Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

domingo, 27 de julho de 2014

Sem Escalas

Non-Stop *
(2014) 106 min (14 anos)

EUA - Um "Federal Air Marshal" é treinado para detectar, deter e derrotar atos hostis que ameacem a segurança dos Estados Unidos. Bill Marks era um policial eficiente, mas perdeu a filha de oito anos para a leucemia, sua mulher o abandonou e ele tornou-se alcoólatra. Foi transferido da força policial para a Administração de Segurança nos Transportes, onde trabalha como agente. Mas Bill bebe antes de embarcar, tem medo na hora da decolagem e fuma escondido no banheiro, depois de vedar as saídas de ventilação com fita prateada. 

Durante um voo de Nova Iorque a Londres da British Aquatlantic, Bill recebe mensagens de texto exigindo a transferência de 150 milhões de dólares da companhia aérea para uma conta numerada. Enquanto o dinheiro não for transferido, morrerá um passageiro a cada 20 minutos. Rastreando a conta numerada, descobre-se que está em nome de Bill. Gradualmente desacreditado frente a seus superiores, aos passageiros, ao público que assiste os telejornais e nós espectadores (ele fuma escondido no avião!), Bill precisa provar que há um terrorista a bordo e que o criminoso não é ele mesmo.

Há algumas críticas severas ao filme em sites especializados, e concordo que a rápida explicação sobre a motivação do culpado não me convenceu, mas o que sei é que não pisquei olho enquanto a situação não chegou ao fim. Haja adrenalina! Não consultei o relógio sequer uma vez, ficando com a impressão de que se passaram menos de 15 minutos entre o início e a última cena. Isso é mais do que posso dizer da maioria dos filmes que assisto. Além da presença de Liam Neeson, "Sem Escalas" traz Julianne Moore como passageira e duas comissárias de bordo de respeito: Lupita Nyong'o (12 Anos de Escravidão) e Michele Dockery, a Lady Mary de "Downton Abbey"

Curiosidades:
* Liam Neeson é frequentemente escalado como agente americano ou soldado, mas esse é um dos raros filmes em que seu sotaque irlandês, que ele usa sempre, é mencionado e explicado.

* De acordo com o site IMDB, durante a gravação da cena final, Neeson sofreu um derrame, contudo ele não saiu do personagem. O diretor Jaume Collet-Seurra teria revelado isto numa entrevista a um programa Catalão sobre cinema. (não encontrei confirmação desta notícia em outros sites)

Diretor: Jaume Collet-Serra
Roteiro: John W. Richardson, Christopher Roach, Ryan Engle
Musica: John Ottman
Fotografia: Flavio Martinez Labiano
Designer de Produção: Alec Hammond
Diretor de Arte: David Swayze
Elenco: Liam Neeson, Julianne Moore, Lupita Nyong'o, Michelle Dockery, Scoot McNairy, Nate Parker, Corey Stoll, Omar Metwally
Distribuidora: Paris Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sábado, 26 de julho de 2014

A Musica Nunca Parou

The Music Never Stopped *
(2011) 105 min (10 anos)

EUA - Henry e Helen Sawyer tiveram um único filho a quem criaram com todo amor. Desde pequeno, Gabriel era estimulado a reconhecer as músicas favoritas do pai e ouvir histórias sobre o momento em que Henry as escutara pela primeira vez. Quando tocava uma canção no rádio, o menino devia adivinhar o nome, data de lançamento e quem era compositor. Era uma das brincadeiras favoritas dos dois. Na adolescência, Gabriel desenvolveu seu próprio gosto musical e criou uma banda. Mas Henry não gostava de rock. O bom relacionamento entre eles ficou abalado quando seus objetivos começaram a divergir. Henry queria ver o filho na apresentação da universidade, enquanto Gabriel preferia assistir com os amigos um show do "Grateful Dead". Seguiu-se uma briga e o adolescente saiu de casa.

Uns vinte anos depois, Helen e Henry vão encontrar o filho num hospital. Gabriel está com barbas longas e parece um morador de rua. O médico explica que ele está com um extenso tumor no cérebro que precisa ser operado. Mesmo sendo benigno, não se podem prever as consequências do procedimento. Depois da cirurgia, pouco sobrou de sua memoria recente, mas a musica ainda mexe com ele e desperta recordações. Henry encontra uma pesquisadora que teve resultados promissores com casos semelhantes, em sessões de musicoterapia. A Dra. Dianne Dally torna-se a última esperança da família Sawyer. Para se conectar com Gabriel, Henry mergulha no repertório das bandas dos anos 60. Sua missão primordial é reconstruir o relacionamento com o filho através da música.

O desempenho de J. K Simmons como Henry e a trilha sonora maravilhosa - Bing Crosby, Paul Simon, Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan - são os grandes trunfos de "A Música Nunca Parou".

Diretor: Jim Kohlberg
Roteiro: Gwyn Lurie, Gary Marks, baseado no ensaio "The Last Hippie", do livro "An Anthropologist on Mars", de autoria do psiquiatra e neurologista Oliver Sacks.
Musica: Paul Cantelon
Fotografia: Stephen Kazmierski
Designer de Produção: Jennifer Dehghan
Diretor de Arte: Michael Ahern
Elenco: J. K. Simmons, Lou Taylor Pucci, Cara Seymour, Julia Ormond, Mía Maestro, Tammy Blanchard, Max Antisell
Distribuidora: Europa Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

Lunchbox

Dabba * *
The Lunchbox 
(2013) 104 min (12 anos)

India - Saajan é um solitário contador viúvo, prestes a se aposentar. A bela Ila é mãe de uma menina e uma esposa negligenciada, que tenta chamar a atenção do marido caprichando no preparo das refeições. No apartamento de cima habita uma senhora que Ila chama de tia. A boa mulher nunca sai de casa, pois cuida do marido inválido, que passa os dias olhando para o ventilador de teto. Pela janela da cozinha, a experiente senhora grita conselhos para a jovem esposa e desce especiarias numa cestinha. 

Ila vai experimentando, mudando os temperos, tentando novas receitas, sem nenhum reconhecimento por parte do marido. Até que um dia, o eficiente serviço de entregas troca as marmitas e a comida cheirosa e bem temperada chega à mesa de Saajan. Pela primeira vez, as tigelinhas de alumínio da quentinha voltam vazias, para alegria de Ila e sua tia. No segundo dia, o contador acrescenta um bilhete, o que dá início a uma correspondência diária que ilumina a vida dos dois. Às vezes o trem errado nos conduz à parada certa.

Que história delicada e bem contada! "Lunchbox" é um filme para ser degustado com atenção, sem pressa. Assim como evolui a comida de Ila, assistimos Saajan abrir-se para as pessoas. O homem seco, que jamais cometeu um erro no trabalho, mas não sabia viver, começa a interagir com o colega de escritorio, as crianças da vizinhança, reconhecendo aqueles que fazem parte de seu cotidiano, mas ele antes rejeitava. Uma comida saborosa tem o poder de transformar as pessoas, já nos havia ensinado "A Festa de Babette"! Preferia uma cena final mais explícita, mas nada que não possa completar com uma pitada de imaginação. O ótimo elenco atua com naturalidade e tem como protagonista Irrfan Khan, que já encontramos em "As Aventuras de Pi" e "Quem quer Ser um Milionário?".

Curiosidades:
* O Mumbai Dabbawallahs é um serviço que recolhe comida quente nas casas dos trabalhadores no final da manhã e entrega no local de trabalho, utilizando vários meios de transporte, especialmente bicicleta e trem. À tarde devolvem as embalagens nas residências.

* Em 2007, o roteirista e diretor Ritesh Batra começou uma pesquisa para um documentário sobre o Dabbawallahs. Depois de passar uma semana com os entregadores, Batra soube de muitas historias pessoais interessantes, que eles ouviam enquanto esperavam do lado de fora dos apartamentos. Daí lhe veio a ideia para fazer um filme de ficção, em vez de um documentário.

* Alguns dos "dabbawallas" que o diretor conheceu fazem ponta no filme como entregadores. Eles receberam marmitas reais para entregar, enquanto eram filmados por uma pequena equipe, que registrou o processo num estilo de documentário.

Diretor: Ritesh Batra
Roteiro: Ritesh Batra
Musica: Max Richter
Fotografia: Michael Simmonds
Designer de Produção: Shruti Gupte
Elenco: Irrfan Khan, Nimrat Kaur, Nawazuddin Siddiqui, Lillete Dubey, Bharati Achrekar (a voz da tia)
Distribuidora: Imovision

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Farinelli - Il Castrato

Farinelli, Il Castrato
(1994) 105 min (18 anos)

Italia - Nascido Carlo Maria Michelangelo Nicola Broschi, de uma família de músicos italianos, Farinelli foi castrado no início da adolescência para preservar sua bela voz de soprano. Contemporâneo do compositor Handel, Farinelli foi o cantor de ópera mais famoso e bem pago de seu tempo. Sua voz cobria três oitavas e o desenvolvimento torácico permitia que sustentasse uma nota durante um minuto sem respirar. O filme do diretor Gérard Corbiau toma algumas liberdades com os fatos reais mas revela a importância do cantor para plateias cultas e populares da Europa. Farinelli foi uma unanimidade. 

O hábito de castrar meninos cantores começou no século XVI e durou até 1870 na Itália. Geralmente eram escolhidos os órfãos e abandonados, mas algumas famílias pobres, incapazes de sustentar os filhos, ofereciam um deles para ser castrado. Em Nápoles, algumas barbearias traziam um aviso na porta: "Qui si castrano ragazzi" ("Aqui castram-se rapazes"). A castração consistia no corte dos canais provenientes dos testículos para evitar a mudança de voz na adolescência. A que extremos se chegava pelo amor à arte! Foi publicado no "Journal of Anatomy" um breve estudo sobre os restos mortais de Carlo Broschi. Nas conclusões, os autores lembram que Farinelli era um homem bem-humorado que conservou a lucidez, além da voz bela e poderosa, até o fim de seus 78 anos. Um caso bastante interessante.

"Farinelli, il Castrato" foi indicado ao Oscar, representando a Bélgica, e ganhou o Globo de Ouro em 1995, como Melhor Filme Estrangeiro. Olga Berluti recebeu o David di Donatello pelo vestuário. O DVD pode ser alugado no Guimarães Video Clube, em Laranjeiras, Rio de Janeiro. 

Curiosidades:

* Foi preciso combinar eletronicamente vozes masculina e feminina para recriar o som da voz de Farinelli cantando. A voz masculina pertence ao contratenor Derek Lee Ragin e a feminina à mezzo-soprano polonesa Ewa Mallas-Godlewska, dois especialistas em música barroca.

* A extensão vocal de Farinelli abrangia do Lá2 até Ré6, como escreveu Johann Joachim Quantz:
“ Farinelli tem uma voz de soprano ligeiro, completa, rica, luminosa e bem trabalhada, com uma extensão que abrange desde o Lá debaixo do Dó central a Ré três oitavas acima do Dó médio… Sua entonação era pura, seus vibratos maravilhosos, seu controle sobre sua respiração era extraordinário e sua garganta muito ágil, porque cantou os intervalos mais amplos rapidamente e com a maior facilidade e firmeza. As passagens das obras e todo tipo de melismas não representaram dificuldades para ele. Na invenção das ornamentações livres nos adágios foi muito fértil."
Carlo Broschi, o Farinelli

Diretor: Gérard Corbiau
Roteiro: Andrée Corbiau & Gérard Corbiau
Musica:  Riccardo Broschi, Johann Adolf Hasse, Georg Friedrich Händel, Giovanni Battista Pergolesi, Nicola Porpora
Fotografia: Walther van den Ende
Designer de Produção: Gianni Quaranta
Vestuario: Olga Berluti, Anne de Lagaurdière
Elenco: Stephano Dionisi, Enrico Lo Verso, Elsa Zylberstein, Jeroen Krabbé, Caroline Cellier, Renaud du Peloux de Saint Romain, Marianne Basler, Jacques Boudet
Distribuidora: Top Tape

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

terça-feira, 1 de julho de 2014

Pais e Filhos

Soshite chichi ni naru * * *
Like Father, Like Son
(2013) 121 min (Livre)

pais e filhos
Japão - Obcecado pelo trabalho, o esforçado arquiteto Ryota Nonomiya vive confortavelmente num elegante apartamento de Tóquio, com a mulher Midori e o filho de 6 anos, Keita. Desejando para o menino um futuro de sucesso, Ryota exige que aprenda piano e coloca-o num cursinho que prepara para os melhores colégios particulares da cidade. Dócil, o menino faz de tudo para agradar o pai, inclusive inventar que os dois acampam e empinam pipa juntos, porque os instrutores do cursinho disseram que isso contava pontos na entrevista da escola. 

No exame físico necessário para a admissão no colégio particular, Ryota e Midori descobrem que não são os pais biológicos de Keita, pois seu sangue é incompatível com o do menino. Seu filho biológico foi trocado no berçário do Hospital de Maebashi e está sendo criado junto com as outras crianças da família Saiki, modestos comerciantes da pequena cidade. 

A primeira reação de Ryota ao ficar a sós com a esposa foi: "Agora está tudo explicado" - afinal o arquiteto não valorizava a mansidão de Keita, desejava que fosse mais competitivo. Midori sofre por antecipação diante da perspectiva de se afastar do menino que ela ama profundamente. Para Midori não existe a "força do sangue", mas a dos laços construídos. As duas famílias começam a conviver e considerar a difícil decisão de trocar as crianças, como foi sugerido pelo Hospital.

Como cada um de nós resolveria esse dilema, criar seu filho biológico ou seu filho do coração? Meu marido não teve dúvida, criaria aquele que o destino colocou sob seus cuidados. "Pais e Filhos" focaliza especialmente a situação do casal Nonomiya e a transformação por que passa o estressado Ryota, ao ser confrontado com Yudai Saiki, um pai que dedica tempo aos filhos e acredita ser essa sua missão mais importante. É uma belíssima obra do diretor Hirokazu Kore-eda, para ser vista e revista, premiada pelo Juri Ecumênico em Cannes, além ser escolhida como Melhor Filme pelas audiências dos Festivais Internacionais de San Sebastián e de São Paulo, em 2013. 

Curiosidade:
* Dreamworks Studios adquiriu os direitos de refilmagem de "Pais e Filhos" depois que o filme chamou a atenção de Steven Spielberg, em Cannes.

Diretor: Hirokazu Kore-eda (O Que Eu Mais Desejo, Ninguem Pode Saber, Depois da Vida)
Roteiro: Hirokazu Kore-eda
Musica: Shin Yasui, Takeshi Matsubara, Junichi Matsumoto, Takashi Mori
Fotografia: Mikiya Takimoto
Diretor de Produção: Keiko Mitsumatsu
Elenco: Masaharu Fukuyama (Ryota), Machiko Ono (Midori), Keita Ninommiya (Keita), Rirî Furankî (Yudai), Yôko Maki (Yukari), Shôgen Hwang (Ryusei)
Distribuidora: Imovision

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

banner