sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Anjo Caido do Ceu
(1947) 109 min (P&B)
Diretor: Henry Koster
Roteiro: Leonardo Bercovici, baseado em livro de Robert Nathan.
Billy Wilder e Charles Brackett colaboraram nos diálogos, mas não aparecem nos créditos.
Música: Hugo Friedhofer
Fotografia: Gregg Toland
Edição: Mônica Collingwood
Elenco: Cary Grant, Loretta Young, David Niven, James Gleason, Gladys Cooper, Elsa Lanchester, Monty Woolley
Apesar da capa colorida, o filme é preto e branco. Não deixe que isto te desanime, pois a fotografia é linda e luminosa. Por algum motivo, os bons filmes americanos da década de 40 e 50 resistem melhor do que os das décadas seguintes. A meu ver, pelo menos.
É noite, as luzes da cidade cintilam. Vozes infantis entoam uma canção de Natal. Na rua, uma bela jovem olha as vitrines e se encanta com um chapéu. Julia é casada com um bispo episcopal, preocupado demais em levantar fundos para construir uma grandiosa catedral. A principal patrocinadora é uma viúva idosa e rica, cheia de idéias particulares sobre a obra. Submetendo-se aos seus caprichos, Henry Brougham vai perdendo de vista sua verdadeira missão e a família. Em resposta a suas preces, surge Dudley, um anjo sorridente e galante, para ajudá-lo a reencontrar o caminho. Não era a ajuda que Henry esperava e os artifícios angélicos perturbam-no e nos divertem.
Essa sofisticada comédia semi-séria é a abertura ideal para o período pré-natalino. Se você vai consegui-la em sua locadora é o que me pergunto...
Ganhou o Oscar de Melhor Som e foi nomeada para Melhor Filme, Direção, Edição e Trilha Sonora.
Curiosidade:
* Originalmente, Cary Grant interpretava o Bispo, e David Niven, o Anjo. Quando assumiu a direção, Henry Koster percebeu que estavam nos papéis errados. Precisou convencer Grant, que queria muito representar o Bispo. Aceitando a troca, viu este papel tornar-se um dos mais elogiados de sua carreira.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
A Grande Virada de Danny
(2003) 97 min
Diretor: Jeff Balsmeyer
Roteiro: Jeff Balsmeyer
Música: David Donaldson, Steve Roche
Fotografia: Martin McGrath
Edição: Suresh Ayyar
Elenco: Rhys Ifans, Miranda Otto
Esse filme, desconhecido pela maioria, é uma agradável surpresa, encontrada em algumas locadoras. Danny é interpretado por Rhys Ifans, o excêntrico e pouco apresentável amigo de Hugh Grant em "Um Lugar Chamado Notting Hill".
A história foi escrita originalmente por Larry Walters, em 1967, para expressar o desejo de voar que tinha na infância. (Wikipedia)
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Inteligência Artificial e a Bioética
domingo, 25 de novembro de 2007
A Vida Secreta das Palavras
Roteiro: Isabel Coixet
Música: Aitor Berenguer
Fotografia: Jean-Claude Darrieu
Edição: Irene Blecua
Elenco: Sarah Polley, Tim Robbins, Javier Câmara, Sverre Anker, Julie Christie
A História sobre a enfermeira Cora, contada por Josef, é um conto do argentino Julio Cortazar: "La señorita Cora". Está no livro "Todos los fuegos el fuego". (imdb.com)
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Antes Só do que Mal-acompanhado
Roteiro: John Hughes
Música: Ira Newborn
Fotografia: Donald Peterman
Edição: Paul Hirsch
Elenco: Steve Martin, John Candy, Kevin Bacon, Susan Isaacs
* Entre todos os filmes em que atuou, este é o favorito de Steve Martin.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Grito de Alerta
(2006) 87 min (16 anos)
Elenco: Elizabeth Röhm, Souphie Rough
Grito de Alerta é um filme fraquinho mas deve ser assistido pela informação sobre um bem sucedido esquema de SOS para crianças seqüestradas. Será que existe algo semelhante no Brasil? Creio que ainda não.
No final do filme, imagens de arquivo mostram George Bush, em Rose Gardens, fazendo um pronunciamento sobre o Protect Act 2003. A câmera alterna entre o presidente e a artista que interpreta Donna. Creio que a moça ao lado de Elizabeth Röhm é a verdadeira Donna.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Seven - Os Pecados Capitais
(1995) 127 min (18 anos)
Elenco: Brad Pitt, Morgan Freeman, Gwyneth Paltrow, John Cassini, Kevin Spacey
Somerset, tenente de Homicídios está para se aposentar. Será substituído pelo jovem detetive David Mills. Antes devem enfrentar um psicopata brutal, que assassina suas vítimas de forma violenta, inspirado nos 7 pecados capitais. "Nos acostumamos a ver o pecado em cada esquina, convivemos com ele, porque é comum, todo mundo faz" (palavras do serial killer). Este é um verdadeiro thriller policial no gênero dos antigos filmes noirs americanos. A cor é supérflua e a fotografia espelha toda desolação da alma do criminoso e de suas vítimas. Há cenas fortes que foram assistidas por entre os dedos das mãos.
De Olhos Bem Fechados
(1999) 159 min (18 anos - cenas fortes de relacionamento sexual)
Diretor: Stanley Kubrick
Roteiro: Arthur Schnitzler, Frederic Raphael, Stanley Kubric
Fotografia: Larry Smith
Música: Jocelyn Pook, Györgi Ligeti
Elenco: Nicole Kidman, Tom Cruise, Sydney Pollack, Leelee Sobieski
Curiosidades:
* Para conseguir um R nos EUA, algumas cenas contêm pessoas geradas por computador no primeiro plano, obscurecendo a atuação sexual mais explícita.
O Segredo de Vera Drake
(2004) 125 min (14 anos)
Diretor: Mike Leigh
Roteiro: Mike Leigh
Música: Andrew Dickson
Fotografia: Dick Pope
Elenco: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Jim Broadbent
1950 - Londres - Vera é uma mulher simples, de classe média baixa, totalmente devotada à família. Trabalha como faxineira nas casas ricas e cuida da mãe doente, e de quem mais precisar dela, sempre com um sorriso e palavras de encorajamento. Nesta época, aborto era crime na Inglaterra. Em seu desejo de ajudar as mulheres desesperadas que a procuram, Vera realiza, gratuitamente, a "interrupção da gravidez". Quando as autoridades descobrem, seu mundo vem abaixo. A personagem é simpática, mas o ato que pratica, ainda que bem intencionado, é hediondo.
O desespero e vergonha das mulheres era compreensível, sobretudo numa comunidade tão rígida. Hoje em dia há uma visão bem mais tolerante. Contudo, para as crianças não-nascidas, o ambiente tornou-se mais hostil. Numa sociedade conduzida pelas emoções, uma cadela grávida, que perde os filhotes, ou uma cobaia de laboratório, despertam mais piedade do que um feto humano, a quem é negado o direito à vida. Mas as mesmas pessoas que condenam à morte o embrião humano, ficam horrorizadas com a mãe que joga seu recém-nascido no rio.
Dito isto, lembro da personagem Angélica, Marquesa dos Anjos, que foi estuprada por um soldado e deu à luz um bebê ruivo a quem chamou, apropriadamente, de Honorina, pois não havia nela desonra alguma. O mais bonito na história é quando o marido de Angélica reaparece. Ao ver, junto a seus filhos, a linda criança de cabelos vermelhos encaracolados, faz questão de tratá-la como sua, e lhe dá seu nome. Isso é saber amar! Adoro esta história de Anne e Serge Golon!
Deixar os bebês para adoção é a saída mais humana para as mães que não podem ou desejam mantê-los. Há tantas famílias que sonham com uma criancinha...
O desempenho de Imelda Staunton é estupendo. E como contrasta com os sorrisinhos forçados da professora Dolores Umbridge de Harry Potter e a Ordem da Fênix!
* Filmado sem roteiro, o filme foi indicado para o "Oscar de Melhor Script" em 2005. Mike Leigh teve que criar o roteiro para poder ser enviado aos membros da Academia.
* O orçamento deste filme era tão apertado que foi preciso cortar 1 semana de filmagens.
Notas sobre um Escândalo
(2006) 92 min (14 anos)
Diretor: Richard Eyre
Roteiro: Patrick Marber, baseado em novela de Zoe Heller
Música: Philip Glass
Fotografia: Chris Menges
Elenco: Judi Dench, Cate Blanchett, Bill Nighy
E que escândalo! Bárbara Covett é uma professora perto da aposentadoria, sem família, sem amigos. Passa as horas livres com a gata Portia e um diário. Sheba Hart, a nova e atraente professora de arte, desperta logo sua atenção. Casada com um homem mais velho e mãe de 2 filhos, convida Bárbara para visitá-los. A velha professora acha que encontrou uma alma gêmea e exulta. Ao descobrir um segredo de Sheba, usa de chantagem para manter a convivência.
O desempenho de Judi Dench é notável, assim como o fato de ser nomeada, e não ganhar, o Oscar por este papel! Coisas de Hollywood... Atente para a cena em que está na porta da casa da jovem professora e é convidada para um almoço. Com indisfarçada alegria, Barbara Covett abaixa a cabeça, tenta conter o sorriso nascente de satisfação e aceita. Sutileza de dama de teatro. Cate Blanchett responde à altura num dueto de interpretações impecáveis.
Fim de Caso
(1999) 102 min
Música: Michael Nyman
Fotografia: Roger Pratt
Elenco: Ralph Fiennes, Stephen Rea, Julianne Moore, Ian Hart, James Bolam, Samuel Bould, Jason Isaacs, Simon Turner
Diamante de Sangue
(2006) 143 min (16 anos)
Diretor: Edward Zwick
Roteiro: Charles Leavitt
Música: James Newton Howard
Fotografia: Eduardo Serra
Elenco: Leonardo DiCaprio, Djimon Hounsou, Jennifer Connelly.
Curiosidades:
* Quando Danny Archer chega à África do Sul, há duas mulheres em frente ao aeroporto. São a mãe e a avó de Leonardo Di Caprio.
* Djimon Hounsou interpreta Solomon Vandy, um homem da tribo Mende. No filme "Amistad" ele interpreta o papel de Cinque, chefe da tribo Mende.
* O Grupo De Beers, gigantesca multinacional especializada na venda de diamantes, expressou sua preocupação de que o filme reduzisse a demanda do público pelas pedras. A empresa sentiu a necessidade de transparência na compra e venda das gemas. "Existe um mecanismo de controle, é o Processo Kimberley, organismo composto por 40 países, que certifica que um diamante não procede de uma zona de guerra, que não é um diamante de sangue." (DeCine21)
O Silencio dos Inocentes
Curiosidades:
* Os acontecimentos neste filme ocorrem depois dos eventos de "Manhunter", de Michael Mann (1986), onde Frankie Faison faz o papel de Tenente Fisk. Ele é o único ator que aparece nas quatro adaptações do "Hannibal" do escritor Thomas Harris. Ele aparece como Barney no "Silêncio dos Inocentes", "Hannibal" (2001), e o "Dragão Vermelho" (2002).
* Anthony Hopkins descreveu sua voz de Hannibal Lecter como uma mistura de Truman Capote e Katharine Hepburn.
* Buffalo Bill é uma combinação de 3 criminosos na vida real: Ed Gein (tirava a pele das vítimas), Ted Bundy (usava gesso na sua mão como isca para atrair mulheres para sua van), Gary Heidnick (mantinha as mulheres seqüestradas num poço).
* O diretor Jonathan Demme faz uma aparição no final do filme, usando um boné azul.
* A música ouvida enquanto Buffalo Bill dança é "Goodbye Horses" por Q Lazzarus. Uma versão mais conhecida é a de Psyche.
*Anthony Hopkins estudou a vida de vários criminosos em série para compor o personagem. Observando que Charles Manson (assassino de Sharon Tate, mulher de Roman Polanski) raramente piscava, resolveu fazer o mesmo como Hannibal.
* Jodie Foster conta que o deboche de Lecter sobre seu sotaque não foi ensaiado e Hopkins improvisou. O horror de Jodie é totalmente genuíno, pois ela se sentiu pessoalmente atacada, embora mais tarde agradecesse a Anthony por provocar uma reação tão verdadeira.
Diretor: Jonathan Demme
Roteiro: Ted Tally, baseado em romance de Thomas Harris
Música: Howard Shore
Fotografia: Tak Fujimoto
Elenco: Anthony Hopkins, Jodie Foster, Scott Glenn, Ted Levine, Anthony Heald, Lawrence A. Bonney, Roger William Corman - famoso produtor e diretor de cinema - interpreta Hayden Burke, o Diretor do FBI
Distribuidora: Orion Pictures Corporation
sábado, 17 de novembro de 2007
Não por Acaso
(2007) 100 min
Direção: Philippe Barcinski
Roteiro: Philippe Barcinski, Fabiana Barcinski, Eugênio Puppo
Música: Ed Cortês
Fotografia: Pedro Farkas
Elenco: Rodrigo Santoro, Leonardo Medeiros, Letícia Sabatella, Rita Batata, Branca Messina, Graziela Moretto, Cássia Kiss, João Paulo Zucatelli
A cidade é São Paulo, o tempo, agora. Ênio tem uns 50 anos, é engenheiro de tráfego, solteiro, sem vínculos pessoais. Sua vida se apóia no trabalho, onde tem colegas, mas não amigos. Pedro é jovem, fabrica mesas de sinuca na marcenaria que herdou do pai. Precisão, medidas, alinhamento, são parâmetros na profissão, no jogo, nos relacionamentos. Observando os grandes jogadores, aprendeu a controlar a bola branca, e conseguir bons resultados no jogo. Os dois homens jamais se encontram, mas suas trajetórias são semelhantes, pois ambos precisarão aprender a aceitar e lidar com a imprevisibilidade da vida, que surge na figura de mulheres significativas.
O filme é lento, suave, sem surpresas, como a vida de ambos. É feito com cuidado e competência e me agradou, sobretudo, por valorizar os vínculos humanos, que dão sentido à vida. Uma das músicas iniciais fala de laços. A dos créditos finais diz: “Só deixo minha alma, só deixo o coração, na mão de quem pode.” Antes assim.
Se você privilegia suspense, ação, aventura, escolha outro para prestigiar o cinema nacional.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Gattaca - uma Experiencia Genética
(1997) 106 min
Roteiro: Andrew Niccol
Música: Michael Nyman
Fotografia: Slawomir Idziak
Elenco: Ethan Hawke, Jude Law, Uma Thurman, Gore Vidal, Alan Arkin
A Corporação Gattaca é uma empresa aero-espacial do futuro. Nesta época, os gens dos bebês são examinados ao nascer, para estabelecer seu lugar na sociedade. A discriminação dos gens substitui a religiosa, de raça ou gênero. Vincent é um dos últimos bebês gerados naturalmente ("child of God"). Míope, e portador de um problema cardíaco, espera-se que morra aos 30 anos. Só lhe caberão empregos que não exijam grandes investimentos. Seu sonho, de tornar-se astronauta e viajar para Saturno, é impossível. Diante da discriminação sofrida pelo primeiro filho, seus pais decidem que o segundo seja concebido de acordo com as técnicas de manipulação genética, para eliminar as doenças e defeitos congênitos da população humana.
Tudo estaria "perfeito", no "melhor dos mundos", não fosse o imponderável. Acidentes acontecem. Quando ocorrem, quem está mais preparado para lidar com isso? O desejo de superação do espírito humano viceja diante da adversidade. Quanto maior o obstáculo, maior a força. Sabendo-se em desvantagem, Vincent não mede esforços para alcançar seu objetivo, ainda que precise ludibriar a vigilância da corporação, intensificada por uma investigação de assassinato. Com a ajuda de Jerome, paralítico por acidente, ele se passa por "válido", a quem é permitida a escolha de carreira.
Este filme dá o que pensar. Nossas "diferenças" individuais são uma vantagem ou um problema? Essa ânsia de perfeição física e saúde do corpo suplantou a busca do aperfeiçoamento do espírito. A ciência deve avançar com humildade, considerando a bioética, sempre. Colocar o desejo de lucros imediatos dos laboratórios na frente da prudência pode ameaçar o verdadeiro bem estar humano.
Entre as cenas deletadas está o FINAL original. Frases deslizam frente a um céu estrelado: "Em alguns anos, os cientistas irão concluir o Projeto do Genoma Humano, o mapeamento de todos os genes que compõem um ser humano. Nós evoluímos a tal ponto que podemos direcionar a nossa evolução. Se tivéssemos esse conhecimento antes, as seguintes pessoas nunca teriam nascido:
Abraham Lincoln - síndrome de Marfan
Curiosidades:
* O nome "Gattaca" é composto das letras usadas para nomear os 4 diferentes nucleotídeos do DNA: guanina, adenina, tiamina, citosina.
* Os anúncios públicos no prédio da Corporação Gattaca são feitos em esperanto, uma língua artificialmente criada no século XIX.
* O personagem vivido por Jude Law pede para ser chamado por seu nome do meio, Eugene (Eugênio, em português). Eugene vem do grego e significa “bem nascido”. Eugenia (a ciência de melhorar as qualidades hereditárias de uma raça ou geração) é o tema central do filme.
* A música interpretada pelo pianista de 6 dedos é baseada em Impromptu in G Flat Major, Op. 90, No. 3 de Franz Schubert. Contudo os criadores fizeram um belo trabalho, incorporando harmonias e notas adicionais, para que só pudesse ser tocada com 12 dedos, como o personagem de Uma Thurman observa.
* O exterior e interior do prédio de Gattaca é, na verdade, o Marin County Civic Center, em San Rafael, California. Foi desenhado pelo famoso arquiteto americano Frank Lloyd Wright, em 1957.
Filhos da Esperança
Roteiro: Alfonso Cuarón e outros, baseado em romance de P. D. James
Música: John Tavener
Fotografia: Emmanuel Lubezki
Elenco: Clive Owen, Michael Caine, Julianne Moore, P. D. James (a autora representa uma senhora na cafeteria)
* A música que Kee canta para seu bebê é uma canção de ninar de Gana, chamada 'Kaa fo', que significa ‘bebê não chore’
* Michael Caine baseou sua interpretação em John Lennon.
* Há um animal em quase todas as cenas do filme. Sobretudo cachorros.
* Antes do carro ser atacado, Miriam está descascando uma laranja. Antes da confusão no campo de refugiados, Kee e Marichka dividem fatias de laranja. No cinema, com freqüência, laranjas representam perigo iminente. Assim aconteceu no “Poderoso Chefão”.
* Na cena de abertura, o jornal informa que Baby Diego nasceu em 21 de junho de 2009.
* Durante todo filme, Theo jamais usa ou toca uma arma.
* Fala de Miriam: “O desespero instalou-se, quando o som dos playgrounds desapareceu. Muito estranho o que acontece num mundo sem a voz das crianças.”
("As the sound of the playgrounds faded, the despair set in. Very odd, what happens in a world without children's voices")
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Ela e A Poderosa
Diretor: Garry Marshall
Roteiro: Mark Andrus
Música: John Debney
Fotografia: Karl Walter Lindenlaub
Elenco: Jane Fonda, Felicity Huffman, Lindsay Lohan, Dermot Mulroney, Cary Elwes, Garrett Hedlund
Num vestido branco leve, uma adolescente anda pelo meio da estrada, perto de Idaho. Ao lado, dirigindo um Mercedes, a mãe quer convencer a filha a entrar no carro. Inútil, cada uma segue só. Essa incomunicabilidade passa de geração a outra, como descobrimos depois. Rachel é uma garota-problema da California, em choque com a mãe Lilly, que , por sua vez, não se sentia amada pela mãe Geórgia. Espera-se que Rachel mude durante as férias de verão, em contato com os hábitos regrados da avó. Haverá mudanças para todos.
As 3 mulheres principais estão excelentes, e interpretam com realidade o que aconteceu com as 3 gerações de suas personagens. A noção de dever e respeito aos mais velhos era forte entre os que, agora, têm 70 ou mais anos. Não se tinha o hábito de falar sobre sentimentos. Foram seguidos pelos "baby boomers", a geração dos que nasceram entre 1946-1964. Ansiosos por receber dos filhos o afeto que não sentiram inspirar aos pais, educaram suas crianças com poucas regras e muitos presentes . O resultado foram os jovens, que julgando merecer tudo que tem, desrespeitam o próximo e não são mais felizes do que seus antepassados.
A tese do filme é que, em família, havendo amor, há como se superar as tragédias e dramas de cada um. Com respeito e uma comunicação verdadeira, fortalece-se o vínculo entre pais e filhos. Perdoa-se o passodo e torna-se possível construir um relacionamento saudável.
As figuras masculinas também são fortes. O jovem mórmon é inexperiente, mas não rejeita sua fé. O veterinário amadurecido mostra que é possível, e desejável, resistir à tentação. Ceder à fantasia costuma ter resultados decepcionantes; a satisfação fugaz pode ter sabor amargo . Vale mais cultivar sonhos e projetos elevados.
domingo, 11 de novembro de 2007
Presente de Natal Antecipado
Se fosse Mamãe Noel conduzindo o trenó, poderia dizer que era a imagem de minha amiga Flor, que presenteia o ano inteiro e já adiantou minha lembrança de Natal. Fiquei muito feliz e quis registrar aqui. Para quem não conhece, Roger Ebert é um crítico americano, apaixonado por cinema. Escreve com simplicidade, apesar do título de doutor honoris causa pela Escola de Arte de Chicago, pelo Instituto de Cinema e pela Universidade do Colorado.
Quem quiser comprar o livro, encontra no Submarino e na Livraria Leonardo Da Vinci. Eu dei sorte, conheço a Flor...
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
A Luta pela Esperança
(2005) 144 min (14 anos)
James era católico, de origem irlandesa, muito apegado à família. Sabendo que Mae não tinha coragem de ouvir a transmissão de suas lutas pelo rádio, voltava para casa imediatamente após, sem comparecer às comemorações. A meu ver, seria essa a explicação para o título original. Afinal Cinderela não esperou o fim do baile; partiu quando soavam as 12 badaladas. James foi apaixonado por Mae até o fim da vida.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Inteligencia Artificial: AI
(2001) 143 min
Curiosidades:
* A seqüência de palavras ditas por Mônica para fazer David amá-la foi a lista original elaborada por Kubrick: "Cirro, Sócrates, partícula, decibel, furacão, golfinho, tulipa, Mônica, David, Mônica".
* Stanley Kubrick trabalhou durante 12 anos neste projeto, e decidiu entregá-lo para Spielberg, julgando que era "mais de acordo com sua sensibilidade". Os dois colaboraram por anos e SK deixou roteiro e desenhos detalhados (story boards) para o filme.
* Os super-robôs parecem os alienígenas de "Contatos Imediatos do 3º Grau" (1977).
* O nome do professor Hobby é uma homenagem a Kubrick. Stanley produzia seus filmes na Inglaterra com o nome de "Hobby Films".
Se a música de John Williams é espetacular, a fotografia inspirada e o desempenho de Haley Osment natural e primoroso, foi com a entrada de Teddy que entreguei meu coração. Uma versão simples deste ursinho me acompanhou toda a infância! Vai ver ao roteirista também...
Assim David se transformou num menino de verdade. Ao final de seu dia perfeito, junto à pessoa que amava, serviu-a, chorou, dormiu e foi para o lugar onde estão os sonhos. Compartilhou o destino inevitável a todos nós, humanos, a morte. Afinal, programado para amar apenas à Mônica, sem o objeto de seu afeto, a vida não tinha sentido.
Diretor: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Spielberg, Ian Watson, baseado em conto de Brian Aldiss ("Supertoys Last All Summer Long")
Música: John Williams
Fotografia: Janusz Kaminski
Edição: Michael Kahn
Elenco: Haley Joel Osment, Jude Law, William Hurt, Frances O'Connor, Jason Robbards.
Vozes: Robin Williams (Dr. Know)
Meryl Streep (Meca Azul)
Ben Kingsley (Especialista)
E termino com o poema que aparece 2 vezes no filme:
"The Stolen Child" (de William Butler Yeats)
Venha, ó criança humana,
para os oceanos e selvas
com uma fada, de mãos dadas,
pois o mundo é mais cheio
de lamentos do que você pode entender.
(Come away, O human child!
To the waters and the wild
With a faery, hand in hand,
For the world's more full of weeping than you can understand.)
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
O Milagre da Rua 34
(1947) 96 min (Livre)
EUA - O Papai Noel da Macy's, grande loja de departamento, fica bêbado antes da Parada do Dia de Ação de Graças. Doris Walker, a diretora de eventos, convence Kris Kringle, um senhor de barbas brancas, a tomar seu lugar. Doris ensinou sua filha Susan a não acreditar em fantasias e muito menos em Papai Noel. Imagine o que ela pensa quando Kris afirma ser o bom velhinho? Mas a menina começa a perceber que há algo de especial no sr. Kringle e na sua determinação de viver o espírito do Natal. Entre um conflito com o psicólogo da loja, uma internação e um julgamento, Papai Noel fica muito ocupado.
Vale a pena assistir esta história com toda família. É uma excelente preparação para o Natal!
Citações do personagem Fred Gailey:
"Fé é acreditar quando o senso comum lhe diz para não fazê-lo. Você não vê? Não é apenas Kris que está em julgamento, é tudo no que ele acredita: a bondade, alegria, amor e todos os outros intangíveis." (...) "Olhe Doris, algum dia você perceberá que sua maneira de lidar com o mundo real não funciona. E quando isso acontecer não despreze esses valores adoráveis. Você descobrirá que são as únicas coisas no mundo que valem a pena."
As palavras de Fred lembram o "Discurso para um Jovem" do tio Hub no filme "Lições para toda vida".
Curiosidades:
* Natalie Wood tinha 8 anos quando fez este filme.
* Maureen O'Hara foi forçada a aceitar o papel, pois tinha acabado de chegar na Irlanda, quando foi chamada de volta para a América. Contudo, assim que leu o roteiro, mudou seus sentimentos.
* O filme está em 9º lugar na lista dos 100 filmes mais inspiradores de todos os tempos, do Instituto de Filme Americano (2006)
ATENÇÃO: A capa é colorida, mas o filme é preto e branco.
Diretor: George Seaton
Roteiro: George Seaton, baseado em história de Valentine Davies
Música: Cyril Mockridge
Fotografia: Lloyd Ahern, Charles Clarke
Elenco: Maureen O'Hara, John Payne, Edmund Gwenn, Natalie Wood, Gene Lockhart.
sábado, 3 de novembro de 2007
Mensagem para Voce
(1998) 119 min
Diretor: Nora Ephrom
Roteiro: Nora Ephrom, Delia Ephrom
Música: George Fenton
Fotografia: John Lindley
Elenco: Tom Hanks, Meg Ryan, Jean Stapleton, Parker Posey, Greg Kinnear, Steve Zahn
Kathleen Kelly e Joe Fox moram em Nova Iorque, são comprometidos, mas não amam os respectivos companheiros. Ela dedica-se à adorável "The Shop Around the Corner", loja especializada em livros infantis. Joe administra a cadeia de mega-livrarias "Fox", junto com o avô e o pai, e planeja sufocar a concorrência no bairro, com preços baixos e um café sofisticado. Como NY152, ele se corresponde com a Shopgirl e os dois falam de si, da cidade, dos problemas, sempre evitando detalhes que permitam sua identificação. Quando marcam encontro num café do bairro, ignoram que já se encontraram na vida real. Kathleen aguarda, lendo "Orgulho e Preconceito". E estes dois sentimentos, tal como no caso dos personagens de Jane Austen, ameaçam o que poderia ser um amor de verdade.
Para quem mora no Rio, e gosta de literatura infantil, vem logo à mente a "Malasartes", no Shopping da Gávea, um encanto de livraria em muito semelhante a do filme. Vale a visita para grandes e pequenos.
Curiosidades:
* Nora Ephron se inspirou no filme de Ernst Lubitsch (The Shop Around the Corner - 1940), com James Stewart e Margaret Sullavan.
* O avô de Joe menciona ter mantido um breve relacionamento por carta com Cecília, mãe de Kathleen. Isso pode ser uma referência ao filme de Lubistsch.
* A cena em que Joe prende o balão, ao fechar a porta da livraria de Kathleen, foi acidente. Tom fez uma piadinha, que a diretora achou engraçada e quis manter.
* A livraria de Kathleen foi inspirada na "Books of Wonder", em Chelsea, Rua 18. Meg Ryan trabalhou na loja por um dia, para preparar sua personagem. http://www.booksofwonder.com/nycstorelocandhours.asp
* A música no final é "Somewhere Over the Rainbow", que também toca em "Sintonia de Amor", filme anterior de Nora Ephron, também com Meg e Tom.