(2010) 103 min (12 anos)
O que não sei ao certo é se nossas vidas foram tão diferentes das vidas das pessoas que salvamos. Todos morremos. Talvez nenhum de nós compreenda o que vivemos ou sinta que tivemos tempo suficiente.
Kathy H, Ruth e Tommy cresceram num internato inglês, como tantas outras crianças sem pais. Tranquílos, bem comportados, os meninos e meninas produzidos geneticamente levam uma vida saudável, assistem às aulas, criam desenhos para a galeria de Madame e brincam juntos no jardim de Hailsham, sem jamais se afastar dos limites da propriedade. Com alegre expectativa, os internos aguardam a chegada das caixas cheias de brinquedos e objetos descartados por outras pessoas. Mas, para as crianças da instituição dirigida por Miss Emily, são tesouros cobiçados.
Desde cedo, a introspectiva Kathy sentiu-se atraída por Tommy, mas foi Ruth quem começou a namorá-lo na adolescência. Quando mais tarde são transferidos para os alojamentos, Kathy se inscreve para o treinamento como assistente de doadores de órgãos, uma tarefa da qual se orgulha e que a leva por vários cantos do país, afastando-a da convivência com os amigos.
"Não Me Abandone Jamais" cria uma realidade alternativa, mostrando que, em 1967, a ciência evoluiu ao ponto de elevar a expectativa de vida humana além dos 100 anos. Em termos éticos, o custo tornou-se exorbitante, sacrificando o conceito de humanidade. De maneira semelhante, em nossa história recente, escravos, mulheres e crianças foram considerados criaturas incompletas ou inferiores, propriedade de patrões, maridos e pais. Os nazistas se sentiam tão superiores aos demais que usaram prisioneiros judeus como cobaias em experimentos científicos. Seremos agora mais razoáveis, sensíveis e conscientes? Só assim os fatos dessa história sinistra jamais se tornarão reais, e esse será apenas mais um filme de ficção científica.
Houve um cuidado especial em escolher crianças que se parecessem com os protagonistas adultos. Ensaiaram sempre juntos para acentuar a continuidade. Carey Mulligan, Andrew Garfield e Keira Knightley ajudaram seus colegas mais jovens com sugestões na atuação. O elenco é um dos pontos fortes do filme, assim como a trilha sonora. Fotografia e cenários criam um visual sóbrio, antigo, suave. As gravações foram feitas na Escócia e Inglaterra.
Houve um cuidado especial em escolher crianças que se parecessem com os protagonistas adultos. Ensaiaram sempre juntos para acentuar a continuidade. Carey Mulligan, Andrew Garfield e Keira Knightley ajudaram seus colegas mais jovens com sugestões na atuação. O elenco é um dos pontos fortes do filme, assim como a trilha sonora. Fotografia e cenários criam um visual sóbrio, antigo, suave. As gravações foram feitas na Escócia e Inglaterra.
Roteiro: Alex Garland, baseado em romance de Kazuo Ishiguro
Musica: Rachel Portman
Fotografia: Adam Kimmel
Elenco: Carey Mulligan, Andrew Garfield, Keira Knightley, Isobel Meikle-Small, Charlie Rowe, Ella Purnell, Sally Hawkins, Charlotte Rampling, Nathalie Richard
Distribuidora: Fox Video
4 comentários:
Stella, esse é um filme que amo e odeio. Ao mesmo tempo que acho a trama completamente absurda, também gosto dos efeitos dramáticos que ela traz... E a trilha da Rachel Portman é ótima!
O filme ficou dias na minha cabeça, Mattheus! Espero que depois de colocá-lo no blog ele me deixe em paz.
Acho que pensamentos absurdos dominaram os homens, e ainda dominam: escravidão, divisão de pessoas em raças, algumas vistas como inferiores, eliminação de bebês imperfeitos ou indesejados, apedrejadamento de mulheres, queimar ou isolar as esposas que sobrevivem aos maridos. São tantas as idéias loucas colocadas em prática!
Mas talvez não fosse isso o que você pensou ao mencionar a trama absurda... Um abraço, S.
Gostei bastante desse filme e acho que a experiência foi melhor pq eu não sabia do que ele se tratava. Entender aos poucos que eles estavam sendo criados para esse propósito foi assustador... e marcante.
Mark Romanek já havia me impressionando com Retratos de Uma Obsessão e agora de novo.
Assisti o trailer algumas vezes e percebi que deveria ver o filme, sem desconfiar do que se tratava exatamente. Concordo com você, Bruno, é bem melhor assim.
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