Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Órfãos da Guerra

The Children of Huang Shi
(2008) 125 min (16 anos)

China - George Hogg viaja para a Ásia em 1937. O jovem jornalista inglês quer cobrir a invasão da China pelos japoneses. Georg não hesita em se fazer passar por motorista da Cruz Vermelha para ter acesso à cidade de Nanquim. Capturado pelas tropas japonesas, escapa por um triz de ser decapitado à espada. Seu salvador é Hansheng Chen, um engenheiro que faz parte da resistência chinesa. Chen e a enfermeira Lee Pearson decidem levar Georg para o orfanato de Huang Shi, onde vivem 60 crianças de diferentes idades. Lee deixa o inglês encarregado de cuidar dos órfãos. 

Embora despreparado para essa missão, Hogg vai aprendendo no caminho. Quando os japoneses se aproximam, decide que é o momento de levar as crianças para longe do perigo. Em caravana, o grupo caminha por 3 meses, contornando as montanhas Liu Pan-Shan, margeando o Deserto de Gobi, cobrindo 1.100 km até a cidade de Shindan. George Hogg realmente existiu e seu exemplo de vida é admirável. Falta alguma emoção ao filme de Roger Spottiswoode, mas o cenário é espetacular, a fotografia belíssima e a história merece ser conhecida. Durante os créditos finais, três sobreviventes deixam seus depoimentos.
George Hogg

No site, em inglês, do Comitê Internacional pela Promoção das Cooperativas Chinesas, há um relato sobre a vida de Hogg, com algumas diferenças e personagens que não são mencionados no filme de Spottiswoode.



Diretor: Roger Spotiswoode
Roteiro: Jane Hawksley, James MacManus
Musica: David Hirschfelder
Fotografia: Xiaoding Zhao
Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Radha Mitchell, Yun-Fat Chao, Michelle Yeoh, Guang Li
Distribuidora: Vinny Filmes

Sorrisos de Uma Noite de Amor

Sommarnattens Leende * *
(1955) 108 min (14 anos) Preto e Branco

foto do Submarino
Suécia - 'No começo do século XX, o bem sucedido advogado Fredrik Egerman está casado há 2 anos com a carinhosa e ingênua Anne, uma jovem de 19 anos que permanece virgem. O advogado de meia idade tem um filho adulto do primeiro casamento;  Henrik vive em celibato, preparando-se para ser um pregador. Na casa da família Egerman trabalha a jovem e fútil Petra, que se apaixona facilmente por todos os homens.  

Fredrik e a esposa saem juntos para assistir à peça da famosa intérprete Desirée Armfeldt, que foi amante do advogado por 2 anos, logo depois da morte de sua 1ª mulher. Anne fica chocada com os diálogos irreverentes e pede para se retirar do teatro. Fredrik retorna mais tarde para conversar com a atriz, e cai numa poça antes de entrar na casa de Desirée.  A artista lhe empresta o pijama e o robe de seu atual amante, o Conde Carl Magnus Malcolm, que é casado com Charlotte, uma amiga de Anne. 

Inesperadamente, Malcolm chega, há um encontro desagradável e Desirée termina o relacionamento com o Conde. Na manhã seguinte, a atriz planeja um fim-de-semana na casa de campo de sua mãe. As família Egerman e Malcolm serão convidadas para estarem juntas num lugar aprazível, aproveitando a alegria dos dias de verão, mas o verdadeiro objetivo de Desirée é seduzir Fredrik novamente. Durante a noite, com os três sorrisos do amor, quatro casais serão formados.' (traduzido, e um pouco adaptado, do resumo de Claudio Carvalho para o imdb)

Ótimos diálogos e figurinos, bela fotografia, montagem perfeita, tudo temperado pela sensibilidade e bom gosto do diretor sueco, tornam muito agradável assistir essa comédia romântica. Só descobri essa jóia visitando o blog do Bruno Knott, Cultura Intratecal.

Sorrisos de Uma Noite de Amor foi o primeiro sucesso internacional de Ingmar Bergman, um divisor de águas na carreira profissional do diretor. A partir daí ninguém mais interferiu em seu trabalho e ele teve total liberdade de criação. O filme foi inscrito no Festival de Cannes pela Svensk Filmindustri, sem que Bergman soubesse. Estava lendo um jornal no banheiro quando viu a manchete: "Sucesso sueco em Cannes." Levou um tempo até perceber que a matéria se referia a sua própria obra. Na época estava sem dinheiro e pediu emprestado a Bibi Andersson para comprar uma passagem de avião. O diretor foi para Cannes sem falar com ninguém. Realizada em condições precárias, "é incrível que seja tão alegre." (da conversa entre Marie Nyreröd e  Ingmar Berman, nos extras do DVD)

Conferindo no Google Translate, vê-se que o título original fala de 'Sorrisos de uma Noite de Verão', o que traz à mente os 'Sonhos de Uma noite de Verão' (William Shakespeare). O roteiro do filme de Bergman nada tem a ver com a trama da peça inglesa, mas há cenas e personagens que lembram a farsa do escritor inglês ou, como escreveu José Solis Mayen, "parecem ter sido sonhados por Molière e Shakespeare"

Diretor: Ingmar Berman
Roteiro: Ingmar Bergman
Musica: Erik Nordgren
Fotografia: Gunnar Fischer
Elenco: Ulla Jacobson, Eva Dahlbeck, Margit Carlqvist, Harriet Andersson, Gunnar Björnstrand, Jarl Kulle, Björn Bjelvenstam, Naima Wifstrand, Jullan Kindahl, Gull Natorp, Birgitta Valberg, Bibi Andersson
Distribuidora: Versátil Home Vídeo

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

De Coração Partido

Like Dandelion Dust *
(2009) 104 min (14 anos)

EUA - A polícia recebeu um chamado e dois oficiais chegam numa viatura à casa dos Porter. Rip abre a porta com dificuldade pois está completamente embriagado. Um policial fica com ele, enquanto o outro procura por Wendy Porter dentro da casa. De cômodo em cômodo, o oficial chama pela senhora Porter e não recebe resposta. Por fim, ele encontra Wendy sentada ao chão, no fundo do corredor, assustada, com o rosto machucado e o braço quebrado. 

Rip é levado preso e passa 7 anos encarcerado. Na cadeia consegue se livrar do vício da bebida e aprende algumas técnicas de domínio da raiva. Quando é libertado, Wendy está esperando por ele. Os dois saem para comemorar, dançam e se divertem como nos velhos tempos.

Wendy conta ao marido que estava grávida quando ele foi para a cadeia. Insegura quanto a sua capacidade de cuidar de uma criança sozinha, assim que o bebê nasceu foi entregue para adoção. Mas Rip não assinou papel algum e quer começar uma família. O próximo passo é anular o procedimento e lutar pela guarda do menino que, agora com 6 anos, desconhece ter sido adotado. A privilegiada família Campbell se organiza em torno do pequeno Joey. Morando numa luxuosa casa na costa da Flórida, ele tem carinho, conforto, segurança e nenhuma vontade de se afastar dos pais que o criaram. Mas, para a Justiça, os direitos prevalecem sobre os sentimentos. O que o destino reserva a Joey Porter/Campbell?

De Coração Partido fiquei eu, assistindo ao filme do diretor Jon Gunn. Separação de mãe-filho está no topo entre os temas dramáticos que abrem meu reservatório de lágrimas. Ao escolher Barry Pepper como o operário Rip Porter, o diretor me deixou intranquíla, pois o ator canadense já personificou alguns vilões cruéis e o cinema americano tinha o hábito de fazer os artistas interpretarem sempre os mesmos tipos. Na volta do trabalho, Rip passava com a caminhonete em frente à uma loja de bebidas. Ao ver o anúncio 'Liquor' me voltava a apreensão - é agora que ele vai comprar uma garrafa, beber e espancar de novo a mulher! Foi comovente assistir seu esforço de superação, a tentativa de ser o pai que ele não teve, seu trabalho na pintura do quarto e na construção de um clube na árvore. O resto, só vendo.

Mira Sorvino está esplêndida no papel de Wendy. É um filme pouco divulgado, mas muito premiado em diferentes festivais de cinema. Relevante para mostrar a importância do papel das assistentes sociais nos procedimentos de adoção e o efeito que nossas ações podem ter sobre os outros, para o bem e para o mal.

Diretor: Jon Gunn
Roteiro: Stephen J. Rivele & Michael Lachance, baseado no livro de Karen Kingsbury
Musica: Nathan Larson
Fotografia: Reynaldo Villalobos
Elenco: Mira Sorvino, Barry Pepper, Cole Hauser, Kate Levering, Maxwell Perry Cotton, L. Scott Caldwell, Abby Brammell, Kirk B. R. Woller, Brett Rice 
Distribuidora: Paris Filmes

domingo, 25 de setembro de 2011

Arthur - O Milionário Sedutor

Arthur *
(1981) 97 min (14 anos)

EUA - Arthur Bach nasceu em berço de ouro e jamais precisou trabalhar. Passa seus dias em Nova Iorque bebendo, comprando excessivamente, dando risada e distribuindo dinheiro, na esperança de ser amado. Ao seu lado conta com os fiéis Bitterman e Hobson, chofer e mordomo particular, extremamente dedicados ao herdeiro alegre e irresponsável. Mas seu pai e a avó Martha estão cansados de esperar que Arthur cresça e lhe dão um ultimato - deve casar-se com Susan Johnson dentro de um mês ou perderá o direito a usufruir da fortuna da família. 

Arthur não quer abrir mão de 750 milhões de dólares e aceita a noiva indicada. Sua decisão se abala ao conhecer Linda Marolla, no departamento de roupa masculina da loja Bergdorf-Goodman's. Tão exuberante quanto a milionária Susan é sem graça, a garçonete do Queen's e aspirante a atriz também se encanta com o sorriso de Arthur. Um amor e uma cabana serão suficientes para o herdeiro da família Bach?

Depois de assistir à versão de 2011 desta comédia romântica, veio-me uma vontade aguda de rever John Gielgud, Dudley Moore e Liza Minnelli. Foi fácil realizar esse impulso; ainda há o DVD na locadora. Logo na abertura, a música Best that You Can Do, cantada por Christopher Cross e vencedora do Oscar de Melhor Canção, encheu o quarto e me deixou feliz. Era exatamente o que eu precisava neste dia chuvoso. 

John Gielgud, Dudley Moore, Liza Minnelli
O Arthur original é leve, engraçado, flui bem até o fim. Dudley Moore esbanja simpatia e Sir John Gielgud é imbatível no papel do inglês empertigado e irônico. Mas quem realmente sabia se divertir era a vovó Martha Bach. Para fazer companhia às outras obras de arte de sua enfeitada sala de estar, a engraçada senhora adquiriu a pintura de Johannes Vermeer, Mulher com Colar de Pérola. Acho que nem ganhando sozinha a Mega-Sena daria para realizar tal capricho espetacular!

Diretor: Steve Gordon
Roteiro: Steve Gordon
Musica: Burt Bacharach
Fotografia: Fred Schuler
Elenco: Dudley Moore, John Gielgud, Liza Minnelli, Geraldine Fitzgerald, Jill Eikenberry, Ted Ross, Barney Martin, Thomas Barbour, Stephen Elliott, Justine Johnson, Maurice Copeland
Distribuidora: Warner Bros Pictures

sábado, 24 de setembro de 2011

Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas

Pirates of The Caribbean: On Stranger Tides
(2011) 136 min (12 anos)

Em Londres, o Capitão Jack Sparrow escapa dos soldados que o perseguem e descobre que um impostor está recrutando tripulação usando seu nome. No encontro com o falso pirata, o capitão reconhece Angélica Teach, a mulher que ele seduziu num convento em Sevilha. Jack é sequestrado e só desperta quando o navio Vingança da Rainha Anne já deixou o cais.

Angélica e seu pai, o amaldiçoado pirata Barba Negra, precisam encontrar a lendária Fonte da Eterna Juventude. A ardilosa jovem convence Jack a ajudá-la na busca e na execução do ritual necessário para estender a vida de Barba Negra. Antes, os aventureiros devem descobrir os dois cálices de Juan Ponce de Leon e recolher a lágrima de uma sereia, bela e temível espécie de mulher. Mas os piratas do Vingança da Rainha Anne não estão sozinhos nessa missão; emissários dos reis da Inglaterra e Espanha também  procuram a Fonte da Eterna Juventude.

O filme combina com pipoca e crianças na sala, sem maiores pretensões. Penelope Cruz estava grávida durante as filmagens. A produção contratou sua irmã Mónica para substituí-la nas tomadas de corpo inteiro à distância, minimizando os constantes ajustes necessários nas roupas da atriz. É uma sorte que as duas se pareçam tanto. Johnny Depp gastou 64.200 dólares para comprar jaquetas à prova d'água novas para 500 membros do elenco, para protegê-los do frio. Grande sujeito!
Penelope e Monica


Diretor: Rob Marshall
Roteiro: Ted Elliott & Terry Rossio, inspirado no livro On Strangers Tides, de Tim Powers
Musica: Hans Zimmer
Fotografia: Dariusz Wolski
Elenco: Penelope Cruz, Johnny Depp, Geoffrey Rush, Ian McShane, Kevin McNally, Richard Griffits, Astrid Bergès-Frisbey, Keith Richards, Sam Claflin
Distribuidora: Disney Brasil

domingo, 18 de setembro de 2011

Soul Surfer- Coragem de Viver

Soul Surfer *
(2011) 106 min (10 anos)

EUA - Bethany Hamilton nasceu no Havaí, filha caçula dos surfistas Tom e Cheri. Morando na ilha de Kauai, subiu numa prancha ainda bebê e passou a infância na água. Bethany e sua amiga Alana surfavam quando as ondas estavam boas e estudavam quando o mar estava ruim. O sonho das duas era ser surfista profissional. Aos 13 anos, quando pegavam onda em Turtle Bay, Bethany teve o braço esquerdo arrancado num ataque de tubarão tigre. Graças à presença de espírito dos companheiros e a rapidez no atendimento, a atleta perdeu 60% do seu sangue mas sobreviveu. 

Grata por estar viva, pouco depois estava indo para a Tailândia ajudar as vítimas da tsunami. Através do apoio da família e de uma fé inabalável, a surfista cristã aprendeu a se virar com um braço só, fazendo sozinha tudo o que era possível. O mais importante foi descobrir o quanto seu testemunho podia contribuir para o bem dos outros. De volta ao mar, de pé sobre a prancha, irradiando alegria, retomou seu sonho e inspirou pessoas no mundo inteiro.

Quisera escrever melhor para transmitir a emoção que senti ao conhecer a história desta corajosa garota havaiana. Sem complexos ou amargura, com a maior simplicidade, a menina concedeu entrevistas, encontrou os que a procuravam, partilhou sua experiência e reconstruiu a vida como missão. Nos inúmeros extras do DVD, é possível conhecer a família Hamilton, os amigos, acompanhar o crescimento de Bethany através de vídeos caseiros e vê-la agora, conversando, brincando e dominando as ondas. Embora não seja exatamente um filme religioso, assim também o classifiquei pelo testemunho de fé. Bethany tem um site e um blog. A fotografia e as paisagens de Soul Surfer são belíssimas e o elenco afiado traz Helen Hunt, Dennis Quaid e a talentosa AnnaSophia Robb (Ponte para Terabhitia, Meu Melhor AmigoEm Busca da Felicidade).

Bethany Hamilton
Curiosidade:
* A própria Bethany escolheu AnnaSophia para representá-la, ensinou-lhe o básico do surf e fez as cenas de stunt no filme.

* A família Hamilton esteve presente durante toda a gravação de Soul Surfer.

* O cachorro no filme é Hana, que realmente pertence a Bethany Hamilton.

Diretor: Sean McNamara
Roteiro: Sean McNamara & Deborah Schwartz & Douglas Schwartz & Michael Berk.
Musica: Marco Beltrami
Fotografia: John R. Leonetti
Elenco: AnnaSophia Robb, Helen Hunt, Dennis Quaid, Lorraine Nichlson, Carrie Underwood, Kevin Sorbo, Ross Thomas, Sonya Balmores Chung, Craig T. Nelson, Irie Driscoll, Chris Brochu, Branscombe Richmond, Cody Gomes, Jeremy Sumpter
Distribuidora: Sony Pictures

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Thor

Thor
(2011) 115 min (10 anos)

O impulsivo e arrogante Thor, herdeiro do trono de Asgard, é banido pelo Rei Odin e despojado do martelo Mjollnir, a poderosa arma forjada no coração de uma estrela em extinção. Exilado na Terra, o herói cai numa região deserta do Novo México, onde três cientistas estão observando fenômenos físicos. Os  pesquisadores conduzem o imaturo deus do raio e do trovão da mitologia nórdica até o hospital de Puente Antiguo.

Sem seus superpoderes, longe dos companheiros de luta, pela primeira vez na vida Thor está perdido, não sabe o que fazer, qual caminho seguir. Enquanto seu astucioso irmão Loki ocupa o trono de Asgard, o herdeiro exilado precisa aprender as qualidades necessárias para se tornar um verdadeiro líder. Isso só será possível com a ajuda dos humanos Jane, Erik e Darcy.

O elenco é a principal atração do filme do diretor Kenneth Branagh. A escolha do australiano Chris Hemsworth (Star Trek, A Trilha) para o papel do herói foi muito feliz. É forte, bonito, simpático, veste como uma luva a personalidade do super-herói da Marvel Studios, estando à vontade nas cenas de humor e de batalha. Como a apaixonada cientista Jane Foster, temos Natalie Portman. Uma dupla imbatível na melhor parte do filme, que é a passagem do mítico guerreiro nórdico sobre a Terra, com as confusões decorrentes do choque cultural. Uma diversão-pipoca que pode agradar a família.

Curiosidades (imdb):
* Para se preparar para o papel de Loki, Tom Hiddleston treinou capoeira.

* O escritor Stan Lee gostaria de atuar como Odin, mas ficou satisfeito com a escolha e desempenho de Anthony Hopkins.

Diretor: Kenneth Branagh
Roteiro: Ashley Edward Miller & Zack Stentz e Don Payne, baseado nos quadrinhos de Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber
Musica: Patrick Doyle
Fotografia: Haris Zambarloukos
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Stellan Skarsgaard, Anthony Hopkins, Rene Russo, Colm Feore, Ray Stevenson, Idris Elba, Kat Dennings, Clark Gregg 
Distribuidora: Paramount   

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Incêndios

Incendies * * *
(2010) 130 min (14 anos)

Em algum lugar no Oriente Médio, um grupo de meninos sujos, calados, descalços, aguarda sua vez de ter a cabeça raspada. Entre eles, estão alguns homens adultos armados, usando botas e roupas militares. No centro da tela, um garoto magro, de camiseta branca, traz tatuado no calcanhar direito três pontos pretos, dispostos verticalmente. Seus olhos são tristes, sem esperança.

Num escritório canadense, o notário Jean Lebel recebe Jeanne e Simon Marwan.  Os jovens aguardam a leitura do testamento com os últimas vontades de Nawal Marwan, sua mãe recentemente falecida em Montreal. Entre os pedidos inusitados, os gêmeos são encarregados de entregar duas cartas.  Uma para o pai, que eles pensavam estivesse morto, e a outra para um irmão mais velho, de cuja existência eles nem desconfiavam.

Simon se revolta com mais essa excentricidade materna, mas Jeanne quer realizar os últimos desejos de Nawal.  Assim a estudante de matemática parte numa viagem às suas origens, começando pela aldeia onde a mãe nasceu e foi batizada, num país do Oriente Médio que poderia ser o Líbano. Mais do que isso não convém revelar.

Incêndios conta uma história forte desenvolvida com muito sentimento. Os personagens sofrem as consequências do ódio irracional e descontrolado que devasta a terra, provocando incêndios, pobreza e retaliações sucessivas. Só o amor pode quebrar esse círculo de ódio e sanar as feridas. As jornadas de mãe e filha se alternam até o fim inesperado. As dua atrizes estão esplêndidas.

Diretor: Denis Villeneuve
Roteiro: Denis Villeneuve, baseado na peça de Wajdi Mouawad
Musica: Grégoire Hetzel
Fotografia: André Turpin
Elenco: Lubna Azabal, Mélissa Désormeaux-Poulin, Maxim Gaudette, Rémy Girard, Allen Altman, Mohamed Majd, Abdelghafour Elaaziz, Nabil Sawalha, Baya Belal, Bader Alami, Anthony Ecclissi, Karim Babin, Yousef Shweihat
Distribuidora: Imovision

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Transamerica

Transamérica * *
(2005) 103 min (14 anos)

EUA - Entre paredes cor de rosa, Sabrina Claire Osborne se veste, maquia e pinta as unhas, enquanto assiste ao vídeo de exercícios vocais de Andrea James, repetindo 'Esta é a voz que eu quero usar'. Nascido Stanley Chupak, a transsexual trabalha num restaurante mexicano, além de fazer vendas por telefone para juntar dinheiro para a tão sonhada cirurgia de mudança de sexo.  

Faltam alguns dias para a operação, quando Bree Osborne descobre que é pai de um adolescente que está preso em Manhattan por uso de drogas e prostituição. Por imposição de sua psicóloga, Bree terá que enfrentar o passado e ir ao encontro do jovem Toby Wilkins em Nova Iorque. Com receio de revelar a verdade, ela omite o parentesco e os dois embarcam numa tumultuada viagem de volta para Los Angeles.

Pessoas portadoras de disforia de gênero querem se livrar da incongruência entre como se sentem e como se vêem. Tentam disfarçar suas características sexuais, tornando-se invisíveis ao sair na rua, na esperança de evitar olhares de estranhamento ou a dolorosa pergunta: "- É homem ou mulher?"  Difícil até imaginar quanto sofrimento essa condição envolve; alguns tentam o suicídio.  Compreensão, afeto e respeito são o melhor antídoto. Recentemente, o treinador Antonio Carlos Cerezo tornou público seu apoio à filha transsexual, que está iniciando uma carreira de modelo sob o nome de Lea T.  A atitude de Toninho mostrou que é grande sua capacidade de amar.

Felicity Huffman ganhou o Globo de Ouro, entre outros prêmios, pela criação de Sabrina Osborne, a personagem que apaga suas características masculinas e renasce como figura feminina.  A atriz teve que fazer exercícios vocais opostos aos de Bree, abaixando o timbre da voz, mudando os gestos e a maneira de andar.  O resultado é brilhante.  Duas outras mulheres se destacam em "Transamérica": a irlandesa Fionnula  Flanagan como Elizabeth, a mãe exuberante que ama mas não respeita Stanley, e Elizabeth Peña como a afetuosa psicóloga Margaret. A trilha sonora traz Dolly Parton cantando Travelin' Thru, de sua autoria.

Curiosidade:
* A entrevista do diretor Duncan Tucker para Moviefone.

Diretor: Duncan Tucker
Roteiro: Duncan Tucker
Musica: David Mansfield
Fotografia: Stephen Kazmierski
Elenco: Felicity Huffman, Kevin Zegers, Elizabeth Peña, Fionnula  Flanagan, Burt Young, Graham Greene, Danny Burstein, Andrea James, Calpernia Addams, Venida Evans, Raynor Scheine, Stella Maeve, Carrie Preston
Distribuidora: Focus Filmes

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Patrik 1.5

Patrik 1.5
(2008) 97 min (14 anos - insinuação sexual e consumo de drogas lícitas)

Suécia - O médico Göran e o publicitário Sven Skoogh estão de mudança para uma casa nova. O casal gay escolheu um bairro familiar porque deseja adotar um bebê.  Aliás, Göran quer adotar e Sven aceita a contragosto, pois já foi casado e tem uma filha adolescente que parece odiá-lo. Apesar de conseguirem uma licença para adoção, nenhum outro país concorda em entregar uma criança a um casal de homossexuais.  Os dois não se opõem a que o bebê seja sueco, só rejeitam a nacionalidade dinamarquesa (!). 

Algum tempo depois recebem uma carta avisando da chegada de Patrik 1,5 anos. Com muita alegria começam a mobiliar o quarto do menino. Quando o garoto chega à sua porta, numa sexta-feira à tarde, não é bem o que eles imaginavam. Houve um erro de digitação na carta e pela sala entra Patrik, um adolescente homofóbico de 15 anos, com um histórico de agressividade.

Devido ao adiantado da hora, é impossível devolver o jovem enfezado ao serviço social e os três passarão um fim de semana tenso, vigiando-se.  Sven e Göran temem ser esfaqueados pelo adolescente e Patrik não confia nos dois 'pedéfilos', como ele os chama. Em 3 dias muito pode acontecer, e acontece.

A vizinhança recebeu o casal gay com sorrisos e gentilezas, mas o comportamento das crianças do condomínio revelou o que os adultos disfarçavam: uma discriminação velada.  Essa atitude me levou a pensar no momento delicado que estamos vivendo. Depois de séculos de preconceito, acompanhado de frequentes agressões verbais e físicas contra os homossexuais, começam a ser reconhecidos, em vários países, seus direitos na transmissão de herança, além de outros benefícios civis. Isso não se dá sem que haja exageros na mídia por parte de alguns defensores desses direitos.  

Houve quem apregoasse as vantagens da bissexualidade por aumentar as chances de se encontrar um parceiro(a), assim como quem achasse normal a exibição de preliminares de um relacionamento íntimo na tela da TV, exposição completamente inadequada para esse veículo, independente do sexo do casal. Quando houver a menor possibilidade de crianças desacompanhadas assistirem cenas que possam chocar sua sensibilidade, a inocência deve ser protegida. Deixem-se os filmes de conteúdo impróprio restritos às salas de cinema e locadoras. Por conta de uma cena, Patrik 1.5 estaria melhor se classificado como impróprio para os menores de 16 anos.

Gustaf Skarsgaard ganhou minha admiração interpretando o simpático e suave doutor Göran Skoogh; é desses atores que tornam qualquer personagem real. Neste ano já o vi convincente como o padre Voss (Caminho da Liberdade) e o sádico Otto Silverhielm (Evil - Raízes do Mal). Gustaf entrou para minha lista de favoritos.

Diretor: Ella Lemhagen
Roteiro: Ella Lemhagen, baseado na peça de Michael Druker
Musica: Fredrik Emilson
Fotografia: Marek Septimus Wieser
Elenco: Gustaf Skarsgard, Torkel Petersson, Tom Ljungman, Amanda Davin, Annika Hallin
Distribuidora: Festival Filmes

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Simonal - Ninguem Sabe O Duro Que Dei

Simonal - Ninguém Sabe O Duro Que Dei * * 
(2009) 86 min (Livre)

Brasil - Numa época de talentos eternos e revolucionários, Wilson Simonal brilhou como ninguém e inovou como poucos.  Juntando qualidade, carisma, simpatia, suingue, charme, sensualidade e muito talento, ele se tornou a sensação do Brasil e ainda conquistou o público internacional.  De repente tudo acabou.  Boatos, acusações, mistérios, patrulhas e perseguições.  O que aconteceu com Wilson Simonal? (capa do DVD)

Filho de uma cozinheira analfabeta, o ex-cabo do exército não falava inglês, mas cantou The Shadow of Your Smile ao lado de Sarah Vaughn. Com sua bela voz, muito ritmo e malandragem regia qualquer público, ganhou muito dinheiro e perdeu, como tantos outros antes e depois dele.  Talvez o pior tenha sido perder o espaço para se apresentar e ser condenado ao ostracismo.  Sua trajetória do sucesso ao esquecimento me lembrou de Oscar Wilde e das doloridas palavras (De Profundis) que o escritor irlandês escreveu no cárcere.

Além das imagens de arquivo dos shows, programas de televisão e dos depoimentos que buscam restabelecer a verdade dos fatos, o DVD traz extras que merecem ser vistos, mesmo por quem já assistiu o filme no cinema. Juntando a musicalidade e a carioquice de Simonal a uma edição nota dez, esse documentário é imperdível para quem quer recordar ou conhecer um dos maiores cantores do Brasil.

No período de isolamento, os discos de Simonal deixaram de constar do catálogo da gravadora e ele não era convidado para nenhum evento. Achei comovente o relato de Sandra Cerqueira sobre a ida do cantor aos shows dos filhos, Max de Castro e Simoninha.  O pai orgulhoso se emocionava, mas preferia ficar incógnito para não prejudicar a carreira dos filhos, assistindo a apresentação escondido atrás de uma pilastra.  Chorei que me acabei.

Diretores: Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal
Roteiro: Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal
Trilha Sonora Original: Berna Ceppas
Fotografia: Gustavo Hadba
Montagem: Pedro Duran e Karen Akerman
Participação: Wilson Simonal, Artur da Távola, Ricardo Cravo Albim, Chico Anysio, Barbara Heliodora, Sandra Cerqueira, Max de Castro, Wilson Simoninha, Pelé, Castrinho, Tony Tornado, Luis Carlos Miele, Nelson Motta, Raphael Viviani, Ziraldo, Sergio Cabral, Jaguar
Distribuidora: Biscoito Fino

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sábado, 3 de setembro de 2011

Em Um Mundo Melhor

Hævnen * *
In a Better World 
(2010) 113 min (16 anos)

Dinamarca - Em um mundo melhor não haveria violência, os fortes respeitariam os mais fracos, existiria justiça e mães não morreriam de câncer deixando filhos pequenos órfãos.  Mas, neste nosso mundo, há brigas de facções, mulheres grávidas são assassinadas, crianças são ridicularizadas na escola e ficam órfãs.  

Christian está com 10 anos e aprendeu uma discutível lição, em sua passagem por diferentes colégios em vários países: só é respeitado quem revida com violência uma agressão.  Logo após a morte de sua mãe, o menino volta para a Dinamarca com o pai Claus.  Os dois se instalam na casa da avó, já que o pai precisa continuar viajando a trabalho.  

No primeiro dia de aula, Christian está presente quando o valentão da escola humilha Elias, filho dos médicos suecos Anton e Marianne.  Anton trabalha num acampamento de refugiados na África, onde lida com as consequências da guerra e da violência contra mulheres e crianças.  Ele cura os pacientes e não se envolve nos conflitos locais.  O médico não acredita em fazer justiça com as próprias mãos.

Christian pensa diferente, ele acha que passividade é fraqueza e que os agressores devem ser punidos.  No momento oportuno, o menino ataca o valentão da escola com uma bomba de bicicleta.  Graças à discrição de Elias, única testemunha, Christian escapa impunemente.  Seu próximo passo é mais arriscado e pode ter consequências trágicas, que sua mente ágil, mas inexperiente, não consegue prever.

Christian desconfia nos adultos e não se abre. A direção da escola não ajuda, falhando no manejo dos conflitos e deixando Elias desprotegido diante das agressões cotidianas. Elias tenta conversar com o pai pelo computador, mas a conexão está ruim e Anton teve um mau dia. Se pais e filhos não partilham seus pensamentos e emoções, muita coisa ruim pode acontecer.  É o que se pode antever enquanto se desenrola a ação nessa obra interessante, vencedora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2011.

Quando as queixas chegam à direção da escola, é frequente que os agressores sejam chamados e repreendidos, o que costuma piorar a situação das vítimas. O trabalho necessário é mais complexo.  Bullying existe desde sempre, mas só recentemente foram criados programas de incentivo à cooperação entre alunos, em estabelecimentos de ensino dos EUA, Inglaterra e Noruega.  No Brasil parece que foi implantado com bons resultados o Programa Educar para a Paz”, em São José do Rio Preto. Tais iniciativas precisam ser difundidas em nossos colégios.

Direção: Susanne Bier
Roteiro: Anders Thomas Jensen
Musica: Johan Söderqvist
Fotografia: Morten Soborg
Elenco: Mikael Persbrandt, Ulrich Thomsen, Wil Johnson, William Jøhnk Juels Nielsen, Markus Rygaard, Trine Dyrholm, Simon Maagaard Holm, Kim Bodnia
Distribuidora: California Filmes
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