Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Os Suspeitos

The Usual Suspects *
(1995) 106 min (16 anos)



"O maior truque do Diabo foi convencer os homens de que ele não existia."

EUA, California - Meia noite e meia, no porto de San Pedro um navio pega fogo. A polícia encontra 27 corpos espalhados na área; uma testemunha é levada para a delegacia, enquanto um sobrevivente é encaminhado ao hospital. Quem foi o responsável? Por que? O policial encarregado, Dave Kujan, interroga Roger "Verbal" Kint, um criminoso de pouca importância, que manca de uma perna mas é ágil com a língua. "Verbal" responsabiliza o temido turco Keyser Soze, misterioso e cruel gângster que intimida até os bandidos mais empedernidos.

O mês de Abril foi fraco em lançamentos nas locadoras. Boa oportunidade para lembrar de alguns filmes mais antigos. O roteiro de "Os Suspeitos" é um tanto confuso, mas o filme prende a atenção e tem um desenlace que vale a pena.

Curiosidade:

* O roteirista Christopher McQuarrie inspirou-se num assassino real para criar o personagem de Keyser Soze. John List matou a família e desapareceu por 17 anos.

Diretor: Bryan Singer
Roteiro: Christopher McQuarrie
Música: John Ottman
Fotografia: Newton Thomas Sigel
Elenco: Stephen Baldwin, Gabriel Byrne, Benicio Del Toro, Kevin Pollak, Kevin Spacey, Chazz Palminteri, Giancarlo Sposito, Pete Postlethwaite, Dan Hedaya, Smadar Hanson

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Los Angeles, Cidade Proibida

L.A. Confidential * * *
(1997) 138 min (16 anos)



EUA, anos 50 - A prisão de Mickey Cohen, chefe do crime organizado, deixa um vácuo na liderança do submundo. Membros do grupo de Cohen começam a ser eliminados. O milionário Pierce Patchett coordena em Los Angeles uma rede de prostitutas de luxo que se parecem com artistas de cinema. Uma família de imigrantes africanos ilegais é assassinada, incluindo duas crianças. No começo do ano há um massacre numa lanchonete. São inúmeras as histórias sinistras desta bela cidade.

Três policiais com estilos diferentes se envolvem nas investigações: O ambicioso Ed Exley é inteligente, filho de policial, apresenta uma ficha impecável. Bud White tem bom coração, mas obedece sem questionar as ordens do chefe. O elegante Jack Vincennes gosta de aparecer nos jornais, é bem relacionado em Hollywood e mantem uma parceria com o editor do tablóide de fofocas Hush-hush. Ambição, violência, corrupção e romance se misturam na trama desta obra-prima do diretor Curtis Hanson.

Os personagens são bem construídos e é primorosa a recriação de Los Angeles nos anos 50. O filme levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e Kim Basinger o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante. Ela está linda e misteriosa como nunca. "Los Angeles, Cidade Proibida", passados 13 anos do seu lançamento, permanece como um dos favoritos dos eleitores do site especializado em cinema IMDB: ocupa o 62º lugar entre os 250 primeiros, com a nota 8,4.

Curiosidades:
* Alguns eventos do filme são baseados em fatos reais: A cena do Natal sangrento em que policiais bêbados batem em prisioneiros hispânicos, suspeitos de espancarem dois policiais uniformizados. A prisão do gângster Mickey Cohen realmente deslanchou uma guerra de gangues pelo controle dos negócios ilícitos. Bandidos forasteiros eram espancados e ameaçados de morte por valentões da polícia, caso voltassem à cidade. Lana Turner namorou o gângster Johnny Stompanato. Mais tarde, a filha da atriz matou Stompanato, ao surpreendê-lo batendo em sua mãe.

Diretor: Curtis Hanson
Roteiro: Brian Helgeland & Curtis Hanson, basedo no romance "L.A. Confidential" de James Ellroy
Música: Jerry Goldsmith
Fotografia: Dante Spinotti
Elenco: Kevin Spacey, Russell Crowe, Guy Pearce, Kim Basinger, James Cromwell, David Straithairn, Danny DeVito

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Como Eu Festejei o Fim do Mundo

Cum mi-am petrecut sfarsitul lumii
The Way I Spent the End of the World
(2006) 101 minutos (14 anos)



Romênia - "A Queda do Muro de Berlim, em 1989, provocou um efeito dominó na derrubada de todos os regimes comunistas do leste Europeu. O único seguido de linchamento do ditador foi a Romênia. (...) A trama do filme se situa alguns meses antes da queda de Nicolae Ceausescu, e segue os passos de uma família, com especial atenção aos dois irmãos: Eva, adolescente rebelde de 17 anos, e Lalalilu, de 7. A idéia é enfatizar como a opressiva atmosfera política marca a vida cotidiana." (Decine21)

Eva Matei namora o colega de escola Alex, filho de um policial ligado ao partido comunista. O casal está junto numa sala do colégio, quando o namorado dá um golpe e quebra um busto do ditador romeno. Os dois saem correndo, mas são vistos. Eva é expulsa, enviada para uma escola técnica, enquanto a influência do pai de Alex evita consequências desagradáveis para o rapaz. Na nova escola, Eva conhece um jovem estranho, filho de dissidentes, que pretende escapar do país, atravessando a nado as águas geladas do Danúbio. Para evitar que a irmã também fuja, o pequeno Lalalilu resolve matar Ceausescu, com a ajuda de seus colegas.

O filme de Catalin Mitulescu é diferente, mas, talvez por isso, interessante. A música é boa, a língua atrai, assim como a simpatia dos irmãos Eva e Lalalilu. Sua naturalidade e carisma compensam um roteiro confuso. Sobra a certeza de que a vida torna-se insuportável durante regimes autoritários. O diretor romeno tinha a idade de Eva durante a ditadura comunista no período de Nicolae Ceausescu.

Diretor: Catalin Mitulescu
Roteiro: Catalin Mitulescu, Andreea Valean
Música: Alexander Balanescu
Fotografia: Marius Panduru
Elenco: Doroteea Petre, Timotei Duma, Ionut Becheru, Mircea Diaconu, Marius Stan, Grigore Gonta, Marian Stoica, Cristian Vararu, Carmen Ungureanu

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Avatar

Avatar * * *
(2009) 161 min (12 anos)



Ano 2154 - Jake Sully é um veterano de guerra paraplégico. Sua aposentadoria não é suficiente para pagar uma cirurgia que lhe devolva os movimentos. No hospital em que está internado, é oferecida ao fuzileiro naval uma oportunidade de voltar a andar. Para isso será preciso substituir seu irmão gêmeo Tom, assassinado uma semana antes de viajar. O cientista fôra contratado pela companhia RDA para trabalhar num planeta alguns anos luz distante da Terra. Habitada pelos Na'vi, longilíneos humanóides de pele azul e olhos amarelos, Pandora possui Unobtanium em abundância, um mineral que pode resolver a crise de energia dos terráqueos. Mas os Na'vis são ágeis, fortes e usam flechas com uma neurotoxina que paralisa o coração num minuto.

A missão de Jake será controlar remotamente um Avatar, corpo híbrido de humano e Na'vi, para fazer contato com os nativos de Pandora e ganhar sua confiança. Enquanto isso, o detestável chefe da segurança, coronel Miles Quaritch, e seu grupo de mercenários, aguarda o momento de dominar o planeta, custe o que custar.

Além de divertido, "Avatar" é um espetáculo visual delirante, especialmente na versão tridimensional. James Cameron soube usar os mais modernos recursos de computação gráfica para criar cenas de grande beleza e emoção. Pandora parece o paraíso. Na TV perde-se algo do impacto, da imersão na tela grande do cinema, mas ganha-se o controle sobre a imagem, sendo possível pausar para observar melhor os detalhes. A mensagem do filme permanece: pacifista, de respeito a outras culturas e ao meio-ambiente. Só sobreviveremos como espécie se preservarmos a natureza e os ensinamentos de nossos antepassados. Mais "verde" impossível. Não é à toa que o diretor e roteirista James Cameron veio protestar contra a usina hidrelétrica de Belo Monte.

Curiosidades:
* Os Na'vi têm 4 dedos e não possuem sobrancelhas. Os Avatars têm sobrancelhas, peito e braços mais largos e 5 dedos nas mãos e nos pés.

* O linguista Paul R. Frommer criou 1000 palavras para a língua Na'vi. James Cameron queria que a linguagem fosse fácil de pronunciar, mas que não se parecesse com nenhuma das línguas humanas.

* "Avatar" em sânscrito significa encarnação.

* O filme tem 40 % de ação ao vivo e 60% de computação gráfica.

* Filmado no Havaí (floresta tropical), Califórnia e Nova Zelândia.

* O inglês Sam Worthington disse que foi mais fácil aprender a língua Na'vi do que a pronúncia americana.



Diretor: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Música: Jamer Horner
Fotografia: Mauro Fiore
Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Stephen Lang, Giovanni Ribisi, CCH Pounder, Joel Moore, Wes Studi, Laz Alonso

Assalto ao Carro Blindado

Armored
(2009) 88 min (16 anos)



EUA - Ty Hackett acorda, olha o relógio: 5:14. O despertador toca, ele levanta, bate na porta do quarto do irmão adolescente, que reclama "Você não é meu pai!". Mike Cochrane se olha no espelho com cara de poucos amigos, sai de carro para apanhar Ty. Batem o ponto no escritório. Do lado de fora, Baines lava o carro blindado. Já no vestiário, experimenta uma arma nova, enquanto todos conversam e brincam entre si. É o começo de um dia comum para os guardas da Eagle Shield Security. Na reunião com o chefe são avisados que, a partir da próxima semana, os carros serão equipados com equipamento de GPS, é a modernidade chegando. E os seguranças saem nos blindados para recolher o dinheiro dos bancos.

Ty é um marine condecorado, responsável pelo irmão menor desde que os pais faleceram. Está com dificuldade de pagar a hipoteca de duas casas. Solicita turnos extras, mas é desiludido pelo chefe, pois não há trabalho suficiente para todos. Sentindo o peso do mundo sobre suas costas, não vê saída para o problema. A vida não para, e mais algumas surpresas perturbadoras estão se armando nesse dia.

A capa de "Assalto ao Carro Blindado" é semelhante a muitas outras e não atrai. Mas alguns rostos de artistas conhecidos se destacam entre os homens perfilados de jaqueta azul e conferem alguma credibilidade ao filme. Jean Rennó, Matt Dillon e Laurence Fishburne não costumam se meter em projetos totalmente destituídos de valor. Resolvi arriscar, apesar da nota medíocre no IMDB (5,6).

O diretor Nimród Antal cita certo cineasta francês que explicava sua fixação em filmar assaltos a bancos. "Não tenho coragem para roubar um banco, então prefiro fazer um filme sobre isso." Carros blindados costumam atrair a atenção. Não é só a visão dos guardas fortemente armados. A quantidade de dinheiro transportada deixa sonhando algumas pessoas, especialmente se estiverem em restrições econômicas. E quem não sofre esse tipo de dificuldade?

Bancos não são as intituições mais queridas da sociedade. Cobram taxas e juros altos, pagam juros pequenos, perseguem clientes e não clientes com telemarketing, noite e dia. Se não fosse o 7º mandamento, talvez ficasse tentada por um plano jeitoso. ;-) Mas também sei que, depois de um primeiro passo na direção errada, as consequências negativas vêm de roldão. Diante do imponderável não existem garantias de planos perfeitos. Não há dinheiro que pague uma consciência em paz.

Deixando de lado divagações marotas, "Assalto ao Carro Blindado" vai num crescendo de suspense e prende a atenção, sobretudo depois dos 40 minutos de filme. O elenco está ótimo e as perseguições de carro acontecem na justa medida. Da próxima vez que vir o nome de Nimród Antal como diretor, vou levar o filme com mais confiança.

Curiosidade:
* A única mulher que aparece no filme fica menos de 4 minutos na tela.

* Parte das filmagens foi feita na California Steel Industries

Diretor: Nimród Antal
Roteiro: James V. Simpson
Música: John Murphy
Fotografia: Andrzej Sekula
Elenco: Columbus Short, Jean Rennó, Matt Dillon, Laurence Fishburne, Andre Jamal Kinney, Amaury Nolasco, Skeet Ulrich, Milo Ventimiglia

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Kamchatka

Kamchatka * *
(2002) 103 min (Livre)



Argentina, Buenos Aires, 1976 - O que é uma família feliz? A família de David Vincent é feliz. Faltam-lhes supérfluos, mas possuem a alegria do convívio harmonioso e confortável de pessoas que têm intimidade e se respeitam. A mãe trabalha no laboratório da universidade e o pai é advogado de presos políticos. Quando o escritório é invadido pela polícia e seu sócio é levado, David parte com a mulher e os 2 filhos. Deixam a casa, escola, roupas, livros e brinquedos, despindo-se de seus nomes verdadeiros e vão para o "retiro", um sítio emprestado por amigos de alguns amigos. O que poderia ser vivido como tragédia, é aceito com naturalidade. Os meninos são instruídos a cada passo a não usar o telefone, a decorar as novas identidades e estar prontos para uma fuga.

David Vincent é o nome do arquiteto da série americana "Os Invasores" (The Invaders), sempre viajando para alertar os terráqueos, pois é o único a saber sobre o grupo de alienígenas que pretende dominar o planeta. Os extra-terrestres eram despidos de emoção e tinham o dedo mindinho rígido. O programa fez sucesso na temporada de 1967-1968.

A história de Kamchata é vista pelos olhos do filho de 10 anos, que adota o nome de Harry, em homenagem a Houdini, o escapista húngaro dos desafios incomparáveis e espetaculares. Junto com o pai, ele joga TEG, um jogo semelhante ao WAR, da Grow. O objetivo é dominar os 50 territórios do mapa terrestre no tabuleiro. Daí vem o nome do filme. Quando David fica encurralado na península russa de Kamchatka, Harry, dominando o resto do mundo, acha que chegou sua oportunidade de vencer o pai nos dados. Mas Kamchatka é um lugar onde a alma se refugia quando tudo mais lhe é hostil. E assim se refaz, esperando melhores tempos.

Num momento especialmente feliz, a família dança ao som de "Calhambeque", de Erasmo Carlos, interpretado por Caetano Veloso. Atenção para a belíssima canção dos créditos finais, "Palabras para Julia", na voz de Liliana Herrero. A letra também é linda, tirada de um poema de José Agustín Goytisolo, música de Paco Ibañez. Se o filme não for mais encontrado na locadora Moviola, em Laranjeiras, só procurando na Amazon. No momento há três exemplares usados por 125,00 dólares, cada um. Espero que ainda dê para fazer download em algum site.


a incrível beleza natural de Kamchatka

Diretor:
Marcelo Piñeyro
Roteiro: Marcelo Figueras, Marcelo Piñeyro
Música: Bingen Medizábal
Fotografia: Alfredo F. Mayo

Elenco: Ricado Darín, Cecilia Roth, Fernando Mistral, Tomás Fonzi, Matías Del Pozo, Hector Altério.
Distribuidora: Versatil Home Video



"PALABRAS PARA JULIA" (lyrics)
Tú no puedes volver atrás, porque la vida ya te empuja como un aullido interminable, interminable.
Te sentirás acorralada, te sentirás perdida y sola, tal vez querrás no haber nacido, no haber nacido.

Pero tu siempre acuérdate de lo que un día yo escribí pensando en ti, pensando en ti, como ahora pienso.
La vida es bella, ya verás como a pesar de los pesares tendrás amigos, tendrás amor, tendrás amigos...

Un hombre solo, una mujer así tomados, de uno en uno son como polvo, no son nada, no son nada.

Entonces siempre acuérdate de lo que un día yo escribí pensando en ti, pensando en ti, como ahora pienso.

Otros esperan que resistas, que les ayude tu alegría ,
que les ayude tu canción entre sus canciones.
Nunca te entregues ni te apartes junto al camino, nunca digas no puedo más y aquí me quedo, y aquí me quedo.

Entonces siempre acuérdate, de lo que un día yo escribí pensando en ti, pensando en ti,
como ahora pienso.
La vida es bella, ya verás como a pesar de los pesares tendrás amigos, tendrás amor, tendrás amigos...

No sé decirte nada más pero tú debes comprender que yo aún estoy en el camino, en el camino...

Pero tu siempre acuérdate de lo que un día yo te escribí pensando en ti, pensando en ti, como ahora pienso.

https://www.youtube.com/watch?v=KIKFLPn7rKI

terça-feira, 13 de abril de 2010

Coco Chanel

Coco Chanel * *
(2008) 200 min (14 anos) Minissérie feita para TV



França - "Conheça a trajetória de Coco Chanel: a infância humilde, o primeiro emprego, seus romances, incluindo o grande amor de sua vida - o milionário inglês Arthur Boyle - e o sucesso triunfante como estilista de alta costura. Indicada ao Globo de Ouro e ao Emmy, Coco Chanel é uma minissérie imperdível sobre uma mulher simplesmente fascinante." (capa do DVD)

Sem desmerecer o filme de Anne Fontaine (Coco antes de Chanel), mas foi a minissérie dirigida pelo canadense Christian Duguay, que me fez compreender melhor a personalidade da francesa que liberou as mulheres dos espartilhos. Nesta versão de 2008, Gabrielle Chanel surge mais humana, feminina, ainda prática, lutadora, inteligente e forte. Suas criações nascem naturalmente das dificuldades que precisou superar. Coco vestiu a mulher moderna, que precisava de roupas confortáveis e elegantes para subir num transporte público e trabalhar em lojas ou escritórios.

Os filmes valem também pelos sentimentos que nos despertam. E esse me fez pensar! Teria Chanel a mesma trajetória se estivesse casada com filhos? Cada vez mais conquistamos espaço no mundo corporativo e nas universidades. Isso exige empenho, criatividade, não mero trabalho braçal. Sempre fomos responsáveis e dedicadas, mas a maior parte das grandes criações na arte e na ciência pertencem aos homens. Lembrei-me da paixão com que mergulhei nas obras de Freud, no deslumbramento ao descobrir a psicóloga americana Virginia Satir, na felicidade que sentia ao passear pelo campus arborizado da PUC e reunir-me com as amigas no "Bar das Freiras", no andar térreo do prédio Cardeal Leme. E como tudo isso esvaiu-se para o segundo plano, assim que vi o rostinho lindo de minha primeira filha!

Creio que o amor será sempre nossa prioridade, mas isso não precisa impedir a expressão em outras áreas da vida. Quanto mais os homens dividirem as tarefas domésticas, melhor as mulheres poderão desenvolver sua criatividade no trabalho. Jane Austen era solteira, assim como as irmãs Brontë, quando escreveram seus livros. Cecília Meirelles e Clarice Lispector casaram-se e tiveram filhos. Podemos ter tudo, como provou J.C. Wyatt, personagem de Diane Keaton em Baby Boom (Presente de Grego). Tornou-se cada vez mais agradável ser mulher!

Antes que me esqueça, a produção é muito bem cuidada, Shirley MacLaine e Barbara Bobulova estão ótimas como Gabrielle idosa e jovem, e claro, recomendo vivamente "Coco Chanel".



Diretor:
Christian Duguay
Roteiro: James Carrington, Carla Giulia Casalini, Enrico Medioli, Lea Tafuri
Música: Andrea Guerra
Fotografia: Fabrizio Lucci
Elenco: Shirley MacLaine, Barbora Bobulova, Valentina Lodovini, Olivier Sitruk, Sagamore Stévenin, Francesca Cavallin, Marine Delterme, Malcolm McDowell, Valentina Carmelutti

domingo, 11 de abril de 2010

Escrito nas Estrelas

Serendipity
(2001) 91 min (12 anos)



EUA, Nova Iorque - Jonathan Trager e a inglesa Sara Thomas ainda não se conhecem. Os dois saem para fazer compras na véspera do Natal e se encontram por acaso num departamento do Bloomingdale's, onde disputam o último par de luvas pretas. Em poucos segundos estabelecem certa cumplicidade, sentem-se atraídos um pelo outro, vão tomar um Frozen Hot Chocolate e conversar no restaurante "Serendipity 3" (palavra que significa uma feliz descoberta acidental). Passam juntos bons momentos. Quando chega a hora da despedida, Sara reluta em se identificar. Jonathan consegue convencê-la, mas uma rajada de vento leva o papel com as informações. Sara pensa que não é mera coincidência, já que está comprometida, e resolve testar o destino.

Escreve o telefone de Jon no verso de uma nota de US$ 5 e gasta no jornaleiro. Se voltar às suas mãos ligará para o rapaz. Posteriormente, venderá num sebo o romance que está lendo: "Amor nos Tempos do Cólera". Na primeira página do livro registrará seu nome completo e telefone atual. Isso obrigará Jonathan a pesquisar em todos os sebos da cidade. E se despedem.

Anos depois, em cidades diferentes, os dois estão prestes a se casar, mas não conseguem esquecer aquele encontro mágico no período do Natal. Eles se buscam, seus passos se cruzam algumas vezes, mas, por um triz, continuam se perdendo. Seu destino estará escrito nas estrelas?

Mais do que nunca estou na fase de favorecer filmes leves, que não perturbem o repouso noturno. Na falta de outro mais novo, voltei-me para esse antiguinho promissor, talhado como as comédias românticas clássicas. Mas não posso dizer que tenha descansado assistindo "Escrito nas Estrelas". Tantos desencontros podem te deixar tensa. Não consegui o relaxamento que esperava me induzisse ao sono. Afinal esse não era apenas mais um "água com açúcar"? Contudo não posso me queixar, o casal protagonista é competente e simpático, o elenco de apoio é engraçado, e a lição de astronomia nas sardas de Sara foi uma idéia encantadora. De sobra, ainda há o passeio por Nova Iorque: Bloomingdale's, Hotel Waldorf Astoria, o ringue de patinação no gelo do Central Park, está tudo lá.

Diretor: Peter Chelsom
Roteiro: Marc Klein
Música: Alan Silvestri
Fotografia: John de Boorman
Elenco: John Cusack, Kate Beckinsale, Jeremy Piven, Eugene Levy, John Corbett, Molly Shannon, Bridget Moynahan

sábado, 10 de abril de 2010

Chéri

Chéri * *
(2009) 92 min (14 anos)



"Não acha que agora que a pele é menos firme, ela retém melhor o perfume?"

França - "Perto do fim do século 19, no que veio a ser conhecida na França como a "Belle Époque", algumas cortesãs tornaram-se, por um curto período, as mulheres mais famosas e poderosas da longa história da prostituição." Relacionando-se com reis, duques ou milionários sem título, acumularam um vasto patrimônio que lhes permitiu aposentar-se para viver com mais do que apenas conforto. Entre as mais habilidosas, Charlotte Péloux preocupa-se com o mimado filho único Freddie, ou Chéri, como é mais conhecido. Aos 19 anos, já entediado por uma vida dissipada, é dirigido pela astuciosa mãe aos braços de Léa Lanval, sua ex-rival e colega de profissão. Esbelta, linda, loura e elegante, apesar de estar chegando à casa dos 50, Léa considera dedicar alguns meses ao jovem, que a chama carinhosamente de "dindinha" (nounou?). O acerto dura 6 anos, bem mais do que o previsto por todos, até o dia em que Léa é convocada para mais um almoço na mansão da sra. Péloux. A ex-cortesã maquina uma nova trama.

Numa cultura que abomina a pedofilia, mas aceita o sexo sem amor, tal enredo soará chocante? Os elegantes livros de Colette costumam tratar de personagens que usam seus encantos para ascender socialmente. Tendo lido "Chéri" há algumas décadas, dele minha memória só registrou que era bem escrito e que não desejava voltar a lê-lo. Contudo um filme é outra experiência, especialmente se a história for dirigida por Stephen Frears. Apressei-me a alugar o dvd, com o coração palpitando de antecipação, ante mais uma obra do talentoso diretor inglês.

O filme não é uma unanimidade entre os 2.716 eleitores do site imdb que lhe deram média 6,2. Meus próprios filhos custaram a entrar no clima e gargalharam ao descobrir que Chéri era homem e não Michelle Pfeiffer, como parecia indicar a capa. Mas cada cabeça, uma sentença. Fui hipnotizada pela música de Alexandre Desplat, pela direção artística de primeira, com cenários e vestidos magníficos, um ótimo roteiro e elenco brilhante. Como continua bonita Michelle Pfeiffer, na época com 50 anos! Como outras obras de Frears, eis um filme que verei de novo.



Diretor: Stephen Frears
Roteiro: Christopher Hampton, baseado nos livros de Colette
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Darius Khondji
Elenco: Michelle Pfeiffer, Rupert Friend, Kathy Bates, Iben Hjejle, Frances Tomelty, Felicity Jones, Tom Burke, Hubert Tellegen, Joe Sheridan
Narrador: Stephen Frears

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Amor não tira Férias

The Holiday * *
(2006) 136 min (10 anos)



"Quando sopra o Santa Ana pode acontecer qualquer coisa"

EUA, Inglaterra - Quais as alternativas possíveis para duas jovem feridas por amores falsos, bem na época do Natal? Amanda e Iris escolheram trocar de casa e cidade durante as comemorações do final de ano. A inglesa Iris Simpkins escreve uma coluna sobre casamento para um jornal de Surrey, onde trabalha seu ex-namorado egoísta. Amanda Woods tem uma firma de edição de trailers para o cinema, e mora numa bem-equipada mansão em Los Angeles. Através de um site de intercâmbio de casas, a americana se muda para Rosehill Cottage, o charmoso chalé de Iris, que se delicia com os confortos modernos da ensolarada residência californiana.

Depois de tanta chuva e sofrimento replicados à exaustão em noticiários da TV, "O Amor não tira Férias" foi a distração perfeita para afastar, momentaneamente, a preocupação com a queda de encostas e alagamento de casas e ruas. Elenco ótimo, sobretudo Cameron Diaz e seus competentes colegas britânicos, Kate Winslet e Jude Law, atraente criação de cenários, boa música, tornam o filme de Nancy Meyers uma experiência confortante que se deseja repetir.

Um destaque interessante é a figura de Arthur Abbott, um roteirista aposentado vivido por Eli Wallach, que apresenta a gentil Iris a fortes personagens femininas do cinema americano das décadas de 30 e 40 (vividas por Irene Dunne, Rosalind Russel e Barbara Stanwyck). Era bem o que a jornalista precisava para dar nova direção a sua vida.

Curiosidades (imdb):
* O filme foi escrito tendo em mente os artistas Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law e Jack Black.

* Dustin Hoffman explicou que sua presença não foi planejada. Por acaso, ele estava passando de carro perto da videolocadora Blockbuster mostrada no filme, quando viu as câmeras e equipamentos de filmagem. Decidiu parar e ver o que estava acontecendo. Como conhecia a diretora Nancy Meyers, os dois criaram uma cena que acabou ficando na edição final. Uma coincidência feliz.


Diretora Nancy Meyers e uma poderosa filmadora Panavision

Diretora: Nancy Meyers
Roteiro: Nancy Meyers
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Dean Cundey
Elenco: Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law, Jack Black, Eli Wallach, Miffy Englefield, Emma Pritchard, Edward Burns, Rufus Sewell, John Krasinski, Shannyn Sossamon, Dustin Hoffman, numa ponta (uma "cameo appearance"), como ele mesmo.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Caro Sr. Horten

O'Horten *
(2007) 90 min (14 anos)



Noruega - Odd Horten é um confiável e experiente condutor de trem, que percorre todo dia o mesmo trajeto até Bergen. Prestes a se aposentar aos 67 anos, 40 deles passados na ferrovia, o tímido Odd é homenageado pelos colegas com um jantar em Oslo e uma locomotiva de prata. No restaurante Valkyrien, ele costuma sentar-se à mesa sozinho com seu cachimbo. Em casa, apenas o passarinho azul na gaiola de madeira o aguarda. Horten leva tulipas e uvas à sorridente mãe idosa, mas ela não precisa dele. Aquela que, na juventude, foi hábil saltadora de esqui, parece já estar em outro mundo, contemplando eternamente a paisagem através da janela do quarto.

Na última viagem de Odd, sua rotina é comprometida por um atraso
e o solitário maquinista precisa considerar a vida que tem pela frente. Terá ele a audácia necessária para libertar-se de sua própria gaiola e tentar novas oportunidades? "Caro Sr. Horten" foi o candidato norueguês ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Como em outros filmes de
Bent Hamer, os temas são velhice, solidão e a coragem de se arriscar, embalados numa bela fotografia e naquele ritmo lento, econômico nas palavras, tão característicos do cinema escandinavo.


Diretor:
Bent Hamer
Roteiro: Bent Hamer
Música: John Erk Kaada
Fotografia: John
Christian Rosenlund
Elenco: Baard Owe, Espen Skjønberg, Ghita Nørby, Henny Moan, Bjørn Floberg, Kai Remlow, Per Jansen, Bjarte Hjelmeland, Tone Stern Bergersen, Peter Bredal, Einar Breian, Dag Brekke

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Paixão de Cristo

The Passion of the Christ * * *
(2004) 120min (14 anos)

O filme relata as últimas horas da vida de Jesus, desde a oração no Horto das Oliveiras, até Sua morte. A história é bem conhecida no mundo todo.

As reproduções de imagens da crucificação de Jesus, seja em quadros ou filmes anteriores à Paixão de Cristo de Mel Gibson, mostram um corpo limpo, que parece ter saído de uma conversa com amigos direto para a cruz. A ênfase dada por Mel Gibson na flagelação e no sofrimento é para nos acordar mesmo, para ser coerente com o relato dos Evangelhos. 

Aos poucos, bem devagar, vamos nos civilizando. Mas, há 2000 anos, o fla-flu dos romanos era ver cristão ser devorado pelas feras… Vlad Dracul gostava de empalar seus prisioneiros. Mesmo no século XXI, acontece de utilizamos da violência para eliminar os inimigos, através de guerras, atentados, pena de morte. Lutas de box ainda são a idéia de divertimento de milhares de espectadores.

Apesar das cenas fortíssimas, na flagelação e na cruz, o relato termina na alegria da Ressurreição. Isso faz diferença, é a esperança depois da dor.

Esperava que Mel Gibson usasse os lucros para filmar “A Vida de Jesus”. Acho que, depois da Paixão, todos os outros filmes religiosos envelheceram. Ouvir as pessoas se comunicarem em latim, hebreu e aramaico, a língua falada por Jesus e seus contemporâneos, acrescentou indiscutível realidade e força ao espetáculo. A tarefa de adquirir esta autenticidade linguística coube ao Reverendo William Fulco, padre jesuíta e professor de Estudos Mediterâneos Antigos na Universidade de Loyola Marymount, em Los Angeles. Fulco ensinou aramaico na Universidade de Yale, onde fez seu doutorado. O uso da diversidade lingüística reflete a variedade de línguas na Palestina ao tempo de Jesus. Um crítico lamentou a ausência do grego, geralmente falado ao tempo de Cristo. Teria sido ainda melhor!

Curiosidades:
* Jim Caviezel foi chicoteado acidentalmente 2 vezes, ficando com uma cicatriz nas costas. Um raio atingiu-o, durante o Sermão da Montanha e sofreu hipotermia na crucificação. A cruz, de 70 kgs, caiu sobre suas costas, desencaixando o braço do ombro.

* As filmagens aconteceram no Estúdio 5 da Cinecitá e na cidade de Mattera.

* Um ano antes de interpretar o Demônio, Rosalina Celentano fez um personagem com visual muito semelhante em “The Sin Eater” ou “The Order” (Devorador de Pecados). O diretor e roteirista foi Brian Helgeland, que trabalhou junto a Mel Gibson em “Teoria da Conspiração” e “Payback”. É razoável supor que daí tenha vindo a sugestão para o casting de Rosalina.

*A idéia de emprestar voz masculina a uma figura feminina teve grande impacto na representação do anjo caído, já que anjos não têm sexo.

* Maia Morgenstern, que interpreta a mãe de Jesus, é só 6 anos mais velha que Jim Caviezel. Ela estava grávida durante as filmagens.

* Jim Caviezel usou uma prótese no nariz e lentes marrons para ocultar seus olhos azuis, para que parecesse um israelita.

* É a mão de Mel Gibson que aparece pregando Jesus na cruz.

* Todos os dias, artistas e técnicos assistiram à missa latina do rito tridentino, rezada pelo padre canadense Stephen Somerville.

* Por conta de suas experiências durante a filmagem, alguns membros da equipe converteram-se ao Catolicismo. Entre eles um ateu, que representou Judas Iscariotes.

* De acordo com o cinegrafista Caleb Deschanel, a maior parte do filme foi gravada com uma velocidade um pouco acima dos 24 quadros por segundo. Isso causou uma sensação de relativa câmara lenta em muitas cenas, o que acrescentou impacto e drama aos acontecimentos e desempenhos.

* Na descida da cruz, a longa tomada do corpo de Jesus nos braços de Maria inspirou-se na famosa estátua de Michelangelo, "La Pietá".

* "A Paixão de Cristo" foi votado como o filme mais pro-católico de todos os tempos pelos leitores da revista Faith & Family e do jornal National Catholic Register. Recebeu mais votos do que os três seguintes da lista combinados: "Noviça Rebelde", "O Homem que Não Vendeu sua Alma" e "A Canção de Bernadette". 

Diretor: Mel Gibson
Roteiro: Benedict Fitzgerald e Mel Gibson
Música: John Debney
Fotografia: Caleb Deschanel
Elenco: James Caviezel, Maia Morgenstern, Mônica Bellucci
Língua: aramaico, latim, hebreu
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