(1997) 123 min (10 anos) feito para TV

Áustria - Não se pode dizer que "O Castelo", do diretor Michael Haneke (A Fita Branca), seja um filme atraente.  Transmite aquele mal-estar e impotência que sentimos ao nos depararmos com as exigências absurdas de uma burocracia indiferente.  Mas a presença de Ulrich Mühe, o mesmo ator que interpreta o espião convertido pelo afeto e pela arte em "A Vida dos Outros", prendeu-me do princípio ao abrupto fim.  Abaixo trecho de uma análise de Pedro Garcia sobre "O Castelo" para o site Cine Revista.  Guimarães Vídeo (Laranjeiras) tem um exemplar para locação. O filme é vendido na Livraria Travessa (RJ) por R$ 49,90.  Melhor alugar.


"A trama é simples: K. (Ulrich Mühe) é um agrimensor                            enviado a um vilarejo (de localização  indefinida, como                            é de praxe) a trabalho. Lá, descobre a  existência de                            um castelo misterioso, ao qual apenas alguns  privilegiados                            têm acesso. Ele decide conhecer o lugar a todo  custo,                            mas logo percebe que a tarefa não será fácil.
                   
O que é o castelo? Por que K. quer tanto chegar até lá? Por que há quem tente impedir que ele consiga? Se não o querem lá, quem o mandou e por quê? Essas perguntas tornam-se inevitáveis e, em um determinado momento, perturbadoras (como manda o bom cinema hanekiano). Ilude-se quem pensa que as respostas virão mastigadas em uma reviravolta final. Não, não se trata de um policial americano insosso. As dúvidas permanecem sem esclarecimento mesmo após o término do filme, inclusive porque acaba antes do fim da história (assim como o livro).
                   
O Castelo tem suas qualidades. Haneke é impecável na direção de atores. Encontramos atuações consistentes até nos papéis secundários. E é preciso registrar que o diretor faz algo raro: incluir um elemento que dê à narrativa uma dose de humor, ainda que bem leve. Essa função é cumprida pelos assistentes de K. (Frank Giering e Felix Eitner).
Apenas quando o colocamos ao lado de outras obras de premissa semelhante, como por exemplo A Professora de Piano (2001), é que percebemos suas fragilidades. Apesar de estarmos próximos do personagem em seu conflito, sua personalidade não é suficientemente explorada, assim como as situações que se apresentam em sucessão. Por isso, falamos de um filme que aos poucos se torna tedioso, abstrato e vazio. Faltou-lhe choque, poder e agressão. Faltou-lhe, portanto, as especialidades de Michael Haneke."
Diretor: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke, baseado no livro de Franz Kafka, "Das Schloß"
Fotografia: Jirí Stibr
Elenco: Ulrich Mühe, Susanne Lothar, Frank Giering, Felix Eitner, André Eisermann, Birgit Linauer, Dörte Lyssewski
Distribuidora: Lume Filmes
O que é o castelo? Por que K. quer tanto chegar até lá? Por que há quem tente impedir que ele consiga? Se não o querem lá, quem o mandou e por quê? Essas perguntas tornam-se inevitáveis e, em um determinado momento, perturbadoras (como manda o bom cinema hanekiano). Ilude-se quem pensa que as respostas virão mastigadas em uma reviravolta final. Não, não se trata de um policial americano insosso. As dúvidas permanecem sem esclarecimento mesmo após o término do filme, inclusive porque acaba antes do fim da história (assim como o livro).
O Castelo tem suas qualidades. Haneke é impecável na direção de atores. Encontramos atuações consistentes até nos papéis secundários. E é preciso registrar que o diretor faz algo raro: incluir um elemento que dê à narrativa uma dose de humor, ainda que bem leve. Essa função é cumprida pelos assistentes de K. (Frank Giering e Felix Eitner).
Apenas quando o colocamos ao lado de outras obras de premissa semelhante, como por exemplo A Professora de Piano (2001), é que percebemos suas fragilidades. Apesar de estarmos próximos do personagem em seu conflito, sua personalidade não é suficientemente explorada, assim como as situações que se apresentam em sucessão. Por isso, falamos de um filme que aos poucos se torna tedioso, abstrato e vazio. Faltou-lhe choque, poder e agressão. Faltou-lhe, portanto, as especialidades de Michael Haneke."
Diretor: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke, baseado no livro de Franz Kafka, "Das Schloß"
Fotografia: Jirí Stibr
Elenco: Ulrich Mühe, Susanne Lothar, Frank Giering, Felix Eitner, André Eisermann, Birgit Linauer, Dörte Lyssewski
Distribuidora: Lume Filmes
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 comentários:
Algo me diz que preciso me iniciar no cinema do Haneke!!!
Deixa "O Castelo" para o fim, Bruno, se não você pode desistir antes de começar! ;-)
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