Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

sábado, 2 de junho de 2012

Albert Nobbs

Albert Nobbs *
(2011) 113 min (14 anos)
"Uma vida sem decência é insuportável"

cinema marcado
Irlanda, século XIX - Os olhos azuis do mordomo de meia-idade do Hotel Morrison captam os menores detalhes. Albert Nobbs é atento, polido, eficiente e seu rosto, muito de acordo com as regras da gerência, parece desprovido de qualquer emoção. Essa impassividade só é perturbada quando Albert é informado pela sra. Marge Baker, proprietária do estabelecimento, que deverá  dividir o quarto por uma noite com Hubert Page, pintor de paredes que executa um serviço temporário no hotel.

O discreto mordomo tem dois motivos importantes para temer partilhar a cama com um homem desconhecido. Sob o assoalho do quarto, Nobbs guarda as economias de sua vida, que pretende investir numa loja. E, sob seu impecável traje escuro, esconde um corpo de mulher. Uma noite tensa e reveladora trará consequências inesperadas para a existência do meticuloso, ingênuo e assexuado Albert Nobbs.

Que filme triste! Em termos de tragédia, chegou perto de Dançando no Escuro (Dancing in the Dark), de Lars von Trier. Difícil imaginar um personagem mais solitário do que Albert, que procura segurança numa personalidade masculina. Sua tragédia se explica nos rigores do século XIX. Nos dias de hoje dificilmente suas origens seriam um problema. Se quisesse descobrir o paradeiro de sua família, talvez bastasse colocar a foto da bela progenitora na busca de imagem do Google. 

E, SE fosse realmente uma pessoa com distúrbio de identidade, Nobbs atualmente até encontraria proteção na sociedade. Travestis e transexuais estão se tornando cada vez mais visíveis em eventos ou notícias do jornal e da TV ocidental. Em algum tempo, talvez deixem de ser olhados com espanto ou escândalo. Mas continua  inimaginável para a maioria de nós o estresse que significa vigiar constantemente a voz e aparência, temendo parecer estranho ao olhar alheio, sobretudo frente à dúvida franca das crianças. É uma condição misteriosa diante da qual se deve responder com respeito e tolerância. Albert Nobbs é um filme interpretado e executado com arte, que recebeu prêmios na Irlanda, no Japão, e na Espanha (Festival de San Sebastian). Todo o elenco feminino merecia ser premiado.

Diretor: Rodrigo Garcia
Roteiro: Glenn Close e John Banville, baseado no conto do escritor irlandês George Moore (1852-1933)
Musica: Brian Byrne
Fotografia: Michael McDonough (Inverno da Alma)
Elenco: Glenn Close, Mia Wasikowska, Janet McTeer, Pauline Collins, Bronagh Gallagher, Aaron Johnson, Brendan Gleeson, Jonathan Rhys Meyers, Maria Doyle Kennedy, Brenda Fricker, Phyllida Law
Distribuidora: Paris Filmes

5 comentários:

renatocinema disse...

JURO. Você me convenceu...após dizer que é triste como Dançando no Escuro, filme que amo, não tenho como não assistir ao filme.

Um a zero para você. Se não gostar, volto para te matar. kkk

Stella disse...

hehehe, vou correr o risco, Renato, será sempre bem-vindo! ;-)

bruno knott disse...

sabe aquele filme que você vê e já esquece? foi o que aconteceu comigo... não achei ruim, mas tb nao me comoveu nem um pouco!
não consegui me conectar com a personagem, ao contrario de voce...

Matheus Pannebecker disse...

Stella, esperava bem mais de "Albert Nobbs". Acredito que o filme perde tempo de mais com histórias que não mereciam tanto destaque (o namorico de Wasikowska e Johnson) e esquece de aprofundar questões importantes, como a própria questão da identidade (que foi executada de forma tão instigante recentemente por Almodóvar). Meus elogios ficam para Glenn Close e Janet McTeer - a segunda, inclusive, merecia ter vencido o Oscar! Um abraço!

Stella disse...

Depois dos comentários do Matheus e do Bruno, espero que o Renato não volte para me matar! ;-)

É verdade, Matheus, a questão da identidade poderia ser aprofundada, o que tornaria o filme ainda mais sofrido. Pelo que você mencionou, Matheus, e pelos personagens travestidos não terem me convencido como homens, ele perdeu as 2 estrelinhas.

Mas pelo que conseguiu mostrar, na criação dos ambientes, nas interpretações do elenco de apoio, foi bom o suficiente para ficar na minha memória. Fiquei surpresa em reconhecer na voz da autoritária Marge Bakers, a simpática Pauline Collins, de Shirley Valentine.

Bruno: Já vi o filme sabendo das críticas negativas. Esperava pior! E certamente a seleção dos filmes que nos agradam sempre passa por nossa experiência de vida. Conhecer pessoas que carregam o fardo de se sentirem estranhas no próprio corpo, ajudou a me condoer da história de Albert Nobbs.

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