Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Graça e Perdão

Amish Grace
(2010) 89 min (12 anos) feito para TV

Ódio é uma coisa faminta com dentes afiados que comerá seu coração e não deixará espaço para o amor (...) Se ficarmos presos a nossa raiva e ressentimento, nós é que seremos punidos

EUA, Pensilvania, condado de Lancaster - 'No outono de 2006, a tranquilidade da pequena comunidade amish de Nickel Mines foi abalada por um crime que ninguém poderia imaginar. A tragédia chamou a atenção de toda a nação, destacando uma outra visão sobre a vida e a morte e oferecendo uma inesperada lição sobre o perdão.' (capa DVD)

O atirador Charlie Roberts entrou na escola West Nickel Mines, mandou saírem os meninos e tomou dez garotas como reféns. Ninguém desconfiava de suas intenções, ele era uma figura conhecida, que prestava serviços à comunidade. Depois de atirar em várias alunas, Charlie se matou. 

À distância, a equipe de um canal de televisão observa quando três líderes amish batem à porta da família Roberts. A viuva resolve recebê-los e se surpreende com o motivo da visita. Essa mulher e seus filhos pequenos também são vítimas da violência de Charlie. Inconformada, a mãe de uma das meninas mortas não consegue perdoar e se revolta. Para o resto da comunidade, não perdoar tem um custo maior em sofrimento e desgaste.

Examiner.com
A produção traz no elenco alguns artistas conhecidos da TV, ganhadores do Emmy. O filme recebeu críticas por misturar ficção aos fatos. Foi introduzida a família Graber como protagonista para acrescentar emoção e conflitos à história, como se os fatos não fossem suficientemente dramáticos. Mas o diretor teve a delicadeza de evitar cenas violentas envolvendo crianças e foi feliz ao ilustrar o poder terapêutico do perdão, único meio de se recuperar a paz.

Diretor: Gregg Champion
Roteiro: Sylvie White e Teena Booth, baseado no livro Amish Grace: How Forgiveness Transcended Tragedy, de Donald B. Kraybill
Musica: Joseph Conlan
Fotografia: Ross Berryman
Elenco: Kimberley Williams-Paisley, Tammy Blanchard, Fay Masterson, Madison Mason, Gary Graham, Darcy Rose Byrnes, Karley Scott Collins, Eugene Byrd, Bruce Nozick, Amy Sloan, John Churchill, Madison Davenport, Matt Letscher
Distribuidora: BV Films

sábado, 22 de outubro de 2011

Stake Land - Anoitecer Violento

Stake Land
(2010) 89 min (16 anos)

EUA - "Uma terrível epidemia de vampiros avança e os humanos precisam correr para se salvarem das feras. As autoridades fugiram, as cidades foram tomadas e os que conseguiram escapar se reuniram em grupos na área rural. Quando sua família toda é massacrada, o jovem Martin é acolhido por 'Mister', um caçador de mortos-vivos que lhe ensina técnicas de sobrevivência. Os dois seguem procurando um lugar melhor para recomeçar. Na viagem rumo ao Novo Eden, alguns dos humanos que cruzam seu caminho são tão temíveis e sombrios quanto os vampiros." (adaptação da capa)

Anoitecer Violento é uma dica só para os apaixonados pelo gênero Horror. Meu filho nº 2 se enquadra nesse grupo. Para agradá-lo, alugo um desses DVDs terríveis, compro amendoim ou biscoito de polvilho. Sucesso garantido. Ele gostou MUITO de Stake Land  e me recomendou incluí-lo no By Star Filmes. Como contrariar pessoa tão adorável? Realmente é um filme bem feito, não posso negar, além de adicionar elementos apocalípticos, que sempre me impressionam, me recordando certos pesadelos da adolescência. Contudo meu coração já não se agrada de tantos sustos, sanguinolência e vampiros-zumbis de cara feia. Uma das poucas exceções foi Zumbilândia, mas esse não conta porque o bom humor tornou tudo mais leve. 

O que realmente me chamou a atenção no filme foi a voz de uma atriz que há muito não via nas telas. Demorei a reconhecer Kelly McGillis na figura de uma senhora de cabelos grisalhos e rosto já envelhecido. Para mim ela continuava a bela Raquel Lapp, a jovem viuva amish que dança no celeiro com Harrison Ford, em A Testemunha (1985). Nessas horas é que se constata a passagem do tempo.

Diretor: Jim Mickle
Roteiro: Nick Damici, Jim Mickle
Musica: Jeff Grace
Fotografia: Ryan Samul
Elenco: Nick Damici, Connor Paolo, Kelly McGillis, Danielle Harris, Michael Cerveris, Sean Nelson, Bonnie Dennison
Distribuidora: PlayArte

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cartas para Deus

Letters to God
(2010) 113 min

EUA - Os Doherty nem se refizeram da perda do chefe da família quando tiveram que aprender a lidar com a doença do caçula Tyler. O menino de 8 anos está fazendo quimioterapia para deter um agressivo câncer da medula. A rotina do tratamento afasta o guri do time de futebol e da amiga Sam. Sem cabelos ou sobrancelhas, Tyler ainda ouve algumas brincadeiras sem graça de um colega da escola, mas leva a implicância com leveza. Seu maior conforto é abrir o coração para Deus, contando problemas e desejos, em cartas diárias que ele sela e deixa na caixa do correio. 

O novo carteiro Brady McDaniels é encorajado pelo chefe a ler as cartas e decidir seu destino. Brady também está numa fase difícil e prestes a perder a guarda do filho. As conversas de Tyler com Deus põem à mostra um coração amoroso que encontra forças na fé. Sua coragem contagia o carteiro e toda a comunidade.

Cartas para Deus é emocionante, daquelas histórias de deixar os olhos aguados. Quantos adultos teriam a generosidade de Tyler, de lembrar das necessidades dos outros e pedir a Deus por elas, quando ele mesmo precisa tanto? Sem auto-piedade, apoiado pela família e pelos amigos, o menino procura levar uma vida normal enquanto trava sua batalha contra a doença. 

Tyler e Patrick Doughtie
O filme inspirou-se na vida de Ty Doughtie. Seu pai Patrick era proprietário de uma firma de construção em Nashville, Tennessee. Com a doença do filho, o construtor fez um curso de roteiro para desenvolver a habilidade de escrever. Em duas semanas terminou a história, sem saber aonde isso iria levá-lo. Numa entrevista a Mary Fairchild, ele diz que Cartas para Deus não é um filme triste sobre uma criança com câncer, mas "uma celebração da vida", um filme "edificante e inspirador sobre fé e esperança. Senti que tinha algo a oferecer às pessoas, independente de fé ou crença." Mais detalhes da verdadeira história de Patrick e Tyler Doughtie podem ser encontrados, em inglês, no site Christianity Today. Mas só leia depois de ver o filme, é claro. No site IMDB, as mulheres deram nota 7 para o filme, enquanto os votos dos homens resultaram na média 4,8.

Curiosidade:
* David Nixon também dirigiu À Prova de Fogo (Fireproof).

Diretor: David Nixon, Patrick Doughtie
Roteiro: Patrick Doughtie e Art D'Alessandro e Sandra Thrift, Cullen Douglas
Musica: Colin O'Malley
Fotografia: Bob Scott
Elenco: Robyn Lively, Jeffrey Johnson, Tanner Maguire, Michael Bolten, Maree Cheatham, Bailee Madison, Ralph Waite, Dennis Neal, Tom Nowicki, Derek Leonidoff
Distribuidora: BV Films

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Julgamento

The Trial
(2010) 100 min (14 anos)

EUA - Só alugue esse DVD se você gostar muito de histórias passadas em tribunal. Como já estava com saudades do gênero, não hesitei, apesar da nota medíocre do site IMDB: 5,4. A presença de Matthew Modine como protagonista também pesou na escolha. Não me arrependi, mas outros podem se decepcionar. 

O advogado McClain entrou num processo de depressão desde que sua esposa e filhos morreram num acidente de automóvel. Nada o prende a vida, ele não procura ajuda e sua única dúvida é quanto ao melhor meio de se matar. Mas um telefonema do juiz Danielson adia sua decisão. McClain é convocado para defender Pete Thomason. O jovem é acusado da morte por estrangulamento da namorada e alega não se lembrar de nada. Traços da droga rohipnol são encontrados no sangue da moça. O rapaz se parece com um dos filhos do advogado. Esse talvez não seja um bom motivo para aceitar a causa, mas é o que pode livrar advogado e réu da morte. O filme parece ter sido feito para TV, mas distrai quem não tiver expectativas elevadas.

Diretor: Gary Wheeler
Roteiro: Gary Wheeler, Mark Freiburger, baseado no livro de Robert Whitlow
Musica: Rob Pottorf
Fotografia: Tom Priestley Jr.
Elenco: Matthew Modine, Clare Carey, Randy Wayne, Rance Howard, Nikki Deloach, Robert Forster, Bob Gunton, Larry Bagby, Brett Rice, David Dwyer, Gary Moore
Distribuidora: BV Films

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

HANNA

Hanna *
(2011) 111 min (14 anos)

Hanna Heller passou a maior parte dos seus 16 anos no Ártico, aprendendo técnicas de sobrevivência com o pai Erik. Na idade em que as adolescentes ouvem música, a jovem tornou-se profissional na arte de caçar, atirar e lutar.  Mas, à noite, ela gosta de ouvir as belas histórias de fada dos irmãos Grimm, no livro que pertenceu à sua mãe, Johanna Zadeck. São contos sombrios, bem diferentes das narrativas alegres do mundo Disney.

Hanna aprendeu várias línguas e está sempre na defensiva, ainda não conhece luz elétrica e outros confortos modernos. Chega o momento em que ela se julga preparada para enfrentar o mundo. Em sua origem há um enigma e, para voltar à civilização, precisará antes eliminar a agente da CIA Marissa Wiegler se quiser reencontrar o pai e viver em paz.

No papel de Hanna, a atriz Saoirse Ronan mostra um ar sério, distanciado, etéreo, que contrasta com a agilidade e força da personagem. São traços importantes de Hanna, já inscritos em seu DNA, restringindo a poucos eleitos seus momentos de empatia.

Cate Blanchett está a própria bruxa malvada de cabelos vermelhos e sorriso gelado, enquanto Eric Bana desenvolve sua veia paternal naturalmente. O ator australiano adiciona sensibilidade até aos filmes de ação. As belíssimas locações alternam a gélida Finlândia, o deserto do Marrocos a 60º C e muitas cenas gravadas na Alemanha. Impossível passar despercebida a curiosa trilha sonora eletrônica. Hanna é um filme diferente, meio estranho, visualmente bonito, que prende a atenção todo o tempo. O DVD traz um final alternativo, inferior ao original, mas que gostei de ter visto. 
Curiosidade:
* A cena de abertura foi gravada na Finlândia, em Kuusamo, que fica a 95 km ao sul do Círculo Polar Ártico. Mas a cabana onde Hanna e Erik moravam foi feita na Bavária (Alemanha). Foi construída sem nenhum prego, só com encaixes. É inspirada nas cabanas escandinavas e ucranianas, para acentuar o formato de contos de fada.
Eric Bana e Saoirse Ronan

* Saoirse participou de um treinamento físico intenso de 4 horas por dia com Dan Inosanto, um dos alunos favoritos de Bruce Lee. 

Diretor: Joe Wright
Roteiro: Seth Lockhead e David Farr
Musica: The Chemical Brothers
Fotografia: Alwin Küchler
Elenco: Saoirse Ronan, Eric Bana, Cate Blanchett, Tom Hollander, Olivia Williams, Jessica Barden, Jason Fleming, Vicky Krieps, Michelle Dockery, Mohamed Majd, Gudrun Ritter
Distribuidora: Sony

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Os Agentes do Destino

The Adjustment Bureau *
(2011) 106 min (12 anos)

EUA, Nova Iorque - Nascido no Brooklyn, David Norris foi o mais jovem político eleito para o Congresso americano. Carismático, inteligente, bem-intencionado, ainda precisa dominar seu caráter impulsivo, que o leva a algumas atitudes inadequadas para um cargo de responsabilidade. 

Num momento difícil da carreira, David conhece a mulher que vai mudar a sua vida. Apaixonado à primeira vista pela imprevisível Elise, ele tenta reencontrá-la, mas parece que tudo conspira para separá-los. Homens misteriosos que usam chapéu surgem do nada e frustram os encontros dos enamorados. Ninguém parece saber porque esses Agentes do Destino se esforçam tanto para impedir que se tornem um casal. Cabe a David aceitar os fatos como inevitáveis ou lutar pelo primeiro grande amor de sua vida, abandonando tudo o que até então parecia tão importante. Mas o verdadeiro Amor deseja o bem de quem ama e renúncia pode ser sua maior prova.

Essa história interessante, simpática e bem conduzida é a estréia de George Nolfi na direção, um dos roteiristas de Ultimato Bourne. Com tão pouca oferta de filmes de ficção científica nas telas, um que apresente bom nível técnico é muito bem-vindo. Especialmente quando baseado numa idéia de Philip K. Dick (Blade Runner) e tendo a fotografia a cargo de John Toll (Coração Valente, Lendas da Paixão, O Capitão Corelli, Vanilla Sky, O Último Samurai, Simplesmente Complicado). 

Beyond Hollywood
Curiosidade:
* Algumas das cenas de dança de Emily Blunt foram completadas por uma dublê de corpo, a dançarina Acacia Schachte, da Companhia Cedar Lake. O rosto de Emily foi colocado digitalmente no corpo da bailarina.

Diretor: George Nolfi
Roteiro: George Nolfi, baseado no conto de Philip K. Dick
Musica: Thomas Newman
Fotografia: John Toll
Elenco: Matt Damon, Emily Blunt, Anthony Mackie, John Slattery, Michael Kelly, Terence Stamp, Christine Lucas
Distribuidora: Universal

Como Arrasar um Coração

L'Arnacoeur *
Heartbreaker
(2010) 105 min (12 anos)

França - Alex Lippi acredita que mulheres que desconhecem ser infelizes num relacionamento devem ser alertadas e impedidas de se comprometer com o homem errado. O francês transformou essa crença numa profissão. Ele cativa as jovens, separando os casais, a pedido de parentes e amigos. Ajudam-no nessa estafante empreitada sua irmã e o marido. Mélanie e Marc divertem-se tanto quanto Alex, desempenhando variados papéis, de acordo com as necessidades. O grupo alcançou um impressionante índice de vitórias: 100% de sucesso, graças a muita pesquisa e aos dotes de sedução de Alex.

Mas o virtuosismo da equipe consome boa parte dos lucros em gastos com hotéis caros, roupas e equipamentos. Por razões econômicas, o trio está prestes a quebrar sua regra princial: não separar casais que se amam. Um empresário do ramo de flores deseja afastar sua filha única de um milionário inglês, bonito, educado, elegante e apaixonado. Todas as estratégias falham e a data do casamento se aproxima. Pressionado para pagar sua dívida, não é só a reputação de Alex que está em risco. Desta vez ele talvez encare a falência, seu primeiro fracasso profissional e o gigantesco capanga de um agiota.

Como Arrasar um Coração é uma comédia romântica agradável, que segue num bom ritmo até o fim. O personagem principal tem um físico improvável para o papel de sedutor, mas seu romantismo, dedicação e conhecimento da alma feminina compensam a falta de beleza. Investir na relação compensa! Isso vale como incentivo para homens e mulheres, sobretudo os esposos que desejam manter vivo o Amor. Precisamos conhecer nosso parceiro e descobrir como surpreendê-lo e cumulá-lo de gentilezas.

Curiosidades:
* O roteirista Laurent Zeitoun teve a idéia para a história a partir de um fato ocorrido em família. Uma de suas primas apaixonou-se por um homem que não a tratava bem. O roteirista sugeriu ao tio que contratasse um ator hábil em improvisar para separar o casal.

* É Caroline Duris, irmã do ator Romain Duris, quem se apresenta ao piano no teatro. Ela é uma talentosa pianista e já tocou pelo irmão no filme 'De Tanto Bater Meu Coração Parou'.

Diretor: Pascal Chaumel
Roteiro: Laurent Zeitoun & Jeremy Doner & Yoann Gromb
Musica: Klaus Badelt
Fotografia: Thierry Arbogast
Elenco: Romain Duris, Vanessa Paradis, Julie Ferrier, François Damiens, Héléna Noguerra, Andrew Lincoln, Jacques Frantz, Natasha Cashman, Geoffrey Bateman
Distribuidora: Imovision

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ligações Perigosas

Dangerous Liaisons * * *
(1988) 119 min (18 anos)
Vaidade e Felicidade são incompatíveis.

França, 1782 - Entre espartilhos, anáguas, rendas e laços, espadas, perucas e pó de arroz, os membros da aristocracia francesa necessitavam do trabalho de uma equipe de servidores para vesti-los. Em suas respectivas mansões, o Visconde Sébastien de Valmont e a Marquesa Isabelle de Merteuil aprontam-se, antes de sair a campo, em busca de suas aventuras. Os dois foram amantes no passado, são confidentes no presente, e ainda nutrem alguma atração um pelo outro. No momento estão interessados em diferentes conquistas amorosas, se é que se pode usar tal adjetivo para referir-se a dois polidos predadores sociais, egoístas, orgulhosos, cruéis e manipuladores.

A Marquesa de Merteuil foi abandonada por um amante pela primeira vez na vida. Seu orgulho ferido leva-a a elaborar uma vingança requintada. Ao descobrir que o ex-amante pretende casar-se com uma jovem de boa família, aluna interna de um convento de religiosas, pede ao Visconde de Valmont que seduza a adolescente antes do casamento, para que o futuro marido seja humilhado diante de toda a sociedade parisiense. Para a maquiavélica aristocrata, pouco importa se a noiva prometida em casamento seja a ingênua Cécile, filha de sua própria prima e amiga, Madame de Volanges.

Mas o Visconde recusa a tarefa, julgando-a fácil demais. Ele está envolvido na missão de seduzir a esposa do Senhor de Tourvel, mulher gentil, bela e religiosa, muito oportunamente hospedada na propriedade de Madame de Rosemonde, tia de Valmont. A vitória sobre a virtude da recatada Madame de Tourvel será a conquista máxima na carreira do sedutor. Usando de variados subterfúgios imorais, sendo tão cínicos, perigosos e ciosos das respectivas famas na sociedade, Valmont e Merteuil conseguirão seus objetivos? Sim e não, afinal orgulho e felicidade são incompatíveis.

No filme de Stephen Frears tudo revela-se magnífico, memorável: fotografia, cenários, figurinos, diálogos, trilha sonora e elenco, destacando-se as interpretações de Glenn Close, Michelle Pfeiffer e John Malkovich. Ligações Perigosas é uma adaptação bastante fiel do romance epistolar de Pierre Choderlos de Laclos. Ganhou vários prêmios, Oscar, BAFTA e César, entre outros. Em 1989, o diretor Milos Forman lançou sua própria versão com Annette Benning e Colin Firth, no filme que ele chamou Valmont. Lembro que gostei muito e pretendo rever em breve.

Curiosidade:
* Quando se publicou o romance 'Ligações Perigosas', em 1782, foi considerado tão escandaloso, que a Rainha Maria Antonieta cobriu seu exemplar com uma capa falsa para que ninguém reconhecesse o título ou o nome do autor.

* O filme foi todo rodado na França, especialmente na região de Île de France, e em construções históricas como o Château de Vincennes (Val-de-Marne), Château de Champs-sur-Marne, Château de Guermantes, Château de Saussay e Théâtre Montansier, em Versailles.

Diretor: Stephen Frears
Roteiro: Christopher Hampton, baseado no romance 'Les Liaisons Dangereuses', de Pierre Choderlos de Laclos
Musica: George Fenton, além de obras de Vivaldi, Bach, Händel e Gluck
Fotografia: Philippe Rousselot
Elenco: Glenn Close, John Malkovich, Michelle Pfeiffer, Uma Thurman, Swoosie Kurtz, Keanu Reeves, Mildred Natwick, Paulo Abel do Nascimento, François Lalande, Peter Capaldi, Catherine Cauwet, Harry Jones, François Montagut
Distribuidora: Warner Bros

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Uma Manhã Gloriosa

Morning Glory *
(2010) 107 min (12 anos)

EUA - Desde menina, Becky Fuller sonhava tornar-se produtora de TV, mais especificamente do programa Today da NBC, um dublê de noticiário matinal e talk show, o primeiro no gênero, transmitido do estúdio no Rockfeller Center de Nova Iorque. Nem sua mãe acredita na realização deste sonho, mas a Becky adulta não desiste. Seu otimismo inquebrantável leva-a a aceitar o cargo de produtora executiva do decadente DayBreak, show matinal que tem índices declinantes de audiência, apesar da dedicada apresentadora Colleen Peck.

Na tentativa de salvar o programa, a energética jovem escala Mike Pomeroy, experiente e premiado âncora em final de carreira. Mal-humorado e orgulhoso, ele é considerado a terceira pior pessoa do mundo pelo charmoso produtor Adam Bennett. Mais um desafio para a corajosa Becky. Sem namorado ou vida pessoal, ela vive pendurada no Blackberry, casada com o trabalho, comprometida na transformação da equipe numa família. Mas Mike e Colleen não se entendem, disputam tudo, até o privilégio de se despedir por último do público. As chances de vitória parecem diminutas.

Aos espectadores de boa vontade, essa comédia ligeira pode proporcionar momentos divertidos, deixando ao final aquela agradável sensação de bem-estar, tipicamente induzida pelos feel-good movies. A personalidade simpática da atriz Rachel McAdams e os personagens esforçados de Diane Keaton e do homem do tempo, que topam qualquer parada para aumentar os níveis de audiência, contribuem para esse fator. 

foto do movies.about.com
Geralmente, só presto atenção aos primeiros 30 segundos da trilha sonora, pois, quando é eficiente, logo mescla-se de tal forma com a imagem que me passa despercebida. Mas, no momento em que, num figurino cor-de-rosa, Diane Keaton faz passos de balé, imitando um grupo de bailarinas-mirins, reconheci uma de minhas clássicas favoritas: Dance of The Sugar Plum Fairy, da suite Quebra-Nozes, de Tchaikovsky. Minha filha roqueira, que presta atenção a tudo, reconheceu a voz de Joss Stone entre as músicas. Conferi e ela está certa. A cantora inglesa interpreta duas canções: Free Me e Incredible.


Diretor: Roger Michell (Um Lugar Chamado Notting Hill)
Roteiro: Aline Brosh McKenna
Musica: David Arnold
Fotografia: Alwin Küchler
Elenco: Rachel McAdams, Diane Keaton, Harrison Ford, Patrick Wilson, Jeff Goldblum, Noah Bean, Jeff Hiller, Steve Park, Patti D'Arbanville
Distribuidora: Paramount

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

X-Men Primeira Classe

X-Men First Class *
(2011) 131 min (12 anos)

EUA - No primeiro capítulo da saga dos X-Men, Charles Xavier e Erik Lehnsherr ainda não eram conhecidos como Professor X e Magneto. Os dois tornaram-se amigos e se uniram à elite dos mutantes para impedir a 3ª Guerra Mundial. Do outro lado, instigando o conflito, encontrava-se Sebastian Shaw, o poderoso cientista que planejava liderar os 'filhos do átomo' e eliminar a raça humana.

Eis um começo muito digno para a série da Marvel Comics, especialmente o início do filme, que mostra as circunstâncias da infância de Charles e Erik, além das diabruras dos outros como adolescentes. Mais para o final, foram as breves aparições de John F. Kennedy em filmagens de arquivo, pronunciando-se sobre a crise dos mísseis em Cuba, que fizeram meu coração bater mais forte. Ainda sou fã das ações e discursos do 35º presidente americano, assassinado em 1963.

Em nossa casa, houve certa divisão de opiniões. Todos apreciamos o filme, mas alguns julgaram Charles Xavier um jovem arrogante, posteriormente humanizado pelo acidente que o prendeu na cadeira de rodas. Meu genro e eu discordamos dos demais. Achamos que o futuro Professor X, magnífico telepata, mesmo quando novinho, procurava compreender os outros, valorizava seus dons e tinha um ideal. Um exemplo admirável de personalidade humanitária desde a juventude.

Um dos temas principais de X-Men Primeira Classe é a aceitação de si mesmo e da sociedade. Elaborado com bastante competência, é um filme divertido para ser visto em família, capaz de propiciar debates interessantes. O inglês Matthew Vaughn também dirigiu o engraçado Kick-Ass.

Curiosidade:
* A breve aparição de Logan/Wolverine num bar, fez de Hugh Jackman o primeiro ator a aparecer como o mesmo personagem de história em quadrinhos em cinco filmes diferentes.

* Segundo o site Omelete, as personalidades de Charles Xavier e Magneto se inspiraram livremente nos debates de Martin Luther King e Malcom X sobre o direito dos negros americanos. Enquanto um acreditava na convivência pacífica o outro pregava a luta.

Diretor: Matthew Vaughn
Roteiro: Ashley Edward Miller & Zack Stentz e Jane Goldman & Matthew Vaughn, baseado em história de Sheldon Turner e Bryan Singer
Musica: Henry Jackman
Fotografia: John Mathieson
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Rose Byrne, January Jones, Oliver Platt, Kevin Bacon, Laurence Belcher, Bill Milner, Morgan Lily, Zoë Kravitz, Nicholas Hoult, Éva Magyar
Distribuidora: 20th Century Fox
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