(2010) 119 min (12 anos)
Nenhuma criança começa a falar gaguejando
Inglaterra, 1925 - O Rei George V reina sobre 58 colônias e domínios britânicos, o que compreende 1/4 da população do mundo. Ele pede ao seu 2º filho, o Duque de York, que faça o discurso de encerramento na exibição Imperial no estádio Wembley, em Londres. Seria uma tarefa simples para alguém treinado desde o berço para participar de cerimônias oficiais, mas o Príncipe Albert Frederick Arthur George é gago. Cumprir esse dever torna-se doloroso para quem fala e até constrangedor para quem escuta.
Médicos renomados falharam nas tentativas de ajudar o Duque a superar o problema. Nem o método das pedras de Demóstenes funcionou, que pareceu tão eficaz quando o professor Higgins ensinou Eliza Doolittle (My Fair Lady). Mas a Duquesa de York não desiste e encontra um terapeuta da fala em Harley Street.
O australiano Lionel Logue não tem títulos nem usa métodos convencionais. Professor de oratória e ator shakespereano fracassado, aprendeu seu ofício na prática, ajudando soldados que voltavam traumatizados da frente de batalha, ou com as cordas vocais danificadas pelos efeitos do gás mostarda. O terapeuta estava convencido que a gagueira tinha causas psicológicas. Com total discrição quanto à identidade do famoso cliente, Logue começa o treinamento baseado num relacionamento de amizade. Lionel ajuda o futuro Rei a encontrar sua voz e reconstruir sua auto-estima. As atitudes e transmissões dos discursos de George VI inspiraram os britânicos à resistência durante a 2ª Guerra Mundial.
Além de um elenco afiado, ótimos roteiro, cenografia e a trilha sonora de Alexandre Desplat, destaco a escolha da Sinfonia nº 7 em A + Op 22 Allegretto, do compositor alemão Beethoven, para o momento da leitura do primeiro discurso de guerra. Empolgante.
Curiosidades:
Colin Firth e Helena Bonham Carter |
* O roteirista David Seidler foi gago na infância. Ainda era uma criança quando ouviu o discurso de guerra de George VI e pensou que também poderia vencer a própria gagueira. Já crescido, escreveu à Rainha-Mãe, solicitando permissão para usar a história do Rei num filme. A viúva de George VI pediu que não o fizesse enquanto ela vivesse, pois as memórias ainda eram dolorosas. Seidler respeitou seu desejo. A Rainha-Mãe viveu 101 anos, morrendo em 30 de março de 2002. David Seidler tornou-se a pessoa mais velha a ganhar o Oscar de Melhor Roteiro Original por este filme, aos 73 anos de idade.
* 9 semanas antes de começarem as gravações, a produção encontrou os diários não publicados de Lionel Logue, relatando as sessões de terapia da fala com o Rei. David Seidler reviu o roteiro, incluindo frases de diálogos verídicos entre Lionel e Bertie, como era chamado pelos íntimos. Valeu a pena esperar e ser fiel à promessa feita à Rainha-Mãe!
Diretor: Tom Hooper
Roteirista: David Seidler
Musica: Alexandre Desplat
Fotografia: Danny Cohen
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi, Adrian Scarborough, Charles Armstrong, Claire Bloom, Michael Gambon, Jennifer Ehle, Guy Pearce, Eve Best, Timothy Spall, Roger Parrott, Anthony Andrews
Distribuidora: Paris Filmes
4 comentários:
Sou um dos defensores de "O Discurso do Rei". Não acho que ele tenha merecido o Oscar de melhor filme, mas é sim um filme que tem vários aspectos interessantes - e o melhor deles é a dupla Colin Firth e Geoffrey Rush, sensacionais!
"O Discurso do Rei" tem realmente muitos aspectos interessantes, Matheus. Acho também que era o filme mais agradável entre os candidatos ao Oscar 2011. Com mais chances de agradar ao grande público, que não deveria ser desprezado pela crítica ou pelos intelectuais do meio. Afinal, os imortais Dickens, Shakespeare e Balzac escreveram para nós!
Só semana passada chegaram às locadoras os indicados ao Oscar de 2011 que ainda faltavam, e pude finalmente completar a lista.
Todos têm grandes qualidades.
Neste nível de realização, os votantes da Academia e o público escolhem de acordo com sua sensibilidade .
Por exemplo, '127 horas'. É muito bem feito, mas me provocou tanta aflição a desesperada e audaciosa ação do protagonista, assim como o excesso de exibição dos seus delírios, que nem coloquei no blog. Não consigo recomendar o que me choca DEMAIS. Mas reconheço seus méritos.
Acho que a indicação para figurar entre os 10 melhores do ano já é o suficiente e é muito! Escolher O MELHOR já é coisa por demais complicada e só funciona para estimular o debate. Muito divertido, por sinal! Um abraço, Matheus, adoro suas visitas!
Olá Stella Daudt.[89]
Há umas 3 semanas que não volta para um "discurso";não achei que tinha acumulado filmes que vimos os mesmos...
Contentes ou não 1/4 do mundo ainda obedecia à Terra da Rainha;tantas vezes a geografia do mundo já mudou... E parece que nos tempos modernos as pessoas ainda teriam menos paciência com os gagos porque "tudo acontece tão rápido";um "A gente se fala depois" e sair teclando ao celular,quiçá.
Recorda-se o quão é angustiante o método de Demóstenes,principalmente ao Príncipe Albert Frederick Arthur George?E pensar que o fumo também era grandemente incentivado mesmo pelos profissionais da medicina.
Colin Firth,Geoffrey Rush,Helena Bonham Carter e Guy Pearce estão diferentes do que costumo ver: Colin Firth(Oscar 2011 de Melhor Ator) se exaltando,Helena Bonham
Carter comedida e Geoffrey Rush mais altivo,vamos botar assim.E eu também não achei que a trilha sonora ia se destacar,as trilhas sonoras de filmes históricos que
não fazem grandes alardes não devem passar muito essa ideia,mas não decepciona e agrada.
2011 tinha: O Discurso do Rei,Cisne Negro,O Vencedor,A Origem,A Rede Social,Minhas Mães e meu Pai,Toy Story 3,127 Horas(Dizem que é lentamente torturante a dispensa do membro OO)do me,Bravura Indômita,Inverno da Alma.Não sei se escolheria "O Discurso do Rei" dentre alguns desses,porém foi uma boa experiência e um grande resultado que se obteve com a gagueira,fala,a amizade da dupla e o conjunto desse filme ganhador de roteiro,"David Seidler tornou-se a pessoa mais velha a ganhar o Oscar de Melhor Roteiro Original por este filme, aos 73 anos de idade",como citou.
Hum;se a rainha-mãe anterior viveu 101 anos,a Elizabeth II está com 88 anos e o Príncipe Charles 66;acho que esse príncipe não será rei como o do filme,a rainha não larga o osso/coroa de jeito nenhum. ¬¬
Tchau.[89]
Isso mesmo Tabibito-san, também estou duvidando que o Príncipe Charles venha a ser sagrado rei. Acho que caberá a William e Kate reinar sobre as Ilhas Britânicas. Parece-me que ela será uma rainha adorável! :-)
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