Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Robin Hood

Robin Hood *
(2010) 135 min (14 anos)



Inglaterra - Ricardo Coração de Leão retorna falido em vitórias e recursos de sua cruzada na Palestina. O exército inglês compensa a falta de soldo saqueando castelos franceses no caminho de volta à pátria. Entre os arqueiros do rei encontra-se Robin Longstride. Líder nato, o mercenário é cercado por um pequeno grupo de companheiros fiéis. Depois de cumprir uma inesperada derradeira missão, Robin e seu bando dirigem-se para Nottingham, onde o arqueiro quer devolver a espada de Sir Walter Loxley.

Na ausência do rei, o trono inglês foi ocupado por seu irmão, o ambicioso e imprudente John, filho caçula da rainha Leonor da Aquitânia. O príncipe John aumenta a carga de tributos sobre seus empobrecidos súditos, enviando um destacamento de soldados que confisca o que encontra para reabastecer os cofres reais. Chefiados pelo cruel Godfrey, o grupo intimida e mata os que se opõe ou não possuem bens. Revoltados, os nobres do norte se organizam contra John, sem saber que o rei francês planeja desembarcar com seu exército em solo inglês. Robin assume um papel de liderança.

Ridley Scott faz um filme de ação correto, com belíssima fotografia, excelente elenco e direção de arte. É o mínimo que se espera dele. A linda floresta de Sherwood aparece menos do que eu gostaria, afinal esse roteiro imagina um prólogo para o lendário Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres. O Robin de Russell Crowe é um personagem sombrio e contido, despertado para a vida pela afeição à corajosa Lady Marion. A dupla tem uma boa química. Eileen Atkins e Max Von Sydow enriquecem as cenas em que aparecem como Leonor de Aquitânia e Lord Walter Loxley.


Floresta de Sherwood hoje.

Diretor: Ridley Scott
Roteiro: Brian Helgeland, baseado em história de Brian Helgeland e Ethan Reiff & Cyrus Voris
Música: Marc Streitenfeld
Fotografia: John Mathieson
Elenco: Russell Crowe, Cate Blanchett, William Hurt, Max Von Sydow, Eileen Atkins, Mark Strong, Oscar Isaac, Danny Huston, Mark Addy, Matthew Macfadyen, Kevin Durand, Scott Grimes, Alan Doyle, Douglas Hodge, Léa Seydoux
Distribuidora: Universal

Don Zeno - O Fundador de Nomadelphia

Don Zeno - L'uomo di Nomadelfia *
(2008) 105 min (Livre) feito para TV



Italia - Zeno Saltini nasceu em Fossoli (30/8/1900), numa família de agricultores. Era o nono filho de doze irmãos. Pensando tornar-se advogado, formou-se na Universidade Católica de Milão, mas a vocação para o sacerdócio falou mais alto. Saltini tornou-se padre e foi nomeado pároco da cidade de San Giacomo Roncole, onde usou toda sua criatividade para atrair os moradores para a Igreja. Acreditava que o cinema era um meio importante de comunicar idéias ao povo. Em 22 de janeiro de 1933 inaugurou na cidade uma sala de cinema com som, uma das primeiras da região. O principal convidado foi o Bispo Monsenhor Giovanni Pranzini, seu orientador e protetor.

Don Zeno foi mais conhecido pelo trabalho de acolhimento de crianças abandonadas e pela criação de Nomadelfia, uma comunidade igualitária nos moldes das primeiras do Cristianismo. Por essas iniciativas foi perseguido pelos fascistas italianos, pelo governo pós-guerra, e por grupos de dentro da própria Igreja Católica. Seu trabalho só teve o devido reconhecimento quando João Paulo II tornou-se Papa.


João Paulo II comprimenta Don Zeno

"Don Zeno, o Fundador de Nomadelphia" é um filme ágil, bem feito, com ótimo elenco. Pode ser encontrado na locadora Guimarães, em Laranjeiras. Ou comprado na 2001 Vídeo, por R$ 29,90.

Para mais informações sobre a vida de Don Zeno é só pesquisar os sites italianos Nomadelfia e Don Zeno. O generoso padre morreu de enfarto em 15 de janeiro de 1981. De acordo com notícia da Radio Vaticana, a Conferência Episcopal da Toscana deu assentimento para a abertura do processo de beatificação de Don Zeno Saltini. As antigas restrições foram finalmente removidas.



Diretor: Gianluigi Calderone
Roteiro: Giuseppe Badalucco, Nicola Badalucco, Franca de Angelis
Música: Paolo Vivaldi
Fotografia: Cesare Bastelli
Elenco: Giulio Scarpati, Andrea Tidona, Maddalena Crippa, Urbano Barberini, Isabella Briganti, Nicolas Tenerani
Edição: Valentina Romano
Distribuidora: Casablanca Filmes

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Fita Branca

Das Weisse Band * * *
(2009) 145 min (16 anos)



Alemanha, 1913 - A vida no bucólico vilarejo protestante do norte da Alemanha é muito ordenada, até que acontecimentos estranhos e violentos começam a se suceder, frutos de uma mente doentia que não respeita pessoas ou animais. Os adultos exigem um comportamento exemplar das crianças, mas será que eles dão o exemplo? Na casa principal a baronesa ensaia nova música ao piano, na escola o professor está treinando o coral de estudantes para a Crisma, os trabalhadores cumprem suas tarefas cotidianas. Tudo parece tão banal e, contudo, há uma realidade oculta, latente, que afronta a normalidade. Será que a comunidade tem interesse em conhecê-la?

O diretor Michael Haneke é formado em Psicologia, Filosofia e Teatro pela Universidade de Viena. Através de sua obra gosta de debater a violência e as perversões humanas. "A Fita Branca" magnetiza e perturba, é uma obra de arte para ser levada a sério. Ilustra a gênese da crueldade, os riscos de uma educação rígida, desprovida de afeto, empatia e comunicação. Mas não é uma história desprovida de esperança. O amor puro do professor pela babá e a generosidade e desprendimento do filho pequeno do pastor ilustram a bondade de que também é capaz o coração humano.

A fotografia é bela, impactante. O filme foi gravado a cores e alterado para preto e branco na pós-produção. Mais de 7 mil testes foram feitos para a escolha de crianças com talento, cujo tipo correspondesse às imagens do período. E o resultado é admirável, embora eventualmente tenha feito alguma confusão entre os meninos, pois alguns ficaram parecidos.



Diretor:
Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Fotografia: Christian Berger
Direção de Arte: Anja Müller
Edição: Monika Willi
Elenco: Christian Friedel, Ernst Jacobi (voz do narrador), Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Ursina Lardi, Fion Mutert, Burghart Klaussner, Steffi Kühnert, Maria-Victoria Dragus, Leonard Proxauf, Janina Fautz, Rainer Bock, Roxane Duran, Eddy Grahl
Distribuidor: Imovision

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Má Companhia

The Merry Gentleman
(2008) 98 min (12 anos)



EUA, Chicago - Os sinos tocam, um homem elegante atravessa a praça passando ao lado da igreja, bem próximo a uma estátua de Cristo de braços abertos. Frank Logan usa um boné, tem a barba bem cuidada e veste um casaco longo.

Na cena seguinte, uma jovem mulher chora no banheiro e coloca gelo no rosto machucado. Já no quarto, deitada de lado na cama, Kate Frazier permanece em silêncio. Seu agressor se admira ao espelho, se veste calmamente, colocando na cintura uma pistola e pendurando a insígnia de policial no pescoço.

Frank Logan espreita à certa distância a porta de uma casa, de onde saem três estranhos. Ele segue um deles, espera que entre no carro, aproxima-se e atira.

Kate atende o telefone no escritório de "Maas e Associados". Chegando na sala para substituí-la, sua colega Diane comenta: "Se eu tivesse seu sotaque encantador e seus cabelos lisos, não estaria sozinha na época do Natal." Mas a sofrida escocesa não procura companhia, se entusiasma com a neve que cai e com a possibilidade de enfeitar um pinheiro em seu apartamento vazio.

Os caminhos de Frank e Kate se cruzarão de maneira inesperada, nesse final de dezembro.

"Má Companhia" marca a estréia de Michael Keaton como diretor. É um trabalho correto, como o de tantos outros atores que se aventuram na direção. Kelly Macdonald está comovente como Kate Frazier. Ela foi Mary Maceachran, a simpática acompanhante de Maggie Smith em Gosford Park e Carla Jean Moss, a infeliz esposa de Josh Brolin em Onde os Fracos não têm Vez. Sua presença cativante enriquece o filme de Keaton. Se a classificação vai sem estrelinhas é porque ainda tenho um problema com finais meio soltos no ar.

Diretor: Michael Keaton
Roteiro: Ron Lazzeretti
Música: Jon Sadoff, Ed Shearmur
Fotografia: Chris Seager
Elenco: Michael Keaton, Kelly Macdonald, Tom Bastounes, Mike Bradecich, Bobby Cannavale, Darlene Hunt, William Dick, Guy Van Swearingen
Distribuidora: California Filmes

domingo, 19 de setembro de 2010

Grey Gardens - Do Luxo à Decadência

Grey Gardens *
(2009) 103 min (14 anos) feito para TV



EUA - Alguns anos atrás, Tomás me ofereceu na locadora o documentário de 1975 dos irmãos Maysles, sobre as parentes pobres de Jacqueline Kennedy Onassis. Senti um aperto no coração ao conhecer a história de Edith e Edie Bouvier Beale (79 e 56 anos), respectivamente tia e prima da elegante ex-primeira-dama dos EUA. Vivendo na miséria, mãe e filha dividiam a casa cinzenta em Long Island, agora suja e caindo aos pedaços, com vários gatos e um guaxinim. Mesmo brigando, as duas se apoiavam uma à outra, agarrando-se às lembranças de sonhos passados e alimentando o gosto pela música. Ameaçadas de despejo pela saúde pública, foram socorridas pelas parentes ricas, Jackie e sua irmã Lee Radziwell.

Durante 2 meses, registrando o cotidiano com câmeras portáteis, Albert e David Maysles criaram uma pequena obra-prima, que respeitou e agradou às ingênuas e excêntricas protagonistas. O documentário foi uma sugestão de Jacqueline e Lee.

A nova versão de Michael Sucsy para a televisão é muito fiel ao filme original. Através de pesquisas, procurou-se esclarecer alguns fatos da vida de "Big Edie" e "Little Edie". Assistindo ao documentário dos irmãos Maysles, é possível avaliar melhor a qualidade do trabalho de interpretação de Drew Barrymore e Jessica Lange. Os dois filmes podem ser encontrados na locadora Guimarães Vídeo (Rua das Laranjeiras 462, loja 4).

Diretor: Michael Sucsy
Roteiro: Michael Sucsy e Patricia Rozema
Música: Rachel Portman
Fotografia: Mike Eley
Elenco: Drew Barrymore, Jessica Lange, Jeanne Tripplehorn, Ken Howard, Kenneth Welsh, Arye Gross, Justin Louis, Daniel Baldwin, Malcolm Gets, Lorna Wilson, Catherine Marie Thomas
Distribuidora: Warner Home Video

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O Segredo dos Seus Olhos

El Secreto de sus Ojos * *
The Secret in their Eyes
(2009) 124 min (12 anos)



"Um homem pode mudar tudo. Seu rosto, seu endereço, sua família, sua namorada, sua religião. Mas há uma coisa que ele não pode mudar. Ele não pode mudar sua paixão."

Argentina - Em junho de 1974, o agente da justiça federal Benjamin Sposito é chamado para investigar a morte de Liliana Coloto, uma jovem casada, que foi estuprada e assassinada dentro de sua própria casa, num bairro de Buenos Aires. Comovido pelo sofrimento do esposo de Liliana, Benjamin procura o criminoso com a ajuda de Sandoval, seu assistente e amigo dedicado, e de Irene Menéndez-Hastings, chefe do departamento. Mas fazer justiça pode ser tarefa quase impossível no momento delicado vivido no país, em que as liberdades individuais estão ameaçadas pela truculência de algumas pessoas no poder.

Vinte cinco anos mais tarde, já aposentado, Benjamin escreve um romance sobre as circunstâncias do crime. Os fatos e emoções do passado assombram o presente do oficial de justiça.

"O Segredo dos seus Olhos" é um belo filme, com excelentes interpretações e leves pitadas de humor, adicionadas pelo personagem do assistente alcoólatra Sandoval. Ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2010.



Diretor:
Juan José Campanella
Roteiro: Eduardo Sacheri e Juan José Campanella, baseado no livro "La Pregunta de sus Ojos", de Eduardo Sacheri
Música: Federico Jusid, Emilio Kauderer
Fotografia: Félix Monti
Elenco: Ricardo Darín, Soledad Villaniel, Pablo Rago, Javier Godini, Guillermo Francella, Carla Quevedo, Rudy Romano,
Distribuidora: Europa Filmes

domingo, 12 de setembro de 2010

Fora de Controle

What Just Happened
(2008) 104 min (14 anos)



EUA - "Fora de Controle" apresenta uma semana especialmente difícil na vida de um poderoso produtor de Hollywood. Os aborrecimentos começam com o fiasco de um teste de audiência do filme que o estúdio quer levar como candidato ao Festival de Cannes. O público odeia o final mas o instável diretor não aceita qualquer alteração. Cabe ao produtor Ben convencê-lo do contrário, assim como forçar Bruce Willis a remover a barba que lhe dá ares de um Moisés careca. Somam-se às encrencas profissionais algumas crises familiares. Ben percebe que Kelly, a filha adolescente, está com problemas e acha que sua última ex-mulher tem um amante. Seu status, equilíbrio e salário estão por um fio.

Não recomendo especificamente que alguém veja "Fora de Controle". Está nesse blog para que eu me lembre dele daqui a alguns meses. Não me recordarei do nome, é claro, não é impressionante nem em inglês, mas farei a busca por Sean Penn, Robert DeNiro ou Robin Wright Penn. Gosto de filmes que lançam alguma luz, ainda que tênue, sobre o funcionamento da indústria cinematográfica. No caso, o dia a dia de um produtor executivo, função que, se antes me parecia nebulosa, agora cresceu na minha consideração.

O autor do roteiro, e do livro no qual se inspira, é Art Linson, produtor de 30 filmes, entre os quais "Os Intocáveis" e "Clube da Luta", um favorito entre fãs menores de 45 anos. Já o diretor Barry Levinson é o responsável por dois sucessos da década de 80: "Rain Man" e "Bom Dia, Vietnã". Mesmo que "Fora de Controle" não seja um sucesso, sou meio sentimental, sempre arrisco em artistas que me encantaram alguma vez. Em nome dos velhos tempos, pelo menos. O que me lembra de que gostaria de rever "The Player", de Robert Altman, um dos meus diretores queridos de sempre. Espero que ainda exista em alguma locadora.

Curiosidade:
* O caso envolvendo a recusa de Bruce Willis em remover sua barba é baseado num incidente verdadeiro, entre o produtor Art Linson e Alec Baldwin, que na época filmava "No Limite" (The Edge - 1997).

* Os artistas famosos que atuam em "Fora de Controle" renunciaram a seus cachês habituais.


O verdadeiro Art Linson

Diretor: Barry Levinson
Roteiro: Art Linson, baseado no seu livro "What Just Happened?: Bitter Hollywood Tales From the Front Line"
Música: Marcelo Zarvos
Fotografia: Stéphane Fontaine
Elenco: Robert De Niro, Robin Wright, Sean Penn, Bruce Willis, Catherine Keener, John Turturro, Stanley Tucci, Kristen Stewart, Michael Wincott, Jason Kravitz, Karina Buck, Moon Bloodgood
Distribuidor: California Filmes

sábado, 11 de setembro de 2010

O Preço da Traição

Chloe
(2009) 96 min (16 anos)



"- Como você consegue fazer isso?
- Eu tento encontrar em cada um algo que eu possa gostar. Sempre há."

Canada - Da janela de seu consultório, Catherine Stewart observa as idas e vindas de uma jovem prostituta de luxo. Quando a ginecologista desconfia que o marido David está tendo um caso, resolve contratar a sedutora Chloe para testar sua fidelidade. O casal leva uma vida confortável e mora numa casa moderna com Michael, o filho adolescente.

Mas as coisas não estão nada bem para a médica, pois ela perdeu o contato com o filho e o marido. David é professor de música e faz questão de estar acessível aos alunos, em aula ou através de telefone e internet. Michael conta os dias para ficar independente e sair de casa. Catherine sente-se envelhecer e tem ciúmes das jovens estudantes ou das solícitas atendentes nos restaurantes. Suas suspeitas complicam uma situação que já estava difícil.

"O Preço da Traição" me foi oferecido pelo telefone, nem posso dizer que escolhi, mas senti um alívio ao confirmar na capa os nomes de Liam Neeson e Julianne Moore. Também experimentei a curiosidade de ver como se sairia Amanda Seyfried, que achei excelente em "Mamma Mia". Ela sabe cantar e dançar, mas convencerá num papel tão diferente? Pois convence. Mostra-se sutil, vulnerável, envolvente, insinuante, intrigante, como Chloe. Acho que está entre as atrizes mais competentes da nova geração.

Há uma cena de sexualidade explícita que pode constranger almas mais sensíveis e menores de idade. Bastariam alguns indícios e o efeito seria o mesmo. Às vezes tenho saudades da época em que os protagonistas se sentavam ao leito, com o pé ainda tocando o chão, e a câmera desviava para a parede, enquanto a tela escurecia. Os adultos imaginavam o que acontecia e as crianças não precisavam sair da sala. Com a liberação geral da "modernidade", as cenas de sexo banalizaram-se e repetem-se à exaustão. É preciso o talento de Stanley Kubrick ou Ang Lee para criar uma cena erótica que seja bela, intensa, e não apenas uma ginástica repetitiva ou embaraçosa.

Uma observação quanto ao título "O Preço da Traição": no Brasil, é fácil confundir os nomes de vários filmes estrangeiros. O departamento de marketing das distribuidoras usa e abusa de algumas palavras nos títulos brasileiros: traição, desejo, medo, preço, vingança, sonho, paixão, liberdade. A repetição difículta guardar seus nomes em português. Para identificá-los, a gente acaba perguntando: "você viu o último filme da Julianne Moore, aquele em que ela faz a médica ciumenta?"

Diretor: Atom Egoyan
Roteiro: Erin Cressida Wilson, baseado no trabalho de Anne Fontaine (escritora e diretora de "Nathalie")
Música: Mychael Danna
Fotografia: Paul Sarossy
Elenco: Julianne Moore, Amanda Seyfried, Liam Neeson, Max Thieriot, Mishu Vellani, Meghan Heffern, Nina Dobrev
Distribuidora: PlayArte Home Video

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Jantar

La Cena *
(1998) 96 min (12 anos)



Itália - "O Jantar" acompanha a jornada de trabalho no restaurante "Arturo al Portico", da hora em que abre ao momento em que os proprietários relaxam, jogando cartas com um pequeno grupo de clientes habituais. Quem comanda a equipe do "Arturo al Portico" é a tranquíla Flora, vivida por Fanny Ardant. A câmera vai captando os diálogos de mesa em mesa, com várias incursões na cozinha, onde reina o rabugento chef Duilio. Só quem sabe lidar com o idoso cozinheiro é o hábil chefe dos garçons. Familias, turistas e vários tipos da classe média italiana são servidos no ambiente acolhedor da bela casa, onde vivem um pouco de seus dramas e alegrias. Um dos destaques é o Maestro Pezzullo, interpretado por Vittorio Gassman, em seu penúltimo papel no cinema.


Vittorio Gassman sentado à mesa, no papel de professor Pezzullo

A edição ágil torna o filme de Ettore Scola agradável como estar com amigos íntimos, que exercitam a convivência diante da boa mesa. Predomina o prazer da rotina confortadora sobre os conflitos cotidianos. Meu momento favorito foi o belíssimo concerto de harpa e flauta.

Aparentemente, a voz de Fanny Ardant foi dublada por uma italiana, pois o timbre é diferente do que me lembro da artista francesa. Para mim, essas dublagens sempre resultam estranhas, mas, passados os primeiros momentos, deu para esquecer.



Diretor:
Ettore Scola
Roteiro: Ettore Scola e Furio Scarpelli e Silvia Scola e Giacomo Scarpelli
Música: Armando Trovajoli
Fotografia: Franco Di Giacomo
Elenco: Vittorio Gassman, Fanny Ardant, Giancarlo Giannini, Antonio Catania, Francesca d'Aloja, Ricardo Garrone, Stefania Sandrelli, Marie Gillain, Eros Pagni, Nello Mascia, Adalberto Maria Merli, Corrado Olmi
Distribuidora: Grupo Paris Filmes

sábado, 4 de setembro de 2010

2019 - O Ano da Extinção

Daybreakers *
(2009) 102 min (16 anos)



"Elvis Presley disse, uma vez, que a verdade é como o sol. Pode-se afastá-la por algum tempo, mas ela não desaparecerá."

Em 2019, os humanos são uma espécie em extinção, correspondem a 5% da população da Terra. Os vampiros dominam o planeta, mas estão enfraquecidos pela escassez de alimento. O racionamento não supre as necessidades mínimas e alguns bebem o próprio sangue ou atacam outros vampiros. O resultado é a rápida degeneração em desesperadas criaturas animalescas e selvagens. A elite de pesquisadores e militares tem prioridade no suprimento de sangue. Os policiais caçam os humanos remanescentes para serem levados aos laboratórios da companhia farmacêutica Bromley Marks, onde vão sendo sangrados lentamente.

Edward Dalton é o hematologista que pesquisa um substituto para o sangue humano. Ele mesmo rejeita a ração a que tem direito e prefere se alimentar do sangue de animais. Transformado contra sua vontade, Edward não precisa temer outros vampiros, mas não crê que a imortalidade valha a privação da experiência de uma vida comum sob a luz do sol.

Para quem gosta de suspense e histórias de vampiro, um cálice cheio! De Christopher Lee a "Crepúsculo", não nos escapa um. Os morcegos degenerados de "2019" se assemelham, na aparência, ao Nosferatu de Murnau e Herzog. São considerados como sub-raça, acorrentados e eliminados. As testemunhas da execução olham com ódio e desprezo as filas de figuras esquálidas que são arrastadas para a morte. Uns poucos percebem que poderiam estar na mesma situação. Dá o que pensar... em cada vez que deixamos de reconhecer como semelhante alguém diferente de nós, ou em situação desfavorável.

Curiosidade:
* Os produtores do filme patrocinaram uma competição em Worth1000.com (famoso site de concurso de manipulação de fotografia) para descobrir imagens de como seria o mundo se quase todos fossem vampiros.

* "2019" foi gravado em Queensland, Australia.


Diretores: Michael e Peter Spierig (The Spierig Brothers)
Roteiro: Michael Spierig & Peter Spierig
Música: Christopher Gordon
Fotografia: Ben Nott
Elenco: Ethan Hawke, Willem Dafoe, Sam Neill, Claudia Karvan, Michael Dorman, Isabel Lucas, Jay Laga'aya, Robyn Moore, Vince Colosimo, Mungo McKay
Distribuição: Imagem Filmes - veja o trailer

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Concorrência Desleal

Concorrenza Sleale * *
Unfair Competition
(2001) 106 min (12 anos)



Italia - 2 de fevereiro de 1938, 16º ano da Era Fascista, a vida continua boa no canto de Roma em que moram os meninos Lele e Pietro. Amigos de casa e escola, os dois se comunicam, visitam e brincam o dia inteiro. Até partilham a hora do óleo de fígado de bacalhau, mas os pais são lojistas concorrentes. Umberto Melchiorri é o elegante proprietário de uma alfaiataria tradicional. Leone DellaRocca abriu um armarinho há dois anos e irritou o vizinho quando começou a vender roupas prontas com preços mais baixos. Leone é ágil na arrumação das vitrines e nas respostas. Umberto sofre de "l'esprit d'escalier", pois só descobre o que poderia ter dito quando já é tarde demais, quando já está descendo as escadas.

Umberto é católico e Leone é judeu. Isso não faz a menor diferença, todos são italianos, até que acontece a visita de Hitler a Mussolini. A partir de então, Il Duce aperta o cerco à comunidade judaica, que vai perdendo seus direitos progressivamente. Pietro e Lele já não podem ir juntos ao colégio, a vida mudou.

Os filmes de Ettore Scola fazem bem à alma! São cheios de vida e afeto. Agradeço à Aline, nossa professoressa de italiano, ter sugerido vários dos exemplares do cinema italiano para o By Star. Vou vasculhar as estantes da locadora em busca de mais Scola!

Desde que alguns competentes cinéfilos brasileiros e portugueses encerraram seus blogs, e meu amigo Tomás começou a estudar cinema, deixando o trabalho na locadora, estou em perigo de só escolher os últimos lançamentos, de preferência de 2008 para cá. É curioso que sejam os jovens a me sugerir os filmes clássicos. Costumo confiar nas indicações deles porque não podem ser fruto de algum saudosismo nostálgico. Poucas vezes me decepcionei.

Curiosidade:
* "Concorrência Desleal" foi rodado na Cinecittà. Alguns dos sets foram aproveitados por Martin Scorcese em "Gangues de Nova Iorque".

Diretor: Ettore Scola
Roteiro: Ettore Scola & Furio Scarpelli e Silvia Scola & Giacomo Scarpelli
Música: Armando Trovajoli
Fotografia: Franco Di Giacomo
Elenco: Diego Abatantuono, Sergio Castellitto, Gérard Depardieu, Walter Dragonetti, Antonella Attili, Jean Claude Brialy, Elio Germano, Sabrina Impacciatore, Gioia Spaziani, Anita Zagaria

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Direito de Amar

A Single Man *
(2009) 100 min (14 anos)



"A única coisa que fez o todo valer a pena foram as poucas vezes em que fui capaz de me conectar de verdade com outro ser humano."

EUA, Los Angeles - Um corpo masculino flutua, enquanto a música romântica acompanha seus movimentos na água. Há o som de uma batida, os violinos se destacam na trilha sonora, surge a imagem de um carro acidentado numa paisagem branca. O corpo de um homem jovem jaz deitado sobre a neve. Outro homem se aproxima caminhando, lhe dá um beijo e ... acorda sobressaltado. George Falconer está com o coração partido há oito meses, desde a morte de Jim, seu companheiro durante 16 anos. O professor de literatura mantem as aparências, não falta uma aula, mas a vida perdeu o sentido, desde que não pode partilhá-la em sua casa envidraçada, junto ao arquiteto simpático e otimista.

Na sexta-feira, 30 de novembro de 1962, George decide encerrar a permanência na Terra, faz metódicos preparativos e compra balas para seu revólver. Algumas horas antes da decisão final, o professor deve dar aulas e encontrar Charley, ex-namorada e amiga dos tempos de Londres. Separada, com um filho adulto a quem nunca vê, Charley bebe demais e apóia-se sobretudo em George, como parceiro de gin e fonte de conforto.

"Direito de Amar" é sóbrio e muito belo, plasticamente, o que não surpreende, já que o diretor é um estilista de moda conhecido. Enquadramentos, cores, detalhes, tudo é perfeito. Os tons da fotografia são esmaecidos, ganhando intensidade, brilho e calor nos momentos mais significativos para George.

O encontro do professor inglês e da menina Jennifer, filha dos vizinhos, loura de trancinhas, impecável num rodado vestido azul, é minha cena favorita. Seja pela linda fotografia, seja pelo conteúdo do diálogo, bastante revelador do que se passa na casa ao lado.

Embora comovente pelo desempenho de Colin Firth, "Direito de Amar" passou-me a impressão de um comercial de perfume estrangeiro, lindo, elegante. Há também certa idealização do relacionamento homossexual. As duas mulheres mais importantes do filme fazem restrições aos respectivos esposos: Charley crê que o ex-marido jamais a amou e a vizinha de George, Mrs. Strunk, é feliz junto aos filhos, mas o pouco simpático marido se despede dela friamente, numa cena rápida. O filme não tem um fiapo fora de lugar e, contudo...

Em tempo: Meu jovem amigo Tomás, aluno da faculdade de cinema e criador de curtas muito divertidos, a quem tive o prazer de reencontrar ontem na locadora, contou-me que o designer de moda Tom Ford fez comerciais de perfume para Gucci. Na Wikipedia descobre-se que Tom Ford comanda as marcas Gucci, Saint-Laurent e Balenciaga. Tomás é um espanto, sabe muito sobre cinema. Levou o filme para conferir e prometeu me contar o que achou. Estou curiosa.


Diretor: Tom Ford
Roteiro: Tom Ford & David Scearce, baseado no livro de Christopher Isherwood
Música: Abel Korzeniowski, Shigeru Umebayashi
Fotografia: Eduard Grau
Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Matthew Goode, Nicholas Hoult, Jon Korta Jarena, Ginnifer Goodwin, Ryan Simpkins, Paul Butler, Keri Lynn Pratt, Tricia Munford, Paulette Lamori, Teddy Sears
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