Hodjat, estão encantadoras e naturais em sua estréia no cinema.
* A filmagem foi interrompida por 10 dias pelo Ministério da Cultura e Orientação Islâmica do Irã, depois que Asghar Farhadi fez um discurso em apoio aos cineastas iranianos. Alguns diretores estavam sendo impedidos de filmar e Jafar Panahi (O Balão Branco) foi aprisionado.
Diretor: Asghar Farhadi
Roteiro: Asghar Farhadi
Musica: Sattar Oraki
Fotografia: Mahmoud Kalari
Elenco: Leila Hatami, Peyman Moadi, Sareh Bayat, Shahab Hosseini, Sarina Farhadi, Kimia Hosseini, Ali-Asghar Shahbazi, Merila Zare'i, Babak Karimi, Shirin Yazdanbakhsh
Distribuidora: Imovision
4 comentários:
De fato o grande trunfo do filme é soar extremamente natural.... principalmente nos diálogos. Gostei muito dele, mas não achei nada de outro mundo... parece-me que faltou algo... tb não morri de amores pelo final!
Bruno, pois eu fiquei quase hipnotizada com o desenrolar da história, e se não dei nota máxima foi em parte pelo final e parte porque não me senti tentada a comprar ou rever o dvd. Meus filmes "nota dez" sempre me provocaram o impulso de compra, nem sempre realizado...
Um filme universal e, acima de tudo, muito bem escrito. Merecia ter vencido todos os prêmios de roteiro da temporada!
Concordo, Matheus, merecia muitos prêmios de roteiro e direção. Só o final me desapontou um pouquinho.
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