Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Desejo e Reparação


Atonement * *
(2007) 122 min (14 anos - exposição de cadáver, insinuação de sexo)

Inglaterra - Os créditos surgem na tela escura, ao som das teclas de uma máquina de escrever. A primeira cena revela uma casa de bonecas que é réplica da mansão da família Tallis. Em frente, animais de brinquedo alinham-se no chão de um quarto de criança, cujas paredes floridas abrigam Briony Tallis, escritora precoce. Aos 13 anos, a menina loura esbanja imaginação e criatividade. Terminada sua primeira peça, corre para mostrá-la à mãe que a encoraja. Suas tentativas de ensaiá-la com 3 jovens convidados são frustradas. Os relutantes atores querem nadar.

Aborrecida, Briony perambula pela casa e testemunha os encontros entre Cecília, sua irmã mais velha, e Robbie, a quem ambas admiram. Filho da cozinheira, o jovem ganhou uma bolsa para a escola local, terminando os estudos em Cambridge, com ajuda do sr. Tallis. Mensageira e testemunha da relação do casal, a menina não compreende bem o que vê. Ainda chocada, quando a prima Lola sofre um ataque sexual, Briony acusa o namorado da irmã. Só com o amadurecimento ela compreenderá o que testemunhou e as sérias conseqüências do seu ato.


Nos minutos iniciais, quando a pequena Tallis corre pela casa em busca da mãe e entra na cozinha, tive a certeza de que iria amar o filme. Foi com entusiasmo que me deparei com o rosto sério da sra.Turner, a cozinheira da casa, interpretada por Brenda Blethyn. A atriz inglesa escolhe bem as produções em que trabalha e dá vida real a qualquer personagem: patética, como Cynthia Rose Purley, em "Segredos e Mentiras", adorável como Grace (O Barato de Grace), cômica como a sra. Bennet de "Orgulho e Preconceito" ou Mari Hoff, a mãe abusiva de Laura (Little Voice).

Entre as 3 atrizes escolhidas para representar Briony em diferentes idades, Vanessa Redgrave e Saoirse Ronan são as mais expressivas. Mas todo o elenco é impecável, assim como a direção, música e fotografia. Um dos grandes filmes do ano passado.



Diretor: Joe Wright
Roteiro: Christopher Hampton, baseado em romance de Ian McEwan
Música: Dario Marianelli
Fotografia: Seamus McGarvey
Elenco: Keira Knightley, James Mc Avoy, Brenda Blethyn, Saoirse Ronan, Vanessa Redgrave, Benedict Cumberbatch, Juno Temple.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Angel-a


ANGEL-A *
(2005) 91 min (12 anos - consumo de drogas lícitas, agressão física e linguagem de conteúdo sexual) Preto e Branco

França - André está desesperado. Deve a muitos, e um gangster ameaça matá-lo se não receber o dinheiro de volta em algumas horas. O pior é que André mente compulsivamente, não se cuida e não se ama. Não tem olhos sequer para as belezas de Paris. Está só no mundo e pensa que Deus também o abandonou. De pé, sobre o rio Sena, quer lançar-se nas águas geladas, quando nota, ao lado, uma loura espetacular, pronta a fazer o mesmo. Quando ela se joga, ele a segue e salva. A partir daí Angela quer ajudá-lo a recuperar sua vida.


Antes que tudo, André precisa recompor sua auto-imagem, acreditar no seu lado bom, saber-se digno de ser amado. É o que Angela faz ao obrigá-lo a se mirar no espelho, olhos nos olhos, buscando suas verdadeiras virtudes.

Luc Besson voltou em plena forma. E, pela imagem da capa, dá para notar a magia do seu habitual diretor de fotografia, Thierry Arbogast? As cenas de Paris são maravilhosas: a catedral de Notre-Dame, os cafés parisienses, a torre Eiffel, as pontes da cidade, a Île de Saint Louis. É um belo passeio. Repare no momento em que, no escritório do gângster, Angela se coloca atrás da réplica da Vitória de Samotrácia, completando a estátua com sua cabeça loura.
Diretor: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Música: Anja Garbarek
Fotografia: Thierry Arbogast
Elenco: Jamel Debbouze, Rie Rasmussen, Gilbert Melki .

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O Pequeno Italiano

Italianetz * *
The Italian
(2005) 99 min (12 anos)



"Vanya é um garoto de seis anos que mora em orfanato russo. Após a visita de um casal de italianos que resolve adotá-lo, ele ganha dos demais órfãos o apelido de o pequeno italiano. Enquanto espera os dois meses necessários para se juntar a sua nova família, a vida de Vanya muda completamente. Ao ver que a mãe de um ex-órfão, que fora adotado, apareceu no orfanato querendo ter seu filho de volta, o menino acredita que isso também pode acontecer com ele. Mesmo com seus amigos sendo contra a decisão do garoto, por acreditarem que ele pode ter uma ótima vida na Itália, Vanya, com a ajuda de uma adolescente, começa a aprender a ler, a fim de conseguir conhecer um pouco mais sobre seu passado e partir na tentativa de conhecer sua mãe." (Cineplayers)



É incrível o que faz o pequeno Ivan para atingir seu objetivo. Andrei Romanov tirou a idéia para o roteiro de uma notícia no jornal Komsomolskaya Pravda sobre um órfão. O menino aprendeu sozinho a ler, com o único propósito de encontrar o endereço da mãe biológica em seu arquivo. Fugiu do orfanato e foi procurá-la.

No filme, Vanya vai ser adotado ilegalmente e uma agente receberá o dinheiro, repassando uma comissão ao diretor do orfanato. Todas as crianças têm tarefas e os mais velhos, já adolescentes recolhem o dinheiro recebido pelos órfãos, dando-lhes uma pequena parcela. O sistema é aprendido e repetido. Irka, a adolescente que ensina "o italiano" a ler, vai de um caminhão a outro, provavelmente recebendo por favores sexuais. Entre os órfãos desenvolve-se uma solidariedade fraterna. Natasha faz-se de mãe, costurando suas roupas e contando histórias aos pequenos na hora de dormir.

"Italienetz" é um lindo filme, gravado no lar de crianças Lesogorsky, em São Petersburgo, perto de Vyborg, não muito longe da fronteira com a Finlândia. Mostra um retrato da Rússia provinciana, e ganhou vários prêmios no ano do seu lançamento. A maior parte das crianças realmente vive em orfanatos da região. Kolya Spiridonov interpreta Vanya com naturalidade e encanto. Sobressaiu-se logo na seleção, depois de escolhido pela participação num curta-metragem.

Direção:
Andrei Kravchuk
Roteiro: Andrei Romanov
Música: Aleksandr Knaifel
Fotografia: Aleksandr Burov
Elenco: Yuri Itskov, Mariya Kuznetsova, Dariya Lesnikova, Denis Moiseenko, Nikolai Reutov, Kolya Spiridonov, Sasha Sirotkin, Andrei Yelizarov, Vladimir Shipov, Polina Vorobieva, Olga Shuvalova.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Dançando para a Vida



Ballet Shoes (2007) 84 min (10 anos)
"Dançando para a Vida" é uma produção feita para a TV, baseada na obra de Noel Streatfeild, ambientada em Londres, na década de 30. A música da apresentação dos créditos iniciais é uma versão rápida de "The Sugar Plum Fairy", da Suite Quebra-Nozes de Tchaikovsky, uma de minhas favoritas. Já prepara o espírito para aquele clima de Natal, confraternização, crianças, surpresas e dança.
Matthew Brown é um explorador excêntrico que vive cercado de fósseis e pedras. Quando a sobrinha Sylvia, agora órfã, chega a sua casa pedindo abrigo, ele reluta, pois não tem espaço e não sabe como fazê-la feliz. Ao que a menina responde que ele não precisa se preocupar, pois, sem os pais, jamais será feliz em lugar algum. O tio a acolhe e à Nana, sua governanta, partindo pouco depois em uma longa expedição. Ao longo dos anos chegam os cartões de várias partes do mundo, intercalados por outras surpresas, mais vivas. A casa é enriquecida com a presença das órfãs Pauline, Petrova e Posy. Todas são batizadas com o estranho sobrenome "Fossil".
Para manter as meninas e a casa, Sylvia e Nana resolvem alugar quartos para hóspedes. Os vínculos que se formam entre todos transformam-nos em uma verdadeira família.
O filme começa bem, mas é terminado de forma meio abrupta, os fatos finais se atropelando um pouco...
Diretor: Sandra Goldbacher
Roteiro: Heidi Thomas, baseado na obra de Noel Streatfeild
Música: Kevin Sargent
Fotografia: Peter Breenhalgh
Elenco: Emma Watson, Victoria Wood, Richard Griffiths, Emilia Fox

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O Caçador de Pipas



The Kite Runner * *
(2007) 127 min (12 anos - agressão física, assassinato)

São Francisco, ano 2000 - Amir recebe os exemplares de seu primeiro romance. Esse fato coincide com um telefonema que lhe desperta lembranças de sua infância no Afeganistão. Em 1978, vivendo confortavelmente em Cabul com o pai, Amir tinha como grande amigo Hassan, filho de um empregado da casa. Os dois divertiam-se brincando, indo ao cinema, ou soltando pipas, que Hassan recuperava para o amigo. "Para você, mil vezes" - Assim era a fidelidade do corajoso hazara (uma etnia de origem persa, menosprezada por alguns afegãos), que apreciava as histórias inventadas por Amir. Um fato traumático separou os dois, deixando Amir culpado e o pequeno Hassan ainda leal. A invasão soviética em setembro de 1979 levou muitos afegãos ao exílio. Amir e o pai partiram para o Paquistão e de lá para a California.
"Tem um jeito de ser bom de novo Amir jan." Essa frase dita ao telefone por Rahim Khan, amigo do pai de Amir, leva o escritor adulto de volta ao Afeganistão, no momento mais perigoso da história: durante o domínio dos talibãs.
- "O talibã é tão ruim assim?" - pergunta Amir. -"É até pior. Não permitem que você seja humano. Proibiram até as pipas", responde Rahim. "A bondade desapareceu e não se pode escapar dos assassinatos. Sonho que as flores desabrocharão, a música tocará nas casas de chá e as pipas cortarão o céu de Cabul."
Desde a infância, Rahim tratara Amir com bondade, ouvia, lia seus escritos e encorajava. Encontrar pessoas bondosas em seu caminho foi a sorte do pequeno pashtun. Como escreveu Goethe: "Se levarmos em conta os homens tais como são, nós os faremos piores do que são. No entanto, se os tratarmos como se fossem o que deveriam ser, nós os levaremos aonde têm que ser levados."
Essa é uma história sobre reparação, amizade e perdão.

Diretor: Marc Forster
Roteiro: David Benioff, baseado em livro de Khaled Hosseini
Música: Alberto Iglesias
Fotografia: Roberto Schaeffer
Elenco: Khalid Abdalla, Atossa Leoni, Shaun Toub, Zekeria Ebrahimi, Homayoun Ershadi, Ahmad Khan Mahmoodzada.
Curiosidades:
* O Caçador de Pipas não pôde ser rodado no Afeganistão, onde ainda não foi lançado. As cenas foram gravadas na China, na fronteira entre os dois países. Os artistas que interpretaram os jovens Hassan, Amir, Sohrab e Omar, para sua segurança, foram levados com as famílias para os Emirados Árabes Unidos, para evitar que sofressem algum tipo de retaliação.
* O escritor Khaled Hosseini aparece rapidamente na cena final, no parque da California.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Propriedade Privada


Nue Propriété
(2006) 95 min (16 anos)

Bélgica - Essa não é uma história agradável de assistir, devido aos inúmeros desentendimentos entre os personagens que criam um núcleo familiar disfuncional. O final em aberto também pode desapontar, mas é um filme bem dirigido e interpretado, indicado para os corajosos.
Pascale é divorciada e vive numa antiga fazenda restaurada com dois filhos crescidos. O pai lhes dá dinheiro, a mãe leva à escola e, imaturos e dependentes, os gêmeos se divertem, discutem e se vêem morando na velha casa indefinidamente. Quando Pascale decide vendê-la para montar uma pousada nos Alpes com o namorado, cada um reage a sua maneira. Thierry torna-se agressivo e François quer acompanhar a mãe e ajudá-la no empreendimento. Sem saber como resolver a questão, ela se afasta temporariamente. A incomunicabilidade dos personagens parece não ter solução.

Jérémie e Yannick Renier interpretam os gêmeos e levam para a tela, de forma convincente, a intimidade e rivalidade comuns entre irmãos.

Diretor: Joachim Lafosse
Roteiro: Joachim Lafosse, François Pirot
Fotografia: Hichame Alaouie
Elenco: Isabelle Huppert, Jérémie Renier, Yannick Renier, Kris Cuppens, Patrick Descamps, Raphaëlle Lubansu.

domingo, 18 de maio de 2008

O Resgate de um Campeão


Resurrecting the Champ
(2007) 111 min (12 anos - violência e linguagem depreciativa)

"Ressuscitando o campeão" é um desses filmes em que é melhor não ver o trailer, que adianta o que não deveria. Mesmo assim, há muito o que pensar na história do jornalista esportivo em busca de uma grande história. Baseado numa história verídica, o Resgate de um Campeão narra um fato da vida do jovem repórter esportivo Erik Kernan, do Los Angeles Times Magazine. Filho de um lendário comentarista de esporte, Kernan encontra oportunidade na carreira quando salva um sem-teto e acredita que ele seja Bob Satterfield, uma lenda do boxe, que todos julgavam estar morto. Assim, surge para o ambicioso repórter a oportunidade de uma grande matéria, resgatando a história do campeão e a própria, já que seu emprego está por um fio.

Erik é minucioso, mas escreve histórias sem emoção. Fez a faculdade de qualquer jeito, enquanto a namorada empenhava-se. Casaram-se, tiveram um menino, agora com 6 anos, e separaram-se. Atualmente Joyce tem uma posição superior na revista em que trabalham. Erik visita Teddy com freqüência. Quando conversam, o pai exagera e enfeita histórias em que aparece como íntimo de esportistas famosos. Tudo faz parte do seu desejo de ser admirado pelo pequeno a quem tanto ama. Paralelamente, Erik vai aprofundando a amizade com Satterfield.

Essa é uma história que trata da verdade, de perdão, da importância do relacionamento pais e filhos.


Diretor: Rod Lurie
Roteiro: Michael Bortman e Allison Burnett, baseado em artigo de J.R. Moehringer, do Los Angeles Times Magazine
Música: Larry Groupé
Fotografia: Adam Kane
Elenco: Samuel L. Jackson, Josh Hartnett, Kathryn Morris, Alan Alda, Dakota Goyo, Peter Coyote.

PS Eu te Amo


P.S. I love You *
(2007) 126 min (16 anos)

Estados Unidos, Nova Iorque / Irlanda, Dublin - Dez anos atrás, perdida numa estrada da Irlanda, Holly encontrou o amor de sua vida. Gerry Kennedy, um charmoso músico irlandês, deixou tudo imediatamente para segui-la aos Estados Unidos, onde trabalha dirigindo limosines em Nova Iorque. O rápido casamento foi visto com ceticismo pelas duas famílias, mas o vínculo entre o casal se fortalece com o tempo. Apesar de brigas menores, seguidas de ardorosas reconciliações, vivem felizes em Manhattan, até que Gerry fica doente. Quando o inevitável acontece, a dor da esposa é imensa. A vida parece ter terminado para ela, nada mais tem sentido. No dia em que completa 30 anos, inesperadamente, recebe um bolo e uma gravação com a voz do marido. Como isso é possível? Cartas se seguem, com instruções para tirar Holly da apatia. Acompanhada pelas amigas e pela família, a jovem vai elaborando o luto, adquirindo auto-confiança e o prazer de seguir vivendo.

Só muito amor para usar os últimos momentos de vida para pensar no bem de quem fica, como Gerry fez. Talvez por isso, a emoção tenha tomado conta da pequena audiência feminina que, ocupando minha cama, assistia "P.S. Eu te Amo" grudadinha, entremeando lágrimas e sorrisos. Além do belo romance, a trilha sonora vale a pena! E as imagens da Irlanda, especialmente do campo, são tão lindas que dá vontade de embarcar imediatamente e saltar no aeroporto de Dublin.

Diretor: Richard LaGravenese
Roteiro: Richard LaGravenese e Steven Rogers, baseado no romance de Cecelia Ahern
Música: John Powell
Fotografia: Terry Stacey
Elenco: Hilary Swank, Gerald Butler, Kathy Bates, Lisa Kudrow, Gina Gershon

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Pão e Tulipas

Pane e Tulipani * *
(2000) 115 min (16 anos) Itália - Pode uma princesa virar gata borralheira? Aparentemente sim, todos os dias, quando a heroína falha em despertar a atenção do marido e da família. Foi o que aconteceu com a italiana Rosalba Maresanto Barletta. De volta de uma viagem às ruínas de Paestum, com o marido e dois filhos adolescentes, a dona-de-casa demora-se demais no banheiro da lanchonete e vê partir o ônibus da excursão. Leva tempo até que se lembrem dela. Enquanto isso, a sra. Barletta reflete. Quando chega a hora, toma uma decisão e escolhe realizar um de seus sonhos. Em vez de voltar para Pescara, segue o caminho para Veneza.

Na cidade dos canais, Rosalba percorre caminhos diferentes dos turistas. Com a imagem da Basílica de São Marcos, deslumbrante, apenas refletida numa vidraça, seu olhar se volta para os personagens que vai conhecendo, cultivando-lhes a amizade, enquanto reaprende a viver. Acolhida por Fernando, desiludido garçom islandês que recita “Orlando Furioso”, amiga da massagista Grazia, trabalhando para o florista Fermo, a discreta Cinderela balzaquiana toma gosto pela vida.

“Pão e Tulipas” é um filme sobre relacionamento humano num cenário adorável. Não foi à toa que esperei 3 dias até conseguir alugar o DVD, embora faça parte do catálogo da locadora já há alguns anos.

Curiosidade:
* Licia Maglietta realmente tocou acordeon nas cenas em que a personagem Rosalba usa o instrumento.

Subirei montes e atravessarei riachos,
e para que a caminhada seja menos tediosa,
terei pensamentos agradáveis e belos sobre o passado,
e essas lembranças suaves tornarão o áspero caminho menos grave.”
(Verso que Fernando ensina à Rosalba)

Saliro balze e traversar torrenti
E perché men l'andar fosse noioso,
i piacevoli e bei ragionamentidi
quel che fu più conferir soave
l'aspro cammin facevan parer men grave.

Diretor: Silvio Soldini
Roteiro: Doriana Leondeff, Silvio Soldini
Música: Giovanni Venosta
Fotografia: Luca Bigazzi
Elenco: Licia Maglietta, Bruno Ganz, Marina Massironi, Giuseppe Battiston, Antonio Catania, Felice Andreasi, Vitalba Andrea, Tatiana Lepore.


quarta-feira, 14 de maio de 2008

Eu sou a Lenda


I am Legend
(2007) 100 min (14 anos – agressão física, assassinato)

- “Meu Deus!
- Deus não fez isso, Ana. Nós fizemos.”
(responde o dr. Robert Neville)

Embora busquem melhorar a vida humana, algumas vezes, cientistas afoitos e autoridades imprudentes causam mais mal do que bem. Assim foi no caso da talidomida, sintetizada pela primeira vez na antiga Alemanha Oriental, na década de 1950. A substância não causou mal às ratas nos laboratórios, mas, vendida para mulheres grávidas, deu origem a milhares de bebês sem parte dos braços, sem pernas, com problemas no coração, rins e intestino.

“Eu sou a Lenda”, é uma refilmagem de “Omega Man” (1971), com Charlton Heston. No lançamento de 2007, William Smith interpreta o dr. Neville, um virologista que mora em Nova Iorque, solitário sobrevivente de uma infecção mundial, causada pelo vírus Kripper. A dra. Alice Kripper estava certa de ter encontrado a cura para o câncer, ao manipular o vírus do sarampo e vacinar humanos. Em pouco tempo, o KV matou 90% da população da Terra. Entre os que sobreviveram, 588 milhões ficaram infectados e sensíveis ao sol, transformando-se em “Caçadores das Trevas”, mutantes de metabolismo acelerado que se alimentavam dos últimos humanos saudáveis.


Na versão anterior, “Omega Man” (A Última Esperança da Terra), Dr. Robert Neville vivia em Los Angeles, único sobrevivente de uma guerra biológica. Tentando preservar sua própria humanidade, o cientista fazia questão de vestir-se com esmero para o jantar. Envergava um blazer de veludo verde, colocava música na vitrola e sentava-se numa mesa bem posta. Após o jantar, jogava xadrez, tendo como adversário imaginário uma estátua do imperador César. Esses detalhes ajudavam-no a manter o equilíbrio e a tornar o filme mais agradável.

“Eu sou a Lenda” é menos convincente e mais soturno. Neville sofre agudamente a perda da mulher e filha e conversa com manequins. Seus adversários mutantes grunhem e parecem recém saídos dos computadores de efeitos especiais.

Mas vale o lembrete: cuidado com as soluções mágicas e apressadas, apresentadas pelos pesquisadores, mídia e laboratórios de medicamentos.
O DVD traz um final alternativo no disco 2.
Diretor: Francis Lawrence
Roteiro: Mark Protosevich e Akiva Goldsman, baseado no livro de Richard Matheson e roteiro de John Williams & Joyce H. Corrington
Música: James Newton Howard
Fotografia: Andrew Lesnie
Elenco: Will Smith, Alice Braga, Dash Mihok

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Bagdad Café


Out of Rosenheim * *
(1988) 91 min

O deserto de Mojave ocupa uma área de 65.000 km2 numa região árida do sudeste da Califórnia. É cruzado por duas linhas de trem e duas estradas. Dependendo do setor, os carros são raros. Chega a ser assustador imaginar-se enguiçando naquelas paragens, enquanto emaranhados de plantas rolam, levados pela brisa quente. Serão essas plantas fantasmagóricas a brassica mobile da foto em detalhe?



Pois é em meio a essa paisagem vasta e seca que Jasmin e o marido se desentendem. Ele parte de carro e ela fica na estrada. A alemã caminha até o Bagdad Café, onde encontra a geniosa Brenda, dona do bar-hospedaria. Aos poucos, com seu jeito suave, simpatia e engenhosidade, Jasmin vai cativando os clientes, hóspedes e proprietária, ao aceitá-los cada um a sua maneira.

A personalidade cativante da rechonchuda turista da Bavária é o centro de força e luz que apazigua o ambiente e conduz a história. Como uma fada-madrinha, vai trabalhando, dando atenção, despertando o que há de melhor nos novos amigos, permitindo que desenvolvam seus dons. Logo a ordem e a magia invadem o bar de beira da estrada.

Sempre me perguntei como um homem poderia abrir mão de tal companheira. Lembrando “Shirley Valentine”, em que o marido larga a rotina e parte para a Grécia, sentindo falta da esposa - como terá se virado o sr. Münchgstettner em Rosenheim?


O Bagdad Café existe. Fica em Newberry Springs, CA, cerca de 20 milhas a leste da cidade de Barstow. Originalmente chamava-se “The Sidewinder Cafe”. Depois do sucesso do filme passou a chamar-se "Badgad Cafe". Greg, morador do Arizona, sugere nos comentários do imdb que, se você passar na Interestadual 40, lembre-se de parar e sentar na mesma mesa perto da porta em que Jasmin tomava seu café.
“Calling You” deu o Oscar de melhor canção original para Bob Telson, em 1989.

Diretor: Percy Adlon
Roteiro: Eleonore Adlon, Percy Adlon, Dietrich von Watzdorf
Música: Bob Telson
Fotografia: Bernd Heinl
Elenco: Marianne Sägebrecht, CCH Pounder, Jack Palance

domingo, 11 de maio de 2008

Mozart o Gênio da Música


Wen die Götter lieben
(1942) 111 min (Livre) preto e branco

Áustria - Batizado com o nome latino de Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, o caçula de 7 irmãos foi um menino prodígio que compôs minuetos para cravo aos 5 anos de idade. "O Gênio da Música" focaliza a vida de Mozart após a saída de Salzburgo, enfatizando sua relação com a esposa Constanza, a cunhada Luisa e a composição de suas principais obras. Além de um encontro de Mozart com Beethoven, há cenas do compositor regendo diversas de suas óperas. As músicas são executadas pela Orquestra Filarmônica de Viena. O ator Hans Holt compõe um Mozart jovial, alegre, pouco afeito à parte prática da vida, que ele não conseguia organizar. Provavelmente, seu desregramento contribuiu para um fim prematuro, aos 35 anos, deixando-nos algumas das mais belas obras musicais já compostas. Vale a pena dar uma conferida neste filme, nem que seja para comparar com o "Amadeus" de Milos Forman.
Esse filme de 1942 não é muito fácil de ser encontrado pelo nome na pesquisa do imdb. Confunde-se com uma versão de 1955, do mesmo diretor austríaco. Por isso segue o link:

Diretor: Karl Hartl
Roteiro: Edward von Borsody
Fotografia: Günther Anders
Elenco: Hans Holt, Irene von Meyendorff, Winnie Markus, Doris Hild, Paul Hörbiger.

sábado, 10 de maio de 2008

A Bússola de Ouro


The Golden Compass *
(2007) 113 min (10 anos)

Num universo paralelo, onde as almas andam ao lado das pessoas na forma de animais, a pequena órfã Lyra Belacqua vive em Jordan College, buscando aventuras nas ruas de Oxford, junto a seus amigos. Os daemons das crianças (representam a parte mais instintiva e criativa de sua alma) não estão fixados e podem se transformar em diferentes animais. O de Lyra é o simpático Pantalaimon. Stelamaria, um leopardo de pelo claro, acompanha seu tio,o valente Lord Asriel. A Universidade onde ensina prega a tolerância e a liberdade, o que desagrada o Magisterio, grupo que governa e controla tudo.

Quando a bela Lady Coulter quer levar Lyra numa viagem, o reitor entrega à menina a última Bússola de Ouro (alethiometer). Assim ela poderá aprender sobre a verdade. Sua missão será ir ao extremo norte para salvar Roger, Billy e outras crianças seqüestradas pelos Gobblers.

O filme cria suspense, mas pouco sentimento. Quando parecia que uma amizade ia se desenvolver entre Marisa Coulter e Lyra, descobrimos a verdadeira face da temível cientista. O vínculo afetivo aparece entre as crianças e cada uma com seu daemon, que compartilha suas dores. A estrelinha junto ao título vai por conta dos bons desempenhos, excelentes efeitos especiais e visual do filme.



Diretor: Chris Weitz
Roteiro: Chris Weitz, baseado no romance “Northern Lights, de Philip Pullman
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Henry Braham
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Sam Elliott, Dakota Blue Richards, Eva Green, Simon McBurney, Ben Walker, Christopher Lee, Tom Courtenay, Derek Jacobi, Charlie Rowe.

Cada um com seu Cinema


Chacun son Cinéma ou "Ce petit coup au coeur quand la lumière s'éteint et que le film commence"
(2007) 119 min (16 anos)

Para comemorar os 60 anos do Festival de Cannes, 34 cineastas famosos realizaram curtas de 3 minutos sobre a paixão pelo cinema. Um prazer fugaz. Como era de se esperar, uns são melhores que outros. O nome dos diretores aparece após a projeção do curta. Isso atrapalha um tanto a concentração para o seguinte, a não ser que sua motivação seja brincar de adivinhar "quem fez este?". O filme foi dedicado a Federico Fellini.

Na foto abaixo, Walter Salles, autor de "A 8 944 km de Cannes", com Castanha e Caju, divertidos emboladeiros pernambucanos, aparece junto de Iñarritu e Gilles Jacob, presidente do Festival de Cannes e idealizador de "Chacun son Cinéma".


Os Diretores foram convidados a realizar com total liberdade seus esquetes sobre a sala de cinema, um lugar mágico para os apaixonados por filmes. Participaram:

Direção: Theodoros Angelopoulos (Trois Minutes), Olivier Assayas (Recrudescence), Bille August (The Last Dating Show), Jane Campion (The Lady Bug), Youssef Chahine (47 Ans Après), Chen Kaige (Zhanxiou Village), Michael Cimino (No Translation Needed), Ethan Coen e Joel Coen (World Cinema), David Cronenberg (At the Suicide of the Last Jew in the World in the Last Cinema in the World), Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (Dans l'Obscurité), Manoel de Oliveira (Rencontre Unique), Raymond Depardon (Cinéma d'Eté), Atom Egoyan (Artaud Double Bill), Amos Gitai (Le Dibbouk de Haifa), Alejandro González-Iñárritu (Anna), Hou Hsiao-hsien (The Electric Princess House), Aki Kaurismäki (La Fonderie), Abbas Kiarostami (Where is My Romeo?), Takeshi Kitano (One Fine Day), Andrei Konchalovsky (Dans le Noir), Claude Lelouch (Cinéma de Boulevard), Ken Loach (Happy Ending), David Lynch (Absurda), Nanni Moretti (Diaro di uno Spettatore), Roman Polanski (Cinéma Erotique), Raoul Ruiz (Le Don), Walter Salles (A 8944 km de Cannes), Elia Suleiman (Irtebak), Gus Van Sant (First Kiss), Lars von Trier (Occupations), Wim Wenders (War in Peace), Wong Kar-Wai (I Travelled 9000 km to Give it to You) e Zhang Yimou (Regardant le Film)



"No Brasil, dois repentistas em frente a um velho cinema se perguntam como será a vida em Cannes. No Canadá, duas pessoas, em cinemas diferentes, trocam mensagens de texto a respeito dos filmes que assistem. Na China, crianças se reúnem para uma sessão no cinema local. Nos Estados Unidos, um diretor desesperado decide se suicidar diante da falta de educação dos espectadores contemporâneos. 33 curtas de 3 minutos cada. 35 diretores de renome internacional falando daquilo que os motiva e inspira a seguir freqüentando salas de cinema." (sinopse do site e-pipoca)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Herencia


Herencia *
(2001) 91 min (16 anos)

Amor e comida; é o que nos mantem vivos. Em busca de Belén Garcia, um jovem alemão chega apaixonado a Buenos Aires. Peter traz apenas uma foto 3/4 da argentina, mas não sabe seu endereço. Em busca de informação, entra num simples restaurante do subúrbio e é atingido por um prato na testa. Acorda em cima do balcão, rodeado por Olinda, dona e cozinheira do simpático estabelecimento, alguns clientes e Angel, funcionário e alvo inicial do arremeso. Sentindo-se culpada, a proprietária oferece ao jovem imigrante um prato de nhoque com molho de tomates frescos, preparado no dia.
Olinda é italiana, tem uns 60 anos, veio de Siponto depois da Segunda Guerra, atrás de uma antiga amor. A chegada de Peter desperta-lhe recordações inquietantes e leva-a a uma reavaliação da própria vida. Será hora de voltar?
Este é um filme encantador, singelo e humano, com belos desempenhos e música alegre. Garante algumas poucas lágrimas, entre sorrisos, aos mais emotivos e bons momentos a todos.

Diretor: Paula Hernández
Roteiro: Paula Hernández
Música: C.C.C./cine
Fotografia: Víctor González
Elenco: Rita Cortese, Adrián Witzke, Martín Adjemián, Julieta Diaz, Héctor Anglada.

domingo, 4 de maio de 2008

OSAMA

Osama * *
(2003) 83 min
No Afganistão, durante o regime talibã, as meninas e mulheres foram proibidas de estudar e trabalhar. Sequer podiam sair de casa sem uma companhia masculina. Música, festas e arte foram substituídas pela burca e o apedrejamento. O que fazer sem homens na família? Uma enfermeira viu o irmão ser morto na guerra contra os russos e o marido eliminado pelos extremistas. Quando o hospital em que trabalhava foi fechado, convenceu a filha de 12 anos a vestir-se como menino para exercer um ofício e ganhar algum dinheiro, para que pudessem sobreviver.

Apesar do medo, o plano funcionou até que "Osama" foi convocada pelas milícias para ser adestrada na escola dos talibãs. Aterrorizada, a menina não tinha idéia de como se comportar e temia ser desmascarada a todo momento. Há destinos piores do que a morte. A supressão da liberdade e da esperança é um deles.

Não há como ficar indiferente a essa realidade, especialmente se você é mulher e, vivendo no Ocidente, lembra que a sharia, lei islâmica, está em vigor em alguns países e submete a punições cruéis as mulheres que transgridem suas inúmeras restrições.

Esse foi o primeiro filme feito no país depois da queda do regime talibã. Todos os atores são amadores. A artista que interpreta Osama foi encontrada pelo diretor nas ruas de Kabul, quatro dias antes do início das filmagens. Marina nunca tinha ido ao cinema e não possuía TV.


Diretor: Siddiq Barmaq
Roteiro: Siddiq Barmaq
Música: Mohammad Reza Darvishi
Fotografia: Ebrahim Ghafori
Edição: Siddiq Barmaq
Elenco: Marina Golbahari, Arif Herati, Zubaida Sahar.

sábado, 3 de maio de 2008

Encantada

Enchanted * *
(2007) 107 min (Livre)


Pela voz de Julie Andrews, somos introduzidos ao reino de Andalasia. Aí, numa cabana da floresta, vive a bela e alegre Giselle, cercada por bichinhos amigáveis. Sonhando com o príncipe encantado, a donzela canta e espera. Enquanto isso, o Príncipe Edward caça ogros, incentivado por Nathaniel, fiel servo da Rainha Narissa. A madrasta do herdeiro real deseja desviar sua atenção, para impedir que o jovem se case e outra venha a ocupar o trono. Mas a paixão entre Giselle e Edward é à primeira vista e o casamento marcado para o dia seguinte. Só resta à malvada soberana ser mais agressiva: vestida de noiva, a futura princesa é empurrada num profundo poço dos desejos, para emergir no centro da cidade de Nova Iorque, onde ninguém acredita que a felicidade é para sempre.

Inocente, gentil e encantadora, Giselle vai conquistando o coração dos novaiorquinos que encontra (com exceção do mendigo inicial!). Um pout-pourri de cenas inspiradas nos desenhos animados da Disney se sucedem. Nem sempre com os mesmos resultados, considerando que a fauna da cidade é diferente da floresta. Na companhia do advogado Robert e de sua filha Morgan, Giselle vai descobrindo os encantos da realidade, enquanto espera pelo Príncipe Encantado e o Beijo do Verdadeiro Amor.

As músicas de Alan Menken, compositor favorito dos estúdios Disney, são lindas e engraçadas. A divertida ingenuidade dos heróis contrasta com as tramas da pérfida rainha. O final da história esmorece um pouco no ritmo e criatividade. Mas, como diria Mary Poppins: "Praticamente perfeito em todos os sentidos."

Diretor: Kevin Lima
Roteiro: Bill Kelly
Música: Alan Menken
Fotografia: Don Burgess
Elenco: Amy Adams, Patrick Dempsey, James Marsden, Susan Sarandon, Timothy Spall, Rachel Covey.

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Os Indomáveis



3:10 to Yuma * *
(2007) 122 min (14 anos - assassinato, agressão física, tortura)


No meio da noite, o celeiro da família Evans, no Arizona, é incendiado. Sua água já fora cortada, para forçá-los a vender a terra, valorizada pela nova estrada-de-ferro. Diante das arbitrariedades e humilhações, Dan Evans, ex-veterano que perdeu uma perna durante a Guerra Civil, teme perder agora a confiança da bela esposa Alice e dos dois filhos. O livro de cabeceira do adolescente William conta a história de um temível pistoleiro.
Ali perto o fora-da-lei Ben Wade e seu bando assaltam a diligência que leva o pagamento da Ferrovia Southern Pacific. Famoso pelos roubos bem-sucedidos, o astuto pistoleiro desperta medo e fascínio. Quando é feito prisioneiro, poucos se atrevem a compor o grupo que o levará até a cidade de Contention. Lá ele deverá ser colocado no trem de 3:10 que parte para Yuma, onde será julgado. Dan aproveita a oportunidade e aceita o desafio por algo bem mais valioso do que os US$ 200 prometidos como recompensa: a admiração de William.
Para quem aprecia ação e suspense, esse é o filme! A fotografia é linda e impecável, o elenco soberbo, em que se destaca o desempenho sutil e brilhante de Russell Crowe e Christian Bale. Gostando ou não de faroeste, essa é uma história que não dá para perder.

Diretor: James Mangold
Roteiro: Halsted Welles e Michael Brandt & Derek Haas, baseado no conto de Elmore Leonard
Música: Marco Beltrami
Fotografia: Phedon Papamichael, ASC
Edição: Michael McCusker, ACE
Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Gretchen Mol, Peter Fonda, Ben Foster, Logan Lerman, Vinessa Shaw.





quinta-feira, 1 de maio de 2008

Coisas que Perdemos pelo Caminho



Things We Lost in the Fire * *
(2007) 118 min (14 anos -agressão física, consumo de drogas)

Brian Burke sabe amar, sabe viver. Bom pai, marido, amigo e arquiteto, é um homem feliz. Uma noite, ele sai de casa para comprar sorvete para a família, e perde a vida num acontecimento imprevisto. A esposa, Audrey, e os filhos, Harper e Dory, estão com o futuro garantido, graças ao trabalho de Brian, mas para que um futuro, se a vida parece sem sentido?
Audrey sempre teve ciúmes do tempo que o marido dedicava a Jerry, colega de infância de Brian e seu confidente, apesar do vício em heroína. Neste momento difícil, é em Jerry que Audrey vai buscar ajuda. Quem mais sabe tanto sobre Brian? Mas pode um viciado ser apoio?

Toda a dor e o sofrimento possíveis estão presentes em "Coisas que Perdemos pelo Caminho". Mas também a recuperação na esperança, carinho e amizade. Assim vivemos enquanto coisas boas e desagradáveis se sucedem. Por que nos agarrarmos ao que há de ruim? Mantendo a esperança, contando com o tempo, um outro desfecho feliz é possível. E cinema feito desta maneira, respeitando o ritmo da vida, também cura a nós, espectadores, libertando-nos de algumas emoções sofridas.
Apreciei muitas coisas nesse filme: o desempenho de Halle Barry e Benício del Toro, a linda fotografia, as reuniões dos narcóticos anônimos, que são a redenção de milhares de pessoas pelo mundo, a generosidade de vários personagens, capazes de se interessar e dedicar aos outros, a entrevista com a diretora Susanne Bier, nos extras do DVD. Os filmes feitos por mulheres são permeados de sentimento, algumas vezes paradoxais, conflitantes, como aparecem nos roteiros mais elaborados. Confesso que, nessa primeira vez, não prestei atenção à trilha sonora, pois a história me prendeu demais. Se você reparar na música, deixe o comentário abaixo.

Diretor: Susanne Bier
Roteiro: Allan Loeb
Música: Johan Söderqvist
Fotografia: Tom Stern
Elenco: Benicio Del Toro, Halle Berry, David Duchovny, Alexis Llewellyn, Alison Lohman.

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