Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Capitalismo: uma História de Amor

Capitalism: a Love Story * *
(2009) 127 min (18 anos)



EUA - Michael Moore continua afiado na sua crítica e humor. O documentário inicia com um filminho da BBC sobre o Império Romano, onde são intercaladas cenas da América contemporânea. Uma América próspera, sem a competição de Alemanha e Japão. Quando a situação muda, e o sonho americano ameaça virar pesadelo, Wall Street e as grandes Corporações aliam-se aos políticos, concentrando o dinheiro nas mãos de poucos e deixando os mais vulneráveis sem casa, emprego e assistência de saúde.

Assim como mostrou, em "Sicko", as mutretas dos seguros de saúde, em "Capitalismo - uma história de amor", Michael revela tramóias dos executivos das grandes empresas. Conseguem aprovação de medidas favoráveis, concedendo financiamentos privilegiados a congressistas e juízes. Fazem seguro para os empregados, nos quais a empresa é beneficiária. Valendo-se de dificuldades nas instituições financeiras, arrancam dinheiro do governo e dão bonificações para os altos executivos, enquanto os pobres perdem suas casas e fazendas.

Um acordo entre juízes e empresa privada, levou à prisão jovens que cometeram pequenas infrações. Um deles foi preso por ter atirado um bife no padrasto! Os carcereiros decidiam se os internos seriam libertados ao final da pena ou se cumpririam uma extensão. Chocante. Imprescindível assistir aos Extras. Há um admirável pronunciamento do ex-presidente Jimmy Carter, entrevista com Michael Pollan (autor de "O Dilema do Onívoro") e depoimento de pessoas que encontraram alternativas exequíveis e mais humanas para solucionar problemas de moradia.

A ganância precisa sair de moda, e ser substituída pelo capitalismo responsável, que respeita o consumidor, trata o empregado como parceiro e protege o meio ambiente. Essa visão dá lucro! Para ser verdadeiramente uma democracia, um país precisa facilitar a vida dos pequenos e médios empreendedores, que são os que mais criam empregos, além de proteger os cidadãos mais frágeis. Saúde, educação de qualidade, moradia e segurança para todos!

Diretor: Michael Moore
Roteiro: Michael Moore
Música: Jeff Gibbs
Fotografia: Daniel Marracino, Jayme Roy
Aparecem no documentário: Franklin Delano Roosevelt, Michael Moore, Ronald Reagan, Joseph Stalin, Jimmy Carter, Elijah Cummings, John McCain, Sarah Palin, Barack Obama, George W. Bush, Arnold Schwarzenegger, Bill Clinton, Bela Lugosi, Martin Luther King

terça-feira, 29 de junho de 2010

O Lobisomem

The Wolfman
(2010) 119 min (18 anos)



Inglaterra, 1891 - Gwen Conliffe escreve para o ator Lawrence Talbot, contando que seu irmão Ben, de quem estava noiva, desapareceu. Relutante a princípio, Lawrence abandona a turnê e retorna à propriedade do pai, na enevoada Blackmoor. Na mansão moram o estranho Sir John Talbot e seu empregado indiano Singh. Mortes violentas estão acontecendo na região e não se consegue identificar o sanguinário predador. O corpo de Ben é logo encontrado. Reunidos na taverna, os homens do povoado suspeitam do urso, que pertence ao grupo de ciganos acampados perto da floresta. Mas a verdade é bem mais sinistra, como Lawrence haverá de perceber. O inspetor Abberline da Scotland Yard chega de Londres para comandar a investigação.

Dificilmente quem não aprecia filmes de terror há de alugar "O Lobisomem". Contudo, mesmo esses valentes devem ter estômago forte para suportar tantas cenas de 'arranca pedaços e vísceras'. Detesto sanguinolência, mas a atmosfera assombrada, a música poderosa de Danny Elfman e o desempenho de Benício del Toro compensaram o sacrifício. Já Emily Blunt está correta como sempre, mas menos bonita do que sua jovem rainha Vitoria.

Curiosidades:
* O filme começa com o logotipo da Warner que foi usado na década de 40, quando George Waggner dirigiu a primeira versão dessa história.

* O inspector Abberline é uma ficcionalização de uma pessoa real. Ele foi o inspetor da Scotland Yard que investigou os crimes de Jack, o Estripador, no final do século XIX.

Diretor: Joe Johnston
Roteiro: Andrew Kevin Walker e David Self, baseado no roteiro de 1941, de Curt Siodmak
Música: Danny Elfman
Fotografia: Shelly Johnson
Elenco: Benicio del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt, Simon Merrells, Art Malik, Geraldine Chaplin, Hugo Weaving, Nicholas Day, Roger Frost, Max von Sydow

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Coração Louco

Crazy Heart *
(2009) 111 min (12 anos)



EUA - Bad Blake bebe muito, mas ainda consegue agradar os fans de música country, reunidos em pequenos bares, em pequenas cidades. Entre o drink, o cigarro, e encontros amorosos fugazes, o cantor solitário apresenta-se até em boliches. Se algum dia houve encanto nesse estilo de vida, Blake já nem lembra mais. Para piorar sua situação, ainda se ressente do sucesso de Tommy Sweet, ex-aluno agora famoso. No momento Blake vai sobrevivendo, noite após noite, até conhecer a jornalista Jean Craddock, na cidade de Santa Fe. Jean é mãe de Buddy, que tem a mesma idade do filho que Bad abandonou anos atrás. Seria uma segunda chance de felicidade?

A história soa logo familiar, lembrando o belo filme de Bruce Beresford, "Tender Mercies" (1983). Pois não é que Robert Duvall, que então interpretava o decadente cantor Mac Sledge, aparece em "Coração Louco" como Wayne, um dono de bar, amigo de Blake? Assim como Jeff Bridges agora, Duvall estava excelente como cantor country. Ambos receberam Oscar como Melhor Ator Protagonista. Deu vontade de conferir o filme antigo, mas a pilha de novos sobre minha mesa está assustadoramente alta...

Curiosidades:
* Jeff Bridges e Colin Farrell realmente cantam no filme. Foram treinados por Roger Love.

* Filmado em apenas 24 dias.

Diretor: Scott Cooper
Roteiro: Scott Cooper, baseado no livro de Thomas Cobb
Música: Stephen Bruton, T Bone Burnett
Fotografia: Barry Markowitz
Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, James Keane, Paul Herman, Colin Farrell, Beth Grant, Jack Nation

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sábado, 26 de junho de 2010

Mother - A Busca pela Verdade

Madeo * *
Mother
(2009) 128 min (16 anos)



Coréia do Sul - Uma mulher em roupas azuis caminha por um campo dourado. Não é jovem, apesar da silhueta ágil e dos cabelos castanhos. Ela sorri e dança, levantando os braços. Então, seu rosto se torna sério e os olhos, tristes. Mãe solteira de Yoon Do-joon, ela vive uma dedicação exclusiva a esse filho único problemático, ingênuo e lento nos pensamentos.

Ensinou-o a reagir quando fosse agredido ou chamado de retardado, controla suas amizades. Seus dias se dividem entre o trabalho na loja de ervas e raízes, as sessões de acupuntura e resolver problemas de Do-joon. Quando uma jovem da cidade é assassinada, o rapaz é considerado suspeito imediatamente, pois foi visto próximo a ela. A mãe não se conforma com sua prisão e resolve investigar por conta própria, já que a polícia parece despreparada e o advogado de defesa, desinteressado.

Está escrito no rosto dessa mãe que a vida não lhe tem sido favorável. Há uma dor escondida em seus olhos e os sorrisos escassos servem à causa de provar a inocência do filho. A história de "Mother" é contada de maneira clara, envolvente, única. Uma brisa refrescante no deserto de mesmices pasteurizadas que chegam às locadoras diariamente.

Diretor: Joon-ho Bong
Roteiro: Eun-kyo Park, Joon-ho Bong, Wun-kyo Park
Música: Byeong-woo Lee
Fotografia: Kyung-Pyo Hong
Elenco: Hye-ja Kim, Bin Won, Ku jin, Mi-sun Jun, Mun-hee Na, Woo-hee Chun, Hee-ra Mun

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Casamento Silencioso

Nunta Muta
Silent Wedding
(2008) 83 min (16 anos)



Romenia - Uma equipe de filmagem viaja até as ruínas de uma fábrica, onde antes havia uma aldeia. Eles querem registrar fenômenos paranormais e vender as imagens a quem pagar mais. O bem-humorado grupo faz piadas e ouve do prefeito local a história do casamento de Mara e Iancu e como a morte de Joseph Stalin interferiu na celebração.

Ditaduras costumam ser agradáveis apenas para autoridades e seus amigos. Aos outros só resta obedecer, de preferência de boca fechada. Mas a pequena vila romena ousou desrespeitar as ordens de oficiais russos e celebrar o casamento no período de luto pela morte do temível ditador soviético.

Figuras pitorescas povoam a vila e o olhar brincalhão do diretor encontra seu melhor momento no jantar de casamento clandestino. Um filme diferente e divertido.

Diretor: Horatiu Malaele
Roteiro: Horatiu Malaele, Adrian Lustig
Música: Alexandru Andries
Fotografia: Vivi Dragan Vasile
Elenco: Meda Andreea Victor, Alexandru Potocean,Valentin Teodosiu, Doru Ana, Ionana Anastasia Anton, Serban Pavlu, Tudorel Filimon, Alexandru Bindea

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Preciosa

Precious - based on the Novel 'Push' by Sapphire*
(2009) 109 min (16 anos)



EUA, Nova Iorque, Harlem, 1987 - Clareece Precious Jones sonha ser loura, linda, magra. Aliás são sonhos os únicos momentos felizes de sua curta vida. Obesa, taciturna, quase analfabeta aos 16 anos, ela é diariamente agredida pela própria mãe, com palavras e objetos atirados em suas costas. Quando maltratada ou humilhada, Precious se imagina famosa, bem-vestida, glamurosa, se apresentando sob a luz dos refletores, adorada por todos. Na verdade, a jovem nunca teve um namorado, mas está grávida pela segunda vez. Quando a diretora do colégio descobre seu estado, encaminha Precious para uma escola alternativa. Uma boa educação é sempre um caminho de esperança.

Que contraste entre as histórias de Pollyanna e Precious! Se a tristeza da lourinha foi perder bons pais cedo, a miséria de Clareece Jones foi conviver com progenitores piores do que um pesadelo infernal, do qual não se consegue acordar. "Precious" é um filme forte, valorizado pela bela fotografia de Andrew Dunn e pelos desempenhos de Mo'Nique, como a mãe, e Gabourey Sidibe, em seu papel de estréia no cinema.



Curiosidades:
* Geoffrey Fletcher foi o primeiro negro a vencer um Oscar de Melhor Roteiro.

* A comediante Mo'Nique aceitou o papel de Mary, a mãe violenta, para aumentar a consciência sobre abuso sexual. Ela mesma foi vítima de incesto e achou a experiência no filme terapêutica.

* Durante uma reunião, Precious pergunta à Sra. Weiss, a assistente social: "Qual a sua cor afinal? Algum tipo de negro ou espanhol?". "De que cor você acha que eu sou?" responde a personagem interpretada por Mariah Carey, ela mesma de ascendência irlandesa, negra e venezuelana.



Diretor: Lee Daniels
Roteiro: Geoffrey Fletcher, baseado no livro "Push" de Sapphire
Música: Mario Grigorov
Fotografia: Andrew Dunn
Elenco: Gabourey Sidibe, Mo'Nique, Paula Patton, Mariah Carey, Lenny Kravitz, Nealla Gordon, Sherri Shepherd, Stephanie Andujar, Chyna Layne

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pollyanna

Pollyanna * *
(1960) 134 min (Livre)



"Se você procura o mal nas pessoas, certamente encontrará"

EUA - A jovem órfã Pollyanna Whittier vai morar com a tia Polly Harrington, mulher rica e severa, que controla a pequena cidade que leva seu nome com mão-de-ferro. Na bela mansão em que vive, reservou à sobrinha o despojado sótão, longe do seu próprio quarto, pois não estava acostumada ao barulho de crianças. Mas Pollyanna aprendeu com o pai o "jogo do contente", uma estratégia que lhe permite ver o lado bom de pessoas e situações difíceis. Não há um pingo de amargura ou ressentimento em seu amoroso coração. Aliando gentileza e sorrisos, a menina vai conquistando os outros moradores da cidade. A desconfiada tia Polly precisa de mais tempo.

"Pollyanna", como livro ou filme, marcou minha infância. Junto às criações de Frank Capra, constituiu um reservatório de alegria e bondade confortadoras, a que sempre podia recorrer nas dificuldades. Curiosa quanto a sua atualidade, passados 50 anos, revi "Pollyanna" hoje e senti que a mágica se manteve. Impondo-se à preguiça e fisgadas no pulso direito, veio-me a urgência de inscrevê-lo no By Star, deixando de lado outros 5 filmes mais recentes e menos inspiradores.

Curiosidades:
* O diretor David Swift queria cortar uns 20 minutos e rearrumar algumas cenas, mas Walt Disney não permitiu, pois se apaixonou pelo filme à medida em que via as gravações diárias. Swift não teve o privilégio dos cortes finais.

* Depois de analisar 362 garotas para o papel de Pollyanna, a produção ainda não tinha nenhum nome satisfatório. Até um certo dia de 1959, quando Lilly Disney, mulher de Walt, foi fazer compras com a esposa de Bill Anderson, chefe do estudio, durante uma viagem de negócios a Londres. As duas senhoras assistiram Haylley Mills em "Tiger Bay" (Marcados pelo Destino) e acharam que ela era perfeita para o papel de Pollyanna. Os maridos não acreditaram e foi preciso que as amigas insistissem muito para que eles concordassem em ver o filme. Então, imediatamente, chamaram Hayley, que foi indicada ao BAFTA e recebeu o Oscar de Melhor Performance Juvenil pelo papel de Pollyanna.

* O filme foi todo gravado na California.

Diretor: David Swift
Roteiro: David Swift, basedo em livro de Eleanor H. Porter
Música: Paul J. Smith
Fotografia: Russell Harlan
Elenco: Hayley Mills, Jane Wyman, Richard Egan, Karl Malden, Agnes Moorehead, Nancy Olson, Adolphe Menjou, James Drury, Kevin Corcoran

terça-feira, 15 de junho de 2010

A Mente que Mente

The Great Buck Howard *
(2008) 91 min (10 anos)



EUA - Troy Gable não aguenta levar adiante o sonho de seus pais e abandona a Faculdade de Direito no segundo ano. Precisando pagar as contas, emprega-se como assistente pessoal e coordenador de turnês de Buck Howard, misto de mágico e mentalista. Buck vive para o palco, onde se sente à vontade para criar um show nostálgico, romântico, recebido carinhosamente por fans fiéis em cidades pequenas. "Eu amo essa cidade!" - o leitor de mentes diz para todas as platéias, e elas adoram. Inicialmente cético, Troy vai se envolvendo no mundo mágico e imprevisível do Grande Buck Howard, bem diferente da rotina a que se sentia preso, no campus da universidade.

O roteiro é baseado nas experiências do escritor e diretor Sean McGinly, no período em que foi assistente de George Joseph Kresge, mais conhecido como o "Maravilhoso Kreskin", sua inspiração para o personagem do "Grande Buck Howard". Kreskin ainda se apresenta regularmente na WPIX, canal 11 de Nova Iorque. Ele está com 75 anos.

"A Mente que Mente" diverte, distrai, especialmente pelo convincente trabalho de John Malkovich, um artista danado de bom! Queria que me hipnotizasse e me fizesse esquecer a dor na mão e braço direito. Um surto de LER (Lesão por Esforço Repetitivo), ao que parece. Meu filho mais velho me diz que vai ser bom para o meu cérebro usar apenas a mão esquerda. Pode ser, mas cansa!

George Joseph Kresge Jr., o "Admirable Kreskin"

Diretor: Sean McGinly
Roteiro: Sean McGinly
Música: Blake Neely
Fotografia: Tak Fujimoto
Elenco: John Malkovich, Colin Hanks, Emily Blunt, Tom Hanks, Steve Zahn, Adam Scott, Debra Monk, Griffin Dunne, Ricky Jay

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Testemunhas de uma Guerra

Triage
(2009) 99 min (18 anos)


O fotógrafo de guerra Mark Walsh está deitado, parece morto. Carregado para o campo de feridos no Curdistão, ele tenta fixar os olhos nas mãos do Dr. Talzani. O médico deixa etiquetas amarelas ou azuis sobre os pacientes recém-chegados, distinguindo os que têm chances de sobreviver daqueles que estão além de qualquer possibilidade de ajuda. Onde está David? Os dois são companheiros inseparáveis nos campos de batalha. Enquanto Walsh focaliza corpos feridos, rostos desesperados e contorcidos de dor, David busca algum instante de beleza na feiura da guerra, um momento de esperança. Ambos são casados, mas David está para ser pai e quer voltar para casa a tempo do parto. O que lhes reserva o destino?

"Testemunhas de uma Guerra" é um filme correto, que pode provocar algumas lágrimas nos mais chorões, como eu. Mas também faz refletir sobre as causas dos combates entre povos e o poder do sofrimento. A experiência da dor, vivida com humildade, nos faz mais solidários, humanos. Em certo momento, o médico curdo lembra que testemunhou algumas lutas contra os turcos e outras contra o Iraque. "Perdemos todas." A época em que países europeus mexeram na geografia do mundo trouxe-nos as sequelas de hoje. Precisamos de novos Ghandis e Mandelas para resolver os conflitos atuais. São líderes raros, mas os únicos com chance de sucesso, a história já provou.

Quando já estava saturada de ver tantos ferimentos, aparece na tela Christopher Lee. Falando pouco ou muito, ele ainda me hipnotiza, como nos tempos de Conde Drácula. Aos 86 anos, o inglês teve mais linhas de diálogo em "Testemunhas de uma Guerra" do que em qualquer dos seus trabalhos anteriores. Com 60 anos de carreira, atuou em cerca de 300 filmes e produções para TV. Já o irlandês Colin Farrell ficou só pele e osso para interpretar Mark. Diz o site imdb que foi uma alimentação à base de café, coca-cola diet e atum, para perder uns 22 kg. Com esse regime, acho que dá para perder até o gosto pela vida!

Diretor: Danis Tanovic
Roteiro: Danis Tanovic, baseado no livro de Scott Anderson
Música: Lucio Godoy
Fotografia: Seamus Deasy
Elenco: Colin Farrell, Paz Vega, Christopher Lee, Kelly Reilly, Jamie Sives, Branko Djuric, Juliet Stevenson, Mozaffar Shafeie

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Invictus

Invictus * *
(2009) 133 min (Livre)
"O perdão liberta a alma e afasta o medo"

África do Sul - Às 15 horas, do dia 11 de fevereiro de 1990, o prisioneiro nº 46.664 foi libertado da Penitenciária Victor Versten, na Ilha Robben. Saudado nas ruas com alegria pelos sul-africanos negros, era olhado com desconfiança pelos brancos. Nascido a 18 de julho de 1918, o advogado Nelson Rolihlahla Mandela ficou preso durante 27 dos seus 92 anos, devido a sua luta pelo fim da segregação racial. Quatro anos depois, o ex-ativista contra o regime do apartheid elegeu-se presidente da África do Sul. Apelidado carinhosamente de Madiba, nome do seu clã, o idoso líder enfrentou problemas econômicos, desemprego e aumento da criminalidade. Mas seu maior desafio foi unir um país partido pelo preconceito e violência. Como equilibrar as aspirações dos negros e o temor dos brancos de perderem o emprego e serem hostilizados?

Em 1995, Mandela percebeu que tinha diante de si uma boa oportunidade de incrementar a conciliação. A África do Sul ia sediar a Copa Mundial de rugbi, esporte favorito dos afrikaners. A equipe nacional, Springboks, tinha apenas um jogador negro, só contava com o apoio da população branca e estava numa fase ruim. Enquanto o comitê esportivo desejava aproveitar o fraco desempenho do time para mudar uniforme e nome da equipe, Madiba teve outra idéia. Convidou o capitão François Pienaar para um chá. Com sua ajuda, melhorou a imagem do Springboks e lançou o lema "Um time - um país". Contrariando auxiliares e amigos, Nelson Mandela inspirou os sul-africanos a excederem as próprias expectativas.

"Invictus" é um filme que exibe valores artísticos e humanos. Mostra o que é ser um verdadeiro líder, um estadista, que coloca o bem da nação acima de outros interesses! Ghandi já morrera quando nasci (por pouco!), mas posso dizer que fui contemporânea de Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutta e Nelson Mandela. Excelente companhia. Apesar de ser história recente, e conhecida, Clint Eastwood conseguiu criar momentos de suspense. Se achei impossível não torcer pela África do Sul, com seu técnico brasileiro e uniforme verde-amarelo, depois de assistir "Invictus", os Bafana Bafana viraram meu segundo time favorito.

O nome do filme deriva do título de um poema vitoriano do inglês William Ernest Henley (1849–1903)
"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul."

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.
(tradução de André C S Masini)
Presidente Nelson Mandela e François Pienaar, em 1995

Diretor: Clint Eastwood
Roteiro: Anthony Peckham, baseado no livro de John Carlin, "Playing the Enemy: Nelson Mandela and the Game That Changed a Nation"
Música: Kyle Eastwood, Michael Stevens
Fotografia: Tom Stern
Elenco: Morgan Freeman, Matt Damon, Jason Tshabalala, Patrick Lyster, Penny Downie, Sibonjile Nojila, Bonnie Henna, Louis Minaar, David Dukas, Leleti Khumalo, Matt Stern, Patrick Mofokeng

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Decisões Extremas

Extraordinary Measures
(2010) 105 min (Livre)
 
EUA, Portland - "Decisões Extremas" está nesse blog apenas por ser baseado numa história real. Uma história da extrema coragem e dedicação de John e Aileen Crowley, pais de duas crianças que nasceram com a Doença de Pompe. Esta é uma doença genética rara e debilitante, que afeta crianças e adultos. Estima-se que atinja menos de 10 mil indivíduos em todo o mundo.

Os doentes não têm a enzima que metaboliza o glicogênio, um tipo de açúcar. Esse açúcar acumula-se nas células musculares, principalmente coração, músculos esqueléticos e diafragma, por isso os doentes sentem dificuldade de respirar. As crianças costumam morrer antes dos 9 anos de idade.
Pois John abandonou o emprego como executivo bem-sucedido de uma empresa de medicamentos, o que lhe garantia alto salário e seguro de saúde para os filhos. Dedicou-se, em tempo integral, a levantar fundos para a pesquisa de Robert Stonehill, professor da Universidade de Nebraska. O cientista desenvolveu promissora teoria sobre a criação de uma enzima mais eficaz para quebrar o açúcar nas células musculares dos pacientes com doença de Pope.

Unindo-se a outras famílias com o mesmo problema e buscando financiamento junto a grandes laboratórios, John conseguiu o que parecia impossível. É desafio semelhante ao do casal Odone. A saga de Augusto e Michaela Odone foi magistralmente retratada em "O Óleo de Lorenzo", com Susan Sarandon e Nick Nolte. Não espere o mesmo de "Decisões Extremas", apesar da presença de Harrison Ford e Brendan Fraser. Acho que o melhor trabalho de Fraser ainda é "Deuses e Monstros". O atual vale pela bela fotografia de Andrew Dunn e o exemplo de amor e coragem dos dedicados pais.

Curiosidades:
* O verdadeiro John Crowley fez uma ponta no filme (a cameo appearance), como um dos capitalistas do grupo Renzler, de Chicago. Claro que eu não percebi, esta é mais uma informação do site imdb.
 * o personagem de Robert Stonehill funciona como um amálgama de vários cientistas, especialmente o Dr. Yuan-Tsong Chen, da Duke University.
 * Myozyme, o remédio desenvolvido para controlar a doença, custa cerca de 300.000 dólares por ano, e deve ser tomado durante toda a vida do paciente.
John Crowley
* Para saber mais sobre a família Crowley é só entrar no seu site.


Diretor: Tom Vaughan
Roteiro: Robert Nelson Jacobs, baseado no livro "The Cure: How a Father Raised $100 Million - And Bucked the Medical Establishment - in a Quest to Save His Children", de Geeta Anand
Música: Andrea Guerra
Fotografia: Andrew Dunn
Elenco: Brendan Fraser, Harrison Ford, Keri Russell, Courtney B. Vance, Meredith Droeger, Diego Velazquez, Jared Harris
Distribuidora: Sony Pictures

domingo, 6 de junho de 2010

Confusões em Familia

City Island *
(2009) 104 min (14 anos)



EUA - Vince Rizzo é o Agente Penitenciário 426 da Penitenciária Oak Grove, em Westchester. Nascido e criado em City Islands, ele vive nesta parte mais aprazível do Bronx com a mulher Joyce e um casal de filhos. A família Rizzo até se ama, mas vive em clima de guerra e não compartilha as informações mais relevantes para cada um. Vince tem medo da mulher, esconde a admiração por Marlon Brando e o sonho de ser ator. Para ir às aulas do curso de teatro, em Manhattan, inventa um jogo de pôquer, que a esposa imagina ser uma amante. A frustrada Joyce fuma escondido, a filha Vivian trabalha num clube de strippers, o caçula sente-se atraído por "mulheres grandes" e usa o cartão da mãe na internet.

Para aumentar a confusão, Vince reconhece o nome de um dos novos internos, ao fazer a ronda na prisão. Tony Nardella é filho de uma antiga namorada que ele abandonou grávida. Para sair da prisão, o rapaz de 24 anos só precisa que um parente se responsabilize por ele, durante 30 dias. Quem melhor do que o próprio pai? A família Rizzo sobreviverá a mais esse segredo?

O clima de "Confusões de Família" está mais para comédia humana, apesar de equívocos de tragédia grega. Interpretando Molly, uma aluna do curso de teatro, a inglesa Emily Mortimer é responsável por alguns dos melhores momentos do filme. Ela traz naturalidade, leveza e sentimento para a personagem. Alan Arkin é o professor cansado de interpretações pausadas, à moda de Brando. O roteirista e diretor Raymond de Felitta faz uma ponta no final, como um cabeludo diretor de cinema. Andy Garcia é muito simpático e costumo gostar dos filmes em que ele aparece. "Confusões em Família" ganhou o prêmio da audiência no Festival de Tribeca em 2009.

Emily Mortimer e Andy Garcia

Diretor: Raymond de Felitta
Roteiro: Raymond de Felitta
Música: Jan A. P. Kaczmarek
Fotografia: Vanja Cernjul
Elenco: Andy Garcia, Emily Mortimer, Alan Arkin, Julianna Margulies, Steven Strait, Ezra Miller, Dominik García-Lorido

Educação

An Education * *
(2009) 100 min ( (14 anos)



Inglaterra, 1961 - A adolescente Jenny Mellor vive com os pais em Twickenham, subúrbio de Londres. Aos 16 anos, excelente aluna, Jenny toca violoncelo e tem como maior objetivo ser aceita na Universidade de Oxford. A jovem não é só inteligente, mas bonita, simpática, gentil, com um gosto natural para as obras de arte. Embora precise melhorar no conhecimento de Latim, tudo se encaminha para o sucesso das pretensões familiares, até que surge no cenário David Goldman. Com o dobro da idade de Jenny, um carro sofisticado (Bristol) e muita persuasão, proporciona à deslumbrada estudante uma experiência de imersão cultural e divertimento: concertos de música clássica, restaurantes caros, leilões, viagens.

Algumas questões se apresentam à Jenny Mellor pela primeira vez. Vale a pena esforçar-se e estudar tanto se as grandes conquistas são feitas pelos homens? Miss Stubbs, a séria professora de Literatura Inglesa, alerta a aluna e a incentiva a persistir rumo a Oxford. Mas Jenny reluta entre o que ela imagina seja uma existência aborrecida, e o que parece a vida glamourosa oferecida por David. Os dedicados e ingênuos pais de Jenny parecem tão encantados quanto a filha.

Depois de assistir "Educação", espero que cheguem a nós muitas outras obras agradáveis da diretora dinamarquesa Lone Scherfig. Essa foi indicada ao Oscar de Melhor Filme e ganhou vários outros prêmios nos EUA e Inglaterra. Já a graciosa atriz Carey Mulligan, que faz o papel de Jenny, era um rosto conhecido. Estreou no cinema como a frívola Kitty Bennet, na versão de 2005 de "Orgulho e Preconceito". Seu trabalho como principal protagonista de "Educação" é esplêndido.

Nunca percebo nada do que aconteceu de errado na gravação dos filmes. Não vejo microfones no alto da tela, aviões passando, figurantes de tênis ou relógios em filmes antes de Cristo. Mas em "Educação" eu vi! Aos 44:11 a cena mostra David e o amigo Danny de costas, sentados nos bancos da frente do carro. Quando a filmagem muda o ângulo, são David e Jenny saindo pelas portas da frente. Não tira nada do mérito da direção, mas é um marco na minha vida! :-)

Diretora: Lone Scherfig
Roteiro: Nick Hornby, baseado nas memórias da jornalista inglesa Lynn Barber
Música: Paul Englishby
Fotografia: John de Borman
Elenco: Carey Mulligan, Alfred Molina, Peter Sarsgaard, Olivia Williams, Cara Seymour, Matthew Beard, Emma Thompson, Dominic Cooper, Rosamund Pike, Kate Duchene, Beth Rowley (cantora do clube noturno)


DEPOIS de ver o filme, você pode gostar de ler uma entrevista com Lynn Barber, a verdadeira Jenny.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Maldito Futebol Clube

The Damned United *
(2009) 97 min (12 anos)




Inglaterra, 1974 - Brian Clough e os dois filhos pequenos chegam de carro a Leeds. Ele está confiante como novo técnico de futebol do Leeds United. Antes de encontrar os dirigentes do clube, Brian dá uma entrevista na qual critica os métodos de seu antecessor Don Revie, que permitia jogadas violentas. Considerado o melhor técnico da Inglaterra, Don foi escolhido para dirigir a seleção do país. Sem a companhia do fiel assistente Peter Taylor, o falante Clough encontra dificuldades de comunicação com os atletas do Leeds.

"Maldito Futebol Clube" capturou o período 1967-1974, na Inglaterra. Roupas, cabelos e ambientes evocam fielmente a época. Os magníficos atores principais emprestam nuances de sentimentos ao rosto de seus personagens. Ágeis cenas de jogos misturam imagens de arquivo e gravações do diretor Tom Hooper. Mesmo quem não aprecia o esporte pode admirar a elaborada produção.

O roteiro inspirou-se em livro de David Peace. "The Damned Utd" é uma obra algo fictícia, baseada na interpretação pessoal do autor sobre o mandato de Brian Clough como treinador do time de Leeds. Não é exatamente o tipo de história sobre vitórias arduamente conquistadas que nos habituamos a ver nos filmes de esporte.

Diretor: Tom Hooper
Roteiro: Peter Morgan, baseado no livro de David Peace
Música: Robert Lane
Fotografia: Ben Smithard
Elenco: Michael Sheen, Timothy Spall, Colm Meaney, Jim Broadbent, Stephen Graham, Peter McDonald, Muhammad Ali, Brian Clough, Don Revie

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Simplesmente Martha

Bella Martha *
Mostly Martha
(2001) 106 min (Livre)



Alemanha - Martha Klein come pouco, mas gosta de cozinhar para os outros e comanda com precisão a cozinha de um restaurante sofisticado de Hamburgo. A chef não parece se entusiasmar com os elogios, mas não suporta quando um raro cliente discorda do ponto de cozimento dos alimentos. Martha sente-se pessoalmente ofendida e faz questão de deixar claro seu desagrado diretamente para o audacioso freguês. Esse comportamento exaspera Frida, a dona do restaurante, que exige que ela faça terapia e controle seu temperamento.

Mas Martha é obcecada, prefere falar de menus, ingredientes e sabores do que de sentimentos. Nos momentos de maior estresse no trabalho, o seu refúgio é o freezer. Quando Frida contrata um italiano para ajudar na cozinha, a reservada chef desconfia que ele queira usurpar o seu posto. Uma outra surpresa se prepara e sacode a rotina perfeita da cozinheira alemã.

Atenção, assistir "Simplesmente Martha" de barriga vazia pode ser uma tortura. Os personagens falam de comida, manipulam panelas reluzentes, legumes coloridos, molhos encorpados, massas frescas, e ainda montam sobremesas vistosas com lâminas crocantes, morangos e chantilly... É demais! Melhor se precaver com uma refeição saborosa à mão.

O filme é animado por deliciosa trilha sonora, onde destaco "Via Con Me", interpretada por Paolo Conte. Em 2007 foi feita uma versão americana meio insossa, com Catherine Zeta-Jones no papel de Martha ("Sem Reservas"). Prefira o original!

Curiosidades:

* A diretora Sandra Nettelbeck faz o papel de Christin, irmã de Martha.

* O ator italiano Sergio Castellitto precisou ser dublado, pois não tinha fluência na língua alemã.

Diretora: Sandra Nettelbeck
Roteiro: Sandra Nettelbeck
Fotografia: Michael Bertl
Elenco: Martina Gedeck, Maxime Foerste, Sergio Castellitto, August Zirner, Sibylle Canonica, Katja Studt, Ulrich Thomsen, Diego Ribon
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