Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sábado, 28 de julho de 2012

Tão Forte e Tão Perto

Extremely Loud & Incredibly Close * *
(2011) 129 min (10 anos)

E embora ele não dissesse uma palavra, pela primeira vez desde a morte do meu pai, senti que eu tinha alguém com quem falar

EUA, Manhattan - Em 11 de setembro de 2001, o menino Oskar Schell perdeu o melhor pai do mundo e não conseguiu desabafar sua tristeza com a mãe e a avó. Thomas Schell sonhara ser cientista, mas tornou-se joalheiro para sustentar a família. Marido amoroso e pai companheiro, chegava em casa perguntando: "- O que vocês estão fazendo?". O joalheiro propunha constantes desafios ao filho de 11 anos, criando expedições exploratórias pela cidade de Nova Iorque, o que obrigava Oskar a falar com as pessoas, melhorando sua interação. Possível portador da síndrome de Asperger, o guri era inteligente, concentrado, mas tinha dificuldade de socialização.

Conta-nos Oskar que, se o sol explodisse, só saberíamos 8 minutos depois, que é o tempo que sua luz leva para chegar até nós. O menino precisa elaborar a perda do pai, deixar de torturar-se alimentando lembranças. Mas antes necessita manter viva sua memória ainda por um instante, tentando encontrar um sentido para o que lhe aconteceu. O guri vagueia entre os pertences de Thomas em busca de sua câmera. Tateando a prateleira do armário, Oskar encontra um vaso azul e, dentro dele, um pequeno envelope amarelo com uma chave. A que fechadura pertence? Na frente do envelope está escrito "black". Convencido de que seja um sobrenome, pesquisa na lista telefônica e encontra 472 Blacks, habitando 216 domícílios na cidade. Considerando que o ano tem 52 semanas, seriam necessários 3 anos para visitar todos eles nos fins-de-semana e resolver o mistério. 

Os 6 minutos que o herdeiro dos Schell inicialmente pensava dedicar a cada Black multiplicaram-se, pois todos tinham uma história a contar sobre suas próprias perdas. Com a ajuda do idoso "Inquilino" da avó, Oskar amplia o seu mundo no contato com esses desconhecidos.

A emoção que senti ao ver ruirem as torres do World Trade Center permanece comigo ainda hoje. As lágrimas jorram fáceis diante das imagens daquela "pior manhã", sejam elas reais ou cenário para uma história fictícia. Prepare o seu coração antes de assistir Tão Forte e Tão Perto, sabendo que a presença calorosa de Tom Hanks e a simpatia de Sandra Bullock conferem leveza ao drama. Viola Davis como Abby Black, a primeira a ser visitada por Oskar, e o impressionante "Inquilino" mudo de Max Von Sidow (a Morte em O Sétimo Selo), se alinham com o estreante Thomas Horn na responsabilidade pelo lado dramático da ação. O jovem Thomas (Oskar Schell) estreou no cinema em boa companhia! Parte técnica impecável, com destaque para a melancólica trilha sonora de Alexander Desplat e bela fotografia. Daria uma nota DEZ ao filme se não perdesse um pouco o ritmo depois dos primeiros minutos, que ele recupera com a presença do misterioso Inquilino.

Diretor: Stephen Daldry (O Leitor, As Horas, Billy Elliot)
Roteiro: Eric Roth, baseado no livro de Jonathan Safran Foer
Musica: Alexandre Desplat
Fotografia: Chris Menges (O Leitor, Notas sobre um Escândalo, Coisas Belas e Sujas, O Lutador, A Missão)
Elenco: Thomas Horn, Tom Hanks, Sandra Bullock, Viola Davis, Max von Sydow, John Goodman, Jeffrey Wright, Bernadette Drayton, Chloe Roe, James Gandolfini (uncredited)
Distribuidora: Warner

6 comentários:

Matheus Pannebecker disse...

Stella, não acho um grande filme. Por outro lado, também não entendi a implicância que tiveram com ele. "Tão Forte e Tão Perto" em nada abala a carreira de Stephen Daldry e e até um filme emotivo. Gostei também da Sandra Bullock, que está melhor que a própria vencedora do Oscar de atriz coadjuvante.

Stella disse...

Gostei muito, Matheus. Se o filme emociona, é bem-feito, e me identifico com algum personagem, já conta muitos pontos para mim. Acho que sou menos exigente que a maioria. ;-)

bruno knott disse...

Assisti agora e gostei bastante... são muitos os momentos capazes de emocionar de maneira sincera. O garoto é cheio de suas "manias" e ator representou tudo de maneira convincente, ainda mais para um estreante. Daria um 8... acho que vou escrever um parágrafo sobre ele!

Stella disse...

Acho que dei 9 também pelos assuntos envolvidos, Bruno. Elaboração de perda de alguém muito amado, queda das torres, pessoas solidárias, o mistério da chave, etc. Foi um roteiro feliz. Depois volto lá no Cultura Intratecal para checar sua análise do filme.

Tabibito-san disse...

Olá Stella Daudt.[83]


A fotografia(sentido cinematográfico) de Chris Menges ao por o senhor e o garoto com esse fundo vermelho,remete-me ao tipo de trabalho de Brian Tufano em "Billy Elliot"(Culpa de Stephen Daldry. ^.^)
Estando em fotografia pela via exploratória de Osckar Schell(Thomas Horn) um viés de destaque no começo;parece que o colorido do figurino também foi por aí.Lembra como o terno de Max Von Sidow,o "inquilino",era bem cortado{http://2001video.empresarial.ws/blog/wp-content/uploads/2012/09/3.jpg}?

O que muito vi foi a comunicação restrita com as perdas: "O inquilino escrevedor","o menino de 8 minutos dos cartões e ao som do pandeiro","a avó vizinha bem intencionada em ouvir,todavia o que poderia dizer?","a mãe(Sandra Bullock) que observa como na imagem".Além da doença inconclusiva,Síndrome de Asperger,que faria da severidade e da dificultosa interação social uma constante;sem esquecer da dor espremida nos 8 minutos -infindáveis- já ditos...

**SPOILERS MÉDIOS*
Lá nos idos de 1:07:15 min,Oscar diz: "Sabia que é clinicamente impossível parar de falar?A não ser que suas cordas vocais sejam extraídas ou cortadas ou afetadas por carcinoma na laringe.Caso contrário,é uma reação histérica a um evento particularmente traumático no qual a pessoa toma a decisão psicológica de não falar porque falar recriaria o evento."Minutos depois no bar ele escreve e o garçom dita a explicação resumida;penso que o medo de ser pai ligado à orfandade que vivenciou na morte de mãe e pai no abrigo antibombas desencadearam todo o processo de mudez,somado a isso uma tentativa de relação familiar com a mãe e o filho(Thomas Schell) que terminou mal.
**FIM DE SPOILERS MÉDIOS*

Tão Forte e Tão Perto foi um filme que não assisti logo após "Drive[http://bystarfilmes.blogspot.com.br/2012/05/drive.html]",no entanto achei ser interessante ver um filme de menos diálogos,"Drive",e comparar com o narrativo,"Tão Forte e Tão Perto",as quais umas resenhas se chatearam.E concordo com teu último parágrafo,ainda que o 11 de Setembro não me leve às lágrimas,mais à divagações e reflexões,como nas frases do filme,por sinal.E por lembrar das reflexões do filme que creio ser um bom filme para comentar no Natal,que devido às inúmeras nacionalidades e religiões,eles preferem desejar "Happy Holidays(Feliz Férias/Feriados(s))" a um Merry Christmans... De todo modo,
"Feliz Natal!!"


Tchau.[83]

Stella disse...

Obrigada, Tabibito-san! :) Foi um ótimo Natal, graças a Deus!

Quanto mais filmes tenho visto, mais me convenço que "Tão Forte e Tão Perto" merece uma boa avaliação. Um abraço e Feliz 2015!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

banner