(2010) 90 min (12 anos)
EUA - Becca e Howard Corbett tinham uma vida perfeita em sua linda casa num subúrbio de Nova Iorque. A morte do filho Danny, aos 4 anos, expulsou-os do paraíso. Oito meses se passaram e o casal ainda se perde num labirinto de memórias, raiva, saudade, sensação de vazio, culpa, desespero, distanciamento. Howie quer frequentar o grupo de apoio com outros pais que sofreram perda semelhante, mas Becca não suporta mais. Ele precisa dos objetos que lembram Danny e ela precisa de mudanças para suavizar a dor. A convivência torna-se difícil e o casamento passa por uma crise. Só um vínculo forte aguentaria tanta pressão.
Ao encontrar Jason, o jovem responsável pelo acidente de Danny, Becca percebe que ele também sofre e talvez seja a única pessoa com uma culpa tão intensa quanto a sua. Perto de Jason ela sente uma estranha paz. O adolescente mostra-lhe a história em quadrinhos na qual está trabalhando. Através de uma toca de coelho (rabbit hole - título original do filme), o personagem principal alcança universos paralelos, onde ainda é possível ser feliz. Ótima a estréia de Miles Teller como Jason.
Existe dor maior do que perder um filho, em qualquer idade? No momento não lembro de nenhuma. Seja ele único ou um entre muitos. Acho que todo pai é assombrado por esse temor, cada vez que um filho se atrasa muito e a ligação do celular não se completa. Lembro de minha bisavó contar sobre o seu desespero com a morte do pequeno Raul, que ela jamais esqueceu. Pediu então a Deus que não levasse nenhum dos outros 10 que lhe restaram. Ela morreu aos 94 anos e, até esse dia, seus filhos ficaram doentes, sofreram desastres, lutaram em revoluções, mas sobreviveram a tudo, inclusive a um enfarte e um tiro no coração durante um assalto. Convenientemente, a bala alojou-se no local do enfarte. É preciso continuar vivendo, e foi o que minha bisavó fez, mantendo seu coração e sua casa abertos para quem chegasse. Leva um tempo, mas parece que é o único caminho.
Miles Teller e Nicole Kidman |
* O primeiro filme de Nicole Kidman como produtora e protagonista. Foi ela quem escolheu Aaron Eckhart para interpretar seu marido. A atriz tem uma atuação estupenda como Becca, desaparecendo por trás da personagem.
Diretor: John Cameron Mitchell
Roteiro: David Lindsay-Abaire, baseado em sua peça
Musica: Anton Sanko
Fotografia: Frank G. DeMarco
Elenco: Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Dianne Wiest, Miles Teller, Tammy Blanchard, Sandra Oh, Giancarlo Esposito, Patricia Kalember
Distribuidora: Paris Films
2 comentários:
Queria ter gostado bem mais desse filme, que, pra mim, foi bem raso. Não senti muita emoção nessa história que parece amenizar a situação vivida pelos personagens para o grande público. Não sei, sinto que faltou algo... Talvez, personalidade.
Cada coração, uma emoção! ;-)
Matheus, para mim esse é um filme cheio de sentimento. O desempenho de Nicole Kidman está brilhante, sincero, com os nervos à flor da pele, ainda quando exibe um comportamento contido. Dianne Wiest faz com candura a mãe simplória, que suportou as próprias perda com mansidão. São dramas humanos tão vívidos, tão reais.
Mas é isso aí, as experiências de cada um de nós direcionam nossas empatias...
Um abraço,
Stella
Postar um comentário